PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2015 COMPLEMENTAR

Documentos relacionados
I 7% (sete por cento) para Municípios com população de até ( cem mil ) habitantes;

BASE DE CÁLCULO E APLICAÇÃO MÍNIMA PELOS ENTES FEDERADOS EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE

ICMS: um retrato da economia brasileira em 2015

NOTA DE ESCLARECIMENTO

LEI Nº , DE 16 DE NOVEMBRO DE 2015.

PRINCIPAIS ARTIGOS DA LEGISLAÇÃO RELACIONADA À EDUCAÇÃO SUPERIOR

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO. Excelentíssimo Senhor Presidente, Excelentíssimos Senhores Deputados,

ICMS e Federação. Comissão Finanças e Tributação Câmara dos Deputados - DF. Andrea Calabi Secretário da Fazenda de São Paulo 12 de maio de 2011

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº DE 2017 (Deputado Pompeo de Mattos)

PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL, Nº 2012

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador BLAIRO MAGGI

PEsQUIsA sobre FINANCIAMENTo DA EDUCAÇÃo No BRAsIL

Imposto sobre circulação de Mercadoria e Prestação de Serviço

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2017

Prefeitura Municipal de Correntina publica:

DIREITO FINANCEIRO. A Lei de Responsabilidade Fiscal. Dívida e endividamento Parte 2. Prof. Thamiris Felizardo

Contabilizando para o Cidadão Entendendo as Finanças Públicas

PROVA DISCURSIVA P 4

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2011

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2016

ANO XXV ª SEMANA DE DEZEMBRO DE 2014 BOLETIM INFORMARE Nº 51/2014

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 2015

Boletim de Indicadores Fiscais Estado do Maranhão

Financiamento da Pesquisa no Paraná: Entendendo a Proposta do Governo Richa.

EMENDA Nº 1-PLEN SUBSTITUTIVA AO PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 52, DE 2015 Autor: Senador Otto Alencar PSD/BA

PARECER Nº, DE Relator: Senador HÉLIO JOSÉ I RELATÓRIO

Estudo Técnico: Evolução do ICMS no Estado do Rio Grande do Norte no período

FPE: forte retração no início de 2016 e mensuração do grau de dependência dos estados

SENADO FEDERAL SUBSTITUTIVO DA CÂMARA Nº 5, DE 2017, AO PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 130, DE 2014

Ofício nº 1028 (SF) Brasília, em 27 de setembro de 2017.

VERSÃO 2 COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI N. 6568/2016. (Do Relator)

REDAÇÃO FINAL MEDIDA PROVISÓRIA Nº 501-D, DE 2010 PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO Nº 15 DE 2010

Quantidade de Acessos / Plano de Serviço / Unidade da Federação - Novembro/2007

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 179, DE 2015

REDAÇÃO FINAL DO SUBSTITUTIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS AO PROJETO DE LEI Nº A DE 2016 DO SENADO FEDERAL (PLS Nº 405/16 NA CASA DE ORIGEM)

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

INFORMATIVO CONTÁBIL/FISCAL OCB/ES Nº 13/2017 (11 de Dezembro de 2017)

Apresentação da Proposta de Projeto de Lei de Iniciativa Popular

PÁGINA 2 D i ário Oficial do Distrito Federal

9, R$ , , R$ ,

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº, DE 2017

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 334, DE 2016

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 145, DE 2011

ICMS nas Operações Interestaduais com Bens e Mercadorias Importadas. Ministério da Fazenda Secretaria Executiva 26 de Abril de 2010

SENADO FEDERAL COMISSÃO DIRETORA PARECER Nº 526, DE 2016

CONTABILIDADE PÚBLICA

CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA MÓDULO 2

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

LEI COMPLEMENTAR Nº 1.258, DE 12 DE JANEIRO DE Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei complementar:

RESOLUÇÃO Nº 609, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014

Lei Complementar Nº 61 DE 28/12/2015 Publicado no DOE em 29 dez 2015

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 94, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2016

