Pesquisa de Tipos de Isoladores Adequados às Condições Ambientais do Espírito Santo

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Transcrição:

Pesquisa de Tipos de Isoladores Adequados às Condições Ambientais do Espírito Santo Darcy Ramalho de Mello, CEPEL e Ilcely Marins Coutinho, ESCELSA RESUMO Este documento apresenta os resultados obtidos na seleção de isoladores mais adequado para cada região do Espírito Santo atendida pelo ESCELSA, após o monitoramento do grau de poluição em linhas de transmissão e subestações através de estações piloto implantadas pela ESCELSA e da avaliação laboratorial dos isoladores utilizados pela ESCELSA, face os níveis de poluição medidos. PALAVRAS-CHAVE Isolador, poluição. Basicamente, o dimensionamento do isolamento para localidades poluídas é realizado em duas etapas: Levantamento do grau de contaminação da localidade; Determinação das características de suportabilidade à poluição dos diversos tipos de isoladores adotados pela ESCELSA, através de ensaios em laboratório. I. INTRODUÇÃO Foi constatado, durante longos períodos de observação de todos os tipos de isoladores instalados ao tempo (de suspensão, pedestal, suporte, etc), que a poeira comum que se acumula sobre os isoladores, embora podendo diminuir a tensão de ruptura, não tem causado sérios problemas e como não adere à superfície do isolador, é facilmente removida pela chuva. No entanto, quando os isoladores estão instalados próximo à região costeira (deve-se observar o regime de ventos pois os mesmos podem levar poluentes de origem marinha para o interior do continente) ou próximo a setores que, devido ao próprio processo industrial, liberam no ar agentes poluentes dos mais variados, a sua capacidade de isolamento pode ficar comprometida. O acúmulo de poluentes sobre a superfície dos isoladores propicia a formação de uma camada constituída por substâncias que, diluídas em água decorrente de condensação na superfície dos isoladores, produzem soluções condutoras, favorecendo o aparecimento de correntes de fuga. A rigidez dielétrica superficial, nestes casos, reduz-se drasticamente, podendo ocorrer ou centelhamento e conseqüentemente falhas no sistema elétrico ou então a queima da cruzeta ressecada pela estiagem. A longo prazo, esta corrente de fuga pode vir a causar corrosão nos pinos dos isoladores como descrito em diversos artigos [1,2,3]. Alguns problemas relatados pela ESCELSA podem ser vistos na figura 1. Darcy Ramalho de Mello, engenheiro eletricista, MSc, trabalha no CEPEL (e-mail: darcy@cepel.br). Ilcely Coutinho, engenheiro eletricista, trabalha na ESCELSA (e-mail: imc@escelsa.com.br). (a) queima de cruzeta (c) Danos em isoladores por descarga após 3 dias de névoa FIGURA 1. Problemas devido à poluição. II. COLETA DA POLUIÇÃO (b) corrosão em ferragens A. Estações de coleta Foram instaladas pela ESCELSA, em 12 locais por ela selecionados, 12 cadeias energizadas com 15 kv, na posição vertical, compostas por 3 isoladores de disco de vidro temperado de fabricação Electrovidro. As fotos de algumas das estruturas montadas no campo podem ser vistas na figura 2 e as distâncias para o mar podem ser vistas na tabela 1. B. Procedimentos gerais de coleta de poluição Para otimizar e normalizar a coleta da poluição as seguintes diretrizes básicas devem ser seguidas: a) não fazer a coleta sob chuva; b) os isoladores deverão estar naturalmente secos; c) utilizar, somente, água destilada; d) preparar, com antecedência, todos os materiais envolvidos na coleta, lavando-os previamente com água destilada e organizando-os em uma bancada; II Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica 73

Corrosão e) a coleta deve ser realizada uma vez por mês, considerando-se para a identificação dos isoladores, a numeração no sentido da alimentação para o terra; f) a poluição deve ser captada no topo e no fundo dos isoladores de disco, separadamente (como pode ser visto na figura 3), utilizando-se do guincho do caminhão de manutenção, conforme metodologia desenvolvida pela ESCELSA (ver figura 4) TABELA 1 Distância para o mar das estações de coleta Estação Distância Conceição da Barra Linhares Bananal 46,1 km do mar Linhares 07 29,4 km do mar Jacaraipe 1,8 km do mar Carapebus Carapina 7,6 km do mar Itaparica Ibes 1,9 km do mar Ceasa 13 km do mar Itapemirim - Marataízes 1,7 km do mar Cachoeiro de Itapemirim 35 km do mar Maroba a) Linhares - Bananal b) Linhares 07 FIGURA 4. Metodologia de coleta desenvolvida pela ESCELSA. c) - Carapebus d) - Carapina C. Medição do grau de poluição A tabela 2 [4] indica os níveis de poluição que foram utilizados para classificar cada período mensal de coleta de poluentes. e) - Itaparica f) - Maroba FIGURA 2. Fotos de algumas estações de coleta. TABELA 2 Níveis de poluição Níveis de poluição DDSE (mg / cm²) Insignificante < 0,015 Muito Fraco 0,015 A 0,03 Fraco 0,03 A 0,06 Moderado 0,06 A 0,12 Forte 0,12 A 0,24 Muito Forte 0,24 A 0,48 Excepcional ³ 0,48 74 FIGURA 3. Identificação das partes do isolador de disco. ANAIS DO II CITENEL / 2003 III. RESULTADOS DOS ENSAIOS REALIZADOS NOS LABORATÓRIOS DO CEPEL Esta etapa visa verificar a capacidade dos isoladores fornecidos pela ESCELSA de suportar as solicitações impostas por um nível elevado de poluição. Cada isolador foi submetida ao pré condicionamento antes do ensaio, conforme a norma NBR 10621 [5]. A

