1 LIÇÃO: 10- O EVANGELHO BARATO "Naquele tempo muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim." Mateus 24:10-14 Introdução O evangelho possui o mais sublime dos significados. É a palavra mais esperançosa que o nosso vocabulário já pode produzir. Sem ela e o que ela significa, o que seria de nós? Sem ela o que restaria seriam apenas más notícias. A palavra Evangelho é uma palavra de origem grega que significa boa notícia. Essa boa notícia é a mensagem de salvação e esperança trazida por Jesus Cristo ao mundo e depois proclamada pelos apóstolos e outros discípulos, e após eles, proclamada por milhares de gerações até o dia de hoje. Jesus falou das boas notícias e as mostrou para as pessoas: E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. (Mt 9:35), O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo. (Lc 4:18-19 NTLH). O amor a essência do evangelho Uma das características de Jesus que mais me chama a atenção é o fato de Ele ter predileção pelos excluídos, ou seja, todo aquele que é considerado alienado social. Na época de Jesus havia uma barreira que impedia as pessoas ditas impuras de participarem ativamente da sociedade principalmente da vida religiosa. Jesus, diante destas pessoas lhes mostra a importância de uma vida orientada pela Palavra de Deus, porém Ele o faz de maneira equilibrada preservando o respeito à pessoa humana. Vejo que o Evangelho é instrumento de humanização e favorece o encontro com Deus. Em todos os textos bíblicos que narram o encontro de Jesus com as pessoas fica claro o jeito diferente com o qual Ele trata a cada um. Aqui está a mística da evangelização de Jesus: uma forma diferente de acolher e orientar a situação de cada pessoa. É por isso mesmo que tanta gente ia ao encontro d Ele para ouvi-lo, vê-lo, tocá-lo e estas pessoas tinham a convicção de que o encontro pessoal com Jesus seria transformador para suas vidas.
2 O texto do Evangelho de João 4 narra o momento no qual Jesus ao passar pela Samaria, em uma de suas viagens, para ao lado do poço de Jacó, lugar que era bastante conhecido e frequentado pelos samaritanos, para descansar um pouco de uma viagem desgastante debaixo de um forte sol. Ao chegar a este lugar Jesus deparou-se com uma mulher que se se aproximou do poço para retirar água, e daí iniciou-se um diálogo entre Jesus e a mulher samaritana, cujo nome a Bíblia não traz. Ora, não era permitida aos judeus a aproximação, tampouco a conversa com os samaritanos já que estes eram tidos como pagãos, pecadores, distantes de Deus e incapazes de receberem algo de Deus. Esta era a condição e o tratamento dado aos samaritanos: de total desprezo. Jesus foi de encontro a esta maneira de interpretação da Palavra de Deus que fazia dela um obstáculo instransponível para se chegar a Deus. Ele mostra que a verdadeira chave de interpretação da Palavra de Deus é o amor. O amor é capaz de transformar um coração endurecido, egoísta, fechado em um coração capaz de acolher a todos indistintamente. E o texto termina mostrando que o diálogo entre Jesus e a samaritana foi fundamental para transformar a vida de alguém que até então só havia escutado palavras de condenação. O Evangelho é na sua essência amor. O mesmo evangelista João diz que Deus é amor e o Apóstolo Paulo na belíssima Primeira Carta aos Coríntios capítulo 13 reforça que ao final só o amor permanecerá. Foi por amor que Jesus veio morrer por nós, isso mesmo, esse amor é tão grande, que o própria Pai, o Deus Todopoderoso, enviou seu Filho para morrer por nós. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16. Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai. João 10-17,18. E é esse mesmo amor é que nos faz olhar para as pessoas com o olhar de Jesus. Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. I João 3:16. Tanto no decorrer da história como em nossos dias ainda vemos missionários sendo mártires pela verdadeira causa do evangelho. Jesus nos ensina que o amor é a coluna dorsal do evangelho E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Lucas 10-27. Essa essência está relacionada a amar a Deus e o próximo, se alguém amar o próximo e não amar a Deus não foi parte do evangelho de Cristo, (assim como os ateus). De igual modo não se pode amar a Deus e odiar o próximo. Se alguém afirmar: "Eu amo a Deus", mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem
3 não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão. I João 1-4. Jesus vai além de amar nosso próximo, pai, mãe, irmãos, familiares, amigos. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus Mateus 5-44. Tento como objetivo a reconciliação do homem perdido com Deus, o evangelho restaura vidas, transforma, dá sentido à vida. A Teologia da facilidade Teologia da prosperidade (também conhecida como Evangelho da prosperidade) é uma doutrina religiosa cristã que defende que a bênção financeira é o desejo de Deus para os cristãos e que a fé, o discurso positivo e as doações para os ministérios cristãos irão sempre aumentar a riqueza material do fiel. Baseada em interpretações não-tradicionais da Bíblia, geralmente com ênfase no Livro de Malaquias, a doutrina interpreta a Bíblia como um contrato entre Deus e os humanos; se os humanos tiverem fé em Deus, Ele irá cumprir suas promessas de segurança e prosperidade. Reconhecer tais promessas como verdadeiras é percebido como um ato de fé, o que Deus irá honrar. Seus defensores ensinam que a doutrina é um aspecto do caminho à dominação cristã da sociedade, argumentando que a promessa divina de dominação sobre as Tribos de Israel se aplica aos cristãos de hoje. A doutrina enfatiza a importância do empoderamento pessoal, propondo que é da vontade de Deus ver seu povo feliz. A expiação (reconciliação com Deus) é interpretada de forma a incluir o alívio das doenças e da pobreza, que são vistas como maldições a serem quebradas pela fé. Acredita-se atingir isso através da visualização e da confissão positiva, o que é geralmente professado em termos contratuais e mecânicos. A teologia da prosperidade ensina que os cristãos têm direito ao bem-estar e, pelo fato das realidades físicas e espirituais serem vistas como uma única realidade inseparável, isso é interpretado como saúde física e prosperidade econômica. Os pregadores da doutrina focam no auto realização pessoal, promovendo uma visão positiva do espírito e do corpo. Eles defendem que os cristãos receberam poderes durante a criação do Universo porque eles foram feitos à imagem de Deus e ensinam que a confissão positiva permite aos cristãos exercer domínio sobre suas almas e objetos materiais ao seu redor. Os líderes do movimento veem a expiação como fonte de alívio de doenças, pobreza e corrupção espiritual, a pobreza e as doenças seriam maldições que podem ser quebradas através da fé e das ações retas. Há, no entanto, algumas igrejas seguidoras da doutrina que buscam um paradigma mais moderado ou reformado da prosperidade, chamado de "teologia da vida abundante",
4 professando a prosperidade para o ser humano como um todo, o que ele vê como um caminho para o combate à pobreza. O Evangelho da cruz x evangelho de facilidade De quem depende? 1-Evangelho da prosperidade: "Depende da minha fé" positiva ou negativamente, tudo depende de mim. De acordo com o que o quero, eu recebo". Essa é a essência da confissão positiva. 1.1-Evangelho da cruz: Eu dependo de Cristo Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. João 15.5 Vida de riquezas: 2-Evangelho da prosperidade: Prosperar é o meu direito. 2.1-Evangelho da cruz: Paulo escreve outra realidade a Igreja de Corinto Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens. Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós vis. Até esta presente hora sofremos fome, e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos; somos blasfemados, e rogamos; até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todos. I Coríntios 4:9-13 Servo ou Senhor? 3-Evangelho da prosperidade: Na busca da bênção, o fiel deve determinar, decretar, reivindicar e exigir de Deus que Ele cumpra sua parte no acordo; ao fiel compete dar dízimos e ofertas. A Deus cabe abençoar. Ao estabelecer esta relação de reciprocidade com Deus, o que ocorre é que Ele, Deus, fica na obrigação de cumprir todas as promessas contidas na Bíblia na vida do fiel. Torna-se cativo de sua própria Palavra. 3.1-Evangelho da cruz: Vós tudo perverteis, como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Não me fez; e o vaso formado dissesse do seu oleiro: Nada sabe. Isaías 29:16. Lembrem-se das palavras que eu lhes disse: nenhum escravo é maior do que o seu senhor João 15-20ª Resultado de troca: 4-Evangelho da prosperidade: Torna-se impossível não evidenciar que essa relação agrega um forte simbolismo ao dinheiro: o fiel propõe trocas com Deus para conseguir a bênção desejada. Neste discurso, a soberania de Deus é compartilhada pelo fiel na relação de troca.
5 4.1-Evagelho da cruz: Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Romanos 11:35 Posso ficar doente? 5- Evangelho da prosperidade: Fomos sarados e não existe mais doença para o crente. 5.1- Evangelho da cruz: Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal. Jó 1.1, Então saiu Satanás da presença do Senhor, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó tomou um caco para se raspar com ele; e estava assentado no meio da cinza. Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios. Jó 2:7-10 Conclusão Uma leitura dos evangelhos, mostra a total despreocupação de Jesus pelos bens materiais. Mesmo o seu reino, não era desse mundo. A Quem quisesse segui-lo aconselhava a vender seus bens e dá-los aos pobres. Disse que a riqueza dificultava a entrada no reino de Deus. Aos pobres, famintos e sofredores recomendou paciência. É evidente que essa doutrina é diametralmente oposta à teologia da prosperidade. Isso não significa que a riqueza, a saúde e o bem-estar não deve ser de total preocupação pelos cristão pois que são necessárias, mas não pode fazer disso a razão principal da sua vida. Buscai, em primeiro lugar, construir o reino de Deus dentro de vós!