Tecnologias no Ensino de Língua Inglesa. Ana Flora Schlindwein Paulo Roberto Boa Sorte Silva

Documentos relacionados
Didática e Metodologia para o Ensino de Física II. Divanizia do Nascimento Souza

Geomorfologia Estrutural. Hélio Mário de Araújo Ana Claudia da Silva Andrade

Elementos de Anatomia Humana. José Aderval Aragão

!,* $ 4 Aldo Dinucci São Cristóvão/SE 2007

Matemática para o Ensino Médio I. Ângelo Alberti

Métodos de Física Teórica II. Osmar S. Silva Jr.

Instrumentação para o Ensino de Física IV. Vera Lucia Martins de Mello

Química Ambiental. Carlos Alexandre Borges Garcia Elisangela de Andrade Passos

Introdução à Ciência da Computação. Hendrik Teixeira Macedo

Física Básica Experimental. Menilton Menezes

História do Brasil Colônia. Maria Izabel Ladeira Silva

Métodos de Física Teórica I. Osmar de Souza e Silva Júnior

Físico-Química II. Glauber Silva Godoi Kleber Bergamaski

Estudos Culturais da Biologia e Educação. Marlécio Maknamara

Equações Diferenciais Ordinárias. Lúcia de Fátima de Medeiros Brandão Dias

Estrutura e Funcionamento da Educação Básica. Maria José Nascimento Soares Valtênio Paes de Oliveira

Estágio Supervisionado em Ensino de História I. Marcos Silva

Compreensão de Texto Escrito em Língua Inglesa I. Izabel Silva Souza D Ambrosio

Estágio Supervisionado em Ensino de Biologia I e II. Claudiene Santos Guilherme Guimarães Junior

Matemática para o Ensino Fundamental. Éder Matheus de Souza

Geologia Geral. José Wallace Bezerra Nascimento Ana Cláudia da Silva Andrade

Botânica Sistemática e Econômica. Ana Paula do Nascimento Prata

Estruturas Algébricas I. Natanael Oliveira Dantas

Laboratório para o Ensino de Gêneros Textuais. Maria Aparecida Silva Ribeiro

Laboratório de Mecânica Quântica e de Física Nuclear. Petrucio Barrozo

Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia I. Gláucia da Conceição Lima Glauber Santana de Sousa

Sociologia I. José Rodorval Ramalho

Introdução à História. Petrônio Domingues

Variáveis Complexas. José Carlos Leite

Introdução à Pesquisa em Educação. Gláucia da Conceição Lima Glauber Santana de Sousa

Ferramentas Computacionais para o Ensino de Química. Patrícia Soares de Lima

Temas de História Econômica. Ruy Belém de Araújo Lourival Santana Santos

CAMPUS SANTA LUZIA BOLETIM DE SERVIÇOS. Publicado em Lei nº 4965 de Mar 2016 Nº 02

INSTITUTO FEDERAL Acre Ano VI - nº 14 - abril/2016 Ano VI - nº 14-04/04/ abril/2016 Publicação: 04/04/2016 INSTITUTO FEDERAL Acre BOLETIM DE SER

Geografia Cultural. Christian Jean-Marie Boudou

Teoria e Método da Geografia. Rosana de Oliveira Santos Batista

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO CAMPUS CARUARU SEG TER QUA QUI SEX SAB

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTANCIA DIRETORIA PEDAGÓGICA ENCONTROS PRESENCIAIS

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

Enfoques de CTS no Ensino de Ciências e Biologia. Yzila Liziane Farias Maia de Araujo

CAMPUS SANTA LUZIA BOLETIM DE SERVIÇOS. Publicado em Lei nº 4965 de Abr 2016 Nº 03

35/1. polifonia. Estudos Linguísticos. Dossiê Linguagens e tecnologias digitais móveis: desafios teóricos, metodológicos, pedagógicos

Introdução a Metodologia Científica. Victor Wladimir Cerqueira Nascimento

dia/mês Nº NOMES nº carta tipo de

Calendário de Realização das Provas Concurso Edital 16/2017/PROGEP Departamento de Relações Internacionais