salinidade inicialmente empregada foi de 80 kg/m 3. Este valor foi selecionado por ser o valor máximo de uma poluição muito forte, nível máximo verificado nas coletas. O ensaio foi realizado na tensão nominal de cada isolador utilizando-se do método da névoa salina [5]. Por norma, cada isolador deve suportar 3 aplicações de tensão durante um intervalo de tempo de 60 minutos. Se houver uma descarga, uma aplicação adicional será realizada e não poderá ocorrer mais nenhuma descarga. Caso o isolador não suporte esta salinidade, a mesma será reduzida e o ensaio repetido. Esse procedimento de redução continuará até que o isolador seja aprovado no ensaio. Neste caso, o valor de salinidade utilizado será considerado como o valor de salinidade máxima suportado pelo isolador. Os seguintes isoladores foram ensaiados: a) Isolador pilar de porcelana para 15 kv; b) Isolador pilar de porcelana para 34,5 kv; c) Isolador pilar de porcelana para 69 kv; d) Isolador bastão polimérico para 15 kv; e) Isolador bastão polimérico para 34,5 kv; f) Isolador bastão polimérico para 69 kv; g) Cadeia com 5 isoladores de disco de vidro temperado para 69 kv; h) Isolador de pino de vidro temperado para 15 kv; i) Isolador de pino de porcelana para 34,5 kv; j) Isolador de pino de porcelana para 69 kv; k) Isolador pilar híbrido ( núcleo de porcelana e revestimento polimérico ) para 15 kv; l) Isolador suporte de vidro temperado para 138 kv. a c b d As fotos dos isoladores podem ser vistas nas figuras 5 e 6 e os resultados dos ensaios de poluição na tabela 3 a c b d a) isolador pilar 15 kv b) isolador pilar 34,5 kv c) isolador pilar 69 kv d) isolador de pino 34,5 kv e) isolador de pino 69 kv e f a) isolador de pino de vidro temperado 15 kv b) isolador híbrido 15 kv c) isolador bastão polimérico 15 kv d) isolador bastão polimérico 34,5 kv e) isolador bastão polimérico 69 kv f) cadeia de isoladores para 69 kv g) isolador suporte para 138 kv g e FIGURA 5. Isoladores de porcelana ensaiados no CEPEL FIGURA 6. Isoladores poliméricos e de vidro temperado ensaiados no CEPEL II Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica 75

Corrosão TABELA 3 Resultados do ensaio de poluição Tipo de Salinidade Duração da aplicação da tensão (min) isolador (g/l) Aplicação Aplicação Aplicação Aplicação 1 2 3 4 a 80 60 60 60 - b 80 33:40 38:30 - - 56 60 60 60 - c 80 60 60 60 - d 80 60 60 60 - e 80 60 60 60 - f 80 60 60 60 - g 80 60 60 60 - h 80 60 60 60 - i 80 3:00 1:00 - - 56 2:52 5:30 - - 40 5:50 5:48 - - 28 5:09 22:05 - - 21 13:00 60:00 10:00-14 60:00 60:00 28:00 13:00 7 60:00 60:00 60:00 - j 80 3:06 0:35 - - 56 3:00 3:45 - - 40 8:29 7:32 - - 28 3:30 12:00 - - 21 6:24 23:20 - - 14 60:00 38:00 10:00-7 60:00 60:00 60:00 - k 80 60 45 60 15 56 60 60 60 - l 80 60 60 60 - IV. RESULTADOS OBTIDOS NAS MEDIÇÕES DA POLUIÇÃO NO CAMPO Para melhor avaliar os resultados obtidos, foram traçados diversos gráficos, abrangendo todo o período de medição, conforme as seguintes avaliações: Comparação da poluição total (poluição do topo + poluição do fundo) dos isoladores de disco; Análise do material coletado para identificação dos poluentes. Como foram realizadas medições em mais de um isolador por estação, numa mesma data de coleta, será considerado o maior valor da densidade de sal equivalente (DDSE) obtido para comparar com os valores de classificação da poluição mostrados na tabela 2. Os resultados serão apresentados nas figuras 6 a 9, considerando a distância do mar das estações de coleta. A identificação dos poluentes no material coletado pode ser vista na tabela 4. TABELA 4 Análise dos poluentes Análise do material coletado após 6 meses Estação de coleta Conceição da Barra, Linhares Bananal, Linhares 07, Jacaraípe, Carapebus, Carapina, Ibes, Ceasa, Itapemirim Marataízes e Maroba Elementos majoritários Alumínio, Ferro e Silício Itaparica e Cachoeiro do Itapemirim Cálcio, Ferro e Silício Análise do material coletado após 14 meses Conceição da Barra, Linhares Bananal, Alumínio, Ferro e Linhares 07, Jacaraípe, Carapebus, Carapina, Silício Ibes, Ceasa, Itapemirim Marataízes, Itaparica e Maroba Conceição da Barra Zinco, Ferro e Silício Cachoeiro do Itapemirim Cálcio, Ferro e Silício Poluição náxima total nos isoladores de disco instalados na costa Poluição máxima total nos isoladores de disco instalados na costa 0,25 0,2 0,15 0,1 0,05 0 jun/02 jul/02 ago/02 set/02 out/02 nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 ma M uito Fraco Fraco Moderado Forte Conceição da Barra Itapar ica Carape FIGURA 6 Resultado da coleta nas estações situadas na costa 76 ANAIS DO II CITENEL / 2003

