Divisão administrativa



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PORTUGAL Portugal, oficialmente República Portuguesa, é um país situado no sudoeste da Europa, na zona Ocidental da Península Ibérica. Possui uma área total de 92,391 km² e é a Nação mais ocidental do Continente Europeu, delimitado ao Norte e a Leste pelo Reino de Espanha e ao Sul e a Oeste pelo Oceano Atlântico. O território de Portugal compreende ainda as Regiões Autônomas dos Açores e da Madeira, situados no Hemisfério Norte do Oceano Atlântico. Durante os séculos XV e XVI, Portugal foi uma significativa potência econômica, social e cultural, com um vasto império colonial. É hoje um País desenvolvido, economicamente próspero, social e politicamente estável e humanamente desenvolvido. Membro da União Europeia desde 1986, é um dos Países fundadores da Zona Euro e da OTAN. Geografia Situado no extremo sudoeste da Europa, Portugal Continental faz fronteira apenas com um outro País, a Espanha. O território é dividido no Continente pelo rio principal, o Tejo. Ao norte, a paisagem é montanhosa, nas zonas do interior com planaltos, intercalados por áreas que permitem o desenvolvimento da agricultura. Ao sul, até o Algarve, o relevo é caracterizado por planícies, sendo as serras esporádicas. Outros rios principais são o Douro, o Minho e o Guadiana, que assim como o Tejo nascem na Espanha. Outro rio importante, o Mondego, nasce na Serra da Estrela (as mais altas montanhas de Portugal Continental - 1991 metros de altitude máxima). As ilhas dos Açores e Madeira estão localizadas no médio Oceano Atlântico; algumas das ilhas tiveram atividade vulcânica recente: São Miguel em 1563, e Capelinhos em 1957, que aumentou a área ocidental da Ilha do Faial. O Banco D. João de Castro é um grande vulcão submarino que se situa entre as ilhas Terceira e São Miguel há 14 metros abaixo da superfície do mar. Entrou em erupção em 1720 e formou uma ilha, que permaneceu ao nível da água durante vários anos. Uma nova ilha poderá surgir num futuro não muito distante. O ponto mais alto de Portugal é o Monte Pico na Ilha do Pico, um antigo vulcão que atinge 2351 metros de altitude. A costa portuguesa é extensa: tem 1230 km em Portugal Continental, 667 km nos Açores, 250 km na Madeira, onde incluem também as Ilhas Desertas (Ilhéu Chão, Deserta Grande e Bugio), as Ilhas Selvagens (Selvagem Grande, a Selvagem Pequena e o Ilhéu de Fora) e a Ilha do Porto Santo (que inclui o Ilhéu de Baixo). A costa formou belas praias, com variedade entre falésias e areais. Na Ilha de Porto Santo uma formação de dunas de origem orgânica (ao contrário da origem mineral da costa portuguesa continental) com cerca de 9 km é um ponto turístico muito apreciado internacionalmente. Uma característica importante na costa portuguesa é a Ria de Aveiro, estuário do Rio Vouga, perto da cidade de Aveiro, com 45km de comprimento e aproximadamente de 11 km de largura, rica em peixe e aves marinhas. Existem quatro canais, e entre estes várias ilhas e ilhotas, e é onde quatro rios encontram o oceano. Com a formação de cordões litorais definiu-se uma laguna, vista como um dos elementos hidrográficos mais marcantes da costa portuguesa. Portugal possuiu uma das maiores zonas econômicas exclusivas (ZEE) da Europa, cobrindo 1 727 408 km². Em Portugal Continental, as temperaturas médias anuais são 13ºC no norte e 18ºC no sul. No interior vão de 7ªC a 18ºC. As ilhas da Madeira e dos Açores, devido à sua localização no Atlântico, são mais úmidas e chuvosas, e com um intervalo de temperaturas menor. Normalmente, os meses da Primavera e Verão são ensolarados e as temperaturas são altas durante os meses secos de Julho e Agosto, com um máximo no centro do País entre 30ºC e 35ºC, mas geralmente mais altas no Alentejo.

