A Fé Ativa construindo uma Nova Era



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Transcrição:

XXXV COMEERJ 2014 A Fé Ativa construindo uma Nova Era 150 anos de O Evangelho segundo o Espiritismo Bibliografia Básica

1 Índice Módulo/Eixo Temático:A Fé Ativa... 11 Da Lei de Adoração (Allan Kardec, in O Livro dos Espíritos 3ª parte, cap. II)... 11 Objetivo da adoração... 11 Adoração exterior... 11 Vida contemplativa... 11 A Prece... 12 Politeísmo... 13 Sacrifícios... 14 Dos Médiuns (Allan Kardec, in O Livro dos Médiuns cap. XIV, item 159)... 15 A Fé Transporta Montanhas (Allan Kardec, in O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. XIX)... 15 Poder da fé... 15 A fé religiosa. Condição da fé inabalável... 16 Parábola da figueira que secou... 17 A fé: mãe da esperança e da caridade... 18 A fé humana e a divina... 18 Curas (Allan Kardec, in A Gênese cap. XIV, item 33)... 19 Os Milagres do Evangelho (Allan Kardec, in A Gênese cap. XV)... 19 Superioridade da natureza de Jesus... 19 Sonhos... 20 Estrela dos magos... 20 Dupla vista... 20 Entrada de Jesus em Jerusalém... 20 Beijo de Judas... 20 Pesca milagrosa... 21 Vocação de Pedro, André, Tiago, João e Mateus... 21 Curas... 21 Perda de sangue... 22 Cego de Betsaida... 22 Paralítico... 22 Os dez leprosos... 23 Mão seca... 23 A mulher curada... 23

2 O paralítico da piscina... 24 Cego de nascença... 25 Numerosas curas operadas por Jesus... 26 Possessos... 27 Ressurreições... 28 A filha de Jairo... 29 Filho da viúva de Naim... 29 Jesus caminha sobre a água... 30 Transfiguração... 30 Tempestade aplacada... 31 Bodas de Caná... 31 Multiplicação dos pães... 32 O fermento dos fariseus... 32 O pão do céu... 32 Tentação de Jesus... 33 Prodígios por ocasião da morte de Jesus... 34 Desaparecimento do corpo de Jesus... 37 Primeiro Diálogo O Crítico (Allan Kardec, in O que é o Espiritismo? )... 38 Segundo Diálogo O Cético (Allan Kardec, in O que é o Espiritismo? )... 43 Terceiro Diálogo O Padre (Allan Kardec, in O que é o Espiritismo? )... 44 Caráter e Consequências das Manifestações Espíritas (Allan Kardec, in Obras Póstumas cap. III)... 53 O Livre Pensamento e a Livre Consciência (Allan Kardec, in Revista Espírita fev/1867)... 54 Uma Profissão de Fé Materialista (Allan Kardec, in Revista Espírita out/1868)... 58 Profissao de Fé Semi-Espírita (Allan Kardec, in Revista Espírita out/1868)... 59 Discurso II (Allan Kardec, in Viagem Espírita de 1862 )... 60 Exortação a Perseverar na Fé (Paulo de Tarso, in Epístola aos Hebreus cap. X, itens 19 a 39)... 63 Fé, Esperanças e Consolações (Leon Denis, in Depois da Morte 5ª parte cap. XLIV)... 64 A Paixão de Jesus (Ewerton Castro, in O Espírito da Verdade cap. 38)... 65 Fé (Hilário Silva, in Ideal Espírita cap. 62)... 66 Religiões (Emmanuel, in O Consolador 3ª parte)... 67 Na Grande Romagem (Emmanuel, in Fonte Viva cap. 3)... 70 Estás Doente? (Emmanuel, in Fonte Viva cap. 86)... 70 Homens de Fé (Emmanuel, in Pão Nosso cap. 9)... 71

