ANÁLISE COMPARATIVA COM DIFERENTES TRATAMENTOS TÉRMICOS NO AÇO VC 131

Documentos relacionados
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS TRATAMENTOS TÉRMICOS REALIZADOS EM AÇO 8640

EXERCÍCIOS SOBRE TRATAMENTOS TÉRMICOS DAS LIGAS FERROSAS

AÇO-CARBONO AÇO-LIGA ALOTROPIA DO FERRO

AVALIAÇÃO DA MICROESTRUTURA DOS AÇOS SAE J , SAE J E DIN100CrV2 APÓS TRATAMENTOS TÉRMICOS*

Palavras chave: Aço-carbono, Tratamento Térmico, Propriedade Mecânica.

Existem diversas técnicas e procedimentos empregados visando o aumento das propriedades

TRATAMENTOS EMPREGADOS EM MATERIAIS METÁLICOS

MICROESTRUTURA E MICRODUREZA DO AÇO SAE 1020 EM DIFERENTES TRATAMENTOS TÉRMICOS

PMR 3101 INTRODUÇÃO À MANUFATURA MECÂNICA

ENDURECIMENTO DO AÇO AISI 1140 POR TÊMPERA*

Profa. Dra. Lauralice Canale

Ciências dos materiais- 232

Tratamentos Térmicos. Recozimento. Objetivos:

INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE ELETROEROSÃO A FIO NAS PROPRIEDADES DO AÇO AISI D6.

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO TEMPO NO AUMENTO DA DUREZA NOS TRATAMENTOS TÉRMICOS DE TÊMPERA DO AÇO ABNT 1045

Sistema Ferro - Carbono

ESTUDO DO PROCESSO METALÚRGICO DE FABRICAÇÃO DE RODETES DE MOENDA

CARACTERIZAÇÃO DO AÇO SAE-4140 TEMPERADO EM ÁGUA, SALMOURA E ÓLEO E, POSTERIORMENTE, REVENIDO*

EFEITOS DO TRATAMENTO CRIOGÊNICO DE 24 E 36 HORAS EM AÇOS D2 E D6

TRATAMENTOS TÉRMICOS: AÇOS E SUAS LIGAS. Os tratamentos térmicos em metais ou ligas metálicas, são definidos como:

ESFEROIDIZAÇÃO DO AÇO SAE 1080*

Tratamento Térmico. Profa. Dra. Daniela Becker

CAP 11 - MICROESTRUTURAS

CARACTERIZAÇÃO MICRO-ESTRUTURAL E MECÂNICA DE UM AÇO BAIXO TEOR DE CARBONO TRATADO EM MEIOS DIVERSOS DE RESFRIAMENTO

Avaliação do revenimento na dureza e microestrutura do aço AISI 4340

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO REVENIDO E DA TENACIDADE DO AÇO FERRAMENTA H13

TRATAMENTOS TÉRMICOS

Tipos de Alterações Microestrutural

COMPARAÇÃO MICROESTRUTURAL DE DOIS AÇOS PARA UTILIZAÇÂO EM MOLDES DE FABRICAÇÃO DE COMPÓSITOS*

João Carmo Vendramim 1 Jan Vatavuk 2 Thomas H Heiliger 3 R Jorge Krzesimovski 4 Anderson Vilele 5

Palavras chave: tratamento térmico, óleo de palma, caracterização microestrutural

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AÇO RÁPIDO E AÇO PARA TRABALHO A QUENTE NO PROCESSO DE CONFORMAÇÃO A FRIO

APLICAÇÃO DE TRATAMENTOS TÉRMICOS NA MICROESTRUTURA DE AÇO PADRÃO ABNT 1020: UM ESTUDO DE CASO

Tratamentos térmicos de Recozimento e Normalização para os aços

7 Resultados (Parte 04)

Ferro Fundido. A.S.D Oliveira

UNICAMP FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS INTRODUÇÃO À METALOGRAFIA DOS AÇOS CARBONO

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NO REVENIMENTO DO AÇO SAE 4340 Adir Rodrigues de Oliveira *, Ismael Caetano de Araújo Junior *, Gilbert Silva **

ANÁLISE DA MICROESTRUTURA DE UM AÇO BIFÁSICO TRATADO POR TÊMPERA E PARTIÇÃO

Curvas de resfriamento contínuo com diferentes taxas de resfriamento: Ensaio Jominy. Resultados: - Microestruturas diferentes; - Durezas diferentes.

longitudinal para refrigeração, limpeza e remoção de fragmentos de solos provenientes da perfuração, Figura 10.

