Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo 10 Bem Aventurados os Misericordiosos itens 16 e 17 A Indulgência.

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Transcrição:

A indulgência Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo 10 Bem Aventurados os Misericordiosos itens 16 e 17 A Indulgência. Esses intens. trazem as Instruções do Espíritos esclarecidos sobre esse tema: José (Espírito Protetor), João (Bispo de Bordeaux) e Dufétre (Bispo de Nevers). Os dicionários nos informam que INDULGÊNCIA tem como sinônimo: absolvição, indulto, perdão, moderação, mansidão, clemência, suavidade, magnanimidade, brandura, amenidade etc. Para a Igreja Cristã a INDULGÊNCIA foi, historicamente, questão de grande cisão. Era o benefício do PERDÃO DOS PECADOS vendido através de documentos oficiais da Igreja Católica aos fiéis que se sentissem em PECADO ou mesmo aqueles que desejavam comprar o DIREITO DE PECAR. Virtude por excelência, a indulgência se transformou em mercadoria vil da hipocrisia humana. O Protestantismo, pelos esforços de Martinho Lutero rompeu de certa forma com esses abusos, criando a IGREJA REFORMADA sem contudo lograr elevar novamente a INDUSLGÊNCIA no senso comum à categoria de virtude, e até hoje é compreendida como um relaxamento dos senso de justiça, quando na verdade é expressão da mais viva Misericórdia. Indulgente é todo aquele que se esforça para AMENIZAR as falhas e defeitos alheios contemporizando com os pontos favoráveis, as intenções nobre e mesmo o passado valoroso daquele que erra.

Indulgente é aquele que sempre busca uma justificativa comum do comportamento humano para as falhas morais humanas, não visando compactuar com o erro, mas considerando aquele que erra um APRENDIZ da arte de viver, disciplina em que todos somos ainda alunos. Aquele que é indulgente, toma os erros alheios e oculta-os, evitando que se propaguem, e se a malevolência os descobre, tem sempre uma desculpa à mão para os disfarçar, mas uma desculpa plausível, séria, e não daquelas que, fingindo atenuar a falta, a fazem ressaltar com pérfida astúcia. Por essas considerações do Espírito amigo José, pode-se entender que a indulgência não é a hipócrita postura de perdão superficial da ofensas mas uma atitude que busca reabilitar o ofensor dandolhe nova chance. Os PAIS na sublime tarefa de educar seus filho, são um grande exemplo de indulgência. Os erros dos filhos são tratado muitas vezes com rigor a fim de que estes se consientizem de suas responsabilidades, mas o Papai atento ao aprendizado de seus filhos sempre busca atenuar as faltas da prole enaltecendo a intenção e a imaturidade destes... Coração compassivo e bom é certamente os dos Pais, nossos homenageados de hoje. Também assim é o PAI CELESTIAL para conosco seus filhos. Se o homem indulgente aponta a falta alheia tão somente quando é estritamente necessária nas questões de justiça e aprendizado coletivo, assim também o faz DEUS conosco em sua Misericórdia perfeita, renovando sempre as nossas chances de nos reabilitarmos perante as divinas leis, fazendo a reparação dos erros, demonstrando arrependimento, patrocinando a reconciliação e buscando o acerto. Por isso mesmo ensina o Espírito José A indulgência jamais se preocupa com os maus atos alheios, a menos que seja para prestar um serviço, mas ainda assim com o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes,