3 Tua Fé (Emmanuel, in Pão Nosso cap. 113)... 71 Objetivo da Fé (Emmanuel, in Vinha de Luz cap. 92)... 72 Fé em Deus (Emmanuel, in Opinião Espírita cap. 58)... 72 Médiuns de Toda Parte (Emmanuel, in O Livro da Esperança cap. 64)... 73 Fé (Emmanuel, in Pensamento e Vida cap. 6)... 73 A Fé Religiosa (Emmanuel, in Roteiro cap. 11)... 74 Objetivo da Fé (Emmanuel, in Vinha de Luz cap. 92)... 75 Fragilidade Emocional (Joanna de Ângelis, in Atitudes Renovadas cap. 13)... 75 Considerando a Fé (Joanna de Ângelis, in Lampadário Espírita cap. 3)... 77 Poder da Fé (Joanna de Ângelis, in Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda )... 78 O adolescente e a religião (Joanna de Ângelis, in Adolescência e Vida cap. 19)... 80 Desprezo à Fé (Joanna de Ângelis, in Após a Tempestade cap. 2)... 82 Fidelidade à Fé (Joanna de Ângelis, in Messe de Amor cap. 18)... 83 Compromisso com a Fé (Joanna de Ângelis, in Momentos Enriquecedores )... 84 Mensagem de Bezerra de Menezes (in Revista Reformador fevereiro de 1988)... 85 A Figueira Estéril (Vinícius, in Nas Pegadas do Mestre )... 87 O Objetivo do espiritismo (Vinícius, in Em Torno do Mestre )... 87 A Unidade da fé(vinícius, in Em Torno do Mestre )... 88 Parábola da Figueira Estéril (Cairbar Schutel, in Parábolas e Ensinos de Jesus )... 89 No Estudo da Fé (Humberto de Campos, in Lázaro Redivivo cap. 24)... 91 As Três Orações (Humberto de Campos, in Cartas e Crônicas cap. 2)... 92 Sublime Renovação (Humberto de Campos, in Estante da Vida cap. 35)... 93 O Bom Ladrão (Humberto de Campos, in Boa Nova cap. 28)... 94 Fé e Vida (Eros, in A Um Passo da Imortalidade )... 96 O Reino de Deus (Leon Tolstoi, in Ressurreição e Vida cap. 1)... 97 Simão Pedro: Pedra e Pastor (Amélia Rodrigues, in Primícias do Reino cap. 19)... 102 A Cura Real (Amélia Rodrigues, in Luz do Mundo cap. 25)... 105 Simão, o Cirineu (Amélia Rodrigues, in Quando Voltar a Primavera cap. 17)... 107 Transformações e não Fenômenos (Amélia Rodrigues, in A Mensagem do Amor Imortal cap. 26)... 109 Um Quarto de Hora (Meimei, in Caridade cap. 23)... 111 Módulo/Eixo Temático:Obreiro com Fé... 111 Da Perfeição Moral (Allan Kardec, in O Livro dos Espíritos 3ª parte, cap. XII)... 111 As virtudes e os vícios... 111

4 Paixões... 113 O egoísmo... 114 Caracteres do homem de bem... 116 Conhecimento de si mesmo... 116 Do Método (Allan Kardec, in O Livro dos Médiuns cap. III, item 28)... 117 Bem-Aventurados Os Misericordiosos (Allan Kardec, in O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. X, itens 1 a 6).. 118 Perdoai, para que Deus vos perdoe... 118 Reconciliação com os adversários... 118 A Fé e a Caridade (Allan Kardec, in O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. XI, itens 13)... 119 A Caridade Material e a Caridade Moral (Allan Kardec, in O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. XIII, item 9).. 119 Sede Perfeitos (Allan Kardec, in O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. XVII)... 120 Caracteres da perfeição... 120 O homem de bem... 120 Os bons espíritas... 121 Parábola do semeador... 122 Intruções dos Espíritos... 122 O dever... 122 A virtude... 123 Os superiores e os inferiores... 123 O homem no mundo... 124 Cuidar do corpo e do espírito... 125 Liberdade, Igualdade, Fraternidade (Allan Kardec, in Obras Póstumas 1ª parte)... 125 Discurso I(Allan Kardec, in Viagem Espírita de 1862 )... 127 Livro de Jó(Bíblia Cap. 42)... 132 Profissão de Fé do Século XX(Leon Denis, in O Problema do Ser, do Destino e da Dor 3ª parte)... 133 A Vida Moral(Leon Denis, in Depois da Morte cap. 42)... 134 Fé e Caridade (Emmanuel, in Escrínio de Luz )... 135 Obreiros sem Fé(Emmanuel, in Fonte Viva cap. 26)... 136 Fé Inoperante(Emmanuel, in Fonte Viva cap. 39)... 136 Em Ti Mesmo(Emmanuel, in Caminho, Verdade e Vida cap. 14)... 137 Firmeza da Fé(Emmanuel, in Caminho, Verdade e Vida cap. 124)... 137 Alterações na Fé(Emmanuel, in Ceifa de Luz cap. 34)... 137 Virtude(Emmanuel, in O Consolador )... 138

5 Diante da Fé(Emmanuel, in Seguindo Juntos cap. 27)... 140 Fé(Emmanuel, in Vinha de Luz cap. 40)... 140 Fanatismo e Idolatria (Joanna de Ângelis, in Dimensões da Verdade )... 141 Compromisso com a Fé(Joanna de Ângelis, in Momentos Enriquecedores )... 142 Heroísmo Verdadeiro(Joanna de Ângelis, in Jesus e Vida )... 143 A Pessoa(Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 2ª Parte, cap. 6)... 144 A consciência... 145 O comportamento... 145 A personalidade... 145 A identificação... 146 A individualidade... 146 Fatores de desequilíbrio (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 2ª Parte, cap. 7)... 146 O amor... 147 A angústia... 147 O rancor... 147 O ódio... 148 Condições de progresso e harmonia (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 2ª Parte, cap. 8)... 148 Problemas Humanos(Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 5ª parte, cap. 15)... 149 Gigantes da Alma (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 5ª parte, cap. 16)... 151 Ressentimento (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 5ª parte, cap. 17)... 151 Ciúme (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 5ª parte, cap. 18)... 152 Inveja (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 5ª parte, cap. 19)... 152 Necessidade de valorização (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 5ª parte, cap. 20)... 153 Padrões de comportamento: mudanças (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 5ª parte, cap. 21)... 154 Mudanças... 156 Silêncio Interior (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 8ª Parte, cap. 29)... 156 Desidentificação (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 8ª Parte, cap. 30)... 157 Libertação dos conteúdos negativos (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 8ª Parte, cap. 31)... 158 O Essencial (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 8ª Parte, cap. 32)... 159 O homem consciente (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 10ª parte, cap. 37)... 161 Ter e ser (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 10ª parte, cap. 38)... 162 A conquista de si mesmo (Joanna de Ângelis, in O Ser Consciente 10ª parte, cap. 39)... 164 Fé e Vida(Joanna de Ângelis, in Desperte e Seja Feliz cap.10)... 165