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 11. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

Simples Nacional e Microempreendedor Individual

Art. 1º. É inserido o seguinte parágrafo único no art. 193 da Constituição Federal:

DECRETO , DE (DO-MG DE )

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

a2018m1d5h10n49s30.pdfDDDDDDD

SENADO FEDERAL Gabinete do Senador ROBERTO ROCHA PSB/MA PARECER Nº, DE Relator: Senador ROBERTO ROCHA

PERSPECTIVAS DAS FINANÇAS

Aula nº. 27 GASTO COM SERVIDOR PÚBLICO PARTE III

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Calculo de ICMS ST Optante pelo Simples Nacional

Contabilizando para o Cidadão

lei PI - ICMS - LEI BÁSICA - ALTERAÇÃO

Política de Desenvolvimento Regional e as Propostas de Reforma Tributária

Arrecadação e Investimentos: o caso do Rio de Janeiro

CONTABILIDADE PÚBLICA

PARECER Nº, DE Relator: Senador ANTONIO ANASTASIA

RIO GRANDE DO NORTE LEI Nº 9.991, DE 29 DE OUTUBRO DE 2015.

EXECUTIVO. Prefeitura Municipal de Muniz Ferreira. Terça Feira 06 de setembro de 2016 Ano III N Publicações deste Diário

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Redução base de cálculo do ICMS para fins de desconto Zona Franca

MANIFESTO EM DEFESA DOS MUNICÍPIOS CATARINENSES SOBRE A CRISE FINANCEIRA

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2013 Complementar

COMISSÃO ESPECIAL DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL

DECRETO N , DE 11 DE OUTUBRO DE 2018.

Referência: Lei Estadual nº 7.175/15 Alteração Legislação Tributária estadual Rio de Janeiro.

DECRETO N , DE 24 DE SETEMBRO DE 2018.

ESTADO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO REAL

CARTILHA DE ORÇAMENTO FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE

INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 11/2003. Contém normas a serem observadas pelo Estado e pelos Municípios para assegurar a aplicação dos recursos mínimos

Aposta é que haverá novo prazo para FPE. Ribamar Oliveira. Valor Econômico - 11/10/2012

DIREITO FINANCEIRO. A Despesa Pública. Classificação da Despesa Pública Parte 2. Prof. Thamiris Felizardo

Acre Previsão por Coeficiente no Estado

Sumário EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 87, DE 16 DE ABRIL DE CONVÊNIO ICMS 93, DE 17 DE SETEMBRO DE

Emenda Constitucional nº 42, de 19 de dezembro de 2003 DOU de

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 238, de (Proposição apensada: PLP 275/2013)

O prejuízo dos Municípios com a renúncia fiscal do FPM e do ICMS

INFORMATIVO CONTÁBIL/FISCAL OCB/ES Nº 09/2016 (24 de Maio de 2016)

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 217, DE 2014

O Comportamento das Finanças Municipais 2017

CARLOS MENDONÇA DIREITO CONSTITUCIONAL

SEMINÁRIO MACRORREGIONAL SOBRE O CONTROLE SOCIAL REGIÃO METROPOLITANA. 31 de outubro de 2013 Auditório da Fetag Porto Alegre - RS

PEC 38/2016 Diminuição do número de deputados. Agora vai?

