UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS CURSO DE DIREITO UNIDADE KOBRASOL Trabalho apresentado na disciplina de: Sociologia do Direito (Prof. Lúcio Eduardo Darelli) pelos acadêmicos: Guilherme Custódio Cândido; Roselayne Mirta Silva Puertollano; Renata Lúcio Justino. SÃO JOSÉ/SC - 2012/02 DIREITO CIBERNÉTICO CÂNDIDO, Guilherme Custódio Graduando em Direito UNIVALI/Kobrasol PUERTOLLANO, Roselayne Mirta Silva Graduando em Direito UNIVALI/Kobrasol JUSTINO, Renata Lúcio Graduando em Direito UNIVALI/Kobrasol RESUMO Este trabalho apresenta o conceito de Direito Cibernético, o projeto de lei aprovado pela câmara dos deputados que regulamenta as sanções para quem comete o crime cibernético, e sua relação com a sociedade. Palavras-Chave: Crime Cibernético; Informática; Carolina Dieckmann. 1. CONCEITO O Direito Cibernético também é conhecido popularmente como Crime da Informática. Direito da informática é um campo do Direito que se propõe a estudar 1
aspectos jurídicos do uso de computadores, com fundamentos no crescente desenvolvimento da Internet e na importância da tecnologia da informação e da informática nas relações jurídicas, sendo por isso, uma nova área do estudo do Direito. (WIKPÉDIA, 2012) 2. DO TEXTO APRESENTADO AO CCT (COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA) seguinte texto: O Deputado Paulo Teixeira apresenta como projeto de lei (PL 2793/2011), o Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos; altera o Decreto- Lei nº 2.848, de 7 de setembro de 1940 Código penal; e dá outras providências. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos e dá outras providências. Art. 2º O Decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, fica acrescido dos seguintes Arts. 154 A e 154 B: Invasão de dispositivo informativo Art. 154 A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não a rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades: Pena detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput. 2º Aumenta se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais e industriais, informações sigilosas assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: Pena reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave. 4º Na hipótese do 3º, aumenta se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou 2
informações obtidos. 5º Aumenta se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: I Presidente da República, governadores e prefeitos; II Presidente do Supremo Tribunal Federal; III Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou IV dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. Ação Penal Art. 154 B. Nos crimes definidos no art. 154 A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos. Art. 3º Os arts. 266 e 298 do Decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação: Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico ou telemático. Art. 266. Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico, telefônico ou telemático, ou impedir ou dificultar lhe o restabelecimento: 1º Incorre na mesma pena quem interrompe ou perturba serviço de informação de utilidade pública, ou outro serviço de utilidade pública, ou impede ou dificulta seu restabelecimento. 2º Aplicam se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública. (NR) Falsificação de documento particular Artigo 298... Falsificação de cartão Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara se a documento particular o cartão de crédito ou débito. (NR) Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após a data de sua publicação oficial. (BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei PL 2793/2011. Disponível em: 3
<http://www.camara.gov.br/proposicoesweb/prop_mostrarintegra;jsessionid =F7E38139DF178F32F5263B987DC4C6B8.node2?codteor=1037656&filen ame=redacao+final+-+pl+2793/2011> Acesso em: 05 Nov. 2012) 2.1 DA APROVAÇÃO NO SENADO E NA CÂMARA DOS DEPUTADOS O projeto do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), sugere a tipificação dos crimes por meio da inclusão de novos dispositivos no Código Penal atual. Depois do vazamento na internet de fotos intimas da atriz Carolina Dieckmann, com ampla repercussão na mídia, o projeto foi aprovado pelo senado. Infrações relacionadas ao meio eletrônico como invadir computadores, violar dados de usuários ou derrubar sites estão mais perto de se tornarem crimes. Foi aprovado no Senado nesta quarta-feira (31) o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 35/2012, que altera o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/1940) para tipificar como crime uma série de delitos cibernéticos. O projeto havia sido aprovado pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado em agosto mas, por falta de consenso, só agora foi a votação em Plenário. Como recebeu emendas na Casa, a matéria segue para revisão da Câmara dos Deputados. (Disponível em: <http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2012/10/31/senado-aprovaprojeto-que-define-crimes-ciberneticos> 31 de Outubro de 2012. Acessado em: 05 Nov. 2012.) Dias depois, na quarta-feira dia 07 de Novembro de 2012, o projeto é também aprovada pela câmara dos deputados, agora precisando apenas ser aprovado no âmbito presidencial, para que tenha efeito jurídico. 