6 Inteireza Moral (Joanna de Ângelis, in Desperte e Seja Feliz cap. 24)... 166 Crises e Turbulências (Joanna de Ângelis, in Encontros com a Paz e a Saúde cap. 2)... 167 Crises Existenciais... 168 Crises Sociais... 170 Crises Gerais... 172 A Conquista da Consciência (Joanna de Ângelis, in Encontro com a Paz e a Saúde cap. 9)... 174 Heranças inconscientes... 176 Despertar da consciência... 177 Consciência Plena... 180 Em Busca da Iluminação Interior (Joanna de Ângelis, in Encontro com a Paz e a Saúde cap. 10)... 181 A Iluminação Interior... 182 Processo de Auto-iluminação... 184 Conquista da iluminação interior... 185 Lâmpadas, Receptores e Transmissor(Joanna de Ângelis, in Florações Evangélicas cap. 42)... 187 Penhor da Fé(Joanna de Ângelis, in Florações Evangélicas cap. 53)... 188 Exigência da Fé(Joanna de Ângelis, in Leis Morais da Vida cap. 54)... 189 Os Novos Obreirosdo Senhor (Joanna de Ângelis, in Após a Tempestade cap. 24)... 189 Transformação Moral: Um Processo Psicodinâmico (Marlon Reikdal, in Refletindo a Alma cap. 15)... 194 O Desejo de Adequação Moral... 195 Psicodinâmico... 196 Negação... 198 Projeção... 198 Formação Reativa... 199 Introjeção... 200 Referências Bibliográficas... 201 O Desenvolvimento das Virtudes (Jason de Camargo, in Educação dos Sentimentos 3ª parte)... 202 Introdução... 202 A Mudança de Paradigmas... 203 O que são paradigmas?... 203 Efeito Paradigma... 204 Mudanças de Paradigmas... 204 Autoestima... 206 A Visão de Nós Mesmos... 206

7 Características da Baixa Autoestima... 207 Autoestima na Família... 207 Aumentando a autoestima... 208 A Empatia... 209 Identificação... 209 Desidentificação... 209 Desenvolvendo a Empatia... 210 A Prece... 210 Fluxo Mental... 210 Matéria mental... 211 Os Pensamentos... 212 Mecanismos da Prece... 213 Efeitos da Prece... 214 Considerações gerais... 216 A Meditação... 216 O que é meditação?... 216 Efeitos da Meditação... 217 A Meditação e Suas Técnicas... 218 Técnicas... 219 Hábito da Meditação... 220 Assuntos Complementares... 220 Solidificando as Virtudes... 220 Aprendendo a Ver... 221 Autoconsciência Espírita... 222 Colaboradores de Deus... 223 Sim e Não... 223 Sugestões Úteis... 224 Os Desejos... 224 Bibliografia... 225 A Grande Doutrina dos Fortes (Yvonne Pereira, in À Luz do Consolador )... 226 Parábola da Figueira que Secou (Cairbar Schutel, in Parabólas e Ensinos de Jesus )... 228 A Estaca Zero (Irmão X in Cartas e Crônicas cap. 23)... 229 Exame da Fé (Irmão X in Contos Desta e Doutra Vida cap. 28)... 230

8 Joana de Cusa(Irmão X in Boa Nova cap. 15)... 231 O Guia (Irmão X in Estante da Vida cap. 14)... 234 O Testemunho de Tomé (Irmão X in Boa Nova cap. 16)... 235 Os cuidados da Fé(Francisco de Paula Vitor in Quem é o Cristo? cap. 7)... 237 Página de Fé(Célia Xavier in Instruções Psicofônicas cap. 24)... 238 O Mancebo Rico (Amélia Rodrigues, in Primícias do Reino cap. 5)... 239 Perdão Melhor Terapia (Amélia Rodrigues, in Pelos Caminhos de Jesus cap. 13)... 241 Módulo/Eixo Temático: É Tempo de Confiança... 243 O Reino do Bem (Allan Kardec, in O Livro dos Espíritos 4ª parte, cap. II)... 243 Conclusão (Allan Kardec, in O Livro dos Espíritos 4ª parte)... 244 Item III... 244 Item IV... 244 Item V... 245 Item IX... 246 A Nova Era (Allan Kardec, in O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. I, itens 9 a 11)... 247 Meu Reino Não É Deste Mundo (Allan Kardec, in O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. II)... 248 A vida futura... 248 A realeza de Jesus... 249 O ponto de vista... 249 Intruções dos Espíritos... 250 Uma realeza terrestre... 250 O Cristo Consolador (Allan Kardec, in O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. VI)... 251 O jugo leve... 251 Consolador prometido... 251 Intruções dos Espíritos... 252 Advento do Espírito de Verdade... 252 Missão do Homem Inteligente na Terra (Allan Kardec, in O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. VII, item 13).. 253 São Chegados os Tempos (Allan Kardec, in A Gênese cap. XVIII)... 253 Sinais dos tempos... 253 A geração nova... 260 Os Tempos São Chegados (Allan Kardec, in Revista Espírita Outubro/1866)... 262 Instruções dos Espíritos Sobre A Regeneração da Humanidade (Allan Kardec, in Revista Espírita Outubro/1866) 268 Credo Espírita (Allan Kardec, in Obras Póstumas )... 273

