EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA

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Substitua-se, os artigos 46 ao 68 pelos seguintes artigos, renumerando os demais bem como os anexos:

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Transcrição:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA SINDICATO DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA - SINDSEMPBA, pessoa jurídica de direito privado, portadora do CNPJ n 10.538.748/0001-04, com sede nesta cidade, na Rua do Salete, n 124 - Edf. Francisca Amarante, 2 Andar, Sala 9c, Barris, nesta cidade, Cep: 40070-200, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu Diretor de Assuntos Jurídicos, infra-assinado, com base no art. Art. 5, inciso XXXIV, "a", vem expor e por fim requerer o que se segue. 1 - DOS FATOS A carência de um modelo de gestão de RH, voltado, especialmente, para o desenvolvimento de competência de caráter permanente de formação, atualização, capacitação e reciclagem do Servidor no âmbito do Ministério Público, ora a sujeição do direito de desenvolvimento do Servidor nas carreiras de Assistente-Técnico Administrativo, Motorista e Analista Técnico ao quadro de quantitativo de cargos, constante do Anexo l da Lei n 12.607/2012, é uma das principais causas de insatisfação dessa Categoria. Em vista de paliar essa situação negativa no ambiente de trabalho, o Procurador-Geral de Justiça, em consideração aos pedidos formulados pelo Sindicato dessa Categoria, nos anos de 2011/2012 e 2013, aumentou, por meio de

ato administrativo, de 60% (sessenta por cento) para 90% (noventa por cento) o número de servidores habilitados para ocupar vagas constantes nas classes e níveis do quadro geral de pessoal. Em complemento a tal compromisso, o Procurador-Geral de Justiça, à época, determinou ao Grupo de Interlocução que criasse grupos de trabalho, entre esses, um voltado para o estudo referente ao Plano de Desenvolvimento por Competência em vista de encontrar uma solução técnica para esse problema. Ocorre que, no ano de 2014, em face do diminuto quantitativo de "cargos" constantes no Anexo l da aludida lei, uma parcela significativa dos servidores será impedida, mais uma vez, de exercer o direito à progressão e promoção. Esse possível acontecimento provocaria grave lesão ao património dessa coletividade. A fim de ilustrar a gravidade dessa situação, convém trazer a baila o exemplo da classe III, nível l constante do quadro de quantitativo de cargos da Lei n 12.607/2012, na atual conjuntura há 76 (setenta e seis) servidores aptos para o exercício do direito à promoção, contudo só há 07 (sete) cargos disponíveis. Isso significa que, aproximadamente, apenas 10% (dez porcento) do total dos servidores aptos a promoção na referida classe e nível seriam promovidos. 2 - DO DIREITO O Plano de Desenvolvimento por Competência deve ser orientado pelo papel social, visando, a um só tempo, responder às necessidades de qualificar os serviços e de promover o crescimento profissional dos servidores. O programa de desenvolvimento de carreira diferencia-se do concurso público para provimento de cargos e funções públicas pelas seguintes razões: o concurso público é uma espécie de recrutamento de candidatos com propósito de verificar a capacidade intelectual, física e psíquica desses interessados em ocupar funções públicas, já o programa de desenvolvimento de carreira, tem como objetivo promover a capacitação e o desenvolvimento do Servidor, por meio de aplicação de conhecimentos, para melhoria dos serviços a serem prestados a sociedade. Conforme o art. 30 da Lei n 6.677/1994, a promoção do servidor ocupante do cargo de provimento, dentro da categoria funcional a que pertence, dar-se-á pelos critérios de merecimento e antiguidades, verbis:

