I HiBLiOTECA/ ONSUMIDO



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Transcrição:

HiBLiOTECA/ MPRESSO Órgão informativo de Sâo Paulo Associação de Consumidores JORNAL ANOi do N? 6 Pode ser vendido somente em bancas Cr$ 100,00 ONSUMDO Defesa Civil Brasileira preocupada cornos efeitos da energia nuclear A Comissão de V e- fesa Civil de São Paulo e os moradores de Bananal e São José do Barreiros estão preocupados com acidentes com as usinas nucleares de Angra dos Reis. Os físicos Marcelo Damy e Mário Schemberg também depões sobre o assunto nesta reportagem. Página 3 Dois mil usuários reclamam todos os meses das contas da TELESP Página 4 Farmácias vendem produtos cancerígenos Os produtos Pruritrat e Piolex, vendidos normalmente em farmácias para combater piolhos,são totalmen te tóxicos e cancerígenos. Estas são denúncias apresentadas durante o Encontro de Agricultura Alternativa realizado neste mes em Petrópolis. Página 7 Agente laranja já mata: cientistas e entidades denunciam os agrotóxicos! r Vários cientistas brasileiros e entidades de defesa de consumidores e de ecoiogistas denunciam a morte que está havendo no Brasil pela aplicação de agrotóxicos e defensivos agrícolas de vários tipos. Reportagem nas páginas 5,6e7. Saiba quais as frutas e verduras que estão contaminadas por agrotóxicos Página 6 ^

página 2, Aflatoxina: o governo promete acabar com isso. Toda a ameaça existente com a venda do amendoim e do feijão está sob análise de uma Comissão ntergovemamental e a aflatoxina existente, caso houver, será impedida de ir ao consumo. Pelo menos é isso que ficou decidido na última reunião da comissão que trata deste assunto no Ministério da Agricultura. Até o fim do mês de abril um documento final edecisório sobre a questão da aflatoxina no Brasil estará pronto e deverá ser divulgado ao público, prometeu o técnico Mauro Marinho, do Codecon. Este documento estabelece objetivamente providências e responsabilidades de cada segmento envolvido, incluindo os órgãos públicos ligados à vigilância sanitária. NDÚSTRAS/ANÁLSES Mauro Marinho, explica que este resultado será obtido de uma maneira satisfatória porque hoje as indústrias começam a pedir, espontaneamente, análises de amendoim usado como matéria-prima. Diz que o esclarecimento da opinião pública, sobre a gravidade do problema, está sendo maior a cada dia e expressiva a movimentação de todos os setores de produção e distribuição do amendoim e do feijão. E há pesquisas sobre o assunto que não deixarão mais dúvidas como combater, reduzir e impedir o surgimento da aflatoxina, este veneno letal. São Paulo Associação dos Consumidores Publicação da São Paulo Associação dos Consumidores, wa Bar»> de tapetininga, 255, conjunto 1001, CEP 01042, São Paulo SP, telefones: 255-7893 e 2554962. Presidente:Renato Rodrigues. Tucunduva Júnior Jornalista 'responsável Raui Antônio Varassin Edição Gráfica: Osmar Vitorino Colaboradores: Luís Henrique V. Tucunduva sabel de Paiva Fábio de Castro Quintanüha (charge) Heveli Cássia Maima Fausto J. de Maceo Wose Luiz Lo nak Maria de Fátima Oliveira Reinaido Canto Pereira Filho Sônia /faria Gosta Composição, past-up e fotolito:' Publicações Paineiia Ltda, Av. Prof. Francisco Morato, 3.559. mpressão: Jornal Paulista Ltda. Rua Oscar Goidlnho, 46, SSo.Pauio SP As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente 3 opinião; do jornal. A alta fantástica nos últimos três meses do preço do feijão, está a exigir ação corretiva urgente. A escalada absurda do preço, do feijão, o mais importante componente da ração mínima da população brasileira: o arroz com feijão, retira da boca faminta dos que têm baixarendao mais nutritivo componente desta ração. Arroz sem feijão desnutre ainda mais os esquálidos 'párias" da "democrática" sociedade brasileira. Genocídio sutil e ganancioso, típico do "jeitinho brasileiro". O atacadista Manoel da Costa Pereira denunciou há alguns dias que o presidente da Bolsa de Cereais de São Paulo, Sr. Antônio Favano Neto, permitiu que os corretores, ao vender 16 milhões de toneladas de feijão dos estoques governamentais, cobrassem dos compradores, POR FORA, uma quantia extra de oito mil cruzeiros por saca de 60 quilos, ou seja 50 % do preço mínimo da JUKNAL EDTORAL venda, que foi de quinze mil cm zeiros a saca. A lei de economia popular, artigo 3.o, inciso V, determina que é crime provocar a alta de preços de mercadorias por meio de operações fictícias ou qualquer outro artifício. Por sugestão da Divisão de Economia Popular da Delegacia do Consumidor, Decon,a Associação dos Consumidores de São Paulo está en trandocomuma representação para abertura, de inquérito policial con tra os responsáveis. Especular com a fome do povo é atentado contra a humanidade. Levar vantagem tem que ter um limite. E o limite é o homem. Só a punição exemplar dos res ponsáveis é que evitará especula ções do preço Em nome dos con sumidores, todos lesados e, prin cipalmente em nome dos que pas sam fome, é esta a súplica desespe rada que fazemos ao governo de mocrático Montoro. Cuidado com o SPC. É difícil processá-lo! Você sabia, consumidor, que não há nenhuma defesa judicial com as "deduragens" do Serviço de Proteção ao Crédito. Trocando em miúdos o S.P.C. não existe como sociedade civil ou comercial, sequer tem personalidade jurídica, é uma simples reunião de comerciantes. Portanto quando o Serviço de Proteção ao Crédito negativar o seu precioso crédito, mesmo que você tenha pago corretamente, não adianta você processar o S.P.C. por abalo de crédito (ação civil indenizatoria) pois o S.P.C. não ssrá citado, condição necessária para a possibilidade do andamento do processo, simplesmente porque não existe nenhum responsável legai. JUROS EXTORSVOS Não é uma entidade Kafkiana ou esotérica não. Ela é real e palpável. E está aí a desafiar qualquer cidadão mais incrédulo: é o Serviço de Proteção ao Crédito da Associação Comercial de São Paulo. Só durante o ano de 1983, 631.961 pessoas foram negativadas pelo SPC da cidade de São Paulo conforme informamos na edição passada deste jornal, um verdadeiro "crime" contra esta massa de consumidores prejudicando o mercado interno já em recessão há quase 4 anos. Como se não bastasse o contexto recessivo, agravado pelas restrições creditícias por conta dos juros extorsivos arrancados da pele do consumidor, ainda prolifera um verdadeiro submundo "administrativo-juridico" que são as detestadas agências de cobrança. Estas agências de picaretagens, travestidas de "departamentos jurídicos" utilizam-se dos expedientes mais abusivos e ilegais contra o consumidor devedor com as conhecidas cartas contendo as mais variadas ameaças. Contra estes abusos, que continuam, veio o projeto do deputado Marcondes Pereira, extinguindo os SPCs, recebendo dos consumidores, brasileiros todo apoio para acabar de vez com a tirania que destro i ainda mais o poder aquisivo do consumidor brasileiro. 