COMPARATIVO DA MICROESTRUTURA E DA MICRODUREZA NO AÇO 4340 A DIFERENTES TEMPOS DE RECOZIMENTO

INFLUÊNCIA DA MICROESTRUTURA DE UM AÇO SAE 1095 NA RESISTÊNCIA AO DESGASTE ABRASIVO

INSTITUTO FEDERAL SANTA CATARINA Câmpus Lages. Materiais I. Recozimento e Alívio de Tensões Prof. Eng. o Claudio Schaeffer

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES METALOGRÁFICAS DO AÇO SAE 1045 NOS PROCESSOS TÉRMICOS DE NORMALIZAÇÃO, REVENIMENTO E TÊMPERA

FORNO T4 (c/ Atm. Controlada) AUTOMATIZADO

4 Resultados (Parte 01)

3 Material e Procedimento Experimental

Estudo de três distintas rotas de têmpera a vácuo e revenimento para o aço AISI H13

DETERMINAÇÃO E AVALIAÇÃO DA DUREZA E DA MICROESTRUTURA DO AÇO AISI 5160 NA CONDIÇÃO PADRÃO E ESFEROIDIZADO.

Processos Metalúrgicos AULA 7-8 DIAGRAMA TTT E TRATAMENTOS TÉRMICOS

LEVANTAMENTO DA CURVA DE TEMPERABILIDADE E CARACTERIZAÇÃO METALOGRÁFICA DO AÇO SAE-1140-D

ANÁLISE DO DESGASTE DE FERRAMENTAS DE CORTE DE AÇOS RÁPIDOS SUBMETIDOS A DIFERENTES TEMPERATURAS DE TRATAMENTO

Figura 49 Dispositivo utilizado no ensaio Jominy e detalhe do corpo-de-prova (adaptado de Reed-Hill, 1991).

23º CBECiMat - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 04 a 08 de Novembro de 2018, Foz do Iguaçu, PR, Brasil

Tratamentos Térmicos

O teor de C (>2%) está acima do teor que pode ser retido em solução sólida na austenita. " Consequência

ESTUDO AVALIATIVO DA TENACIDADE AO IMPACTO DE UM AÇO SAE 1644 SUBMETIDO A TRATAMENTO TERMOQUÍMICO DE CEMENTAÇÃO.

21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 09 a 13 de Novembro de 2014, Cuiabá, MT, Brasil

EFEITO DA TEMPERATURA DE REVENIMENTO NO AÇO ASTM A 522 UTILIZADO NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS *

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS

TECFAR COMERCIAL E INDUSTRIAL LTDA

GUIA PRÁTICO AÇOS E METAIS

Cesar Edil da Costa e Eleani Maria da Costa TRATAMENTOS TÉRMICOS T CONTROLE DA MICROESTRUTURA. Finalidade:

ANÁLISE MICROESTRUTURAL DE AÇO CARBONO COM ADIÇÃO DE MANGANÊS PARA PRODUÇÃO DE TUBOS COM COSTURA ATRAVÉS DO PROCESSO DE SOLDAGEM ERW/HFIW*

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS. Engenharia e Ciência dos Materiais I Profa.Dra. Lauralice Canale 1º.

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE RESFRIAMENTO E DO TEMPO DE AUSTENITIZAÇÃO SOBRE A DUREZA DE ENGRENAGENS DE AÇO SAE 1045 RESUMO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

Departamento de Engenharia Mecânica. Prof. Carlos Henrique Lauro

CENTRO DE SERVIÇOS DE TRATAMENTO TÉRMICO. Soluções completas em tratamento térmico.

PGMEC EME774 Tratamentos Térmicos dos Aços. Prof. Scheid

CENTRO DE SERVIÇOS DE TRATAMENTO TÉRMICO. Soluções completas em tratamento térmico.