nem traz censuras nos lábios, mas apenas conselhos, quase sempre velados. José aponta ainda os benefícios da Indulgência: Sede indulgentes meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, corrige, enquanto o rigor desalenta, afasta e irrita. Pode-se concluir dessas observações que o Espírito humano é capaz de reconhecer a magnanimidade do perdão e aprender com seu próprio erro quando ao contrário, se julgado e condenado, isola-se na revolta e no pessimismo, não encontroando lenitivo para as suas faltas a que se entrega piorando sua condição. A INDULGÊNCIA é portanto mais uma VIRTUDE PEDAGÓGICA pois quem dela é objeto encontra a compreensão de que se encontra sob regime especial de uma nova chance de acertar como um novo voto de confiança em seus talentos de aprendiz. O Bispo João em sua mensagem nos lembra de nossa próprias palavras tantas vezes repetidas mecanicamente na oração do PAI NOSSO quando afirma: Compreendei toda a misericórdia infinita de vosso Pai, e nunca vos esqueçais de lhe dizer em pensamento, mas sobretudo pelas vossas ações: Perdoai as nossas ofensas, como perdoamos aos nossos ofensores. Indulgência portanto é a misericórdia em ação, mobilizando os recursos pedagógicos da vida em favor daquele que vacila no bem, dando-lhe com dignidade uma possibilidade de refazer seus passos em torno de caminhos que ainda não logrou percorrer com sabedoria. Vai ainda mais fundo na prática do Perdão o sábio Bispo João, afirmando Quando perdoardes os vossos irmãos, não vos contenteis com estender o véu do esquecimento sobre as suas faltas. Esse véu é quase sempre muito transparente aos vossos olhos. Acrescentai o amor ao vosso perdão, fazendo

por ele o que pedis a vosso Pai Celeste que faça por vós. Substituí a cólera que mancha, pelo amor que purifica. Vale à pena repetir Substituí a cólera que mancha, pelo amor que purifica. O bom Espírito aponta o impositivo de agregar o amor ao esquecimento das faltas. Sem o amor a indulgência perde o calor da bondade e ganha a formalidade de uma dádiva imerecida. Como gostamos que ajam conosco quando erramos? Apreciamos as críticas mordazes, a condenação, a fofoca e o disse-que-disse ou gostamos que silenciem sobre nossas faltas? (Que por sinal já pesam grandemente na consciência de quem erra). Se um filho nosso cometesse um crime punível pela LEI com a pena de morte ou a prisão perpétua, e fossemos nós o JUIZ a sentenciar o caso, como agiríamos? O que escolheríamos para nosso filho? Condená-lo ä morte ou ao regime de aprendizado forçado onde aprenderia a ser melhor e se reabilitar? Se nós que somos PAIS ainda com diminuta capacidade de amar saberíamos sentenciar o filho criminoso ao APRENDIZADO e não à morte, imaginemos qual a magnanimidade do nosso PAI DOS CÉUS que a todos nós vê e cuida como filhos ainda infantis, relapsos e tardios no aprender. Se a nossa bondade pequenina sabe estender MISERICÓRDIA para as faltas daqueles que amamos porque não podemos estender essa mesma graça àqueles que nos ferem na econômica social dos relacionamentos? Então não somos TODOS IRMÃOS com o dever de amar e compreender, porque filhos do mesmo Pai dos Céus? No cotidiano não temamos ser indulgente, uma vez que o Senhor da Vida na maioria das vezes nos usa como

instrumentos de sua BONDADE e raramente como operários de sua JUSTIÇA que atua no mundo consciencial das criaturas expurgando mais cedo ou mais tarde suas culpas pela própria reabilitação perante os dispositivos da Vida. Quando você condena algo em alguém ou no mundo ao seu redor conforme já afirmamos alhures assume perante a VIDA o compromisso de JAMAIS FALHAR naquela questão em apreço... Reflitamos: Podemos garantir com toda certeza que não tropeçaremos adiante no mesmo caminho em que hoje nosso irmão se encontra em queda? Finalizando, lembremos a bondosa advertência do Espírito Protetor: Sede, pois, severos convosco e indulgentes para com os outros. Pensai naquele que julga em última instância, que vê os secretos pensamentos de cada coração, e que, em consequência, desculpa frequentemente as faltas que condenais, ou condena as que desculpais, porque conhece o móvel de todas as ações. Busquemos agora e sempre mais perdoar do que sermos perdoados, pensando que DEUS espera de nós a contribuição na bondade e no amor, pois que da sua Divina Justiça ninguém jamais escapou sem reabilitar-se e, sendo nós tão pecadores, como teremos a coragem de atirar a primeira pedra da condenação?