0 o BANCÁROS QUEREM JORNAL "Recebemos o último número do Jornal do Consumidor, o qual muito apreciamos. Para assegurar o recebimento regular ido jornal;, solicitamos seja alterado o endereço, anexo. Gostaríamos também de conhecer melhor as atividades da SPAÇO, especialmente aquelas desenvolvidas na área de documentação/informação em direito do consumidor. Cláudia Negrão Balby, bibliotecária do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo". "Queremos parabenizar a São Paulo Associação de Consumidores pela produção do "Jornal do Consumidor". Ficamos contentes em ver informações de interesse do consumidor serem tratadas de forma clara e amplamente discutidas. No dia 12 último divulgamos a notícia do amendoim contaminado em nosso programa de rádio "Vida Natural" e no dia 16 retomamos a notícia e dedicamos um espaço especial à divulgação das outras notícias e do próprio jornal. nfelizmente tais notícias são pouco ou mal divulgadas em São Carlos. Em vista disso, e do interesse que, com certeza, os consumidores têm em relação a informações sobre o que eles consomem, pedimos que nos autorizem a divulgar as notícias em outros de comunicação da cidade. Com saudações ecológicas, Maria Waldenez de Oliveira, Associação Para Proteção Ambiental de São Carlos". DENTSTAS TAMBÉM "Com satisfação agradecemos o recebimento do Jornal do Consumidor edição n.o 5, e a especial atenção para com nossa entidade. Walter Azzalin, presidente do Sindicato dos Protéticos Dentários de São Paulo".

JORNAL Brasil se prepara para acidentes com energia nuclear e Defesa Civil já age Quatro horas da madrugada. Hora zero do acidente. Uma falha de válvulas da unidade de purificação da água do sistema de refrigeração do reator. Os dois operadores começam a ver o desencadeamento do acidente. Chamam o chefe de turma. As bombas de alimentação principal estão paradas. O mostrador indica a pressão aumentando. Sobe a temperatura. O reator é desligado automaticamente. O movimento na sala de controle cresce à medida que vão chegando os operadores. Já há entre 20 á 50 pessoas na sala, ninguém sabe ao certo. Fora da usina, já se sabe. Os moradores estão acordados e houve escape de radiação. A movimentação em torno do reator é intensa. Carros de bombeiro avisam a população e iniciam as operações de evacuação. Até o final da cadeia do acidente, duzentas mil pessoas já abandonaram suas casas num raio de pelo menos 50 milhas. Alarma geral. Não se trata de roteiro do filme "Sindrome da China", nem acidente no reator de Angra 1, graças a Deusl A descrição acima é uma montagem dos dados disponíveis sobre o acídentp com a Usina Three Mile sland entre 4 e 7 horas e 20 minutos do dia 28 de março de 1979, perto de Harrisburg, Pennslyvania, Estados Unidos. SÃO PAULO AMEAÇADA? Agora, completos cinco anos do maior acidente nuclear já ocorrido e, o terceiro ano de operações, cheio de paralização da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, unidade 1 de Angra dos Reis; tendo ocorrido uma longa polêmica entre a comunidade científica brasileira e as autoridades governamentais e sob o impacto de outra "produção desastre" norte americana, embora de ficcção, o filme" The Day Áfter" que enfoca o tema terrível da guerra nuclear, volta a pergunta: São Paulo, com seus 15 milhões de habitantes, estaria dentro de um círculo de perigo igual ao do acidente de Three Mile sland? A dúvida^pelo menos / é bem mais realista que a da devastação atômica levantada no começo do ano pelas revistas semanais, à propósito dos efeitos da queda de uma bomba nuclear no coração de São Paulo. E se o reator experimental que existe na USP, explodisse? MÁRO SCHEMBERG Pelo menos dois cientistas representativos dos adversários do Programa Nuclear Brasileiro, como ele está colocado não negam a possibilidade de radiação de um acidente com Angra 1, pelo menos admitem insuspeitamente que não têm como prever um problema desse tipo e sua magnitude. Em princípio, o físico Mário Schemberg não parece preocupado com as hipóteses de acidentes nucleares imediatos. Para ele, afinal, a radiação é uma característica da natureza de várias fontes radiativas com as quais o homem convive desle a antigüidade. "De fato';diz ele, agora há maior perigo porque a radiação está mais concentrada, mas há um perigo rotineiro no manuseio e exposição à chapas de Raios X por médicos, dentistas e pacientes desprevenidos que acabam se tornando vítimas da própria imprudência. Há hoje maior consciência dos perigos desse tipo de radiação, que pode afetar tantoos operários que manipulam material radiativo como banhistas em praias de areia monazítica. A pericuiosidade depende da quantidade". A instalação de usinas nucleares no Brasil para produzir energia elétrica e o desenvolvimento do programa nuclear brasileiro fizeram o Brasil mergulhar em outro tipo de problema: a poluição nuclear. Pior que isso é o medo de um acidente nas usinas. Moradores das cidades de Bananal e São José do Barreiros vivem preocupados com isso. E agora, surpreendemente, a Comissão de Defesa Civil do Estado de São Paulo, começou a agir. O repórter Fausto José de Macedo ouviu os físicos Marcelo Damy - responsável pela instalação do único reator atômico brasileiro, no nstituto de Pesquisas Nucleares na Cidade Universitária - e Mário Schemberg - que trabalhou com Albert Einstein na Universidade de Princeton, além de oficiais da Policia Mi litar responsáveis pela Comissão de Defesa Civil de São Paulo. E o resultado aqui está. MARCELO DAMY Opinião semelhante tem outro cientista, Marcelo Damy, da PUC de São Paulo, responsável pela instalação do reator do PEN/nstituto de pesquisas energéticas e nucleares (antigo EA): "O reator do PEN é até modelo internacional por sua segurança, tanto que os técnicos da Comissão nternacional de Energia Atômica que estiveram na sua instalação recomendaram desde logo a técnicos de todos os países que seguissem suas especificações". Com relação ao reator de Angra, nenhum dos dois físicos afirma conhecer as condições de segurança. O professor Damy menciona apenas que não dispõe de dados para confrontá-los com os do reator com o qual conviveu desde o final da década de 50, seu' orgulho..'