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DE DISCIPULADO autor Arival Dias Casimiro Paulo Lalli editor responsável Alberto José Bellan revisão Rachel Negrão Fernandes Rocha capa, produção e diagramação 1ª Edição Novembro de 2012 copyright 2012 por Z3 Editora Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Todos os direitos reservados, na língua portuguesa, por foto capa Shutterstock Images impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé - SP Z3 Editora e Livrarias Ltda. Rua Floriano Peixoto, 103 Centro - CEP 13450-022 Santa Bárbara d Oeste - SP - Brasil Tel/Fax: 19-3464.9000 vendas@z3ideias.com.br www.z3ideias.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Casimiro, Arival Dias Rede de discipulado / Arival Dias Casimiro, Paulo Lalli. Santa Bárbara d`oeste, SP : Z3 Editora e Livrarias, 2012. 1. Discipulado (Cristianismo) 2. Fé 3. Formação espiritual 4. Vida cristã I. Lalli, Paulo II. Título. 12-13458 CDD -248.4 Índice para catálogo sistemático: 1. Discipulado : Formação espiritual : Prática religiosa : Cristianismo 248.4

SUMÁRIO Apresentação...5 Introdução...7 Estudos 1. Eleito para ser um discípulo...9 2. Chamado para ser um discípulo...13 3. Decisão de ser um discípulo...17 4. A liberdade do discípulo...21 5. Os privilégios do discípulo...25 6. A vida devocional do discípulo...29 7. A santificação do discípulo...33 8. A segurança da salvação...37 9. Vencendo as tentações...41 10. Compreendendo a vontade de Deus...45 11. Compromisso com a igreja...49 12. Todo discípulo é um mordomo...53 13. Uma vida cheia do Espírito Santo...57 14. O fruto do Espírito Santo...61 15. Os dons espirituais...65 16. Testemunhando fora da Igreja...69 3

apresentação Uma igreja sem discipulado é uma utopia. Esforçar-se por desenvolver uma igreja sem a preocupação de formar discípulos é um trabalho extenuante que só produz adeptos para a religião cristã. Nossas igrejas estão repletas de frequentadores que nunca foram ensinados, ou se foram, não obedecem aos princípios elementares do discipulado. Isto porque o custo é grande e exige da pessoa uma devoção que coloca Deus, Sua justiça e Seu Reino acima de todas as coisas. Discipulado exige negação de si mesmo, tomar a cruz de Cristo e segui-lo a qualquer custo. O Rev. Arival descreve com extrema clareza os princípios ensinados por Jesus e seus discípulos de como podemos vivenciar a vida abundante prometida por Jesus. Quando resolvemos nos posicionar ao lado de Jesus, atendendo o seu convite, o critério é:... quem comigo não ajunta, espalha; quem não é por mim é contra mim. Ninguém pode servir a dois senhores. Nesse sentido, temos que nos lembrar que estas decisões em nossa caminhada de conversão não há neutralidade, tem que ser decisões coerentes. Elas devem influenciar a vida de modo efetivo e concreto. Pensamentos, palavras, atitudes e comportamento terão que ser afetados. Para que o discipulado seja efetivo não basta apenas se conscientizar que isto é uma coisa boa. Não basta ler ou estudar as aulas aqui preparadas. É preciso agir concretamente, permitindo que nossas decisões se reflitam nas múltiplas facetas do nosso dia-a-dia, nos mais insignificantes e pequenos gestos. De fato, é impossível acreditar, de verdade, naquilo que não se vivência, cada dia. Ninguém poderá experimentar a vida abundante oferecida por Cristo se não estiver disposto a viver de maneira coerente os seus ideais e convicções espirituais. Por esta razão, cada discípulo de Jesus Cristo deveria desenvolver a sua capacidade de permitir que sua vida passe por processos contínuos de desestruturação e estruturação. 5

Rede de Discipulado Seria ingenuidade de nossa parte - acreditar que estas fases só acontecem apenas em alguns momentos particulares e mais ou menos espetaculares e sensacionais de nossa vida, como em Retiros espirituais, congressos, seminários e acampamentos. Precisamos estar dispostos a cada dia renunciar a alguma coisa e aceitar os desertos e silêncios de Deus. É preciso entender que hoje, agora, eu estou necessitando de conversão. Creio que por esta razão, o Rev. Arival fez este esforço no sentido de nos ajudar através de seus estudos a entender as implicações do discipulado desejado por Cristo. Me surpreendeu a maneira didática e simples com que organizou seus estudos. Espero que mais esta ferramenta seja uma bênção para muitos daqueles que ainda vivem escravizados pela religiosidade. Espero também que seja uma bênção para a Igreja Brasileira. Pr. Paulo Solonca 6