9 As Cinco Alternativas da Humanidade (Allan Kardec, in Obras Póstumas )... 276 I. Doutrina Materialista... 276 II. Doutrina Panteísta... 277 III. Doutrina Deísta... 277 IV. Doutrina Dogmática... 277 V. Doutrina Espírita... 278 Discurso III (Allan Kardec, in Viagem Espírita de 1862 )... 279 A Natureza da Fé (Paulo de Tarso, in Epístola aos Hebreus cap. 11, vv 1 ao 40)... 286 Ação do Homem sobre os Espíritos Infelizes (Leon Denis, in Depois da Morte cap. 38)... 288 Cenas do Espaço Visões Reais da Guerra e da Epopéia (Leon Denis, in O Mundo Invisível e a Guerra cap 2)... 289 A Lei dos Destinos (Leon Denis, in O Problema do Ser, do Destino e da Dor 2ª parte, cap. XIX)... 291 Fé (Joanna de Ângelis, in Estudos Espíritas cap. 14)... 295 Trabalho (Joanna de Ângelis, in Estudos Espíritas cap. 22)... 296 Convite à Fé (Joanna de Ângelis, in Convites da Vida cap. 22)... 298 Poluição e Psicosfera (Joanna de Ângelis, in Após a Tempestade cap. 3)... 299 O Deserto (Joanna de Ângelis, in Diretrizes para o Êxito cap. 29)... 301 Com Fé e Ação (Joanna de Ângelis, in Oferenda )... 302 Confia Sempre (Meimei, in Cartas do Coração )... 303 O Novo Papa (Lins de Vasconcelos, Mensagem Psicofônica de 13/03/2013)... 303 Nos Diversos Caminhos (Emmanuel, in Vinha de Luz cap. 99)... 304 Homens de Fé (Emmanuel, in Pão Nosso cap. 9)... 305 Em Ti Mesmo (Emmanuel, in Caminho, Verdade e Vida cap. 14)... 305 Por Cristo (Emmanuel, in Caminho, Verdade e Vida cap. 17)... 306 Tempo de Confiança (Emmanuel, in Caminho, Verdade e Vida cap. 40)... 306 Em Regime de Fé (Emmanuel, in Rumo Certo cap. 39)... 306 Fazer Luz (Emmanuel, in Segue-me cap. 26)... 307 Nas Trilhas da Fé (Emmanuel, in Palavras de Vida Eterna cap. 154)... 307 Fé e Caridade (Emmanuel, in Palavras de Vida Eterna )... 308 Evangelho e Espiritismo (Emmanuel e André Luis, in Opinião Espírita cap. 60)... 308 Parábola da Figueira em Vegetação (Cairbar Schutel, in Parábolas e Ensinos de Jesus )... 309 Respaldo Racional da Fé (Camilo, in A Carta Magna da Paz )... 309 A Oração Coletiva (André Luiz, in Nosso Lar cap. 3)... 311 A Caminho da Crosta (André Luiz, in Os Mensageiros cap. 33)... 312

10 Examinemos a nós mesmos (Emmanuel e André Luis, in Opinião Espírita cap. 1)... 314 Aos Jovens Espíritas (Yvonne Pereira, in À Luz do Consolador Introdução)... 315 Atualidade Terrestre (Batuíra, in Chico Xavier Pede Licença cap. 35)... 316 Fé com Desconfiança (Ignotus, in Sol da Esperança cap. 38)... 318 A Mulher e a Ressurreição (Humberto de Campos, in Boa Nova cap. 22)... 318 Materialismos e Espiritismo (Humberto de Campos, in Estante da Vida cap. 21)... 320 O Consolador (Amélia Rodrigues, in Luz do Mundo cap. 20)... 321 O Reino de Luz (Amélia Rodrigues, in Dias Venturosos )... 323 Palavras de Fé (Maria Dolores, in Maria Dolores cap. 2)... 325 Vivência Espírita (Bezerra de Menezes, in De Bezerra de Menezes para Você )... 326