^funciona desde 1957 sem que nunca tenha havido o menor traço de mau funcionamento ou contaminação radiativa" e adverte que se tivesse sido consultado para a instalação de um reator de potência (que difere do reator do PEN pela finalidade de gerar energia elétrica) optaria por um reator à água pesada, ou grafite ou urânio natural, que considera os mais seguros e os que dariam auto-suficiência à tecnologia nuclear do país, "como de resto foi feito enquanto estive presidindo a Comissão Nacional de Energia Nuclear entre 1961 e abril de 1964 quando adotamos a decisão de sugerir um reator a água pesada depois de ouvirmos a opinião de todos os especialistas". Afastado da USP em 1968, quando foi aposentado "compulsóriamente" por razões políticas, o físico Mário Schemberg afirma que não sabe se o reator de Angra é seguro, pois não tem elementos: "como ocorre em geral no Brasil, onde se costuma cercar esses assuntos de muitas reservas, pois tudo o que toca em energia nuclear vira segredo militar. O caso de Angra é muito complexo, ali foi feito tudo errado desde a escolha de um local que, pela sua beleza poderia render milhões de dólares em turismo". PREOCUPAÇÕES COM ANGRA "Nós temos um fato concreto, existe uma população que eventualmente tete mos de remover do local em caso de aci dente. O problema não é com a Usina, c com a população, a quem devemos aten der". Com estas palavras o coronel Ubi rajara Almeida Gaspar abriu a segunde reunião da Comissão Estadual de Defesí Civil do Estado convocada no dia 21 de fevereiro último diante do retorno as ati vidades da Central Nuclear. Na reunião se encontraram os três grupos constituídos durante a primeira ação prática de Defesa Civil para estudar: o transporte da população a ser retirada e impedimento de tráfego; evacuação e abrigo dos populares em caso de acidente e, na parte técnica, monitoração e dosimetria (medição da radiação) do local dentro da área paulista passível de sofrer as conseqüências diretas de um escape de gases radiativos em caso de acidente grave. página3 BANANAL ATNGDA Para o major Francisco Lamenza. de acordo com as normas internacionais existem quatro hipóteses de avaliação de um acidente com Central Nuclear e o desencadeamento de ações de defesa civil: nível 1 ou a emanação de efluentes radiativos (gases) restritos às próprias instalações das Usinas, e portanto fora do alcance da Defesa Civil do Estado de São Paulo; nível 2, num círculo de 5 quilômetros em torno do reator, em que a Defesa Civil do Rio de Janeiro/CORDEC (que aliás encabeça as regionais de Rio, São Paulo e Espírito Santo, teria a seu encargo as providências mencionadas; nível 3, num círculo de 10 quilômetros, ainda fora da fronteira de São Paulo e nível 4, de grande magnitude, ameaçando diretamente a cidade paulista de Bananal, com 10.820 habintantes e distante 13 quilômetros apenas da Central atômica. Segundo ele apenas nesse caso a CEDEC, de São Paulo entraria em ação. Há duas semanas, o capitão Franco da Rocha, membro da Defesa Civil e das comissões que preparam orientação na eventualidade de um acidente com Angra, pode constatar uma grande ansiedade nos habitantes de Bananal e São José do Barreiro, esta com 3.820 moradores em relação às contínuas paralisações e notas desencontradas dos técnicos de Fumas empresa encarregada de operar a Usina e da Nuclebrás. "Fui obrigado a alterar o roteiro de palestras que tinha programado em Guaratinguetá, para falar de assuntos de Defesa Civil às comissões do Vale do Paraíba, para orientar duas professoras de uma escola que fica próxima à área de perigo e assistentes sociais das duas cidades", disse. PROBLEMAS SÃO CONSTANTES De fato, desde o início das operações da Central Almirante Álvaro Alberto, em 81, tem havido muitos problemas técnicos gerando mais preocupações que luz para a população das localidades vizinhas. Primeiro foi uma nota da Nuclebrás, citada pela revista Ciência e Cultura da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC, de abril de 82. alertando para que, se ocorressem defeitos semelhantes aos acontecidos com outras usinas nucleares tipo Westhinghouse em outros países, haveria necessidade de se perfurar o prédio do reator para reforço de sua estrutura o que demoraria uns dois anos. NUTLDADE Recentemente, em novembro do ano passado, no dia 25/11/83, o ministro César Cais das Minas e Energia chamou os jornalistas para desmentir informações de que Angra 1 tivesse liberado radiação e explicou que o vazamento tinha ocorrido numa tubulação de condensação resultado de corrosão e revelou que se fosse necessário a usina ficaria paralisada por no mínimo mais quatro meses, mas dizendo não estar preocupado com as contínuas paradas daquela unidade e eventuais prejuízos pois: "O importante é que funciona com segurança. Nós não estamos precisando de energia, há sobra de energia na região". Segundo o físico Mário Schemberg o perigo imediato de Angra já se consumou: "o gasto inútil de dezenas de bilhões de dólares. No Brasil se cometeu o erro grosseiro e inaceitável de confundir o preço da energia produzida pela queima de petróleo com o preço de energia produzida por hidrelétrica. Nunca ninguém disse, em lugar nenhum do mundo que a energia nuclear pudesse competir com a hidrelétrica. Fausto José de Macedo

