Informativo de Segurança e Saúde 03/2010 Introdução: O Grupo Técnico de Estudos de Espaços Confinados GTEEC, coordenado pela CPFL Energia e ligado ao Comitê de Segurança e Saúde no Trabalho - CSST da Fundação COGE, vem dando continuidade ao seu plano de trabalho 2009/2010 e conforme noticiado no Informativo 07 2009, promoverá treinamento dos seus representantes, cujo principal objetivo é a manutenção do intercâmbio técnico e nível de informação entre os participantes, bem como a consolidação de um conteúdo programático formatado para o setor elétrico com a qualidade exigida, destinada aos gestores e executores de trabalhos em Espaços Confinados. Em Assunto para Exame apresentamos a primeira parte do artigo do nosso colega engº Carlos S. Queiroz, publicado no periódico da AMES Associação Mineira de Engenharia de Segurança, que trata de mitos e fatos sobre celulares. Novidades: No período de 03 a 07 de maio de 2010, a Fundação COGE em parceria com a CONECT, realizará o Curso Piloto de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados no Setor de Energia Elétrica Brasileiro, destinado aos componentes do Grupo Técnico, com taxa de inscrição apenas para cobertura dos custos de realização, no Rio de Janeiro. O engenheiro Miranda, da CPFL Energia, vem coordenando as ações técnicas necessárias e desenvolvidas pelo setor, via CSST, envolvendo também a ABRADEE, no que se refere às medidas legais sobre o FAP. O Canal do Comitê deve ser usado para o envio de dúvidas, informações e sugestões, a fim de que os SESMTs possam melhor assessorar às diversas áreas das empresas. 1/6
Informativo de Segurança e Saúde 03/2010 Assunto para Exame: Mitos e Fatos Sobre Celulares INTRODUÇÃO: A telefonia celular é sem dúvida o marco de uma das maiores conquistas tecnológicas do século XX, pondo fim às fronteiras entre as pessoas e permitindo que, praticamente de qualquer ponto do planeta, o ser humano possa estabelecer contato imediato com seu semelhante. Não obstante, por desinformação, o celular tem sido alvo de críticas e causado preocupação à sociedade, devido a mitos de que as radiações emitidas pelas antenas de celulares causam danos à saúde das pessoas.uma inverdade! Este artigo visa esclarecer as dúvidas mais comuns sobre o assunto, apresentando os fatos à luz do conhecimento técnico-científico atual. 1. O QUE É RADIAÇÃO? AS ANTENAS DE CELULAR EMITEM RADIAÇÕES? Radiaçãoéapropagação de energia através do espaço em forma de ondas eletromagnéticas. Por exemplo, quando uma pessoa se coloca nas proximidades de uma lareira ou se bronzeia na praia, o calor que sente é devido à radiação térmica. Além do celular, os demais meios de comunicação sem fio, como rádio, televisão, internet, GPS, radar etc. funcionam graças à radiação das ondas eletromagnéticas; daí o nome rádio. Radiação não deve ser confundida com radioatividade. As radiações eletromagnéticas são ondas produzidas por campos elétricos e magnéticos. Propagam-se no espaço, à velocidade da luz cerca de 300.000 km/s. São caracterizadas pela freqüência, expressa em Hertz (Hz), que corresponde ao número de ciclos por segundo e o comprimento da onda que é a distância alcançada por cada ciclo. Quanto mais alta a freqüência mais curta é a onda. A relação entre o comprimento da onda e a freqüência é dada pela fórmula: 300 λ = f Onde: 300 = velocidade da luz (10 3 km/s) λ = comprimento da onda em m f = freqüência da onda em MHz (1 MHz = 10 6 Hz) Por exemplo, uma freqüência de 100 MHz tem um comprimento de onda igual a 3,0m. As freqüências entre 300 MHz e 300 GHz (1 GHz = 10 3 MHz) tem comprimento de onda muito pequeno, entre 1m e 1mm, sendo denominadas Microondas. 2/6
03/2010 Informativo de Segurança e Saúde 2. RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES / IONIZANTES: A energia da onda eletromagnética (energia fotônica) é função da freqüência. As radiações não-ionizantes são radiações do espectro eletromagnético que não tem energia suficiente para ionizar os átomos da matéria. Apresentam energia fotônica inferior a 12eV (elétron-volts). As freqüências utilizadas pela telefonia celular e outros meios de comunicação, possuem energia fotônica muito pequena, sendo portanto, do tipo não-ionizante. À luz do conhecimento científico atual a exposição de seres humanos às radiações não-ionizantes, não causa problemas. A exposição a altas densidades de potência pode levar ao aquecimento das células. Já as radiações ionizantes apresentam nível energético acima de 12eV sendo capazes de quebrar as ligações eletrônicas dos átomos, no processo chamado ionização. Iniciam-se no limite superior dos raios ultravioleta, abrangendo os raios-x, radiações gama e raios cósmicos. A exposição a essas radiações pode causar mutações no DNA e ser letal. 