11 Objetivo da adoração Módulo/Eixo Temático: A Fé Ativa Da Lei de Adoração (Allan Kardec, in O Livro dos Espíritos 3ª parte, cap. II) 649. Em que consiste a adoração? Na elevação do pensamento a Deus. Deste, pela adoração, aproxima o homem sua alma. 650. Origina-se de um sentimento inato a adoração, ou é fruto de ensino? Sentimento inato, como o da existência de Deus. A consciência da sua fraqueza leva o homem a curvar-se diante daquele que o pode proteger. 651. Terá havido povos destituídos de todo sentimento de adoração? Não, que nunca houve povos de ateus. Todos compreendem que acima de tudo há um Ente Supremo. 652. Poder-se-á considerar a lei natural como fonte originária da adoração? A adoração está na lei natural, pois resulta de um sentimento inato no homem. Por essa razão é que existe entre todos os povos, se bem que sob formas diferentes. Adoração exterior 653. Precisa de manifestações exteriores a adoração? A adoração verdadeira é do coração. Em todas as vossas ações, lembrai-vos sempre de que o Senhor tem sobre vós o seu olhar. a) - Será útil a adoração exterior? Sim, se não consistir num vão simulacro. É sempre útil dar um bom exemplo. Mas, os que somente por afetação e amor-próprio o fazem, desmentindo com o proceder a aparente piedade, mau exemplo dão e não imaginam o mal que causam. 654. Tem Deus preferência pelos que O adoram desta ou daquela maneira? Deus prefere os que O adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que julgam honrá-lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes. Todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Ele atrai a Si todos os que lhe obedecem às leis, qualquer que seja a forma sob que as exprimam. É hipócrita aquele cuja piedade se cifra nos atos exteriores. Mau exemplo dá todo aquele cuja adoração é afetada e contradiz o seu procedimento. Declaro-vos que somente nos lábios e não na alma tem religião aquele que professa adorar o Cristo, mas que é orgulhoso, invejoso e cioso, duro e implacável para com outrem, ou ambicioso dos bens deste mundo. Deus, que tudo vê, dirá: o que conhece a verdade é cem vezes mais culpado do mal que faz, do que o selvagem ignorante que vive no deserto. E como tal será tratado no dia da justiça. Se um cego, ao passar, vos derriba, perdoá-lo-eis; se for um homem que enxerga perfeitamente bem, queixar-vos-eis e com razão. Não pergunteis, pois, se alguma forma de adoração há que mais convenha, porque equivaleria a perguntardes se mais agrada a Deus ser adorado num idioma do que noutro. Ainda uma vez vos digo: até Ele não chegam os cânticos, senão quando passam pela porta do coração. 655. Merece censura aquele que pratica uma religião em que não crê do fundo d alma, fazendo-o apenas pelo respeito humano e para não escandalizar os que pensam de modo diverso? Nisto, como em muitas outras coisas, a intenção constitui a regra. Não procede mal aquele que, assim fazendo, só tenha em vista respeitar as crenças de outrem. Procede melhor do que um que as ridicularize, porque, então, falta à caridade. Aquele, porém, que a pratique por interesse e por ambição se torna desprezível aos olhos de Deus e dos homens. A Deus não podem agradar os que fingem humilhar-se diante Dele tão-somente para granjear o aplauso dos homens. 656. À adoração individual será preferível a adoração em comum? Reunidos pele comunhão dos pensamentos e dos sentimentos, mais força têm os homens para atrair a si os bons Espíritos. O mesmo se dá quando se reúnem para adorar a Deus. Não creias, todavia, que menos valiosa seja a adoração particular, pois que cada um pode adorar a Deus pensando Nele. Vida contemplativa

12 657. Têm, perante Deus, algum mérito os que se consagram à vida contemplativa, uma vez que nenhum mal fazem e só em Deus pensam? Não, porquanto, se é certo que não fazem o mal, também o é que não fazem o bem e são inúteis. Demais, não fazer o bem já é um mal. Deus quer que o homem pense Nele, mas não quer que só Nele pense, pois que lhe impôs deveres a cumprir na Terra. Quem passa todo o tempo na meditação e na contemplação nada faz de meritório aos olhos de Deus, porque vive uma vida toda pessoal e inútil à Humanidade e Deus lhe pedirá contas do bem que não houver feito. (640) A Prece 658. Agrada a Deus a prece? A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para Ele, a intenção é tudo. Assim, preferível Lhe é a prece do íntimo à prece lida, por muito bela que seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração. Agrada-Lhe a prece, quando dita com fé, com fervor e sinceridade. Mas, não creias que O toque a do homem fútil, orgulhoso e egoísta, a menos que signifique, de sua parte, um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade. 659. Qual o caráter geral da prece? A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar Nele; é aproximar-se Dele; é pôr-se em comunicação com Ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer. 660. A prece torna melhor o homem? Sim, porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade. a) - Como é que certas pessoas, que oram muito, são, não obstante, de mau caráter, ciosas, invejosas, impertinentes, carentes de benevolência e de indulgência e até, algumas vezes, viciosas? O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas supõem que todo o mérito está na longura da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Fazem da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca, porém, um estudo de si mesmas. A ineficácia, em tais casos, não é do remédio, sim da maneira por que o aplicam. 661. Poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as nossas faltas? Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder. As boas ações são a melhor prece, por isso que os atos valem mais que as palavras. 662. Pode-se, com utilidade, orar por outrem? O Espírito de quem ora atua pela sua vontade de praticar o bem. Atrai a si, mediante a prece, os bons Espíritos e estes se associam ao bem que deseje fazer. O pensamento e a vontade representam em nós um poder de ação que alcança muito além dos limites da nossa esfera corporal. A prece que façamos por outrem é um ato dessa vontade. Se for ardente e sincera, pode chamar, em auxílio daquele por quem oramos, os bons Espíritos, que lhe virão sugerir bons pensamentos e dar a força de que necessitem seu corpo e sua alma. Mas, ainda aqui, a prece do coração é tudo, a dos lábios nada vale. 663. Podem as preces, que por nós mesmos fizermos, mudar a natureza das nossas provas e desviar-lhes o curso? As vossas provas estão nas mãos de Deus e algumas há que têm de ser suportadas até ao fim; mas, Deus sempre leva em conta a resignação. A prece traz para junto de vós os bons Espíritos e, dando-vos estes a força de suportá-las corajosamente, menos rudes elas vos parecem. Temos dito que a prece nunca é inútil, quando bem feita, porque fortalece aquele que ora, o que já constitui grande resultado. Ajuda-te a ti mesmo e o céu te ajudará, bem o sabes. Demais, não é possível que Deus mude a ordem da Natureza ao sabor de cada um, porquanto o que, do vosso ponto de vista mesquinho e do da vossa vida efêmera, vos parece um grande mal é quase sempre um grande bem na ordem geral do Universo. Além disso, de quantos males não se constitui o homem o próprio autor, pela sua imprevidência ou pelas suas faltas? Ele é punido naquilo em que pecou. Todavia, as súplicas justas são atendidas mais vezes do que supondes. Julgais de ordinário, que Deus não vos ouviu, porque não fez a vosso favor um milagre, enquanto que vos assiste por meios tão naturais que vos parecem obra do acaso ou da força das coisas. Muitas vezes também, as mais das vezes mesmo, ele vos sugere a ideia que vos fará sair da dificuldade pelo vosso próprio esforço.