Dois mil consumidores reclamam, todos os meses, contra cobrança ilegal das contas telefônicas ERRO DE COMPUTADOR O chefe da Dfvisáo de mprensa e Pubiddade da TeJesp, Carlos Aifaerto Ceaama, explica\ o aumento de número de irfwjw» cotno uma desatenção do conaanadcff. "Quando alguém está batendo papo peto telefone não percebe há quaibei ísmpo está na Unha". Ele menciona fambém, que sso poucos os que ojhans a Ssta telefônica para saber as localidades ande um impulso vaie menos que 4 mmmos. São os prefixos 801, 491, por exemplo, que constituem serviço intenarfcano automático (Veja tabela abaixo). Nestes casos f cada ligação depende do tempo de conversação e distâncias envomáas. Para localidades até 100 quilômesros de distância da área de tarifa básica (ATB) cada impulso corresponde a 18 oa 10 segundos. Estas ligações não fazem parte das efetuadas em horários especiais (eatre 20 e 8 horas dos dias úteis, ou 24 heras dos domingos e feriados naõodaõs) correspondem a um só impulso, ou íem descontos de 50 por cento. Rmknente, estes fatos elevam o nu mero de inipu&os, mas ás vezes se verifia aumesstos exagerados. Estes enros grosseiros, segundo Ceneéva, são cometidos pelo computador. O procedimento do assinante, é náo pagar a conta e ir pessoalmente até uma loja de atendimento da Telesp. Lá a gueixa é aceita e se verifica dentro do prazo de 60 dias, se a reclamação é procedente ou náo. Enquanto isso, o assinante não é obrigado a pagar a conta. DUAS ML RECLAMAÇÕES A Tetesp recebe mensalmente cerca de duas mil reclamações deste tipq/o que para Ceneviva, é um número pequaoo se comparado com os 4 milhões de aparelhos do Estado de São Paulo. Dos 572municípios existentes, 531 possuem telefone. Os avanços tecnológicos da rede, e a diversidade dos serviços oferecidos, como farmácias de plantão, central de recados, fac-símile, despertador, hora certa, ajudaram a fazer da Telesp a se tornar a quinta empresa estatal mais lucrativa (77 milhões em 1983, segundo a Edição Especial de "As maiores e melhores de Exame"). Mas nem sempre o moder- no sistema telefônico da Telesp consegue resolver alguns problemas. Há quatro meses o gerente da auditoria independente, Victorio Yoshimura, sente Unha cruzada no seu aparelho. Até já ten- tou consertar, mas as conversas reaparecem. As chamadas falsas, que já reclamara, não passam de trote para Carlos Ceneviva. AUMENTOS Cumprindo o ritual dos aumentos, mediai trimestrais, que se inciciaram em 1980 (tabela anexa), o Ministério das Comunicações elevou as tarifas a partir de l.o de abril, pela segunda vez neste ano. Este ano o primeiro aumento foi no dia 5 de janeiro. Ceneviva não soube informar de quanto será o novo aumento. Normalmente eles são de 3 por cento abaixo do NPC (índice Nacional de Preços ao Consumidor). O presidente da São Paulo-Associados dos Consumidores, SPAÇO, Renato Tucunduva Júnior, contesta o aumento das tarifas que seguem qualquer índice econômico, neste caso, segundo o NPC. Acha que a indexação tem efeito multiplicador inflacionário. Para ele, a solução é criar Conselho de Consumidores, para analisar as justificativas de aumento de custo das empresas concessionárias dos serviços públicos (Telesp, Eletropaulo, Sabesp, etc.) E pede: "os que se interessam pela idéia que se comuniquem com a Spaço". DUAS CONTRADÇÕES Apesar da Telesp afirmar que os aumentos são trimestrais em 1982 foram realizados a cada dois meses, totalizando 45 por cento de aumento durante o ano inteiro. Em 1984 o aumento de janeiro já foi de 38 por cento. E no ano passado o aumento chegou a 92 por cento. Outro aspecto é a de que alguns consumidores conseguem comprar medidores de impulsos. A Telesp acha que o medidor causa problema de linha e na central, com aumento considerável de ruídos. E se a Telesp descobre algum medidor vai ao assinante e retira-o MARA ALCE EMBOAVA Localidades e prefixos do Serviço nterurbano Automático Alphaviile 421 Cotia 493 Embu 494 Embu Guaçu 492 itapeceríca 495 itapevi 426 Jandíra427 Juquitiba 490 Maírinque 428 Osasco801,802,803 Pirapora 423 Santana do Parnaiba 424 São João Novo 425 São Lourenço da Serra 490 São Roque 425 Táboão da Serra 491 PORTARA NÚMERO DATA EMSSÃO^ 25.01.80 28.07.80 30.09.80 18.12.80 31.03.81 30.06.81 29.09 81 28.12.81 30.03.82 30.06.82 29.07.82 03.09.82 30.09.82 18.11.82 20.01.83 05.04.83 04.07.83 14.10.83 04.01.84 133,10 147,70 164,00 200 246,00 282,90 311,20 377,60 415,40 477,70 501,60 526,70 553,00 600,00 718,80 826,60 1.049,80 1.364,70 1.883,30 M^RãçõESTãRíFãRíã^ SERVÇO LOCAL ^SíNÃT^ÃBâSíC^ AUTOMATCO 116,20 129,00 143,20 179,00 214,80, 247,00 271,70 329,70 362,70 417,10 438,00 459,90 482,90 523,90 627,60 721,70 916,60 1.191,60 1,644 AO A % lõõ 11.0 11,0 2 20,0 10,0 21,35 10,0 8,5 19,8 27,0 30,0 38,0 SERVÇO NTERURBANO TARFA BÁSCA 31,20 34,60 38,41 48,00 57,60 66,20 72,80 88,30 97,10 111,70 117,30 123,20 129,40 140,40 168,20 193,40 245,60 A % 30,0 11,0 11,0 2 20,0 10,0 21,35 10.0 5.0 8,5 19,8 27,0

JORNAL do Professor Waldemar de Almeida diz que dedetização deve ser evitada nas casas Waldemar Ferreira de Almeida é presidente da Sociedade Brasileira de Ecologia, Departamento Científico da Associação Médica Brasileira. Foi diretor da Divisão de Biologia Animal do instituto Biológico de São Paulo. E médico sanitarista. doutor em Saúde Pública e professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Universidade Estadual de Campinas..