EDUCAÇÃO FÍSICA. Professor. Módulo 3 Volume 2 Educação Física

TAMANHO DAS ESCOLAS DO 1 GRAU

Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia

CAMPUS SANTA LUZIA BOLETIM DE SERVIÇOS. Publicado em 29/03/2018. Lei nº 4965 de Fevereiro 2018 Nº 02

BOLETIM DE FÉRIAS CAMPUS ARAÇUAÍ

CAMPUS SANTA LUZIA BOLETIM DE SERVIÇOS. Publicado em 15/04/2018. Lei nº 4965 de Março 2018 Nº 03

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO CAMPUS CARUARU. Curso: Edificações

Histologia Básica. Marlúcia Bastos Aires Rosilene Calazans Soares Shirlei Octacílio da Silva Elizabeth Ting

CAMPUS AVANÇADO CONSELHEIRO LAFAIETE BOLETIM DE SERVIÇOS. Publicado em Lei nº 4965 de Junho 2016 Nº 05

CAMPUS SANTA LUZIA BOLETIM DE SERVIÇOS. Publicado em 10/09/2018. Lei nº 4965 de Agosto 2018 Nº 08

Métodos Instrumentais de Análise. Elisangela de Andrade Passos

BOLSAS DE ESTUDO. Ano letivo 2018/ º ANO 1/8 CANDIDATURAS QUE PREENCHEM TODOS OS REQUISITOS. Nº de bolsas a atribuir: 15

Geografia da População. José Eloísio da Costa

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO CONCURSO REGIDO PELO EDITAL ESPECÍFICO 01/2014 RESULTADOS DA PROVA DIDÁTICA

Pesquisa em Ensino de Química I e II. Weverton Santos de Jesus João Paulo Mendonça Lima

Tempo de Serviço antes da profission alização. 1 27, Elsa Alexandra Ferreira Fernandes 07/08/ ,000 03/06/2002

IDENTIFICAÇÃO DO CURSO. Informática. Presencial. Integral

Língua Inglesa V. Camila Andrade Chagas Vieira

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE BRASÍLIA. Resultado da Prova de Conhecimentos Específicos - PcD

Alunos para o quadro de honra Menção Honrosa

INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS IFG BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL CORPO DOCENTE: FORMAÇÃO E CURRICULO LATTES. Docente Graduação Pós-Graduação

Universidade de Aveiro

PROVAS DE AFERIÇÃO DO ENSINO BÁSICO - PAUTA DE CLASSIFICAÇÕES. Aluno Nome do Aluno Portuguesa Matemática

UEP CIRCUITO DAS ÁGUAS

CAMPUS AVANÇADO CONSELHEIRO LAFAIETE BOLETIM DE SERVIÇOS. Publicado em Lei nº 4965 de Maio 2017 Nº 04

Fonologia da Língua Portuguesa. Denise Porto Cardoso

DISCIPLINA ESTRUTURA DE DADOS E PROJETOS DE ALGORITMOS

RESULTADO EDITAL Nº 13/2018 GABR/REITORIA-IFCE (RESULTADO FINAL DA SELEÇÃO DE TUTOR EM EAD PARA A UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL NO IFCE)

Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores DIVISÃO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO CAMPUS CARUARU SEG TER QUA QUI SEX SAB

LISTA DE CONVOCADOS 2ª CHAMADA (ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO)

Geografia e Filosofia. Vera Maria dos Santos

Relatório de Auto-Avaliação da Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas 2006

CÂMPUS AVANÇADO TRÊS CORAÇÕES

Temas de História de Sergipe I. Antônio Lindvaldo Sousa

T_DIST_0232 pedagogia_unirio T_DIST_0232 pedagogia_unirio

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO CAMPUS DE GUARATINGUETÁ

Estatística Aplicada à Química. Eduardo José de Souza Silva

A seleção de conteúdos

PRESIDENTE DA REPÚBLICA Dilma Vana Rousseff MINISTRO DA EDUCAÇÃO Aloizio Mercadante Oliva SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA Marcelo Ma

As salas situam-se no Complexo Pedagógico 1, do Campus de Gualtar, em Braga.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE NÚCLEO PERMANENTE DE CONCURSOS EXAME NACIONAL DE ACESSO AO MESTRADO RESULTADO DA PROVA OBJETIVA