Tratamentos de Recozimento [20] Finalidade dos tratamentos de recozimento:

MELHORIA NA USINABILIDADE DOS AÇOS SAE 1008 E 1045 COM USO DE TRATAMENTO TÉRMICO DE RECOZIMENTO

INFLUÊNCIA DE ASPECTOS MICROESTRUTURAIS NA RESISTÊNCIA À FRATURA DE AÇO ESTRUTURAL COM APLICAÇÕES OFFSHORE

TÊMPERA EM ÓLEO DE PALMA: UM ESTUDO APLICADO EM AÇO DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA UTILIZADO COMO INSTRUMENTO DE CORTE

CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHEIRO CELSO DANIEL CAMILA PUCCI COUTO

Transformações de fase em aços [15]

Processos de tratamentos térmicos dos metais ferrosos e não ferrosos - parte 1/2

TERMINOLOGIA UTILIZADA NOS TRATAMENTOS TÉRMICOS

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO METAL-MECÂNICO APÓS CONFORMAÇÃO A QUENTE

Universidade Estadual de Ponta Grossa/Departamento de Engenharia de Materiais/Ponta Grossa, PR. Engenharias, Engenharia de Materiais e Metalúrgica

RESISTÊNCIA AO DESGASTE DE AÇOS MICROLIGADOS COM NIÓBIO

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS

EFEITO DO TRATAMENTO TÉRMICO NA TRANSFORMAÇÃO DE FASES DE UM AÇO MICROLIGADO FORJADO

Aços Ferramenta. A.S.D Oliveira

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA INTERCRÍTICA NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E TRIBOLÓGICAS DE UM AÇO 0,2%C-1,5%Mn-1,35%Si MUTICONSTITUÍDO COM EFEITO TRIP

Transformação de fase em metais

[8] Temperabilidade dos aços

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS. Engenharia e Ciência dos Materiais I Profa.Dra. Lauralice Canale

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO METAL-MECÂNICO APÓS CONFORMAÇÃO A QUENTE

3 MATERIAL E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Graduando do curso de Engenharia Mecânica, Unidade 9, UNINORTE, rua Leonardo Malcher, 715, Centro,

Aços Ferramenta Gerdau

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL DO AÇO SAE 1080 APÓS DIFERENTES TRATAMENTOS TÉRMICOS*

Aula 20: Transformações Martensíticas. - Transformação Martensítica é uma reação de deslizamento que ocorre sem difusão de matéria.

Efeito da microestrutura de uma liga de aço carbono obtido por processos distintos

INFLUÊNCIA DO CAMINHO DE AQUECIMENTO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE UM AÇO 1020 TEMPERADO A PARTIR DE TEMPERATURAS INTERCRÍTICAS

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE TRATAMENTO TÉRMICO SOBRE A RESISTÊNCIA Á CORROSÃO DO AÇO INOXIDÁVEL MARTENSÍTICO AISI 420

Transcrição:

Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2016 Rafain Palace Hotel & Convention Center- Foz do Iguaçu - PR 29 de agosto a 1 de setembro de 2016 ANÁLISE COMPARATIVA COM DIFERENTES TRATAMENTOS TÉRMICOS NO AÇO VC 131 RAIMUNDO NONATO ALVES DA SILVA 1 * BRUNO MELLO DE FREITAS 2, VALDIR CARDOSO DE OLIVEIRA 3, ANTÔNIO CLAUDIO KIELING 4, JOSÉ COSTA DE MACEDO NETO 5. 1 MSc. Professor em Engenharia dos Materiais UEA/EST, Manaus-AM, raimundo.nonato.silva@gmail.com 2 Doutorando em Engenharia Mecânica, UFRJ/COPPE, MSc. Prof. em Engenharia dos Materiais UEA/EST, Manaus-AM, bfreitas@uea.edu.br 3 Graduando em Tecnologia de Manutenção Mecânica, UEA/EST, Manaus-AM, vco.mec@uea.edu.br 4 Dr. Professor em Engenharia Mecânica UEA/EST, Manaus-AM, antonio.kieling@yahoo.com 5 Dr. Professor em Engenharia de Materiais, UEA/EST, Manaus-AM, jotacostaneto@gmail.com Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2016 29 de agosto a 1 de setembro de 2016 Foz do Iguaçu, Brasil RESUMO: O aço VC 131 é um produto muito utilizado no mercado para confecção de matrizes de corte e facas de tesouras de alto rendimento, para cortes de chapas de aço silício e chapas de aço até 4 mm de espessura, estampos para cortes de precisão na indústria de cartonagem e relojoaria, placas de revestimentos de moldes para tijolos e ladrilhos, ferramentas para prensagem de pós-metálicos e materiais altamente abrasivos; guias para máquinas operatrizes, réguas para retificadoras, peças de desgastes de calibres, micrometros e ferramentas em geral, onde se exige máxima resistência a abrasão e retenção de corte. Após os tratamentos térmicos de Recozimento, Normalização, Têmpera e Revenimento no aço VC 131 foi realizado ensaios de dureza Rockwell em todas as amostras, além da análise de micrografia, verificando-se a microestrutura obtida pela realização desses tratamentos e comparando-a com um padrão previamente estabelecido. Comprovou-se que ocorreu uma diminuição da dureza na amostra recozida, enquanto que nas amostras que sofreram tratamentos de normalização, tempera e revenimento houve aumentos da dureza. Todas as amostras sofreram mudanças estruturais devido ao tratamento térmico aplicado. PALAVRAS-CHAVES: Tratamento Térmico, Dureza Rockwell, Microestrutura, aço VC 131. ABSTRACT: The steel VC 131 is a product widely used in the market for the manufacture of cutting dies and high yield scissors knives, steel plates cuts silicon and steel sheets up to 4 mm thick, dies for precision cuts in the industry cardboard and clocks, mold coatings plates for bricks and tiles, tools for post-metal pressing and highly abrasive materials; guides for machine tools, rules for grinding, wear parts gauges, micrometers and tools in general, which requires maximum resistance to abrasion and cutting retention. After the heat treatment of annealing, normalization, quenching and tempering the steel VC 131 was performed Rockwell hardness tests on all samples, and the micrograph analysis, checking the microstructure obtained by carrying out such treatments and comparing it with a standard previously established. It has been shown that there was a decrease in hardness in the annealed sample, while in samples which have undergone normalization treatments, quenching and tempering hardness was increased. All part suffered structural change due to the heat treatment applied. KEYWORDS: Heat Treatment, Rockwell Hardness, Microstructure, steel VC 131. INTRODUÇÃO Os materiais ferrosos encontrados no comércio, na maioria das vezes, antes de sua utilização final, são submetidos a diferentes tipos de tratamentos térmicos. Estes tratamentos podem ser descritos como, procedimentos utilizados para modificação da estrutura interna ou obtenção de nova formação estrutural do material. (Celestino, 2007). Para avaliar as características das propriedades mecânicas, foi aplicado os ensaios de dureza rockwell, neste método, a carga do ensaio é aplicada em etapas, ou seja, primeiro se aplica uma précarga, para garantir um contato firme entre o penetrador e o material ensaiado, e depois aplica-se a carga