É também membro do grupo de toxicólogos da Organização Mundial da Saúde. Ele é o nosso entrevistado desta edição. Aqui ele denuncia os inseticidas e sua ação, em alguns casos cancerígenas, no leite, nos hortif rutigranjeiros e no combate aos insetos domésticos. página ò J.C. Professor, existe contaminação por venenos agrícolas no leite, frutas e verduras vendidas no Estado de São Paulo? Prof. Waldemar - Existe, pois são usados de modo excessivo, indiscriminado, aplicado até sem ocorrência de pragas, através mesmo de calendários. O agrotóxico só deve ser aplicado na iminência de dano econômico. Existem, inclusive, resíduos de inseticidas não permitidos que são encontrados. Exemplo: DDT em frutas. E o pior é que o consumidor não pode ver se está comendo ou não uma substância tóxica. J.C. - Quais as conseqüências a longo prazo? Prof.Waldemar - Estas são chamadas conseqüências crônicas: lesões no fígado, renais, dores articulares, atrofia testicular (fungicida chamado Tridemort ou Calixin), mutagêneses. Existem alguns pesticidas que causam câncer e são livremente comercializados no Brasil. Os Estados Unidos recusaram recentemente, mamão, manga e melão do Brasil alegando que essas frutas estão contaminadas por EDB um veneno já proibido lá por ser cancerígeno. J.C - Qual ou quais as conseqüências da contaminação excessiva dos alimentos com venenos agrícolas? Prof.Waldemar ( - Há a intoxicação aguda melancias contaminadas com inseticidas organosfosforados fizeram com que crianças fossem hospitalizadas em Campinas com sintomas de disenterias, vômitos, tonturas, às vezes, comprometimento pulmonar, apresentando, inclusive, dificuldade para médicos não familiarizados diagnosticarem. Outro caso é o de um rapaz que comeu tomate depois de um borrifamento por Paration, o que lhe causou intoxicação i gravíssima. Co- ^-.- jilbe* í -V.''..^ k nheço muitos hortigrangeiros que aplicam inseticidas no produto que vão vender e não aplicam naquele que comem. Estes últimos não são tão bonitos mas são melhores para a saúde, por isso cuidado com as verduras e frutas excessivamente bonitas. Os limites de tolerância de resíduos de inseticidas são freqüentemente ultrapassados. Nas análises feitas pelo nstituto Biológico de verduras e frtuas 7% a 14% das amostras estão acima das tolerâncias. J.C. - Outros venenos agrícolas cancerígenos são usados no Brasil? Prof.Waldemar - Sim, o Toxaphene que é utilizado em muitas culturas (cereais, frutas, legumes, soja e banana) e causa câncer em animais. Vamos esperar que se prove que muitas pessoas estão com câncer para depois bani-lo totalmentes? Outros são o clorobenzilato, os fungicidas Maneb e Zineb com uma impureza Cancerígena chamada Etilenotioréia. Existe também o Aldrin que é aplicado em muitos outros casos, sendo que a Organização Mundial da Saíde relata que o Aldrin produziu tumores maligmos (câncer) no fígado de camundongos e na tírcide de ratos. J.C. - E quanto aos inseticidas domésticos é seguro para a saúde dedetizar as casas? Prof.Walde-n ar - Não é substituto para a falta de higiene. J.C. - Qual a alternativa? Prof. Waldemarí - Eliminar poeira sob tapetes e atrás dos móveis que são ninhos de pulga. ( ( J.C. - E a barata? Prof.Waldemar - A barata vem muitas vezes dos supermercados dentro dos pacotes, e conheço até o caso de macarrão comprado já recheado com baratas. Ela vem também de terrenos baldios e entra pelos ralos e tubulações de lixo. J.C. - Como elimiar a barata? Prof.Waldemar - Limpeza, cobrir os ralos com tela de plástico, usar ácido bórico com um pouco de açuçar, mas não em casa com crianças ou animais, ou enttão, em lugares inacessíveis a crianças (ex. em cima do guarda roupa) J.C. - E os ratos? Prof.Waldemar - Terrenos baldios são a principal causa. Pode-se usar raticida de ação lenta, anti-coagulante (ex.varforin, Tumorin, Ai do rato). Pode-se usar substâncias atrativas para o rato, que lembram um cheiro leve de morango. J.C. Quando se fala em dedetização caseira é o DDT que é aplicado? Prof. Waldemar - Não, porque as pragas já são resistentes. São outras as substâncias usadas. São produtos agrícolas concentrados usados empiricamente e por isso a chamada "dedetização" deve ser evitada. J.C. - E numa emergência?-existe uma lista do Ministério da Saúde de inseticidas com mediana e baixa toxicidade e eles podem, então, ser usados. Mas as firmas normalmente não sabem da lista e uma delas quando perguntado que inseticidas usava incluiu até o Paration, um inseticida altamente tóxico que pode matar uma criança que, engatinhando, entre na casa mesmo três ou quatro dias depois da aplicaçãoro que a dona de casa pode fazer? Prof. Waldemar -Para baratas e pulgas, por exemplo, pode-se comprar no supermercado um inseticida com faixa amarela na parte inferior do rótulo, devendo aplicar atrás dos móveis em local não acessível à criança. J.C. -E com a traça? Prof. Waldanar -pode-se usar nas roupas inseticidas com faixa azul ou verde. Existe, no entanto, um risco para pessoas que sofram de alergia. Eles também combatem larva de pulga embaixo de tapetes e atrás de almofadas de estofados. Para caso de cupim em madeira deve-se conseguir um produto a base de pentaclorofenol (pentox ou semelhante) que deve ser injetado com seringa e agulha nos buracos da madeira. Contra pernilongo e moscas, o Fulm inseto que é a base de piretróides deve ser evitado por pessoas alérgicas ( não deve ser usado a noite inteira, pois em grande quantidade dão lesões nervosas e podem levar a restrição de movimentos. Além disso, evita-se perni longos ao fechar janelas antes de anoitecer e evita-se insetos voadores em geral ao reduzir quantidade de luz. A luz forte no meio da cultura agrícola, pelo contrário, é benéfica pois mata insetos. Uma lâmpada pintada de amarelo, usada nos lares, não atrai insetos. J.C. -Agora, como a imprensa tem publicado que inseticidas aplicados em ex excesso para combater o bicudo (praga do algodão) podem contaminar a água e fazer mal à saúde, pergunta-se: existe outra forma de controle do bicudo que não o uso intensivo de veneno? Prof. Waldemar -Sim, o Dr. Mohamed Habib um especialista do nstituto de Biologia da Unicamp vem controlando o bicudo em fazendas de todo o porte, plantando algodão precoce, atraindo 0 bicudo e matando com inseticida ou fogo e logo depois plantado o algodão em maior quantidade, o qual fica, re de praga. Aí, de longe em longe, ele aplica um feromônio (Blockaid) vendido nos Estados Unidos que é uma substância que os insetos liberam para atrair o macho ou a fêmea. Aí, o feromônio agrega os insetos em lugares muito limitados e, então, aplica-se o inseticida ou fogo. No final, enterra-se o reste tura. Como se dá para notar, pqcte-se e deve-sé evitar o uso excessivo de venenos ag colas, além de impedir de verdade a comercalização dos mais perigosos, pois só assim menos mortes, menos intoxicações, menos câncer, em resumo, menos danos à saúde humana acontecerão.

