UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA NÚCLEO DE BIOLOGIA O uso de jogo e modelos didáticos como ferramenta para as aulas de Biologia Maria José Farias da Silva, Severina Cássia de Andrade Silva, Gisele de Oliveira Silva. Resumo Muitos dos conteúdos biológicos são trabalhados e apresentados no ensino das ciências como algo abstrato e distante da realidade dos alunos. Implica na falta de entusiasmo pelos envolvidos nas atividades por não assimilarem e compreenderem coerentemente o que é descrito. Como alternativa, trabalha-se o lúdico como jogos e modelos didáticos para melhor familiarizar os estudantes com e oportuniza-los a compreender determinados conceitos abstratos. Assim, nós pibidianos sentimos a necessidade de acrescentar nas aulas de Biologia tais estratégias para uma maior interação dos alunos e professores com os modelos didáticos, auxiliando-os na construção do conhecimento científico, mediando observações do micro para o macroscópico, manuseando e até confeccionando estruturas abstratas, tornando-as mais simples e compreensíveis. Palavras-chaves: Ensino de Biologia; estratégias alternativas; ludicidade. INTRODUÇÃO O currículo de Biologia no ensino médio é constituído por diversos temas que em algumas vezes são trabalhados isoladamente e de forma tradicional. As aulas são expositivas, o que induz os alunos a verem esses temas como algo distante e complexo, perdendo a curiosidade e a vontade de aprender. No entanto, também se sabe que a Biologia está presente no dia-a-dia de todos e deve ser apresentada como tal, daí a necessidade de estudar práticas que possam levar os alunos a sentirem o prazer de pesquisar e de aprender os assuntos da disciplina, ainda que tais assuntos sejam acompanhados de complexas definições.
Uma ferramenta apontada é o jogo que, segundo as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (BRASIL, 2006), oferece o estímulo e o ambiente propícios que favorecem o desenvolvimento espontâneo e criativo dos alunos e permite ao professor ampliar seu conhecimento de técnicas ativas de ensino, desenvolver capacidades pessoais e profissionais para estimular nos alunos a capacidade de comunicação e expressão, mostrando-lhes uma nova maneira, lúdica, prazerosa e participativa de relacionar-se com o conteúdo escolar, levando a uma maior apropriação dos conhecimentos envolvidos (p.28). Com base nessa citação entende-se que os jogos despertam no aluno a vontade de aprender, pois ele se torna participativo e tem o objetivo de acertar e ganhar o jogo levando-o a ter mais concentração e pensar mais nas questões problemas que estão nos jogos (CASTRO; COSTA, 2011). Além disso, os jogos exploram o cognitivo dos alunos que trabalham em conjunto e na busca de ajuda dos outros colegas para resolverem os desafios. Dessa forma, envolvidos com essa dinâmica, os alunos ampliam as possibilidades de aprenderem brincando, o que se torna mais empolgante. Outra possibilidade de estratégia lúdica de grande valor e reconhecimento para o ensino de ciências é a construção de modelos didáticos que são modelos representacionais apresentados em três dimensões e confeccionados com materiais simples ao alcance dos alunos (LIMA et al., 2008), auxiliando o estudante a melhor projetar no modelo o real do conceito biológico, em muitos casos um conceito abstrato. Assim, modelos biológicos como estruturas tridimensionais ou semi-planas (alto relevo) e coloridas são utilizadas como facilitadoras do aprendizado, reestruturando imagens equivocadas disseminadas por descrições escritas e/ou por figuras planas descoloridas dos livros-texto que muitas vezes prejudicam mais do que ajudam. Além do lado visual, esses modelos permitem que o estudante manipule o material, visualizando-o de vários ângulos, melhorando, assim, sua compreensão sobre o conteúdo abordado. Representam e simulam estruturas e processos, o que facilita o aluno a entender o funcionamento dos fenômenos e (re)conhecer com maior precisão a partir dos detalhes que cada estrutura apresentada. Os modelos e jogos didáticos podem ser utilizados nas salas de aula não necessitando especificamente de laboratórios, o que ajuda alguns professores que não disponibilizam de tantos recursos e espaço físico nas escolas a dinamizarem suas aulas. Por reconhecermos a relevância de tais recursos e estratégias identificamos como objetivo desse trabalho avaliar como o uso de jogos e modelos didáticos auxiliaram os