O Outono e o Inverno são tipicamente ventosos, chuvosos e frios, especialmente nas cidades do norte de Portugal Continental em que são frequentes as temperaturas negativas, no entanto, nas cidades mais a sul de Portugal as temperaturas dificilmente descem abaixo dos 5ºC, ficando-se pelos 10ºC na maioria dos casos. A neve é comum na zona Norte do País e rara no Sul embora também aconteça. No Inverno, temperaturas inferiores a -10ªC ocorrem com alguma frequência, e pode nevar de Outubro a Junho. História O território português atual foi originalmente habitado por populações ibéricas do Paleolítico, que produziram as Gravuras Rupestres do Vale do Côa, dentre os quais, se destacavam os Iberos e os Lusitanos como maiores grupos étnicos. Os celtas chegaram ao território, cerca do século VI antes da era cristã, fundindo-se com os Iberos, formando o povo Celtibero. A chegada de populações celtas aconteceu, com maior ou menor frequência até ao século I. Mais tarde, deu-se a invasão pelo Império Romano, e o norte de Portugal foi incorporado à Galícia, com capital em Braga. O território a Sul do Douro até ao Algarve constituiu a maior parte da província romana denominada Lusitânia, conjuntamente com a atual região da Extremadura espanhola. Quando o Império Romano caiu, os Suevos fundaram um reino, cuja capital era Bracara, englobando a Galiza e parte das Astúrias e estendendo-se até ao Tejo a sul. Ocupando mais ou menos a atual faixa que Portugal ocupa do Rio Tejo até ao Algarve, instalou-se o Reino dos Alanos, sendo que os Visigodos ocuparam o resto da península. Em 580, os Visigodos conseguiram conquistar o resto da península. Mais tarde invadido pelos Mouros, o condado de Portugal ou Condado Portucalense foi estabelecido depois da conquista do Porto por Vímara Peres, em 868, como parcela da monarquia galega. Este condado compreendia as terras a sul do Rio Minho até ao Rio Vouga, compreendendo também as cidades de Lamego e Viseu. Muito antes de Portugal conseguir a sua independência, já tinha havido algumas tentativas de conseguir uma autonomia mais alargada, e até mesmo a independência por parte dos condes que governavam as terras de Galiza e Portucale. Para terminar com este clima de independência da nobreza local em relação ao domínio leonês, o Rei Afonso VI de Leão, entregou o governo do Condado da Galiza (que nessa altura incluía as terras de Portucale) ao Conde D. Raimundo de Borgonha. Após muitos fracassos militares de D.Raimundo contra os Mouros, Afonso VI decidiu dar, em 1096, ao primo de este, o Conde D. Henrique, o governo das terras mais a sul do Condado da Galiza, fundando assim o Condado de Portucale. Com o governo do Conde D. Henrique, o Condado Portucalense conheceu não só uma política militar mais eficaz na luta contra os Mouros, mas também uma política emancipacionista mais ativa, apesar de nunca ter conseguido alcançar a independência. Só após a sua morte, quando o seu filho D.Afonso Henriques subiu ao poder, Portugal conseguiu alcançar a sua independência com a assinatura, em 1143, do Tratado de Zamora, ao mesmo tempo que conseguiu ainda conquistar cidades importantes como Santarém, Lisboa, Palmela e Évora aos Muçulmanos. Terminada a Reconquista do território português, em 1249, a independência do novo reino viria a ser questionada várias vezes por Castela. Primeiro, na sequência da crise de sucessão de D. Fernando I, que culminou na batalha de Aljubarrota, em 1385. Mais tarde, com o desaparecimento de D. Sebastião, três gerações de reis espanhóis dominaram o País (Dinastia Filipina). Esse domínio foi deposto a 01 de Dezembro de 1640 pela nobreza nacional, que após ter vencido a guarda real castelhana, depôs a condessa governadora de Portugal, e coroando D.João IV como Rei de Portugal. Após isto, seguiu-se a guerra entre Portugal e Castela, na qual se deu a Batalha das Linhas de Elvas, terminando apenas em 1668, com a