página 6 JORNAL do Consumidores brasileiros e ecologistas denunciam o agente laranja no Brasil O herbicfda Tordon-J 55, que causa envenenamento e foi responsável principal pela morte de 50 brasijeiros, 32 abortos e de um terrível desastre ambienta], foi condenado em nota assinada peja Associação dos Consumidores de São Pauio, a Oifccs-í/niáo dos Defensores da Terra e da Associação de Defesa do Consumidor, este mes de abríj, em Sáo PauJo. A nota diz que o herbicida Tordon- 155 contém o temível ingrediente 245-T do agente laranja, o desfolhante que, vendido pela Dow Quimical ao governo norte americano, foi usado na guerra do Vietnã e causou milhares de vitimas, muitas das quais hoje, nos USA, processam judicialmente a Dow em milhões de dólares. ABSURDO QUÍMCO Todos os produtos que contêm o 245-T foram já condenados no exterior, em função de inúmeros estudos científicos comprabatórios da ocorrência de óbitos e graves danos a saúde humana decorrentes de sua utilização, cujas manifestações se dão de vários modos como deformações congênitas, abortamentos e diversas formas de câncer. Desde 1979 o governo norte americano baniu praticamente todos os usos do 245-T. Por causa deste banimento, a Dow, logo depois, parou de produzir o 245-T nos Estados Unidos e em 15 de outubro de 1983 publicou-se a total retirada do produto do mercado daquele país. MULHERES EXPOSTAS Os consumidores e defensores da terra dizem ainda na nota oficial que "a causa do banimento, nos Estados Unidos, dos produtos com 245-T foi porque o órgão ambiental*, do governo norte americanofenvironmentaj Protection Agency)) concluiu que, além do risco excessivo da má» formação de fetos, houve também aumentos significativos na taxa de aborto das mulheres vivendo em i comunidade expostas a pulverização do 245-T Um outro, produto da Dow também continha dioxina (O 245-T é usado no Brasil no Lepecid, cicatrizante para uso veterinário, mas que na área rural vem sendo usado em pessoas). Trata-se do triclorífenol e é usado na sua síntese com o nome comercial de Lepecid. NÃO NOS ESTADOS UNDOS SM NO BRASL É totalmente incompreensível que a Dow tenha parado totalmente a venda do Tordon-155 nos Estados ühidose, apesar de afirmar que parou de exportar o produto para o Brasil em 1978, desumanamente insista em continuar ven- dendo o veneno aqui. É repugnante o fato da Dow desovar os estoques do produto no Brasil como de fato tem feito com o apoio internacional das mais altas autoridades brasileiras, queinsistemem avalisar tal transformação e nosso país em uma vasta lixeira. Basta lembrar a intenção, por diversas vezes demonstrada, de usar o produto para desmaiar a floresta tropical envoltória da represa do Tucuruí, no Pará. A nota das três entidades que defendem o consumidor e a ecologia diz que as afirmações da Dow alinham os seus dirigentes dentro da linha filosófica de que a mentira deve ser repetida o maior número de vezes para que o maior número de pessoas tenham-as como verdade. O Tordon-J 55 não só contém o temível 245-T do agente laranja mas também possui o resíduo TCDD, o mais tóxico de todos os compostos das dioxinas que, por sua vez, é a mais mortal substância sintética existente no mundo. Estudos científicos conduzidos na Suécia e Estados Unidos comprovaram que o veneno 245-T causou câncer e mortes entre ferroviários e trabalhadores em geral, naqueles países. A posição das autoridades brasileiras a respeito de tão grave problema revela falha indesculpável pois o valor da multa é rídiculamente. baixo e só a proibição do uso e venda de todos os agrotóxicos contendo o 245-T poderá evitar que aconteça, mais mortes e maiores danos ao meio ambiente brasileiro. Espera-se que tais fatos ajudem a formação da opinião pública, qual o que ela proteste veemente contra o grande biotério a que se pretende reduzir o Brasil: O autor da lei contra os agrotóxicos diz que agora sim é que a luta começará Walter Lazzarini é deputado estadual pelo PMDB e foi presidente da Associação dos Agrônomos de São Paulo. Para ele a "lei estadual, obtida através de uma grande luta é instrumento extremamente importante na garantia da qualidade de vida da população. É um avanço grande na área de controle dessa venda indiscriminada de agrotóxicos". Ele lembra que a lei federal, que até pouco regulava o assunto, é de 1934, defasada há 50 anos. Neste período foram aplicados os produtos mais perigosos e mais tóxicos. E durante todo este período houve apenas decretos lei e portarias sem força de lei que poderiam ser revogados ao bel prazer dos ministros. FALTA REGULAMENTAR Ainda segundo Walter Lazzarini, autor do anteprojeto que se transformou em lei, o que foi obtido, por mais completo que seja não esgota a regulamentação dos controles de agrotóxicos e serve como meio de discussão do problema' extremamente sério que é a venda e a aplicação indiscriminada dos produtos químicos tóxicos usados na agricultura. E a lei exige, a cada momento, uma reformulação. "Como os centros produtores desses tóxicos são os países mais avançados (USA, Alemanha e Suíça) será difícil aceitar uma fraude de que países sem nenhuma tradição de pesquisa desses produtos Depois de muita luta foi aprovada pela Assembléia de São Paulo a lei que regulamenta o uso dos agrotóxicos no Estado. Leis similares já estão em execução no Rio Grande do Sul eno Paraná. Em São Paulo esta lei começa a ser posta em prática agora, a partir deste ano. Mas como diz Lazzarini;, agora sim é que começa a luta contra.os agrotóxicos, os pesticidas e os grandes grupos que desejam impedir sua execução. sejam os descobridores. sto será uma tentativa de fraude desses países e que os colocará numa situação crítica. Além disso há necessidade de se estudar formas alternativas legais de controle da descoberta destes produtos nos países subdesenvolvidos. A lei não prevê isso". AÇÃO DOS ES E uma das maneiras de tentar impedir isso é submeter a firma a um descrédito perante a opinião pública e também verificar a forma legal de se verificar a tentativa de fraude. A condenação do uso dos agrotóxicos é antiga reivindicação da Associação dos Engenheiros Agrônomos, a Federação das Associações de Engenheiros Agrôno- mos Brasileiros e das entidades ambientalistas. O apoio das entidades representa: tivas dos agrônomos é absoluto, assim como das entidades que defendem os consumidores nacionais. É evidente que a ado ção de uma lei qualquer sugere mudanças e alterações que são saudáveis. Muitas vezes existe uma comodidade de não mudar determinadas áreas pois nã não deseja se adaptar a uma nova medida exigida pela sociedade. Daí a necessidade da participação da comunidade como um todo. No Paraná, por exemplo, a aceitação dos objetivos dessa lei foi imediata e anterior mesma a lei. E isso ocorreu também no Rio Grande do Sul. sto é muito significativo pois são o Rio Grande do Sul, o Paraná e São Paulo os responsáveis pelo consumo de 75 por cento dos agrotóxicos vendidos no Brasil. UM AGRÔNOMO PARA CADA ML AGRCULTORES Mais adiante o agrônomo e parlamentar Walter Lazzarini destaca que "o receituário agronômico é uma antiga reivindicação da categoria dos engenheiros agrônomos. Ora a Secretaria da Agricultura está voltada para a implantação da lei contra os agrotóxicos recentemente aprovada na Assembléia de São Paulo. Há pouco tempo a Organização das Cooperativas Agrícolas de São Paulo fizeram uma série de reivindicações para aperfeiçoar ou alterar a lei. A preocupação delas é com a possibilidade de burocratização criada pela necessidade de expedir um receituário agronômico sempre que haja visita de um técnico a propriedade rural. 0 objetivo é que a orientação técnica seja feita no papel e assinada com todas as informações para uso do agrotóxico. Com o receituário diminui-se a possibilidade de contaminação, reduz-se as importações e o custo que o agricultor terá com sua a lavoura. Hoje as cooperativas dispõe de um agrônomo para cada 800 ou mesmo mil agricultores, coisa que a Secretaria da Agricultura ainda não conseguiu.