Edital nº 046/2014-PROEG. (Aditivo ao Edital nº 035/2014 PROEG)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS

1 25, Nelson da Silva Auxiliar. 2 24, Paula Cristina Faria Mota. 3 23, Branca Alexandra Pereira Moreira

5⁰ ANO RESULTADOS - GEEKIE SAEB II Aluno Turma Matemática ALEXANDRE TADEU CELESTINO MENEZES FILHO B 246, ANA CLARA BARROS DONALD DE CERQUEIRA

História Contemporanea II. Valéria Maria Santana Oliveira

CORPO DOCENTE Curso de Bacharelado em Química

EDITAL Nº 153/2014 CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS MAGISTÉRIO CAMPUS OURO BRANCO, CONSELHEIRO LAFAIETE E PONTE NOVA

RESULTADO DA SELEÇÃO DE CONCESSÃO DE BOLSAS PRIMEIRO SEMESTRE

ORDEM DE SERVIÇO. Lousada, no dia 3 de junho; Lousada: Sessões de Speaking do Teste Key For Schools [assunto]

Fundamentos para o Ensino da Alfabetização. Maria Emília de R. A. B. Barros

ALAGOAS. Pontuaçã Entrevista Títulos. Quadro de

Laboratório para o Ensino de Língua Portuguesa. Lêda Corrêa

Transcrição:

Tecnologias no Ensino de Língua Inglesa Ana Flora Schlindwein Paulo Roberto Boa Sorte Silva São Cristóvão/SE 2016

Tecnologias no Ensino de Língua Inglesa Elaboração de Conteúdo Ana Flora Schlindwein Paulo Roberto Boa Sorte Silva Projeto Gráfico Neverton Correia da Silva Nycolas Menezes Melo Capa Hermeson Alves de Menezes Diagramação Neverton Correia da Silva Copy Desk Flávia Ferreira da Silva Rocha Copyright 2012, Universidade Federal de Sergipe / CESAD. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização por escrito da UFS. FICHA CATALOGRÁFICA PRODUZIDA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE S237h Santos, Lenalda Andrade. História Medieval II/ Lenalda Andrade Santos, Bruno Gonçalves Alvaro -- São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2012. 1. Feudalismo. 2. Cruzadas. 3. Monarquia. 4. Ciência política. I. Alvaro. Bruno Gonçalves. II Título. CDU 94(4)" 0375/1492"

Presidente da República Dilma Vana Rousseff Ministro da Educação Aloizio Mercadante Oliva Diretor de Educação a Distância João Carlos Teatini Souza Clímaco Reitor Angelo Roberto Antoniolli Chefe de Gabinete Marcionilo de Melo Lopes Neto Coordenador Geral da UAB/UFS Diretor do CESAD Antônio Ponciano Bezerra Coordenadora-adjunta da UAB/UFS Vice-diretora do CESAD Djalma Andrade Vice-Reitor André Maurício Conceição de Souza Diretoria Pedagógica Clotildes Farias de Sousa Diretoria Administrativa e Financeira Pedro Henrique Dantas Dias Coordenação de Cursos Djalma Andrade Coordenação de Pós-Graduação Fábio Alves dos Santos Coordenação Geral de Tutoria Ana Rosimere Soares Coordenação de Avaliação Hérica dos Santos Matos Coordenação de Tecnologia da Informação Hermeson Menezes Assessoria de Comunicação Guilherme Borba Gouy Coordenação de Formação Continuada Rosemeire Marcedo Costa Coordenadores de Curso Denis Menezes (Letras Português) Eduardo Farias (Administração) Elaine Cristina N. L. de Lima (Química) Evilson da Silva Vieira (Matemática) Hélio Mario Araújo (Geografi a) Lourival Santana (História) Marcia Regina Pereira Attie (Física) Yana Teixeira Dos Reis (Ciências Biológicas) Maria Augusta Rocha Porto (Letras Inglês) Valéria Jane S. Loureiro (Letras Espanhol) Everaldo Vanderlei de Oliveira (Filosofi a) Coordenadores de Tutoria Mônica Maria Soares Rosário(Letras Português) Ayslan Jorge Santos da Araujo (Administração) Viviane Costa Felicíssimo (Química) Danielle de Carvalho Soares (Matemática) Givaldo dos Santos Bezerra (Geografi a) Carolina Nunes Goes (História) Frederico Guilherme de Carvalho Cunha (Física) Luzia Cristina de M. S. Galvão (Ciências Biológicas) Ana Lúcia Simões Borges Fonseca (Letras Inglês) Acacia Lima Santos (Letras Espanhol) Rodrigo Pinto de Brito (Filosofi a) COORDENAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO Hermeson Menezes (Coordenador) Marcio Roberto de Oliveira Mendonça Neverton Correia da Silva Nycolas Menezes Melo UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Cidade Universitária Prof. José Aloísio de Campos Av. Marechal Rondon, s/n - Jardim Rosa Elze CEP 49100-000 - São Cristóvão - SE Fone(79) 2105-6600 - Fax(79) 2105-6474