do ensaio propriamente dita. A metalografia é o processo no qual é observado o material que forma a peça, sua composição, propriedade, estrutura, aplicação, etc. Pode ser: físico, químico, metalográfico e especial de analise microscópica para definição das microestruturas, podendo-se assim relacionar os diferentes tipos de tratamento térmico com suas resistências e microestruturas (Rohde, 2010). O recozimento é um processo no qual o aço e aquecido a temperaturas acima da zona de austenitização, é um tratamento térmico realizado com o fim de alcançar um ou vários seguintes objetivos: remover tensões devidas ao tratamento mecânico a frio ou a quente, diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade do aço, alterar as propriedades mecânicas como resistência, ductilidade etc., (Spectru, 2013). A normalização visa refinar a granulação grosseira de peças de aço fundido principalmente, frequentemente, e com o mesmo objetivo, a normalização é aplicada em peças depois de laminadas ou forjadas. A normalização é ainda usada como tratamento preliminar à têmpera e ao revenido, justamente para produzir estrutura mais uniforme do que a obtida por laminação. Os constituintes que se obtém na normalização são Ferrita e Perlita fina ou Cementita e Perlita fina. Eventualmente, dependendo do tipo de aço, pode-se obter a Bainita (Spectru, 2013) A tempera consiste no resfriamento rápido do aço de uma temperatura elevada o suficiente para promover a máxima dissolução dos carbonetos na austenita, sem que ocorra crescimento de grãos, este resfriamento geralmente é efetuado por imersão em água, óleo, solução polímera ou sal, embora o ar forçado seja utilizado algumas vezes. O objetivo precípuo da tempera é a obtenção da estrutura martensítica, ou, sob o ponto de vista de propriedades mecânicas, é o aumento do limite de resistência a tração do aço e sua dureza (Américo, 2007). O revenido é o processo realizado no aço após a têmpera, no qual o mesmo é aquecido até temperaturas abaixo da faixa de transformação A 1 e resfriado a taxas baixas, objetivando aumentar a ductibilidade e tenacidade. O revenido permite obter valores específicos de propriedades mecânicas e o alívio de tensões, assegurando estabilidade dimensional. (Américo, 2007). MATERIAL E MÉTODOS Inicialmente foi selecionada uma barra de aço - VC 131 para ser secionada para obtenção das amostras, a composição química deste aço e constituída por (C = 2,10 %; Cr = 11,5 %; W = 0,70 %; V = 0,15 %), normas/similares DIN X 210 CrW 12; Wnr 1.2436; AISI D6; ABNT D6; JIS G 4404-72; Tipo SDK 2, cores de identificação Amarelo Verde Amarelo, características gerais, alta estabilidade dimensional e excelente resistência ao desgaste, especialmente em condições abrasivas, as amostras foram confeccionadas em forma de prismas com as seguintes dimensões 30 mm x 20 mm x 12 mm na máquina de corte (ARACOR 40-ARATEC). O recozimento foi o primeiro tratamento a ser trabalhado. A amostra foi aquecida a uma temperatura acima da zona crítica, ou seja, por volta de 960 C, que começou a marcar o tempo de cinquenta minutos, tempo necessário para se modificar as características da peça original. Após o processo de aquecimento, a peça sofreu um resfriamento lento, dentro do forno. Na normalização, a peça foi submetida a uma temperatura de 960 C, durante cinquenta minutos, seguido de um resfriamento ao ar livre, conforme a Tabela 1, A fim de se obter a Ferrita e a Perlita fina. Na têmpera, a peça foi pré-aquecida a 550ºC para garantir uma homogeneidade de temperatura e minimizar as distorções. Em seguida foi submetida a uma temperatura de austenitização, entre 950 970ºC, por cinquenta minutos no forno e resfriamento em óleo pré-aquecido a 70ºC, sob agitação. Depois da têmpera foi feito o revenimento, o qual foi feito numa temperatura entre 300 340ºC, por 100 minutos no mesmo forno resistivo, a fim de aliviar as tensões contidas no material devido ao resfriamento brusco. Tabela 1: Especificações dos tratamentos térmicos realizados nas amostras. Aço Tratamento Temperatura Tempo Resfriamento Térmico Recozimento 960 C 50 min Forno VC Normalização 960 C 50 min Ar livre 131 Têmpera 960 C 50 min Óleo Revenimento 320 C 100 min Ar livre

Na etapa seguinte, após os corpos de provas serem submetidos a temperaturas de ensaios, estes foram lixados com lixas padronizadas (120, 180, 220, 360, 400, 600, 1200 e 1500). Na próxima etapa os corpos de prova foram para a máquina de polimento (ARATEC ARAPOL 2V), onde foi feito o polimento com o auxílio do um aglomerante de alumina, sendo realizado posteriormente o ataque químico. Esse ataque foi feito com o NITAL 5% (5% Acido nítrico e 5% álcool elítico), revelando os grãos e a estruturas dos corpos de provas analisados. A análise metalográfica foi realizada em microscópio óptico (OLYMPUS CX31), com aumento de 40, 100 e 400 vezes. Nas figuras 04, 05 e 06, temos a micrografia da estrutura da referência, com aumentos de 100 e 400 vezes, respectivamente. Na verificação da microdureza o equipamento utilizado foi o Durômetro de Bancada para Dureza Rockwell Normal Pré-carga de 10 kgf e maior de 60, 100 e 150 kgf. Foram tomados 5 pontos na vertical e 5 pontos na horizontal equidistantes 2 mm entre si por corpo de ensaio, com a finalidade de obter-se uma maior confiabilidade na determinação da dureza foi feito um corte transversal nos corpos de prova com a intensão de medir a dureza de seus núcleos feitas através de 2 pontos equidistantes 10 mm entre si. RESULTADOS E DISCUSSÕES Feito a análise da micrografia da amostra de referência pode-se verificar na figura 1 que a microestrutura granular do aço e seus microconstituintes (Ferrita + Perlita). Notou-se que a quantidade de carbono é compatível com o material. Figura 1: Micrografia da amostra de referência Após o recozimento foi constatado uma redução na dureza de aproximadamente 13 HRc, devido a normalização das tensões internas. Como mostra a figura 2 a microestrutura permaneceu muito similar a da amostra de referência, mais ainda sim pode-se notar uma diminuição da quantidade de grãos e seus constituintes distribuídos em matrizes perlíticas. Figura 2: Micrografia da amostra recozida Conforme a figura 3 na amostra que sofreu o tratamento de normalização, onde constatou-se que os grãos de Ferrita (grãos brancos), se agruparam de forma mais próxima, assim tornando a estrutura mais homogênea e distribuída com a diminuição dos grãos e elevando a dureza em aproximadamente 16,3 HRc deixando o aço mais fácil de ser usinado. Figura 3: Micrografia da amostra normalizada