JORNAL Brasil gasta mais 200 milhões de dólares com os agrotóxicos página? As cooperativas agrícolas brasileiras, reunidas na sede do Banco Nacional de Crédito Cooperativo, denunciaram que o Brasil está gastando 200 milhões de dólares na importação de agrotóxicos. No mercado interno estes produtos são revendidos por mais de 700 milhões de dólares, ou seja um lucro fabuloso de quase 300 por cento. As cooperativas agrícolas criticaram nesta reunião, que "o uso da técnica mais iimpa de controie de pragas não possui um conhecimento de pesquisas de novas formas. E citam um trabalho da CA Tl-Coordenadoria de Assistência Técnica ntegral da Secretaria da Agricultura de que se os 300 mij hectares de algodão fossem tratados através de manejo integrado de pragas, e não, simplesmente, através do uso dos tóxicos, dos 15 bilhões de cruzeiros gastos com produtos agrotóxicos, seriam economizados cerca de 10 bilhões de cruzeiros. E com a mesma eficiência, garantindo maior lucro ao agricultor, menor perigo de contaminação ambiental e menor perigo de intoxicação do aplicador. Chegou-se ao cúmulo da seguinte proporção: em 1982 o Brasil gastou 200 milhões de dólares com a importação de agrotóxicos revendendo-se no mercado interno por quase 700 milhões de dólares. DEFESA DO TRABALHADOR Agora, por iei^a Secretaria da Agricultura vai fiscalizar a venda de produtos tóxicos na área rual checando a venda pelo receituário. Uma fiscalização da pró pria secretaria, por amostragem, verificará a quantia do produto e área que o agricultor possui pois sempre haverá alguém que pedirá maior quantidade do produto dizendo possuir área maior. A Secretaria da Agricultura dará curso para aplicadores talvez seja necessário um grande número de agricultores para serem treinados. Quanto ao receituário: a Fecotrigo-Federação das Cooperativas Produtoras de Trigo do Rio Grande do Sul entre os anos 1977 e 1978 constatou 437 intoxicações rurais. Na safra 78/79 adotou o receituário diminuindo o número de intoxicações para 148. sto representou uma grande diminuição do número de intoxicações com agrotóxicos diversos. Porisso tudo, diz Walter Lazzarine, "essa lei está em defesa do trabalhador rural, procura garantir a continuidade do trabalho para esse trabalhador e é vamtagem para o agricultor que, assim, vai poder contar,com trabalho dessa mão de obra não sacrificada por doenças, intoxir cações e outros males". Dois produtos cancerígenos são vendidos nas farmácias Dois produtos que estão sendo vendidos para a população combater piolhos no Brasil o Pruritrait o Piolex são altamente tóxicos e cancerígenos. O primeiro é fabricado pelo Laboratório ma, do Rio de Janeiro e o segundo pelo Laboratório Dimeco de Porto Alegre. Ambos são fabricados a base do BHC, substância altamente tóxica, e que pela portaria de 23 de fevereiro deste ano expedida pela Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, está proibida de ser usada no país a não ser em campanhas de saúde pública, sob exclusiva responsabilidade da Sucam-Superintendência de Campanhas de Saúde Pública. As denúncias foram apresentadas durante o Encontro de Agricultura Alternativa realizado no começo deste mes em Petrópolis, e foram corroboradas pelo professor de Química Farmacêutica da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Eliezer Barreiro, quem afirma que o Pruritrait é fabricado a base do isómero gama, uma das formas do BHC. gualmente o Piolex do Laboratório Dimeco, é feito com base no BHC. O agrônomo paranaense Reinaldo Onofre Skalisz também confirma essa denúncia, dizendo que o BHC é um inseticida clorado pediculicida, ou seja, causa a morte de insetos como o piolho, porém dada sua alta toxidade hoje no Brasil é fabricado apenas para combater a malária. Em São Paulo os dois produtos são vendidos normalmente nas farmácias e podem ser comprados por qualquer um. Estas são as frutas e verduras que você pode comer sem medo De agora em diante você vai saber quais são os produtos hortigranjeiros mais ou menos seguros, de ecordo com sua contaminação por agrotóxicos. É uma lista preparada pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio. E foi conseguida depois de um trabalho de pesquisa por especialistas conceituados que trabalham, em sua maioria, em entidades públicas. Os produtos menos seguros apresentam indicações que envolvem o grau de toxidez dos defensivos neles usados, os agrotóxicos usados indevidamente sem indicação para determinadas culturas, as carências não respeitadas e o uso excessivo, acima das doses máximas permitidas. Veja agora a lista apresentada, depois de pesquisas em várias regiões do país. OS MENOS RECOMENDÁVES/ MAS TÓXCOS Verduras frutas Cenoura Tomate Pimentão Couve-flor Batata doce Batata inglesa Beterraba Morango Maçã Pêssego Uva tália Mamão papaya Laranja MAS RECOMENDÁVES/MENOS TÓ- XCOS Verduras Frutas nhame Aipim Cará Xuxú Abóbora Quiabo Agrião Abacate Caju Coco Banana prata Manga Jabuticaba Mamão comum y