Sumário AULA 1 Tecnologia, sociedade as pessoas... 07 AULA 2 Hipermodalidade: Hipertextualidade e Multimodalidade...17 AULA 3 Alfabetização, Letramento(s) e os Multiletramentos... 29 AULA 4 Tecnologias na aula de Inglês: panorama histórico... 41 AULA 5 Métodos de Ensino de Línguas: uma visão geral... 55 AULA 6 Redes Sociais e o ensino de inglês...69 AULA 7 Cibercultura e ciberliteratura...79 AULA 8 A relação entre gamifi cação e o ensino...91 AULA 9 Avaliação de recursos tecnológicos...103 AULA 10 Plano de aula com a adoção de recursos tecnológicos...115

Aula 1 TECNOLOGIA, SOCIEDADE AS PESSOAS META Apresentar as primeiras refl exões sobre a relação entre a nossa sociedade e as tecnologias. OBJETIVOS Defi nir o termo tecnologia ; Refl etir sobre as relações estabelecidas entre as pessoas e as tecnologias; Entender o processo de naturalização das tecnologias; Pensar como esse processo de naturalização afeta a relação que temos com as tecnologias. PRÉ-REQUISITOS Conhecer algumas tecnologias simples normalmente presentes em nossas vidas. Ana Flora Schlindwein Paulo Roberto Boa Sorte Silva

Tecnologias no Ensino de Língua Inglesa INTRODUCTION Olá, seja muito bem-vind@! Neste material convidamos você a refletir conosco sobre várias questões que envolvem o uso de tecnologias no ensino da língua inglesa. Esperamos que durante o nosso percurso você seja capaz de observar, analisar e criticar as formas como nos relacionamos com as tecnologias de maneira geral e, mais especificamente, como lidar com a sua presença (ou ausência) no contexto educacional. Vamos começar esta aula com um pequeno exercício de observação. Pense no lugar onde você mora, por exemplo, na sua casa ou apartamento. Lembre-se agora dos objetos que você tem na sua cozinha ou na sua sala. Quais desses objetos você considera uma tecnologia? Provavelmente você pensou no micro-ondas, na televisão e em outros equipamentos eletrônicos, mas você considerou coisas como a panela de pressão e os livros? Fonte: http://umanitoba.ca/access_and_privacy/resources.html 8