Poluição total máxima nos isoladores de disco instalados próximo à co 0,07 0,06 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 0 jun/02 jul/02 ago/02 set/02 out/02 nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 ma Insignificante Muito Fraco Fr aco Moderado Jacaraípe Itape m irim - M ara FIGURA 7 Resultado da coleta nas estações situadas póximo à costa Poluição total máxima nos isoladores de disco instalados a uma distância mé costa 0,045 0,04 0,035 0,03 0,025 0,02 0,015 0,01 0,005 0 jun/02 jul/02 ago/02 set/02 out/02 nov/02 dez/02 jan/03 fe v/03 mar/03 abr/03 ma Insignificante Muito Fraco Fraco Carapina Ceasa FIGURA 8 Resultado da coleta nas estações situadas a uma distância média da costa Poluição total máxima dos isoladores de disco instalados longe da costa 0,0140 0,0120 0,0100 0,0080 0,0060 0,0040 0,0020 0,0000 jun/02 jul/02 ago/02 set/02 out/02 nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 m ai/03 Linhares - Bananal Linhares 07 Cachoe iro do Itape m irim Insignificant FIGURA 9 Resultado da coleta nas estações situadas longe II Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica 77

V. COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Corrosão Os valores medidos do nível de poluição somente são preocupantes na estação de Itaparica, em alguns meses do ano, porque foi atingido o nível pesado, nível este que exige além do dimensionamento adequado de isoladores para esta região, cuidados para a execução de lavagem dos isoladores. Nas demais regiões basta a seleção adequada dos isoladores. A análise dos resultados das coletas com os resultados dos ensaios realizados permitiu concluir que: não é indicado o uso de isoladores de pino de porcelana de qualquer valor de tensão em qualquer das regiões onde houve a coleta da poluição, exceto nas estações de Linhares Bananal, Linhares 07 e Cachoeiro de Itapemirim onde a coleta indicou um nível de poluição insignificante; isolador pilar de porcelana para 15 kv e os isoladores bastão poliméricos podem trabalhar em qualquer região costeira pois estão projetados para um nível de poluição muito forte a excepcional; o isolador pino de vidro temperado, o isolador pilar para 69 kv e a coluna de isoladores de vidro temperado para 138 kv estão projetados para um nível de poluição forte a muito forte de modo que atendem a qualquer região costeira; o isolador pilar para 34,5 kv e o isolador híbrido, caso sejam instalados em regiões costeiras, necessitarão de inspeções periódicas pois estão projetados para um nível de poluição de moderado para forte. [1] Danilo Dutra de Rezende, Poluição de isoladores em subestações, Revista Mundo Elétrico, pp. 60 63, agosto/1982. [2] A. G. Kanashiro, G. F. Burani e I. R. Nascimento, Avaliação dos efeitos da poluição em linhas de transmissão situadas em região industrial, apresentado no VI ERLAC, artigo 22.03, 1995. [3] Darcy R. de Mello, Raimundo Tarcísio D. Costa Jr, José Távora Batista e Marcony E. Melo,. Avaliação do grau de poluição em instalações de transmissão, subestações e distribuição, apresentado no I Citenel, Brasília, 2001. [4] Guide for the selection of insulators in respect of polluted conditions, IEC Standard 60815, 1986. [5] Isoladores - Ensaio sob poluição artificial. Método de ensaio, norma NBR número 10621, 1990. É aconselhável continuar a coleta de poluição por mais um ano de modo a verificar se as condições climáticas envolvidas no depósito do poluente sobre os isoladores ( vento, chuva, etc ) não foram atípicas, o que mascararia os resultados obtidos 78 ANAIS DO II CITENEL / 2003