assinatura de um tratado de paz, em que Castela reconhecia de vez a restauração de Portugal. Com o fim da guerra, Portugal deu início ao processo de exploração e expansão conhecido por Descobrimentos, entre cujas figuras cimeiras destacam o infante D. Henrique, o Navegador, e o Rei D. João II. O cabo Bojador foi dobrado por Gil Eanes em 1434, e a exploração da costa africana prosseguiu até que Bartolomeu Dias, já em 1488, comprovou a comunicação entre os oceanos Atlântico e Índico dobrando o cabo da Boa Esperança. Em rápida sucessão, descobriram-se rotas e terras na América do Norte, na América do Sul, e no Oriente, na sua maioria durante o reinado de D. Manuel I, o Venturoso. Foi a expansão no Oriente, sobretudo graças às conquistas de Afonso de Albuquerque que, durante a primeira metade do século XVI, concentrou quase todos os esforços dos portugueses, muito embora já em 1530 D. João III tivesse iniciado a colonização do Brasil. Foi no seu reinado que se atingiram o Japão e, provavelmente, a Austrália. O desastre militar da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578, na qual faleceram ou desapareceram o rei D. Sebastião e boa parte da nobreza portuguesa deu origem a uma nova crise de sucessão, 1580, a qual resultou, desta vez, na subida ao trono português de Filipe II de Espanha. Somente em 1640 seria restaurada a independência sob D. João IV, da casa de Bragança. O final do século XVII e a primeira metade do século XVIII assistiram ao florescimento da exploração mineira do Brasil, onde se descobriram ouro e pedras preciosas que fizeram de D. João V um dos monarcas mais opulentos da Europa, que serviram apenas para pagar os produtos importados, majoritariamente da Inglaterra, uma vez Portugal ter abdicado da continuidade de Reformas iniciadas pelo 3º Conde da Ericeira, que beneficiava industrialização do País (por exemplo: Não existia indústria têxtil no País e todos os tecidos eram importados da Inglaterra), o comércio externo baseava-se na indústria do vinho e o desenvolvimento econômico do reino baseou-se, nos esforços do Marquês de Pombal, ministro de D. José entre 1750 e 1777, para inverter a situação com grandes reformas mercantilistas, acabando mesmo por perseguir diversos opositores como é o caso dos Távoras. Foi neste reinado que um terremoto devastou Lisboa e o Algarve, a 01 de Novembro de 1755. Por não quebrar a aliança com a Inglaterra e recusar-se a aderir ao Bloqueio Continental, Portugal foi invadido pelos exércitos napoleônicos em 1807. A Corte e a família real portuguesa refugiaram-se no Brasil, e a capital deslocou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceria até 1821, quando D. João VI, desde 1816 rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, regressou a Lisboa para jurar a primeira Constituição. No ano seguinte, o seu filho D. Pedro IV era proclamado imperador do Brasil independente. Portugal viveu, no restante século XIX, períodos de enorme perturbação política e social e só com o Ato Adicional à Carta, de 1852, foi possível a calmaria política e o início da política de fomento protagonizada por Fontes Pereira de Melo. No final do século XIX, as ambições coloniais portuguesas chocam com as inglesas, o que está na origem do Ultimato de 1890. A concessão das exigências britânicas e os crescentes problemas econômicos lançam a monarquia num descrédito crescente, e D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe são assassinados em 01 de Fevereiro de 1908. A República é pouco depois instaurada, em 05 de Outubro de 1910, e o jovem rei D. Manuel II parte para o exílio em Inglaterra. Após vários anos de instabilidade política, com lutas de trabalhadores, tumultos, levantamentos, homicídios políticos e crises financeiras (problemas que a participação na I Guerra Mundial contribuiu para aprofundar), o Exército tomou o Poder, em 1926. O regime militar nomeou ministro das Finanças António de Oliveira Salazar, professor da Universidade de Coimbra, que pouco depois foi nomeado Presidente do Conselho de Ministros (1932). Ao mesmo tempo que restaurou as finanças, instituiu o Estado Novo, regime corporativo, tradicionalista e autoritário, com afinidades bem marcadas com o fascismo pelo menos até 1945. Em 1968, afastado do poder por doença, sucedeu-lhe Marcelo Caetano. A recusa do regime em descolonizar as Províncias Ultramarinas resultou no início da guerra colonial, primeiro em Angola (1961) e