3. DA RELAÇÃO COM A SOCIEDADE Sabe-se que atualmente o Direito Cibernético, o crime virtual, está ativamente dentro da sociedade, e com cada vez mais frequência. Não é difícil encontrarmos nos jornais casos de pedofilia pela internet e golpes que trazem muito mais do que prejuízos financeiros. Com essas leis entrando em vigor teremos uma pena muito mais rigorosa para quem comete esses delitos e uma fiscalização muito mais constante, pelo menos na teoria. (CÂNDIDO, Guilherme Custódio; JUSTINO, Renata Lucio; PUERTOLLANO, Roselayne Mirta, 2012). 4
4. CONSIDERAÇÕES PESSOAIS Que fique claro que não existe total segurança na internet, o jeito é tentar diminuir as chances de acabar sendo vítimas de algum deles. Os crimes cibernéticos movimentam muito mais dinheiro ilegalmente do que o próprio narcotráfico, e a arma quase já não é mais tão útil quando se tem um computador com acesso a internet a disposição. O projeto de lei 2793/2011 já foi aprovado pela câmara dos deputados, precisando agora apenas do consentimento presidencial, onde a partir disso, teremos a tipificação dos Crimes Cibernéticos dentro do Código Penal, não sendo mais julgado como estelionato. Tudo isso aconteceu depois do escândalo apontado pela mídia quando ocorreu o roubo de fotos da atriz Carolina Dieckmann. A mídia, em especial a Rede Globo de Televisões, focou muito no caso, o que causou uma grande repercussão, e logo depois, os pauzinhos começaram a serem mexidos, e o projeto aprovado. O Projeto de lei não tem o intuito de beneficiar a comunidade em si, certo que isso ocorrerá, mas como consequência. Por que será que a mídia focou tanto no caso? Será mesmo que somente para ganhar audiência? É preciso que se vá mais adiante nessa reflexão, há muitos outros casos que dão mais audiências, e que estavam em alta na época, a população chegou a enjoar do caso, de tanto que a mídia exibia, além de que, já aconteceram vários outros casos com pessoas de renomes internacionais, que não tiveram a mesma repercussão que teve dessa vez. É preciso que sejamos realistas, e vejamos o mundo com outros olhos, as ações são movidas, sempre, para defesa de interesses próprios, particulares. A mídia foi utilizada, sem sombra de dúvidas, para defender interesses particulares, mas que interesses? Os da Carolina Dieckmann? É claro que não, ela serviu apenas como figura para representar os fatos, a mídia foi utilizada, e com certeza muito bem paga, para defender os interesses de grandes empresários, principalmente do ramo de Softwares, onde depois de aprovado o PL, terão uma segurança jurídica maior para defender seus interesses. Portanto, o operador do Direito necessita ter essa visão de que as coisas são embasadas em interesses individuais, porque ele lidará com esses interesses diariamente, e terá que defendê-los. As normas e suas sanções do projeto são válidas, basta saber se terá funcionalidade para a população em geral ou se servirá apenas para a minoria. Como disse o escritor Juahrez Alves: Infelizmente, as leis foram criadas para proteger os direitos dos grupos dominantes pela lei da força, e garantir os deveres das minorias pela força da lei. 5
(CÂNDIDO, Guilherme Custódio; JUSTINO, Renata Lúcio; PUERTOLLANO, Roselayne Mirta Silva). 5. REFERÊNCIAS WIKPÉDIA. Direito da Informática. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/direito_da_informática> Acessado em: 05 NOV. 2012 BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei PL 2793/2011. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesweb/prop_mostrarintegra;jsessionid=f7e38139df17 8F32F5263B987DC4C6B8.node2?codteor=1037656&filename=REDACAO+FINAL+- +PL+2793/2011> Acessado em: 05 Nov. 2012) BRASIL. Câmara dos Deputados. Senado aprova projeto que define Crimes Cibernéticos. Disponível em: <http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2012/10/31/senado-aprova-projeto-quedefine-crimes-ciberneticos> 31 de Outubro de 2012. Acessado em: 05 Nov. 2012. 6