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2015.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A DAR PARECER ÀS PROPOSTAS DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO RELACIONADAS À REFORMA POLÍTICA (PEC 182, DE 2007, E APENSADAS)

Transcrição:

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2015 COMPLEMENTAR Acrescenta o art. 66-A à Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, altera a redação do art. 74 da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950 e do art. 1º do Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967, para suspender a sanção de não recebimento de transferências voluntárias imposta aos entes da Federação, para afastar a tipificação de crime de responsabilidade das condutas indicadas de Governadores de Estado e do Distrito Federal e dos Prefeitos, quando a taxa de variação real acumulada do Produto Interno Bruto nacional, aferida pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la, sofrer redução superior a 1,5% (um e meio por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º Esta Lei Complementar promove alterações na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, na Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, e no Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967, para suspender a sanção de não recebimento de transferências voluntárias imposta aos entes da Federação e para afastar a tipificação de crime de responsabilidade das condutas indicadas de Governadores de Estado e do Distrito Federal e dos Prefeitos quando a taxa de variação real acumulada do Produto Interno Bruto nacional, aferida pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la, sofrer redução superior a 1,5% (um e meio por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres.

2 Art. 2º A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, passa a vigorar acrescida do seguinte artigo: Art. 66 A. A sanção de não recebimento de transferências voluntárias, prevista no inciso I do 3 do art. 23 e no 2º do art. 31, não se aplica aos entes da Federação quando a taxa de variação real acumulada do Produto Interno Bruto nacional, aferida pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la, sofrer redução superior a 1,5% (um e meio por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres. Art. 3º O art. 74 da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único: Art. 74... Parágrafo único. A conduta tipificada no item 5 do art. 10 desta Lei não é considerada crime de responsabilidade dos Governadores dos Estados ou do Distrito Federal se ocorrida durante o período em que a taxa de variação real acumulada do Produto Interno Bruto nacional, aferida pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la, sofrer redução superior a 1,5% (um e meio por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres. (NR) Art. 4º O art. 1º do Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967, passa a vigorar acrescido do seguinte 3º: Art. 1º...... 3º A conduta tipificada no inciso XVI deste artigo não é considerada crime de responsabilidade dos Prefeitos Municipais se ocorrida durante o período em que a taxa de variação real acumulada do Produto Interno Bruto nacional, aferida pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la, sofrer redução superior a 1,5% (um e meio por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres. (NR)

3 Art. 5º As matérias tratadas nesta Lei Complementar que não sejam reservadas constitucionalmente a lei complementar poderão ser objeto de alteração por lei ordinária. publicação. Art. 6º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua JUSTIFICAÇÃO Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central em 2 de outubro último, que coleta a previsão de cerca de 100 instituições financeiras e consultorias, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá cair 2,85% em 2015 e 1,00% em 2016. A queda do PIB é a causa principal da crise fiscal que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios passam no momento. Por um lado, o menor crescimento da economia nacional implica queda real da arrecadação das receitas tributárias da União, em especial do imposto sobre produtos industrializados e do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, que compõem a base de cálculo do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Isso tem acarretado redução real do volume de transferências federais aos entes subnacionais. Na comparação de janeiro a setembro de 2015 com janeiro a setembro de 2014, os recursos transferidos às unidades federadas por meio do FPE sofreram queda real de 2,71%. Já os recursos transferidos aos Municípios por meio do FPM tiveram queda real de 0,84%. Por outro lado, a crise econômica também tem diminuído a arrecadação do principal imposto dos Estados e do Distrito Federal, o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), que é compartilhado com os Municípios, os quais têm direito assegurado pela Constituição de receber 25% da arrecadação desse imposto.