em seguida na Guiné (1963) e em Moçambique (1964). Apesar das críticas de alguns dos mais antigos oficiais do Exército, entre os quais o general Antônio de Spínola, o governo parecia determinado em continuar esta política. Com o seu livro Portugal e o Futuro, em que defendia a insustentabilidade de uma solução militar nas guerras do Ultramar, Spínola seria destituído, o que agravou o crescente mal-estar entre os jovens oficiais do Exército, os quais, no dia 25 Abril de 1974 desencadearam um golpe de estado. Na atualidade é um dos membros da União Europeia (aderiu à então CEE em 1986). Divisão administrativa As principais divisões administrativas de Portugal são, ainda, os 18 distritos no continente e as duas Regiões Autônomas dos Açores e Madeira, que se subdividem em 308 conselhos e 4257 freguesias. Mas o país tem muitas outras formas de organização territorial. Veja subdivisões de Portugal para mais informações. Distritos: Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Viseu e Vila Real Regiões Autônomas Açores, Madeira. Política Em Portugal existem quatro Órgãos de Soberania: o Presidente da República (Chefe de Estado - poder moderador), a Assembleia da República (Parlamento - poder legislativo), o Governo (poder executivo) e os Tribunais (poder judicial). Vigora o sistema semipresidencialista. O Presidente da República é o Chefe de Estado e é eleito por sufrágio universal para um mandato de cinco anos, exercendo uma função tripla de fiscalização sobre a atividade do Governo, de comando como Comandante Supremo das Forças Armadas (Exército, Armada, Força Aérea, Guarda Nacional Republicana) e de representação formal do Estado português no exterior. Reside oficialmente no Palácio de Belém, em Lisboa. A Assembleia da República, que reúne em Lisboa, no Palácio de São Bento, é eleita para um mandato de quatro anos. Neste momento conta com 230 deputados, eleitos em 22 círculos plurinominais em listas de partidos. O Governo é chefiado pelo Primeiro-Ministro, que é por regra o líder do partido mais votado em cada eleição legislativa e é convidado nessa forma pelo Presidente da República para formar Governo. É o Primeiro-Ministro quem nomeia os Ministros. Os Tribunais administram a justiça em nome do povo, defendendo os direitos e interesses dos cidadãos, impedir a violação da legalidade democrática e dirimir os conflitos de interesses que ocorram entre diversas entidades. Desde 1975, o panorama político português tem sido dominado por dois partidos: o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD). Estes partidos têm dividido as tarefas de governar e administrar a maioria das autarquias praticamente desde a instauração da democracia. No entanto, partidos como o Partido Comunista Português (PCP), que detém ainda a presidência de autarquias e uma grande influência junto do movimento sindical ou o Partido Popular (CDS-PP) (que já governou o País em coligação com o PS e com o PSD) são também importantes no xadrez político. Para além destes, têm assento no Parlamento o Bloco de Esquerda (BE), o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), o Partido Popular Monárquico e o Movimento o Partido da Terra. Economia