JORNAL do Cinto de segurança não é mais tabu no Brasil As autoridades de trânsito não estão encontrando problemas com o uso do cinto de segurança no pais. De uma maneira geral os motoristas compreenderam que usar o cinto é mesmo recomendável. Mas há opiniões contrárias a isso. Os cintos continuam sendo muito procurados nas lojas revendedoras e seus preços variam de 75 até 200 mil cruzeiros. sto porque, apesar de serem acessórios que vem com os automóveis das fábricas,! muitos motoristas preferem outros tipos de cinto. Em São Paulo, os motoristas e passageiros estão aderindo com naturalidade à lei que obriga o uso do cinto de segurança, antes aceita com reservas, é o que afirma o oficial Darcízio Lopes de Aguiar, do setor de comunicações da Polícia Rodoviária. Desde l.o de março de 1984 quem for pego sem estar usando o cinto nas estradas está pagando uma multa de Cr$ 1.414,00. "Em países como os EUA e a nglaterra, o uso do cinto de segurança é um artefato indispensável para evitar a colisão do corpo do passageiro na estrutura do veiculo, afirmou o diretor do DETRAN, Francisco Guimarães Nascimento. Ele chega mesmo a fazer referência que há "duas batidas", ou seja, primeiramente a do carro, e simultaneamente a do passageiro na estrutura do veículo. Pesquisas internacionais feitas por universidades e organismos oficiais de trânsito indicam que o cinto de segurança aumenta em 50% a proteção dos ocupantes de um carro em caso de colisão, e reduz à metade o número de vítimas fatais em acidentes. No Brasil, até o ano passado, apenas 4% dos motoristas usavam o cinto de segurança. Se todos usassem, pelo menos metade das quase 20.000 pessoas que morreram em acidentes de trânsito em 1982, estaria ainda viva. Os motoristas brasileiros não costumavam usar o cinto de segurança por considerá-lo desconfortável ou por medo de ficarem presos ao carro em casos de incêncio ou submersão. PESQUSA Mas análises feitas por especialistas da Universidade de Cornell e Michigan, nos Estados Unidos, revelaram que de 10 mil acidentes de trânsito, em apenas 0,2 dos casos houve incêndio do veículo e a submersão ocorreu em somente 0 %. Ainda nessas condições a proteção do cinto de segurança se revela fundamental para o salvamento dos passageiros, pois livrando-os do choque contra a estrutura do veículo, asseguralhe o estado de consciência necessário para livrar-se do perigo. As pesquisas ainda indicam que mais da metade dos casos fatais em acidentes ocorre à velocidade igual ou inferior a 65Km/h, sendo que 80% dos acidentes ocorrem num raio não superior a 40 Km da residência. Justamente quando as pessoas dispensam o uso do cinto porque se dirigem, despreocupadamente às compras ou ao trabalho. A nova lei que obriga o motorista ao uso do cinto de segurança nas vias urbanas entrará em vigor a partir de janeiro de 1985. Para Emílio Copianzi, diretor da revisfa "Quatro Rodas", o uso do cinto de segurança nas cidades seria perfeito, uma vez que a chance de acidentes nas cidades são maiores que em estradas. A 30 Km/h uma pessoa pode ser jogada fora do carro. Os cintos podem ser de três tipos: pélvico, transversal e o de três pontas, sendo o último obrigatório pela resolução do Contran nos carros novos ao sair das fábricas. Mas ninguém é obrigado a trocar seu cinto, basta que o use, qualquer modelo que seja. Diretores do Detran de todo o Brasil reuniram-se com o governo com o propósito de discutirem a utilização já dos cintos de segurança em frotas oficiais nas cidades, para incentivar a população a usá-lo.. "Precisamos fazer uma grande campanha para se estimular o uso do cinto de segurança nas cidades", adverte Guimarães Nascimento. Morreram por que usavam cintos? Para muitos, no entanto, a nova lei que obriga o uso do cinto de segurança nas estradas, não obteve resultados muito satisfatórios Segundo Hamilton Pequeno, jornalista especializado em trânsito, da Agência Estado, muitos exemplos e copiosas estatísticas exageradamente favoráveis foram arrumadas e os depoimentos são fáceis de r «i i i í 1 serem conseguidos, inclusive com a encomenda prévia, A questão da proteção que oferecia o cinto passou a ser objeto de controvérsia maior, depois de um acidente ocorrido em Minas Gerais, quando a pessoa que dirigia o veículo foi vitimada pelo próprio cinto de segurança, do qual não conseguiu se desvencilhar, e acabou por enforcá-lo. Una-se para não ser lesado Torne-se associado da Spaço - São Paulo Associação dos Consumidores. 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L Para Hamilton Pequeno, as justificativas do fabricante do automóvel assegurando que o cinto certamente estava frouxo, não se pode ter como verdade. "Afirmações de que em casos de submersão ou incêndio torna-se mais fácil o ocupante do carro conseguir saltar do carro são basiados em cálculos hipotéticos e não em reações humanas, pois tudo depende das instâncias a que os seres são submetidos quando tomados pelo medo, e esse estágio imprevisível foge inteiramente a percepção limitada daqueles argumentadores. O Dr. Waldir de Abreu, titular da cadeira de Direito do trânsito, da Universidade do Rio de Janeiro, adverte para os pergiso do uso do cinto de segurança, muito antes da decisão do Contran. Considerou itftfiòò PôVAb ESW TODO TAO Cf.RO, MÍM DNHERO T/ACmtDO que não se havia adotado o critério de padronização no sistema de desarme, o que fazia com que todos tivessem medo de não conseguir desarmá-lo em casos de emergência. "A maioria dos técnicos em trânsito são de parecer que quase todos os equipamentos que o Contran tornou obrigatório, nos últimos anos, foram condenados ao fracasso", adverte, lembrando o caso do pisca-alerta, que poucos sabem para que serve, além de prestar-se a produzir ataques de epilepsia em motoristas que sofrem dessa enfermidade. Para Renato TucunduvaJr., da Associação dos Consumidores de São Paulo, estas afirmações são estúpidas e sensacionalistas. Ele apresenta dados provando que o cinto mata muitíssimo menos do que salva. mu CHEQUE/