Art. 30 - Promoção é a elevação do servidor ocupante de cargo de provimento permanente, dentro da categoria funcional a que pertence, pelos critérios de merecimento e antiguidade. Por outras palavras, o desenvolvimento do Servidor na carreira, dar-se-á por meio da progressão e/ou promoção e constitui-se numa elevação, dentro da categoria funcional a que pertence, para uma classe ou nível, imediatamente superior, no âmbito do quadro geral de pessoal. O parágrafo único do art. 30 da Lei n 6.677/1994, estabelece que o referido direito será apurado de acordo com os fatores mencionados no artigo 27, incisos l a V da referida Lei e comprovação de aperfeiçoamento profissional, sem prejuízo do disposto no artigo 32, verbis: Parágrafo único - O merecimento será apurado de acordo com os fatores mencionados no artigo 27, incisos l a V, e comprovação de aperfeiçoamento profissional, sem prejuízo do disposto no artigo 32. O art. 27 da Lei n 6.677/1994 estabelece, respectivamente, os seguintes fatores: assiduidade; disciplina; capacidade de iniciativa; produtividade; responsabilidade. É de se ver que os requisitos essenciais para reconhecimento do direito à promoção e progressão são a comprovação de participação de cursos voltados para o aperfeiçoamento profissional do Servidor, (art. 39, 2, da CF/88), e os fatores previstos no art. 27 da Lei n 6.677/1994. A sujeição do merecimento à progressão e promoção ao quantitativo de "cargos" constante do quadro do Anexo l da Lei n 12.607/2012, sem levar em conta o total do número de servidores aptos e habilitados ao direito de progressão e promoção, viola o direito do servidor de desenvolvimento regular na carreira. Ademais, esse modelo de exclusão contribui negativamente para o aumento dos conflitos no ambiente de trabalho desse Órgão Ministerial. Vale ressaltar que o programa de desenvolvimento de carreira, além de ser um instrumento de gestão de RH voltado para o desenvolvimento qualitativo das atividades e funções prestadas e desenvolvidas por uma Instituição, visa, concomitantemente, a valorização pessoal do Servidor. Por outras palavras, o

programa de desenvolvimento por competência tem por base a filosofia de valores sociais do trabalho. Nesse contexto, o modelo de exceção circunscrito no quadro de quantitativo de cargos constante do Anexo l da Lei n 12.607/2003, põe o Ministério Público do Estado da Bahia em caminho oposto aos princípios da igualdade e razoabilidade e ao fundamento inscrito no art. 1, IV, da CF/88, verbis: Art. 1 A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados, e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (...) Vale destacar que a elevação do Servidor para uma classe ou nível imediatamente superior não altera a manutenção da essência das atribuições do cargo por ele ocupado. Ademais, promoção não é forma de provimento de cargo público, já que o cargo exercido pelo Servidor já se encontra provido. A forma de provimento de cargo público é numerus clausus. O art. 10 da Lei n 6.677/1994 estabelece que o provimento de cargo dar-se-á nas seguintes formas: nomeação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução, verbis. Art. 10 - São formas de provimento de cargo público: l - nomeação; II - reversão; III - aproveitamento; IV - reintegração; V - recondução. E de se ver que a promoção e/ou progressão não se encontram elencados entre as formas de provimento de cargo público. A promoção e/ou progressão é a passagem (desenvolvimento funcional) entre cargos da mesma carreira. É, conforme a doutrina, requisito essencial de uma carreira verdadeira. A bem que se diz, o servidor promovido na carreira continua no exercício do mesmo cargo, porém eleva-se para uma classe ou nível imediatamente superior. Cargo Público, conforme definição extraída do art. 3 da Lei n 6.677/1994, é "o conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, com as características essenciais de criação por lei, denominação própria, número certo e

