VARIABILIDADE E SUSCETIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações ecossistêmicas e sociais 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG

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Transcrição:

O PLUVIÔMETRO COMO METODOLOGIA DE ENSINO NAS AULAS DE CLIMATOLOGIA: ESTUDO DE CASO EM JATAÍ-GO ELISA REGINA DA CRUZ 1 ZILDA DE FÁTIMA MARIANO 2 RESUMO: Este artigo visa apresentar uma experiência relacionada à teoria e prática nos conteúdos de climatologia nas aulas de geografia. As interferências aconteceram na Escola municipal Professor Luziano Dias de Freitas, localizada na cidade de Jataí-GO. Primeiro ocorreu à explicação dos conceitos teóricos do clima e depois a proposta da construção do pluviômetro alternativo pelos alunos. Realizamos uma visita com os alunos à estação meteorológica para conhecimento dos aparelhos, transmissão e sua importância para a ciência. A partir das experiências já vivenciadas em sala de aula foi possível constatar que por meio dessa prática, os alunos aprenderam os conteúdos de climatologia com maior facilidade, em relação às aulas apoiadas somente no livro didático e lousa. Palavras-chave: Ensino. Climatologia. Pluviômetro e prática. ABSTRACT: This article presents an experience related to the theory and practice on climatology content in geography lessons. The interferences have occurred in the municipal School Teacher Luziano Dias de Freitas, located in Jataí-GO. First, occurred the explanation of the theoretical concepts of climate and after, the proposed construction of alternative pluviometer by students. We conducted a visit with students to the weather station for knowledge of equipment, transmission and its importance to science. From the already lived experiences in the classroom it was found that through this practice, students learned the climatology of content more easily, compared to classes supported only in the textbook and blackboard. Key words: Teaching. Climatology. Pluviometer and practice. 1 Graduada em Geografia/Licenciatura, Mestranda em Geografia. Universidade Federal de Goiás- Regional Jataí elisa_gyn@hotmail. 2 Dra. Docente do Curso de Geografia. Universidade Federal e Goiás-Regional Jataí zildadefatimamariano@gmail.com 2537

1 Introdução Por meio das experiências e vivências em sala de aula deparamos com as dificuldades para ensinar conteúdos que envolvem conceitos naturais e físicos da Geografia como: a carência de metodologias, o domínio do conteúdo pelos professores formados em outras áreas e uma carga horária extensa. Desta forma, a probabilidade de uma melhor aprendizagem pode ser possível por meio de uma relação entre teoria e prática. Assim o objetivo foi à construção do pluviômetro alternativo e intermediação dessa prática por meio da visita a estação meteorológica para relacionar o conteúdo aprendido em sala de aula. O ensino de geografia, como o de outras disciplinas, depara-se hoje com a necessidade de aulas práticas para o processo de aprendizagem dos alunos. Steink et al, (2014) apontam que nos dias atuais as pesquisas acadêmicas com desenvolvimento de projetos em escolas apresentam esforço na realização de atividades práticas que auxiliam os professores para o estudo dos fenômenos naturais do clima e as atividades antrópicas. A climatologia é a área de estudo da geografia, que estuda os fenômenos naturais relacionados a atmosfera, que busca compreender o clima da Terra e o tempo. Atualmente com a interferência do homem nesse contexto da globalização e nessa fase do capitalismo técnico informacional, cada vez o homem tem utilizado os recursos naturais para suprir a demanda da produção, seja para as necessidades de consumo ou para o consumismo. Nessa perspectiva, como fica o ensino da geografia escolar? Qual o caminho percorrer? Alves aponta que (2006, p. 134), nós, geógrafos, procuramos entender nossa sociedade, nosso mundo, a partir da análise do espaço geográfico. O espaço geográfico é produto das relações entre os homens com a natureza, e ao mesmo tempo é fator que interfere nas mesmas relações que o constituíram. O espaço é, então, a materialização das relações existente entre os homens na sociedade. Cavalcanti (2008) para entender as concepções da geografia nesse mundo atual é necessário levar em consideração alguns fatores como a globalização sendo a responsável pela hegemonização dos espaços e da sociedade; que provoca também o aumento da desigualdade no mundo. O desenvolvimento tecnológico nas áreas da comunicação e informação, o aumento da população nas cidades e por último chama atenção para o multiculturalismo. De acordo com Callai (2010, p.57) [...] os recortes que a geografia faz no espaço, especialmente para ensinar (mas não apenas) essa disciplina, tida por muito como simples 2538