4 O cotejo da arrecadação do ICMS entre janeiro e junho de 2015 com o mesmo período de 2014, a valores corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo de junho de 2015, informa que vinte e uma unidades federativas apresentaram queda real na arrecadação do ICMS. Somente os Estados de Pará, Paraná, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins demonstraram aumento real da arrecadação do ICMS. Particularmente grave é a situação da queda de arrecadação real do ICMS dos Estados do Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais de, respectivamente, 15,3%, 12,9%, 10,2%, 10% e 9%. Outras unidades federativas que enfrentam problemas de gestão fiscal grave, substanciado nas dificuldades para o pagamento dos salários dos servidores públicos, como o Distrito Federal e o Estado do Rio Grande do Sul, também tiveram queda da arrecadação real do ICMS de, respectivamente, 3,9% e 2,3%. Assim, o presente Projeto de Lei do Senado (PLS), de natureza complementar, busca criar uma válvula de escape provisória às finanças públicas, para que os entes subnacionais, quando a taxa de variação real do PIB nacional sofrer redução superior a 1,5% na comparação anual, não sofram a penalidade de não recebimento de transferências voluntárias em caso de não recondução das despesas com pessoal e do estoque da dívida consolidada aos respectivos limites previstos na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2001, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e na Resolução do Senado Federal nº 40, de 20 de dezembro de 2001. É importante frisar que a queda do PIB nacional, ao diminuir o volume real das transferências federais e a arrecadação dos tributos próprios, reduz a base de cálculo da receita corrente líquida e, consequentemente, implica elevação do gasto com pessoal e do estoque da dívida consolidada líquida, mesmo que o ente da Federação não tenha concedido aumentos salariais, ampliado o seu quadro de pessoal ou contratado novas operações de crédito. Como existe grande risco de os entes subnacionais descumprirem os limites das despesas de pessoal e do estoque da dívida consolidada líquida, a aplicação da penalidade de suspensão do recebimento de transferências voluntárias iria aumentar ainda mais o quadro recessivo

5 atual, pois os recursos recebidos dessas transferências custeiam investimentos públicos, que criam condições estruturais para a retomada do crescimento econômico futuro ao ampliar a capacidade produtiva da economia. As demais hipóteses de suspensão do recebimento de transferências voluntárias previstas na LRF não serão afetadas pela mudança legislativa proposta por não dependerem do PIB. Com isso, continuará a existir a obrigatoriedade de instituição e efetiva arrecadação dos impostos da competência estadual ou municipal, bem como do encaminhamento das contas do exercício anterior dos Estados à União e dos Municípios aos Estados e à União nos prazos devidos. Na mesma linha da alteração proposta ao texto da Lei de Responsabilidade Fiscal, no sentido de não penalizar os entes subnacionais com a suspensão do recebimento das transferências voluntárias, entendemos razoável afastar a caracterização como crime de responsabilidade das condutas dos Governadores dos Estados e do Distrito Federal e dos Prefeitos que deixarem de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal, durante o período em que a taxa de variação real acumulada do Produto Interno Bruto nacional, aferida pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sofrer redução superior a 1,5% (um e meio por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres. Para tanto, propomos a alteração do art. 74 da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, que dispõe sobre o crime de responsabilidade dos Governadores de Estado e do Distrito Federal, e do art. 1º do Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967, que cuida do crime de responsabilidade dos Prefeitos. Registramos que tanto a Lei nº 1.079, de 1950, quanto o Decreto-Lei nº 201, de 1967, possuem status de leis ordinárias, eis que a Constituição de 1988 não identificou expressamente em seu corpo que as matérias por eles tratadas demandariam regulamentação por lei complementar.

6 Nesse sentido, entendemos relevante introduzir cláusula interpretativa (art. 5º da proposição) para deixar claro que as matérias tratadas nesta proposição no caso de posterior aprovação e transformação em Lei Complementar que não são reservadas constitucionalmente à lei complementar (arts. 3º e 4º), poderão ser objeto de alteração por lei ordinária futura. A lógica que preside a elaboração da proposição que ora submetemos ao crivo das Senhoras Senadoras e dos Senhores Senadores consiste, pois, no afastamento temporário, tanto da perspectiva punitiva do ente federado (sanção financeira), quanto dos respectivos Chefes do Poder Executivo (crime de responsabilidade), enquanto perdurarem as graves circunstâncias econômicas indicadas na proposição, que denotam o garroteamento das finanças públicas estaduais, distritais e municipais. Em face do exposto, esperamos contar com o apoio das Senhoras Senadoras e dos Senhores Senadores para o aprimoramento e posterior aprovação do presente PLS - Complementar. Sala das Sessões, Senador JORGE VIANA