13 664. Será útil que oremos pelos mortos e pelos Espíritos sofredores? E, neste caso, como lhes podem as nossas preces proporcionar alívio e abreviar os sofrimentos? Têm elas o poder de abrandar a justiça de Deus? A prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem se ora experimenta alívio, porque recebe assim um testemunho do interesse que inspira àquele que por ela pede e também porque o desgraçado sente sempre um refrigério, quando encontra almas caridosas que se compadecem de suas dores. Por outro lado, mediante a prece, aquele que ora concita o desgraçado ao arrependimento e ao desejo de fazer o que é necessário para ser feliz. Neste sentido é que se lhe pode abreviar a pena, se, por sua parte, ele secunda a prece com a boa-vontade. O desejo de melhorar-se, despertado pela prece, atrai para junto do Espírito sofredor Espíritos melhores, que o vão esclarecer, consolar e dar-lhe esperanças. Jesus orava pelas ovelhas desgarradas, mostrando-vos, desse modo, que culpados vos tornaríeis, se não fizésseis o mesmo pelos que mais necessitam das vossas preces. 665. Que se deve pensar da opinião dos que rejeitam a prece em favor dos mortos, por não se achar prescrita no Evangelho? Aos homens disse o Cristo: Amai-vos uns aos outros. Esta recomendação contém a de empregar o homem todos os meios possíveis para testemunhar aos outros homens afeição, sem haver entrado em minúcias quanto à maneira de atingir ele esse fim. Se é certo que nada pode fazer que o Criador, imagem da justiça perfeita, deixe de aplicá-la a todas as ações do Espírito, não menos certo é que a prece que lhe dirigis por aquele que vos inspira afeição constitui, para este, um testemunho de que dele vos lembrais, testemunho que forçosamente contribuirá para lhe suavizar os sofrimentos e consolá-lo. Desde que ele manifeste o mais ligeiro arrependimento, mas só então, é socorrido. Nunca, porém, será deixado na ignorância de que uma alma simpática com ele se ocupou. Ao contrário, será deixado na doce crença de que a intercessão dessa alma lhe foi útil. Daí resulta necessariamente, de sua parte, um sentimento de gratidão e afeto pelo que lhe deu essa prova de amizade ou de piedade. Em consequência, crescerá num e noutro, reciprocamente, o amor que o Cristo recomendava aos homens. Ambos, pois, se fizeram assim obedientes à lei de amor e de união de todos os seres, lei divina, de que resultará a unidade, objetivo e finalidade do Espírito 1. 666. Pode-se orar aos Espíritos? Pode-se orar aos bons Espíritos, como sendo os mensageiros de Deus e os executores de Suas vontades. O poder deles, porém, está em relação com a superioridade que tenham alcançado e dimana sempre do Senhor de todas as coisas, sem cuja permissão nada se faz. Eis por que as preces que se lhes dirigem só são eficazes, se bem aceitas por Deus. Politeísmo 667. Por que razão, não obstante ser falsa, a crença politeísta é uma das mais antigas e espalhadas? A concepção de um Deus único não poderia existir no homem, senão como resultado do desenvolvimento de suas ideias. Incapaz, pela sua ignorância, de conceber um ser imaterial, sem forma determinada, atuando sobre a matéria, conferiu-lhe o homem atributos da natureza corpórea, isto é, uma forma e um aspecto e, desde então, tudo o que parecia ultrapassar os limites da inteligência comum era, para ele, uma divindade. Tudo o que não compreendia devia ser obra de uma potência sobrenatural. Daí a crer em tantas potências distintas quantos os efeitos que observava, não havia mais que um passo. Em todos os tempos, porém, houve homens instruídos, que compreenderam ser impossível a existência desses poderes múltiplos a governarem o mundo, sem uma direção superior, e que, em consequência, se elevaram à concepção de um Deus único. 668. Tendo-se produzido em todos os tempos e sendo conhecidos desde as primeiras idades do mundo, não haverão os fenômenos espíritas contribuído para a difusão da crença na pluralidade dos deuses? Sem dúvida, porquanto, chamando deus a tudo o que era sobre-humano, os homens tinham por deuses os Espíritos. Daí veio que, quando um homem, pelas suas ações, pelo seu gênio, ou por um poder oculto que o vulgo não lograva compreender, se distinguia dos demais, faziam dele um deus e, por sua morte, lhe rendiam culto. (603) A palavra deus tinha, entre os antigos, acepção muito ampla. Não indicava, como presentemente, uma personificação do Senhor da Natureza. Era uma qualificação genérica, que se dava a todo ser existente fora das condições da Humanidade. Ora, tendo-lhes as manifestações espíritas revelado a existência de seres incorpóreos a 1 Resposta dada pelo Sr. Monod (Espírito), pastor protestante em Paris, morto em abril de 1856. A resposta anterior, n 664, é do Espírito São Luís.