descrição e de memorização [...]. Desse modo à geografia tem como objetivo conhecer o mundo, através de estudos e análise, cabe ao professor relacionar ao cotidiano dos alunos. E como fica o ensino da climatologia nesse mundo contemporâneo? Primeiramente o objetivo do professor é que todos compreendam os diferentes climas da Terra, porque existem regiões com temperaturas mais quente e outras mais frias? Esse é desafio do professor partir dos conceitos teóricos, para uma aprendizagem significativa o entendimento sobre os fatores climáticos: latitude, altitude, maritimidade, continentalidade, precisa está claro. Esse entendimento é importante para que possa compreender seu clima local e os elementos do clima como: a influência das massas de ar, da pressão atmosférica, precipitação. Desde os primórdios da vida humana, as pessoas sempre necessitaram ter informações sobre o clima e o tempo, seja por meio de conhecimentos práticos e acumulados por meio de suas vivencias. Mas como entender a climatologia e como fazer com que os alunos entendam? Segundo Steinke (2012) o entendimento da climatologia requer uma compreensão básica dos controles físicos do clima, fatores astronômicos e os fatores terrestres, responsáveis pela variação de energia solar que serão responsáveis por determinar os diferentes climas da Terra. Estudar a atmosfera e seus fenômenos tornou importante nesse novo contexto das mudanças climáticas. Conti (1998) a atmosfera contém a presença de uma massa gasosa que é importante para biosfera e a vida na Terra, sendo fundamental para a ocorrência dos ventos, chuvas, nuvens e outros fenômenos meteorológicos. No entanto o clima evoluiu ao longo do tempo sob a influência de fatores da sua própria dinâmica interna, as forças externas naturais, erupções vulcânicas e variações solares e as atividades antrópicos como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, tem contribuído para destruição da acamada de ozônio, provocando um aquecimento global. Apesar de o clima variar naturalmente, a concentrações globais de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, às atividades humanas, principalmente a emissões devido ao uso de combustíveis fósseis e a mudanças de uso do solo acabam contribuindo para as alterações. As atividades antrópicas trouxeram como consequência a liberação de gases poluentes o CO2 na atmosfera. Os impactos ambientais relacionados à utilização dos recursos naturais são realizados de maneira impensada, o que levou a necessidade de discutir-se no mundo e principalmente nas escolas a atual situação que se encontra o meio ambiente. 2539

Nessa perspectiva acreditamos que o uso de materiais em sala de aula, e a vivência fora de sala de aula, tudo isso é uma reflexão para compreensão dos conteúdos, cabe então proporcionar um espaço durante a aula, (PCN, 1998). Os conteúdos relacionados à climatologia estudam aos fenômenos naturais, como o tempo e clima, que influência nas atividades do cotidiano das pessoas. Desse modo o aluno é um ser que pertence a uma família, inserido em um lugar, sendo assim, o conhecimento do lugar, e da vivência dos alunos torna-se o alvo desse estudo. Dessa forma, o objetivo foi apresentar uma experiência relacionada à teoria e prática nos conteúdos de climatologia nas aulas de geografia na Escola municipal Professor Luziano Dias de Freitas, localizada na cidade de Jataí-GO. 2 Material e métodos Esta pesquisa foi de maneira qualitativa como aponta Lüdke e André (1986, p.11), a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. Dessa forma utilizou do ambiente da Escola Municipal Professor Luziano Dias Freitas e os alunos do 6, 7 e 9 anos para a realização da construção de pluviômetros caseiros, com material reciclável e a visita a estação meteorológica da Universidade Federal de Goiás Regional Jataí. Esta metodologia propõe um estudo do conceito de lugar em que trabalhou o conceito de chuva, tempo e clima. O primeiro momento realizou uma aula que discutia a teoria para determinar a diferença entre clima e tempo, por meio de questionamentos como: As mudanças ocorridas no tempo ocorrem em qualquer lugar? Muitas foram as respostas, como: sol, chuva, vento. A partir desse questionamento, tralhamos o conceito de massas de ar e após apresentamos a importância da previsão do tempo. Refletir sobre o conceito de clima e tempo na geografia nos impõe desafios de apresentar uma climatologia a fim de questionar alunos para o que serve esse estudo. No segundo momento foi exposto os aparelhos que compõem a estação meteorológica da UFG-Regional Jatai-GO por meio de data show e o desenvolvimento da construção de um aparelho meteorológico Pluviômetro em sala de aula. O terceiro momento foi à saída a campo dos alunos a estação meteorológica para conhecer os aparelhos meteorológicos. 3 Resultados e discussão 2540