Desde 1985, o país entrou num processo de modernização num ambiente bastante estável (1985 até à atualidade) e juntou-se à União Europeia em 1986. Os sucessivos governos fizeram várias reformas, privatizaram muitas empresas controladas pelo Estado e liberalizaram áreas-chave da economia, incluindo os setores das telecomunicações e financeiros. Portugal desenvolveu uma economia crescentemente baseada em serviços e foi um dos onze membros fundadores da moeda europeia - o Euro - em 1999. Começou a circular a sua nova moeda a 01 de Janeiro de 2002 com 11 outros estados membros da UE, aos quais se veio a juntar a Eslovênia em 2007. O país possui um PIB de US$ 212,5 bilhões (2012). Portugal faz parte dos países com um índice de desenvolvimento humano (IDH) alto e também pertence ao que usualmente designam-se como grupo dos países desenvolvidos. Portugal é um dos países fundadores da Zona Euro. O crescimento econômico português esteve acima da média da União Europeia na maior parte da década de 1990. O PIB per capita ronda os 76% das maiores economias ocidentais europeias. O ranking anual de competitividade de 2005 do Fórum Econômico Mundial (WEF World Economic Forum), coloca Portugal no 22º lugar, à frente de Países como a Espanha, Irlanda, França, Bélgica e Hong Kong. Esta classificação representa uma subida de dois lugares face ao ranking de 2004. No contexto tecnológico, Portugal aparece na 20ª posição do ranking e na rubrica das instituições públicas, Portugal é 15ª melhor. Um estudo sobre qualidade de vida feito pelo Economist Intelligence Unit ou EIU Quality-of-life Survey coloca Portugal em 20º lugar entre os países com melhor qualidade de vida. Em parte, com o recurso a fundos da União Europeia, o País fez nas duas últimas décadas investimentos avultados em várias infraestruturas, dispondo hoje de uma extensa rede de autoestradas e beneficiando de boas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias. Com um passado predominantemente agrícola, atualmente e devido a todo o desenvolvimento que o País registrou, a estrutura da economia baseia-se nos serviços e na indústria, que representam 67,8% e 28,2% do VAB (Fonte: INE, 2004). As maiores indústrias transformadoras são os têxteis, calçados, cabedal, mobiliário, mármores, cerâmica (de destacar a Vista Alegre) e a cortiça. As indústrias modernas desenvolveram-se significativamente: refinarias de petróleo, petroquímica, produção de cimento, indústrias automobilísticas e navais, indústrias elétricas e eletrônicas, maquinaria e indústrias do papel. Portugal tem um dos maiores complexos de indústrias petroquímicas da Europa situado em Sines e dotado de um porto. A indústria automobilística também é relevante em Portugal e localiza-se em Palmela (a maior infraestrutura é a Autoeuropa), Setúbal, Porto, Aveiro, Braga, Santarém e Azambuja. As oliveiras (4000 km²), os vinhedos (3750 km²), o trigo (3000 km²) e o milho (2680 km²) são produzidos em áreas bastante vastas. Os vinhos (especialmente o Vinho do Porto e o Vinho da Madeira) e azeites portugueses são bastante apreciados devido à sua qualidade. Também, Portugal é produtor de fruta de qualidade selecionada, nomeadamente as laranjas algarvias, a pera rocha da região Oeste e a cereja da Gardunha. Outras produções são de horticultura ou floricultura, como a beterraba doce, óleo de girassol e tabaco. A cortiça tem uma produção bastante significativa: Portugal produz metade da cortiça produzida no mundo. Recursos minerais significativos são o volfrâmio, o estanho e o urânio. Alguns dos recursos naturais, tais como os bosques que cobrem cerca de 34% do País, são nomeadamente: pinheiros (13500 km²), sobreiros (6800 km²), azinheiras (5340 km²) e eucaliptos (2430 km²). O país compra principalmente dentro da União Europeia: Espanha, Alemanha, França, Itália e Reino Unido. Também vende a maioria dos seus produtos dentro da União: Alemanha, Espanha e França são os parceiros principais. O norte de Portugal vai ter o primeiro parque mundial de aproveitamento da energia das ondas. A região de Lisboa é a mais rica de Portugal, com um PIB per capita superior ao da média da União Europeia.