14 atuarem como potência da Natureza, a esses seres deram eles o nome de deuses, como lhes damos atualmente o de Espíritos. Pura questão de palavras, com a única diferença de que, na ignorância em que se achavam, mantida intencionalmente pelos que nisso tinham interesse, eles erigiram templos e altares muito lucrativos a tais deuses, ao passo que hoje os consideramos simples criaturas como nós, mais ou menos perfeitas e despidas de seus invólucros terrestres. Se estudarmos atentamente os diversos atributos das divindades pagãs, reconheceremos, sem esforço, todos os de que vemos dotados os Espíritos nos diferentes graus da escala espírita, o estado físico em que se encontram nos mundos superiores, todas as propriedades do perispírito e os papéis que desempenham nas coisas da Terra. Vindo iluminar o mundo com a sua divina luz, o Cristianismo não se propôs destruir uma coisa que está na Natureza. Orientou, porém, a adoração para Aquele a quem é devida. Quanto aos Espíritos, a lembrança deles se há perpetuado, conforme os povos, sob diversos nomes, e suas manifestações, que nunca deixaram de produzir-se, foram interpretadas de maneiras diferentes e muitas vezes exploradas sob o prestígio do mistério. Enquanto para a religião essas manifestações eram fenômenos miraculosos, para os incrédulos sempre foram embustes. Hoje, mercê de um estudo mais sério, feito à luz meridiana, o Espiritismo, escoimado das ideias supersticiosas que o ensombraram durante séculos, nos revela um dos maiores e mais sublimes princípios da Natureza. Sacrifícios 669. Remonta a mais alta antiguidade o uso dos sacrifícios humanos. Como se explica que o homem tenha sido levado a crer que tais coisas pudessem agradar a Deus? Principalmente, porque não compreendia Deus como sendo a fonte da bondade. Nos povos primitivos a matéria sobrepuja o espírito; eles se entregam aos instintos do animal selvagem. Por isso é que, em geral, são cruéis; é que neles o senso moral, ainda não se acha desenvolvido. Em segundo lugar, é natural que os homens primitivos acreditassem ter uma criatura animada muito mais valor, aos olhos de Deus, do que um corpo material. Foi isto que os levou a imolarem, primeiro, animais e, mais tarde, homens. De conformidade com a falsa crença que possuíam, pensavam que o valor do sacrifício era proporcional à importância da vítima. Na vida material, como geralmente a praticais, se houverdes de oferecer a alguém um presente, escolhê-lo-eis sempre de tanto maior valor quanto mais afeto e consideração quiserdes testemunhar a esse alguém. Assim tinha que ser, com relação a Deus, entre homens ignorantes. a) - De modo que os sacrifícios de animais precederam os sacrifícios humanos? Sobre isso não pode haver a menor dúvida. b) - Então, de acordo com a explicação que vindes de dar, não foi de um sentimento de crueldade que se originaram os sacrifícios humanos? Não; originaram-se de uma ideia errônea quanto à maneira de agradar a Deus. Considerai o que se deu com Abraão. Com o correr dos tempos, os homens entraram a abusar dessas práticas, imolando seus inimigos comuns, até mesmo seus inimigos particulares. Deus, entretanto, nunca exigiu sacrifícios, nem de homens, nem, sequer, de animais. Não há como imaginar-se que se Lhe possa prestar culto, mediante a destruição inútil de Suas criaturas. 670. Dar-se-á que alguma vez possam ter sido agradáveis a Deus os sacrifícios humanos praticados com piedosa intenção? Não, nunca. Deus, porém, julga pela intenção. Sendo ignorantes os homens, natural era que supusessem praticar ato louvável imolando seus semelhantes. Nesses casos, Deus atentava unicamente na ideia que presidia ao ato e não neste. À proporção que se foram melhorando, os homens tiveram que reconhecer o erro em que laboravam e que reprovar tais sacrifícios, com que não podiam conformar-se as ideias de Espíritos esclarecidos. Digo - esclarecidos, porque os Espíritos tinham então a envolvê-los o véu material; mas, por meio do livre-arbítrio, possível lhes era vislumbrar suas origens e fim, e muitos, por intuição, já compreendiam o mal que praticavam, se bem que nem por isso deixassem de praticá-lo, para satisfazer às suas paixões. 671. Que devemos pensar das chamadas guerras santas? O sentimento que impele os povos fanáticos, tendo em vista agradar a Deus, a exterminarem o mais possível os que não partilham de suas crenças, poderá equiparar-se, quanto à origem, ao sentimento que os excitava outrora a sacrificarem seus semelhantes? São impelidos pelos maus Espíritos e, fazendo a guerra aos seus semelhantes, contravêm à vontade de Deus, que manda ame cada um o seu irmão, como a si mesmo. Todas as religiões, ou, antes, todos os povos adoram um