alunos do primeiro ano do ensino médio a compreenderem conceitos biológicos, com a finalidade de reconhecermos a validação desses recursos didáticos como facilitadores do processo ensino aprendizagem. METODOLOGIA O uso dos recursos e estratégias didáticos jogo e modelos didáticos foi desenvolvido com alunos do primeiro ano do ensino médio em uma escola estadual participante do projeto PIBID/Biologia do Município de Vitória de Santo Antão - PE. No primeiro momento foram aplicadas as aulas expositivas sobre os conteúdos biológicos pelo professor, abordando os assuntos da disciplina, alguns destes temas abstratos. Posteriormente os bolsistas do PIBID, juntamente com o professor supervisor, aplicam alguns jogos como: trilha, quebra-cabeça e o jogo do passa ou repassa para fixação dos conteúdos. No caso dos jogos exploramos perguntas que avaliassem o quanto os alunos compreenderam e quais dúvidas ainda persistiam sobre os assuntos trabalhados, como também, seria mais uma oportunidade de revisarem os assuntos e de tirarem dúvidas. Em outro momento depois das aulas expositivas os alunos participam de aulas práticas no laboratório com visualização das lâminas. Depois observaram e/ou construíram modelos didáticos revisando os conceitos estudados, o que mais uma vez permitiu que os alunos esclarecessem suas dúvidas durante a prática e os processos sequenciais das aulas vivenciadas. Os materiais utilizados na confecção dos materiais geralmente são: tinta guache, massa de modelar, papel, tesoura, canetas, isopor e cola. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os assuntos abordados teoricamente nas aulas de biologia não representa dificuldade para todos, já que alguns alunos afirmam compreender; para outros, só a abordagem teórica expositiva não é suficiente por se tratar de assuntos vistos por eles como complicados, limitando o entendimento. O uso e prática dos jogos e dos modelos didáticos, atrelados a estratégias didáticas mostraram ser bons mediadores para uma melhor compreensão nos conteúdos de biologia pelos praticantes como constatamos nas
intervenções que realizamos (Figs 01, 02, 03, 04, 05).. Com a aplicação desses recursos verificamos uma maior participação e interatividade dos mesmos na disciplina de biologia tanto nas aulas expositivas quanto na produção desses recursos didáticos. Segundo Pais (2009), os recursos didáticos envolvem uma diversidade de elementos como suporte experimental na organização do processo de ensino e de aprendizagem. Sua finalidade é servir de interface mediadora para facilitar na relação entre professor, aluno e o conhecimento de um momento preciso da elaboração do saber (p. 2 e 3). O uso dessas atividades visou associar os jogos com as aulas práticas convencionais dando ênfase ao ensino aprendizagem. Figuras 1e 2: Mostra com o jogo sobre célula animal e o da memória com as organelas. Figuras 3 e 4. Construção do modelo didático da célula vegetal e a das fases da divisão celular.
Figura 2 finalizando as fases da divisão célular. CONSIDERAÇÕES FINAIS O uso de jogo e modelos didáticos contribuiu para que os alunos compreendessem melhor os assuntos de biologia, o que não nega a importância da aula expositiva no processo de ensino-aprendizagem. Mas é necessário sempre buscar o uso de recursos didáticos outros para que não faça do espaço de aprendizagem da sala de aula algo enfadonho e desagradável para o aluno. Constatação esta corroborada com este nosso estudo ao percebermos o quanto a realização de atividades lúdicas posteriores às aulas teóricas expositivas colaboram para a aprendizagem dos nossos alunos. Torna-se uma ação positiva elaborarmos aulas expositivas junto com modelos didáticos, jogos dentre outros, os quais atuam como mediadores, facilitadores por proporcionarem uma melhor assimilação e compreensão dos conteúdos ao aproximarmos o modelo do real. Entende-se que tudo deve estar em conjunto e de forma sistematizada entre a aula expositiva e dialogadas com aplicação dos jogos e modelos para que o aluno consiga acompanhar todo o processo. Enfim, constatamos que esses recursos quando são aplicados de forma correta muito colaboram para o aprendizado dos alunos e tornam as aulas um ambiente mais dinâmico e prazeroso de se aprender, principalmente quando envolvemos temas abstratos.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Orientações Curriculares para o Ensino Médio, 2006. Acesso em outubro de 2014. Disponível em portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_02_internet.pdf. CASTRO, B. J.; COSTA, P. C. F. Contribuições de um jogo didático para o processo de ensino e aprendizagem de Química no Ensino Fundamental segundo o contexto da Aprendizagem Significativa. Revista Electrónica de Investigación en Educación en Ciencias (REIEC), v. 6, n. 2, p. 2011. LIMA, K. E. C.; MAYER, M.; CARNEIRO-LEÃO, A. M.; VASCONCELOS, S. D. Conflito ou convergência? Percepções de professores e licenciandos sobre ética no uso de animais no ensino de zoologia. Revista Investigações em Ensino de Ciências, v.13, n. 3, 2008. PAIS, L. C. Uma análise do significado da utilização de recursos didáticos no ensino da geometria. Disponível em: <www.anped.org.br/23/textos/19/1919t.pdf>. Acesso em 17 de agosto de 2009.