Demografia Os portugueses são, na sua origem, compostos por Celtas e Iberos, Celtiberos e, majoritariamente, pelos Lusitanos. Os Calaicos ou "gallaeci" são de origem celta e germânica. Os Cónios e outras menos significativas constituem o resto da origem. Outras influências importantes foram também os Romanos (a Língua portuguesa deriva do Latim), os Visigodos e os Suevos, todos os quais povoaram o que é hoje território português. Influências menores foram os Gregos e os Fenícios-Cartagineses (com pequenas feitorias comerciais costeiras semipermanentes), os Vândalos (Silingos e Asdingos), os Alanos (ambos expulsos ou parcialmente integrados pelos Visigodos) e os Mouros. Sua população era de 10,6 milhões (2013). Vivem em Portugal perto de 500 mil imigrantes, o que representa aproximadamente 5% da população portuguesa, sendo a maioria oriunda do Brasil (66.700), seguida da Ucrânia (65.800) e de Cabo Verde (64.300), entre outros, tais como Moldávia, Romênia, Guiné- Bissau, Angola, Timor-Leste, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Rússia. De acordo com o relatório "Situação da Infância 2007", do Fundo das Nações Unidas Para A Infância (Unicef), Portugal é o 13º país (em mais de 180 países) com a mais baixa taxa de mortalidade infantil. O relatório indica igualmente que Portugal é um dos países do mundo com a esperança média de vida mais elevada, 78 anos. A esperança média de vida só é mais alta na Suíça, Suécia, Noruega, Nova Zelândia, Finlândia, Holanda, Islândia, Itália, Israel e Luxemburgo. Religião A maioria dos Portugueses (cerca de 84% da população total - segundo os resultados oficiais do Censos 2001), inscrevem-se numa tradição católica. A prática dominical do Catolicismo segundo um estudo da própria Igreja Católica (também de 2001) é realizada por 1.933.677 católicos praticantes (18.7% da população total) e o número de membros é de 1.065.036 (10.3% da população total). Cerca de metade dos casamentos realizados são casamentos católicos, os quais produzem automaticamente efeitos civis. O divórcio é permitido, conforme estabelecido no Código Civil, por mútuo consentimento ou por requerimento no tribunal por um dos cônjuges, apesar de o Direito Matrimonial Canônico não prever esta figura. Existem vinte dioceses em Portugal, agrupadas em três províncias eclesiásticas: Braga, Lisboa e Évora. O protestantismo em Portugal possui várias denominações atuantes maioritariamente de cultos com inspiração evangélica neopentecostal ( Assembleia de Deus e Igreja Maná) ou de imigração brasileira ( Igreja Universal do reino de Deus - IURD). A comunidade judaica em Portugal conseguiu manter-se até à atualidade, não obstante a ordem de expulsão dos Judeus em 05 de Dezembro de 1496 por Decreto do Rei D. Manuel I, obrigando muitos a escolher entre conversões forçadas ou a efetiva expulsão do País, ou à prisão e consequentes penas decretadas pela Inquisição portuguesa, que, precisamente por este motivo acabou por ser uma das mais ativas na Europa. A forma como o culto se desenvolveu na vila raiana de Belmonte é um dos exemplos de perseverança dos Judeus como unidade em Portugal. Em 1506, em Lisboa, dá-se um massacre de Judeus em que perderam a vida entre 2.000 e 4.000 pessoas, um dos mais violentos na época, a nível europeu. Existem ainda minorias islâmicas e hindus, com base, na sua maioria, em descendentes de imigrantes, bem como alguns focos pontuais (alguns apenas a nível regional) de budistas, gnósticos e espíritas. A Constituição Portuguesa garante liberdade religiosa total, mas a igualdade entre religiões é contrariada pela existência da Concordata que dá benefícios específicos à Igreja Católica. É comum que em cerimônias oficiais públicas como inaugurações de edifícios ou eventos oficiais de Estado haver a presença de um representante da Igreja Católica, ou, nas cerimônias oficiais, são associados atos religiosos católicos