O relato de experiência da utilização desta metodologia permitiu averiguar a participação dos alunos durante cada etapa do desenvolvimento da atividade como a contribuição para uma proximidade entre professor e alunos, afirmando o que relata o PCN (1998) o grande desafio do professor é escolher metodologias que ofereçam uma relação entre alunos e professores. Após a elaboração desta experiência tornou-se evidente que a construção do pluviômetro como material didático traz benefício no processo de aprendizagem dos alunos, em relação ao estudo das chuvas e do clima. Após concluir a confecção do pluviômetro caseiro, ele foi instalado na horta da escola e foram distribuídas planilhas para os alunos medirem e registrarem o volume diário das chuvas em mililitros (ml). Ao propor a continuidade da atividade através do acompanhamento do volume de chuvas pelos alunos, pretendia-se criar situações nas quais o aprendizado fosse reforçado de duas formas: a primeira pela leitura, anotação e sistematização dos dados coletados no equipamento e, segundo, através da identificação dos períodos mais chuvosos e da sua associação com a dinâmica natural e social, como, por exemplo, as épocas apropriadas ao plantio na horta, (Figura 1). Figura 1 Construção e instalação do pluviômetro, alunos do 6 e 9 ano Fonte: Autora (2014) pluviômetro, Muniz e Caracristi (2010, p. 6) apontam as vantagens do uso didático de um no uso didático os alunos obterão toda a compreensão do seu funcionamento, e poderão coletar e observar como comportam-se as precipitações no local, o uso pode ser diário, assim, fazer as distinções de como se configura a paisagem em períodos adversos (seco e chuvoso). Além desses aspectos, os alunos podem perceber como a sociedade local age diante das situações de chuvas, e como essas chuvas ou a ausência delas ocasionam impactos para esta sociedade. 2541

Os alunos instalaram os pluviômetros caseiros na residência, desse modo foi entregue a cada aluno uma planilha para realizar a anotação da chuva diariamente. Após confeccionarem os pluviômetros, os discentes levaram os alunos até a horta da escola e instalaram o pluviômetro artesanal e ensinaram aos alunos como são realizadas as coletas de dados de chuva neste tipo de aparelho meteorológico, para que os mesmos façam a coleta diariamente nos horários indicados. Resende e Mariano (2010) afirmam que os materiais didáticos utilizados nos conteúdos de clima envolvem uma ligação entre cotidiano e sala de aula, contribuindo para a construção de um saber que leva os alunos a reflexão. A Aula a campo na estação meteorológica foi realizado com os alunos e o professor. Os alunos puderam conhecer o funcionamento da estação meteorológica, todos os aparelhos meteorológicos como o heliógrafo, termômetro de solo, o abrigo meteorológico que contêm o termohigrógrafo, o psicrômetro, o termômetro de máxima e de mínima e o vaporímetro. Também conheceram o pluviômetro, o pluviógrafo, o catavento, o tanque de evaporação e receberam informações de como esses instrumentos funcionam e como são coletados os dados pelo técnico e para onde esses dados são enviados, enfim todo funcionamento da estação, (Figura 2). Figura 2 Alunos na aula a campo na estação meteorológica da UFG Fonte: Autora (2014) 4 Considerações Finais Por meio das experiências já vivenciadas em sala de aula, percebe-se que esses conteúdos de climatologia são complexos para os alunos quanto à aprendizagem e compreensão, assim constatou-se que a prática (construção do pluviômetro e visita a estação meteorológica) para os conteúdos de climatologia relacionados tiveram uma 2542

compreensão e aceitação pelos alunos, em relação aos alunos que tiveram às aulas apoiadas somente no livro didático e lousa. A utilização de aula teórica e prática por meio da construção do pluviômetro e a visita a estação meteorológica mostrou que essa pode ser uma alternativa para o professor trabalhar aulas com dinâmica, fora do modelo tradicional e aprisionado no livro didático, sendo que esse um complemento, um forte elemento facilitador no processo ensinoaprendizagem para o professor e aluno. 5 Referências ALVES, Glória da Anunciação. Cidade, cotidiano e TV. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.). A geografia na sala de aula. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 134-144. BRASIL. Orientações metodológicas e didáticas sobre metodologia. In: Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclo do ensino fundamental geografia. Brasília: MEC/SEF,1998. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciashumanas.pdf>. Acesso em: 02 abr.2013. CALLAI, Helena Copetti. O ensino de geografia: recortes espaciais para análise. In: CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos et al. (Org.) Geografia em sala de aula práticas e reflexões. 5 ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010. Associação dos Geógrafos Brasileiros Seção Porto Alegre. p. 57-63. CAVALCANTE, Lana de Souza. A geografia escolar e a cidade: ensaio sobre o ensino de geografia para a vida urbana cotidiana. Campinas SP. Ed. Papirus, 2008, 3 ed, p 190. CONTI, José Bueno. Coordenação Sueli Ângelo Furlan, Francisco Scarlato. Clima e meio ambiente. São Paulo. Atual. 1998. p. 88. LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. 99 p. MUNIZ, F. G. L; CARACRISTI, I. A Construção de materiais didáticos como técnica de aprendizagem da climatologia geográfica nas séries iniciais do ensino fundamental. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA, 9. 2010, Fortaleza-CE. Anais... Fortaleza: UFC e ABClima, 2011. RESENDE, F. Danilo; MARIANO, F. Zilda de. Aquecimento global mito ou realidade, uma análise nos livros didáticos. In: ANAIS DO CONGRESSO DE PESQUISA, ENSINO E EXTENÇÃO-CONPEEX, 2010, Goiânia. Anais... Goiânia: UFG, 2010. p. 4528-4532. Disponível em: http://www.ufg.br/conpeex/2010/online/artigos/prolicen/prolicen.pdf. Acesso em: 12 nov 2012. 2543

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