Tecnologia, sociedade e as pessoas Aula 1 Algumas pessoas podem ficar em dúvida se o objeto que elas pensaram é ou não uma tecnologia, ou se os objetos anteriormente citados a panela de pressão e os livros podem ser considerados tecnologias, e essa dúvida é normal. Isso ocorre porque certos conceitos, embora muito usados no nosso dia-a-dia, nem sempre são claros. Nesta primeira aula, iremos debater as diferentes formas de se conceituar o que é tecnologia e como esses entendimentos afetam nossa relação com ela. O QUE É ESSA TAL DE TECNOLOGIA? Sempre que formos utilizar um conceito ou um termo teórico é importante que nós deixemos claro o que queremos dizer com essa palavra. Começaremos então pesquisando quais sentidos a palavra tecnologia possui. Se procurarmos esse termo em um dicionário, como o Houaiss eletrônico (http://houaiss.uol.com.br/), iremos encontrar as seguintes definições: Tecnologia substantivo feminino ( 1783) 1 teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana (por exemplo, indústria, ciência etc.) 2 por metonímia: técnica ou conjunto de técnicas de um domínio particular a tecnologia nutricional 3 por extensão de sentido: qualquer técnica moderna e complexa Locuções tecnologia alternativa método de obtenção de energia considerado pouco ou nada agressivo ao meio ambiente tecnologia da informação (comunicação ) todo o processo tecnológico de telecomunicação e computação que permite transmitir, armazenar, disseminar, receber e otimizar a circulação de informações através de redes globalizantes tecnologia de ponta ou alta tecnologia técnica avançada, de última geração Etimologia grego: tekhnología, as tratado ou dissertação sobre uma arte, exposição das regras de uma arte, formado a partir do radical grego tekhno - (de tékhnē arte, artesanato, indústria, ciência ) e do radical grego -logía (de lógos,ou linguagem, proposição ); ver tecn(o)- e -logia; fonte histórica 1783 technologia, 1858 technología. 9

Tecnologias no Ensino de Língua Inglesa Que informações essa definição nos apresenta? Temos algumas explicações de cunho gramatical (e.g. que é um substantivo feminino) e três formas de definir tecnologia, todas relacionadas a formas de conhecimento. Há a menção a instrumentos, mas nenhuma delas menciona explicitamente que uma máquina é uma tecnologia, porém essa é a primeira coisa na qual pensamos: um equipamento, geralmente moderno. Essa reação é normal, pois somos expostos constantemente à ideia de que para ser tecnologia precisa ser uma máquina ou equipamento moderno. Um exemplo disso pode ser visto no buscador de informações Google. Durante a elaboração deste material, digitamos a palavra tecnologia na busca de imagens do Google e o resultado se encontra a seguir: Legenda: Resultado de busca usando o Google imagens Fonte: www.google.com Se seguirmos a definição anteriormente apresentada (HOUAISS, 2016), podemos afirmar que, desde que o homem conseguiu dominar o uso de ferramentas para modificar o mundo a sua volta isso já na Idade da Pedra invenções tecnológicas têm feito parte de nossa existência e qualquer instrumento que nos ajude a interferir e alterar o mundo ao nosso redor é uma tecnologia. Sendo assim, a escrita, os instrumentos para se escrever (tais como as antigas penas, os pincéis, os lápis, as canetas), os suportes para escrevermos (tábuas de argila, papiros [planta típica do Egito cujo nome científico Cyperus papyrus. Suas fibras eram usadas para produzir um tipo de papel], papéis) e os equipamentos mais modernos (como o tablete e o notebook) são tecnologias. 10

Tecnologia, sociedade e as pessoas Aula 1 Quando olhamos as locuções com o termo tecnologia, a que nos interessa para esta aula é a sobre tecnologia da informação. Ao explicá-la como sendo todo o processo tecnológico de telecomunicação e computação que permite transmitir, armazenar, disseminar, receber e otimizar a circulação de informações através de redes globalizantes, não estamos falando apenas dos equipamentos eletrônicos utilizados para produzir ou para ver ou ler algum material, mas sim todo o processo que engloba a produção, distribuição, armazenamento e recepção de informações. Assim, as tecnologias de informação incluem os recursos utilizados no processo de comunicação e a trama social ao seu redor, estabelecendo uma relação em que um afeta o outro (SCHLINDWEIN, 2014). Retomando a pergunta do início desta aula, que tecnologias você tem onde você mora? Você já percebido como estamos rodeados pela tecnologia? Você consegue imaginar um dia de sua vida sem nenhuma tecnologia? PROCESSO DE NATURALIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS Quando estamos aprendendo a dirigir um carro, geralmente escutamos a seguinte frase o carro deve ser uma extensão do seu corpo, ou seja, você e o carro devem se combinar de tal forma que a máquina responde automaticamente aos seus comandos e os seus comandos devem ser uma resposta imediata ao que ocorre ao seu redor e ao desempenho do carro. Por exemplo, você está dirigindo e está usando a primeira marcha, porém o motor do carro está fazendo muito barulho. Isso significa que você precisa mudar para a segunda marcha. No começo você demora a perceber que precisa fazer essa mudança, até se atrapalha ao tentar mudar a marcha. Isso ocorre porque você e o carro ainda não são apenas um. Fonte: http://www.taringa.net/post/ebooks-tutoriales/18964219/ Aprende-a-manejar-en-15-pasos.html 11