3. COMO FUNCIONA A TELEFONIA CELULAR? O telefone celular é na realidade um rádio transmissor / receptor, operando na faixa de UHF (ultra high frequency), ou seja, uma versão moderna dos conhecidos walkie-talkies aqueles radinhos usados pela polícia há muitos anos para comunicação a pequenas distâncias. Quando você liga para alguém utilizando seu telefone celular, o aparelho estabelece contato com a operadora através de uma estação rádio-base (ERB). A central da operadora recebe a ligação eaencaminhapara o destino (telefone fixo ou móvel). Quando alguém liga para o seu celular, a central da pessoa que chamou encaminha a ligação para a central de sua operadora. Daí, a ligação é encaminhada para você através da ERB mais próxima. Se você estiver se deslocando, o seu celular irá se conectando sempre com a ERB mais próxima (automaticamente, num processo chamado Hand-Off ), de forma a obter o melhor sinal. 3/6
Informativo de Segurança e Saúde 03/2010 A fim de evitar interferência entre usuários (linhas cruzadas), o telefone celular opera com baixa potência, o que resulta em alcance limitado. Assim, para proporcionar uma cobertura adequada, é sempre necessária a presença de uma antena (ERB) nas proximidades do telefone. Cada ERB só consegue atender a uma área geográfica limitada, chamada célula (daí a origem do nome CELULAR). O conjunto destas células, denominado Cluster, forma a área de cobertura do sistema móvel celular. Fig. nº 01 Estrutura do Sistema Celular A região a ser atendida é dividida em micro regiões denominadas células. Cada célula dispõe de uma ERB com os equipamentos de recepção e transmissão, torre e respectivas antenas. A interligação da ERB com a central é por fibra ótica ou radioenlace em microondas. Cluster é o conjunto de células. 4. O TELEFONE CELULAR TEM RADIOATIVIDADE? Não. Por falta de informação, as pessoas geralmente, confundem as radiações emitidas pelos telefones celulares com radioatividade. Radioatividade é a propriedade de certos elementos químicos de elevado peso atômico (como urânio, césio) de emitir espontaneamente energia (raios gama) e partículas subatômicas (alfa e beta). A radioatividade é uma radiação ionizante, penetrante, de alta energia, com riscos à saúde humana. 4/6
03/2010 Informativo de Segurança e Saúde O celular não utiliza nenhum tipo de material radioativo. Portanto, não existe nenhuma correlação entre celular e radioatividade. O celular usa apenas ondas de rádio, ou seja, radiações não-ionizantes. 5. POR QUE A TELEFONIA CELULAR PRECISA DE TANTAS TORRES? Conforme explanado no item 3, a telefonia celular opera com baixa potência e para proporcionar a cobertura adequada é necessária a presença de uma ERB ( torre ) nas proximidades do telefone celular. Na torre estão instaladas as antenas de recepção e transmissão da ERB Estação Rádio-Base. A torre é apenas um suporte de fixação para as antenas. Estar nas proximidades da torre não significa estar perto da antena, pois esta está no topo da torre (Fig. nº 2). Figura nº 2 - Torre de uma ERB celular, vendo-se as antenas (setorizadas) de recepção e transmissão. Vê-se também a antena parabólica do radioenlace em microondas. 5/6
03/2010 Informativo de Segurança e Saúde 6. O QUE É UMA ESTAÇÃO RÁDIO-BASE (ERB)? Estação Rádio-Base ou ERB é um rádio bidirecional (recebe e transmite) de baixa potência, dotado de antenas direcionais de transmissão e recepção, montadas no topo de uma torre ou poste, para comunicar-se com os telefones móveis celulares. A ERB se comunica com a central celular através de fibra ótica ou por meio de radioenlace em microondas (Fig. nº2). As ERB s normalmente operam nas freqüências entre 1775 MHz a 1880 MHz (1MHz = 106 Hz) GSM, dependendo da banda de operação. Carlos S. Queiroz Engº Seg. Trabalho Especialista em RNI Mestrando em Gestão de Riscos em Geotecnia e Desastre Naturais; Membro da Diretoria da AMES 6/6