A amostra temperada foi a que apresentou a maior dureza e também uma boa homogeneidade microestrutural, com os carbonetos bem dispersos e refinados, resultado da boa diluição dos mesmo durante a austenitização. Conforme figura 4. Figura 4: Micrografia da amostra temperada Verifica-se através da figura 5 que nesta amostra encontrasse uma estrutura granular, além das remoções das estruturas internas e redução da dureza excessiva em aproximadamente 2,4 HRc as quais aparecem no corpo de prova que foi temperado. Figura 5: Micrografia da amostra revenida No gráfico 1, podemos analisar e comparar como foi a dispersão das durezas encontradas em cada uma das amostras identificado o tratamento térmico pelo qual passou. E percebemos que são dispersões quase uniformes sem muitas alterações, mesmo nas medidas que foram retiradas do núcleo das amostras, medidas 11 e 12. Gráfico 1: Dureza Rockwell x Tratamento térmico 80 70 60 50 40 30 20 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 referência Recozimento Normalização Tempera Revenimento No gráfico 2, podemos ver um comparativo entre as amostras e suas durezas, onde podemos observar que a amostra que sofreu o tratamento térmico de recozimento teve a menor dureza, enquanto

que as amostras que foram normalizadas, revenida e temperada mantiveram-se bem próximas em relação suas durezas, sendo a amostra do processo de tempera que obteve maior dureza entre todas analisadas. Gráfico 2: Comparativo entre as amostras e suas durezas. 70 60 50 43,3 59,5 64,6 62,2 40 30 30,7 20 10 0 referência Recozimento Normalização Tempera Revenimento CONCLUSÃO Com os resultados das análises micrográficas e de durezas, podemos concluir que ocorreram modificações significativas nas estruturas das amostras de aço VC 131, sendo que o recozimento apresentou uma diminuição na dureza até menor que a amostra de referência essa diminuição se deu numa média de 13 HRc, e a amostra normalizada apresentou dureza maior que a recozida por volta de 28,8 HRc em média. Na têmpera resfriada a óleo a amostra apresentou um aumento de dureza de aproximadamente 50 % em relação à amostra sem tratamento térmico. Para obtenção da dureza, devese ter um cuidado maior em relação o tempo e a temperatura que as amostras ficam no interior do forno, pois sempre deve haver uma completa homogeneização da estrutura. O resultados e processos utilizados para obtenção dos dados foram satisfatórios, podendo assim posteriormente ser aplicados outros processos com um maior controle metrológico, podendo-se trabalhar amostra maiores e de outros tipos de materiais, variar a massa das amostra e suas aplicações, tempo de permanência da amostra no forno, utilização de fornos de atmosfera controlada assim tornando o processo mais rápido e eficaz, e utilizar outros tipos de resfriamento para as amostras, evitando a perda de calor como ocorre no processo de resfriamento por imersão, ainda são muitos os processos a serem testados e criados nesse campo de analises de resistências e estruturas de materiais ferrosos e não ferrosos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Américo, E. P. Estudo de caso: Tratamento Térmico de Punções da Chapa Lateral de Silos para Armazenagem de Grãos, Florianópolis SC, 2007. Celestino P.A.P. Análise comparativa entre o tratamento térmico (têmpera) e o tratamento termoquímico (cementação) realizado em aço 1040. Formando em Tecnologia em Materiais pelo CEFET-RN e Estudante de Engenharia Mecânica na UFRN, 2010. Rohde, R. A. Metalografia preparação de amostras. Uma abordagem pratica Versão-3.0, LEMM Laboratório de Ensaios Mecânicos e Materiais, 2010. Spectru, Instrumental Científico Ltda. Tratamento Térmico dos Aços, 2013, disponível em: www.spectru.com.br/metalurgia/diversos/tratamento.pdf.