pagamento pelos cofres públicos, para provimento em caráter permanente ou temporário". A mantença do quadro de quantitativo de "cargos", constante no Anexo l da lei n 8.966/2003 deve, ano a ano, levar em contar o total do número de servidores aptos e habilitados para o exercício do direito à progressão e/ou promoção. Do contrário, haverá cerceamento do direito constitucional de desenvolvimento da carreira, previstos no art. 39, 2, da CF/88. 3 - DO ORÇAMENTO As despesas relativas aos cargos públicos criados por lei, com denominação própria, para provimento de caráter efetivo no âmbito da Administração Pública federal, estadual e municipal, e os acréscimos decorrentes destas funções, como, por exemplo: promoção, pagamento de aposentadoria, progressão, adicional e gratificação, dependem de autorização legislativa, são fixadas e integram o orçamento dos poderes legislativo, Judiciário e das instituições do Ministério Público e da Defensoria Pública. Ou seja, todas as despesas com pessoal ativo e inativo da União, Estado e Município devem, ano a ano, ser atualizadas e fixadas no orçamento público. O art. 127, 2 e 3, da Constituição Federal, asseguram ao Ministério Público autonomia funcional e administrativa e o direito de asseverar a política remuneratória e os planos de carreiras dos servidores, bem como o de elaborar sua proposta orçamentaria dentro dos limites estabelecidos em Lei. A Lei Maior determina, ainda, nos 3 e 4 do art. 169 da CF que caso haja excesso na despesa com pessoal, deverá ocorrer redução desta aos limites estabelecidos em lei nos dois quadrimestres seguintes, sendo, ao menos, um terço no primeiro quadrimestre, podendo inclusive ser adotada exoneração de estáveis. Nesse passo, todas as despesas relativas ao total de servidores do quadro permanente devem ser computadas no orçamento desse Órgão Ministerial, ainda que os recursos, ali fixados, não sejam efetivamente liquidados. Por outros termos, as despesas relativas a reajuste anual dos servidores ativos e inativos e os componentes que integram a remuneração do servidor: adicional, gratificação, promoção e progressão, devem ser fixadas na Lei de Orçamento Público elaborada por esse Órgão Ministerial.

A progressão e/ou promoção dos servidores do Ministério Público é um direito previsto em lei, que deve, ano a ano, ser computada no orçamento desse Órgão Ministerial. O contingenciamento de despesa em detrimento do direito de desenvolvimento dos servidores habilitados à promoção e progressão fere os princípios da razoabilidade, legalidade e os princípios orçamentários da universalidade (art. 165, 5, da CF/88), da anualidade e clareza. O Ministério Público baiano tem, anualmente, uma despesa salarial em decorrência do exercício de cargos em comissão em torno de R$ 35.000.000,00 (trinta e cinco milhões) de reais, ao passo que o recurso necessário para assegurar direito do servidor público permanente ao desenvolvimento na carreira, ano a ano, gira em torno de R$ 8.000.000,00 (oito milhões) de reais. O referido direito reivindicado por todos servidores do quadro de carreira deve ser assegurado pelo contributo proveniente do limite prudencial, previsto em lei, designado pelo Tesouro Estadual ao Ministério Público, ou pela disposição insculpida no art. 169, 3, da Constituição Federal. 4-DO PEDIDO Em face do exposto, o SINDSEMP-Ba vem, com base nos inciso IV a VII do Art. 15 da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado da Bahia e na gestão de vanguarda que V. Ex8 tem realizado, Requerer o encaminhamento de projeto de lei a Assembleia Legislativa estabelecendo: a) A substituição do quadro de quantitativo de "cargos" pelo total do número de servidores em expectativa do exercício de direito à promoção e/ou progressão, (a cada ano), a ser estruturado num quadro de classe e níveis, e tendo por base o estudo e planejamento feito pelo RH indicando essa previsão; b) Em caso de omissão da área RH no tocante ao estudo e planejamento, o servidor que cumprir os requisitos para progressão e promoção fará jus à gratificação da classe e/ou nível subsequente, independentemente dessa omissão; c) Criação de um programa anual de capacitação e aperfeiçoamento do servidor público voltado para melhoria do serviço público prestado por essa Instituição.

Requer ainda: d) que sejam elaboradas e efetivadas mudanças na estrutura organizacional deste Órgão Ministerial em vista de assegurar que os setores de RH do Ministério Público sejam coordenados, geridos e administrados, exclusivamente, por membros e servidores do quadro efetivo e permanente desse Órgão; e) com base no fundamento constitucional de participação popular no orçamento público, previsto no inciso XII do art. 29 da CF, a participação de membros e servidores na elaboração do orçamento do Ministério Público do Estado da Bahia, com objetivo de ampliar a participação dos segmentos no processo de discussão da lei orçamentaria. Nestes termos Pede Deferimento Salvador, 17 de junho de 2014. Dir. de Assuntos Jurídicos