Tecnologias no Ensino de Língua Inglesa Com o tempo a troca de marchas fica tão automática que você nem percebe. Nesse momento o carro se tornou uma extensão do seu corpo. Muitos outros objetos entram em nossa vida de forma que mal percebemos e parece que eles sempre existiram: essa sensação de que algo sempre fez parte da sua vida é chamado de naturalização. Por isso, quando perguntamos se um lápis é uma tecnologia muitas pessoas dizem que não, pois desde pequenos estão habituados a brincar com lápis, é algo que sempre fez parte do seu cotidiano. Por esse motivo o lápis não parece uma invenção tecnológica. Se, por um lado, certas tecnologias são tão familiares que nem lembramos o trabalho realizado para desenvolvê-las, por outro lado, quando pensamos nos novos modelos de celulares que, além de terem tela sensível ao toque (touch screen), também respondem ao comando de voz, temos um ícone do que há de mais moderno. É interessante notar que muitas pessoas se mostram resistentes ao surgimento de novas tecnologias e isso não é um fenômeno ressente. Luke (2000) observa que o receio frente à criação de novas tecnologias sempre ocorreu e o autor dá como exemplos o temor gerado pelo surgimento da prensa de Gutenberg, do cinema mudo e da televisão (nos anos de 1940). Legenda: Exemplo de uma prensa Fonte: https://www.enttry.com.br/blog/biblia-foi-o-primeiro-livro-impresso-na-europa/ 12

Tecnologia, sociedade e as pessoas Aula 1 Talvez esse receio por inovações, por coisas ainda não familiares explique porque muitos educadores não usam ou não gostam de adotar novos recursos tecnológicos mais modernos em suas aulas. Porém, nós temos que lembrar que a tecnologia possui uma natureza intrinsecamente social (LUKE, 2000) e ignorá-la no contexto educacional é excluir uma parte significativa da vida dos alunos. Mas como incluir diferenças tecnologias em nossas aulas? Essa discussão será feita ao longo de toda a nossa disciplina. Agora iremos falar um pouco mais sobre as tecnologias, desta vez, sobre as digitais. TECNOLOGIAS DIGITAIS Quando falamos em tecnologias digitais, o que vem à sua mente? A imagem a seguir ilustra de alguma forma o que você pensou? Fonte: http://www.theguardian.com/global-development-professionals-network/2014/aug/08/ digital-jobs-ngo-development-structure Geralmente as pessoas pensam em internet e coisas a ela relacionadas. Se olharmos no Glossário do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE) da Faculdade de Educação da UFMG, encontraremos a seguinte definição: Conjunto de tecnologias que permite, principalmente, a transformação de qualquer linguagem ou dado em números, isto é, em zeros e uns 0 e 1 (RIBEIRO, acesso em 2016). Se considerarmos apenas a parte técnica, a definição acima é perfeita, porém ela não engloba questões mais amplas e que estamos discutindo ao 13