como bênçãos ou missas. O estatuto religioso dos políticos eleitos é normalmente considerado irrelevante pelos eleitores. Como exemplo disso, dois dos últimos Presidentes da República (Mário Soares e Jorge Sampaio) eram pessoas assumidamente laicas. FATOS RECENTES Em janeiro de 2011, o presidente Aníbal Cavaco Silva (PSD) é reeleito. Em março, o primeiroministro José Sócrates renuncia após o Parlamento rejeitar novo pacote de austeridade. SOCORRO FINANCEIRO No mês seguinte, Portugal se torna o terceiro país europeu, após Grécia e Irlanda, a recorrer à UE e ao FMI para evitar a insolvência nas contas públicas. O pacote de 78 bilhões de euros representa 47% do PIB. Como contrapartida, o governo deverá reduzir o tamanho do Estado e diminuir o déficit orçamentário de 9,1% do PIB em 2010 para 3% em 2013. NOVO GOVERNO Em junho, o PSD vence as eleições e forma um governo de coalizão com o PP. Pedro Passos Coelho é indicado premiê (veja composição parlamentar em Dados Gerais). Em outubro, o governo anuncia medidas de austeridade que atingem os servidores públicos e os aposentados, o que gera protestos e a organização de uma greve geral no mês seguinte. As medidas esfriam a economia, e o PIB do país recua 1,6% em 2011. GREVE GERAL Em março de 2012, milhares de trabalhadores entram em greve geral de 24 horas em protesto contra o corte de benefícios trabalhistas e o aumento do da pobreza. Em setembro, a UE, o FMI e o Banco Central Europeu reconhecem os avanços na condução da economia e afrouxam as metas de déficit orçamentário impostas. No mês seguinte, o governo anuncia novo pacote econômico. O PIB encolhe 3,2% ao final do ano. ECONOMIA Em março de 2013, o governo obtém com os credores mais um ano para reduzir o déficit fiscal para menos de 3% do PIB o prazo agora é 2015. Em abril, a Justiça considera inconstitucionais os cortes nos salários e nas pensões de funcionários públicos, medidas que faziam parte do pacote de austeridade acertado para 2013. Como alternativa, o governo decreta novo plano de ajuste, com cortes na saúde, educação e previdência social. A decisão, que visa a economizar 4,8 bilhões de dólares, é vista como crucial para o país não precisar de um segundo resgate da UE. DESEMPREGO E EMIGRAÇÃO Um dos principais efeitos da crise econômica é o desemprego, que atinge cerca de 37% da população jovem em 2013. Como consequência, a emigração tem aumentado significativamente. Entre 2011 e 2012, estima-se que 240 mil pessoas tenham deixado o país em busca de trabalho. Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas, a população portuguesa encolheu 0,5% em 2012. CRISE POLÍTICA

Em julho de 2013, os ministros das Finanças e das Relações Exteriores pedem demissão, pressionados pelo fraco desempenho econômico. A coalizão governista fica à beira do rompimento, mas Passos Coelho consegue contornar a crise. COMPILAÇÃO FEITA A PARTIR DE: - Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014. - AQUINO, JESUS, OSCAR. História das Sociedades Americanas. São Paulo: Ao Livro Técnico. - AQUINO, JACQUES, DENIZE e OSCAR. História das Sociedades, das Comunidades primitivas às Sociedades Medievais. 26ª ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1993 - AQUINO, JACQUES, DENIZE, OSCAR. História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais, 32ª Ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995.