INTRODUÇÃO O discípulo é a pessoa que segue a Jesus, arrependida dos seus pecados, renunciando a sua vontade e pagando o preço do seu compromisso espiritual. Ele é alguém que assume publicamente a sua relação com Jesus. Ele é um aprendiz espiritual, que está se tornando semelhante a Jesus. Ele é um escolhido de Deus para frutificar, reproduzir e multiplicar espiritualmente. A missão que Jesus dá a sua igreja é a de fazer novos discípulos: Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinandoos a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século (Mateus 28.18-20). A missão contém quatro elementos universais, cada um deles marcado pela palavra todo : toda autoridade, todas as nações, todas as coisas que vos tenho ordenado e todos os dias. O cerne da missão é o discipulado. O imperativo é: fazei discípulos. O processo do discipulado envolve pessoas influenciando outras espiritualmente. Discipular não é apenas transmitir informações bíblicas, mas promover formação espiritual. Na linguagem de Paulo, é uma rede de pessoas ensinando outras, o conteúdo da Palavra de Deus: E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros (2 Timóteo 2.2). A instrução envolve o ensino teórico acompanhado do exemplo de vida. A nossa proposta neste primeiro volume do curso REDE DE DISCIPULADO tem dois objetivos: oferecer alguns estudos para formar novos discípulos e outros estudos para ajudar o novo discípulo a se firmar na fé. Arival Dias Casimiro 7

Estudo 01 Texto Básico: João 15.16 e 6.66-71 ELEITO PARA SER UM DISCÍPULO Introdução Iniciamos hoje, o curso de discipulado. E, inicialmente, duas perguntas precisam ser respondidas: :: O que é um discípulo de Jesus? Discípulo é a pessoa que crer em Jesus Cristo como Filho de Deus, com a firme disposição de aprender e obedecer aos Seus ensinamentos. A palavra discípulo (grego mathetes) significa, de modo geral, aluno, aprendiz ou seguidor de um professor (Mt 10.24). No Novo Testamento, o termo foi aplicado para os seguidores de João Batista (Mt 9.14), aos alunos dos fariseus (Mt 22.16), especificamente, aos doze apóstolos (Lc 9.1), e enfaticamente, aos verdadeiros discípulos (Jo 13.35). Após a ascensão de Jesus, a palavra discípulo foi usada amplamente para identificar todo seguidor de Cristo, isto é, todo cristão (At 6.12; 11.26). Quem quiser ser cristão, crente ou evangélico hoje, precisa se tornar um discípulo de Jesus. :: Por que devemos fazer discípulos para Jesus? Devemos fazer discípulos porque fomos ordenados por Deus. Ser discípulo e fazer discípulos não são opções, mas ordens claras de Deus, registradas na Bíblia (Dt 1.12-13; 6.6-9; Mt 28.18-20). Jesus ordenou e praticou o método de fazer discípulos. Ele investiu os três últimos anos da sua vida e do seu ministério, preparando os seus discípulos (Mc 3.13-15). O nosso primeiro estudo é sobre a origem do discípulo. Como nasce ou surge um discípulo de Jesus? 1. ESCOLHIDO PARA SER DISCÍPULO Um discípulo nasce por iniciativa divina. Jesus é quem escolhe as pessoas para serem seus discípulos. Ele disse aos seus primeiros discípulos: Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda (Jo 15.16). Três lições claras: :: Primeira lição, Jesus escolheu os seus discípulos e não o contrário. Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros. Jesus foi quem elegeu os seus discípulos bem como cada membro da sua igreja (Jo 6.70; Ef 1.4; 2Ts 2.13-14). Ele escolheu a quem quis, de forma soberana (Mc 3.13). Ele escolheu de maneira incondicional, pois não há nenhum motivo no escolhido que justificasse a sua escolha (Dt 7.7-8). Ser escolhido para ser um discípulo é um privilégio da Graça (Mt 20.16). 9