Tecnologias no Ensino de Língua Inglesa longo dessa aula: o fator social. Wajcman (1994, apud LUKE, 2000) ressalta que as tecnologias implicam em uma forma de conhecimento que está entrelaçada às relações e atividades sociais bem como aos objetos tecnológicos, ou seja, quando falamos em tecnologias digitais estamos nos referindo não só aos equipamentos, à internet e aos programas, mas também aos usos que as pessoas fazem desses equipamentos, da internet e dos programas e o espaço que isso ocupa em nossa estrutura social. Nas próximas aulas iremos aprofundar essa discussão. CONCLUSÃO Ao finalizar esta aula, podemos afirmar que aprendemos a necessidade de definir claramente um termo ou conceito. Por exemplo, as pessoas possuem entendimentos diferentes do que possa vir a ser uma tecnologia. Neste material, o termo tecnologia não designa apenas os equipamentos ou máquinas, mas todo o conhecimento presente no seu processo de invenção, produção, distribuição, bem como as questões sociais envolvidas na sua criação, na sua existência e na sua utilização. RESUMO Vimos nesta aula a importância de definir com clareza o que queremos dizer quando usamos um termo ou conceito. Como exemplo debatemos os diversos sentidos do termo tecnologia e como o nosso entendimento poderá variar dependendo da definição que usamos. Aprendemos que as tecnologias implicam uma forma de conhecimento que está conectada às relações e atividades sociais bem como aos objetos tecnológicos e a relação sociedade-tecnologia é uma via de duas mãos, não é algo unidirecional. Também vimos que as tecnologias sofrem um processo chamado de naturalização, ou seja, com o passar do tempo algumas tecnologias estão tão presentes em nossas vidas que parece que elas sempre fizeram parte de nosso cotidiano e esquecemos que elas já foram novidade! Finalizamos com a discussão sobre as tecnologias digitais e o fato delas serem mais do que equipamentos ligados à internet. 14

Tecnologia, sociedade e as pessoas Aula 1 ATIVIDADES Você lembra as perguntas que lhe foram feitas durante esta aula? Então, agora você irá fazê-las para algumas pessoas que você conhece. Tente entrevistar pelo menos cinco pessoas de idades diferentes. As perguntas são: A) Pense no lugar onde você mora, por exemplo, na sua casa ou apartamento. Lembre agora dos objetos que você tem na sua cozinha ou na sua sala. Quais desses objetos você considera uma tecnologia? B) Você considera tecnologias coisas como a panela de pressão, livros e lápis? C) Você consegue imaginar um dia de sua vida sem nenhuma tecnologia? Com as respostas nas mãos, compare-as com as suas próprias respostas. Elas foram parecidas ou diferentes? Se você entrevistou tanto pessoas mais velhas quanto mais novas, as respostas foram muito distintas? Quantas pessoas responderam sim para a letra B? E para a letra C? COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Nesta atividade você irá refletir sobre a percepção que as pessoas têm do termo tecnologia. Essa reflexão pode parecer simples, mas quando pensamos que o entendimento de certos conceitos pode determinar o uso do dinheiro público percebemos como essas discussões são necessárias. As pessoas precisam aprender a definir claramente sobre o que estão falando, tanto em um trabalho acadêmico quanto na vida pública, pois isso traz implicações sociais, financeiras e morais. AUTO-AVALIAÇÃO Ao finalizar esta aula, eu sou capaz de entender que existem diferentes definições para o termo tecnologia e que cada uma tem suas implicações? Sei que a relação entre tecnologia e sociedade ocorre de forma mútua, com uma afetando a outra? Tenho consciência que existe um processo chamado de naturalização, que é a sensação de que algo sempre existiu em nossa vida ou que algo sempre foi daquele jeito? Aprendi que dentro das tecnologias existem aquelas chamadas digitais que não são apenas os equipamentos que estão conectados pela internet, mas também as questões que envolvem seus usos em sociedade? 15

Tecnologias no Ensino de Língua Inglesa PRÓXIMA AULA Continuando nossa reflexão sobre a relação entre tecnologia e sociedade, na próxima aula iremos ver como alguns recursos que surgiram com a internet afetaram a forma como construímos textos e, portanto, a maneira como nos comunicamos. REFERÊNCIAS HOUAISS, A. Grande Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa. Dicionário Eletrônico. Disponível no endereço: <http://houaiss.uol.com. br/>. Acessado em maio de 2016. LUKE, C. Cyber-schooling and technological change: Multiliteracies for new times. In: COPE, B., KALANTZIS, M. & New London Group. Multiliteracies: Literacy learning and the design of social futures. New York: Routledge, 2000. RIBEIRO, A. E. Tecnologia Digital. Glossário CEALE. Disponível no endereço: <http://ceale. fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/tecnologia-digital>. Acessado em maio de 2016. SCHLINDWEIN, A.F.. F. You tell stories, we click on them: Ciberliteratura(s) e novas experiências na criação de histórias. 227f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada). Universidade Estadual de Campinas, Campinas-SP, 2014. 16