15 mesmo Deus, qualquer que seja o nome que lhe deem. Por que então há de um fazer guerra a outro, sob o fundamento de ser a religião deste diferente da sua, ou por não ter ainda atingido o grau de progresso da dos povos cultos? Se são desculpáveis os povos de não crerem na palavra daquele que o Espírito de Deus animava e que Deus enviou, sobretudo os que não o viram e não lhe testemunharam os atos, como pretenderdes que creiam nessa palavra de paz, quando lhes ides levá-la de espada em punho? Eles têm que ser esclarecidos e devemos esforçar-nos por fazê-los conhecer a doutrina do Salvador, mediante a persuasão e com brandura, nunca a ferro e fogo. Em vossa maioria, não acreditais nas comunicações que temos com certos mortais; como quereríeis que estranhos acreditassem na vossa palavra, quando desmentis com os atos a doutrina que pregais? 672. A oferenda feita a Deus, de frutos da terra, tinha a Seus olhos mais mérito do que o sacrifício dos animais? Já vos respondi, declarando que Deus julga segundo a intenção e que para Ele pouca importância tinha o fato. Mais agradável evidentemente era a Deus que Lhe oferecessem frutos da terra, em vez do sangue das vítimas. Como temos dito e sempre repetiremos, a prece proferida do fundo da alma é cem vezes mais agradável a Deus do que todas as oferendas que lhe possais fazer. Repito que a intenção é tudo, que o fato nada vale. 673. Não seria um meio de tornar essas oferendas agradáveis a Deus consagrá-las a minorar os sofrimentos daqueles a quem falta o necessário e, neste caso, o sacrifício dos animais, praticado com fim útil, não se tornaria meritório, ao passo que era abusivo quando para nada servia, ou só aproveitava aos que de nada precisavam? Não haveria qualquer coisa de verdadeiramente piedoso em consagrar-se aos pobres as primícias dos bens que Deus nos concede na Terra? Deus abençoa sempre os que fazem o bem. O melhor meio de honrá-lo consiste em minorar os sofrimentos dos pobres e dos aflitos. Não quero dizer com isto que Ele desaprove as cerimônias que praticais para lhe dirigirdes as vossas preces. Muito dinheiro, porém, aí se gasta que poderia ser empregado mais utilmente do que o é. Deus ama a simplicidade em tudo. O homem que se atém às exterioridades e não ao coração é um Espírito de vistas acanhadas. Dizei, em consciência, se Deus deve atender mais à forma do que ao fundo. Dos Médiuns (Allan Kardec, in O Livro dos Médiuns cap. XIV, item 159) Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos. Poder da fé A Fé Transporta Montanhas (Allan Kardec, in O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. XIX) 1. Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. Apresentei- o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. Jesus respondeu, dizendo: Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei- me aqui esse menino. - E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio? - Respondeu- lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. MATEUS, cap. XVII, vv. 14 a 20.) 2. No sentido próprio, é certo que a confiança nas suas próprias forças toma o homem capaz de executar coisas materiais, que não consegue fazer quem duvida de si. Aqui, porém unicamente no sentido moral se devem entender essas palavras. As montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má-vontade, em suma, com que se

16 depara da parte dos homens, ainda quando se trate das melhores coisas. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são outras tantas montanhas que barram o caminho a quem trabalha pelo progresso da Humanidade. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos, assim nas pequenas coisas, que nas grandes. Da fé vacilante resultam a incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater; essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer. 3. Noutra acepção, entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança. Num como noutro caso, pode ela dar lugar a que se executem grandes coisas. A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando a estimula o interesse, toma-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo. 4. Cumpre não confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga a humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. Por essa razão é que os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos. 5. O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o curastes, foi porque não tínheis fé. A fé religiosa. Condição da fé inabalável 6. Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na obscuridade, também o é à luz meridiana. Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade; preconizar alguém a fé cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com a razão. 7. Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta alegar muita gente que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Não; ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe, ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la. Tende, pois, como certo que os que dizem: "Nada de melhor desejamos do que crer, mas não o podemos", apenas de lábios o dizem e não do íntimo, porquanto, ao dizerem isso, tapam os ouvidos. As provas, no entanto, chovem-lhes ao derredor; por que fogem de observá-las? Da parte de uns, há descaso; da de outros, o temor de serem forçados a mudar de hábitos; da parte da maioria, há o orgulho, negando-se a reconhecer a existência de uma força superior, porque teria de curvar-se diante dela. Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; uma centelha basta para desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente penetram, sinal não menos evidente de naturezas retardatárias. As primeiras já creram e compreenderam; trazem, ao renascerem, a intuição do que souberam: estão com a educação feita; as segundas tudo têm de aprender: estão com a educação por fazer. Ela, entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em outra.

17 A resistência do incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele do que da maneira por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste século 2, tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior número dos incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio. É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo, e dela é que se pode, com verdade, dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida. A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que não se dobra. Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade. A esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encontra oposição sistemática e interessada. Parábola da figueira que secou 8. Quando saiam de Betânia, ele teve fome; e, vendo ao longe uma figueira, para ela encaminhou-se, a ver se acharia alguma coisa; tendo-se, porém, aproximado, só achou folhas, visto não ser tempo de figos. Então, disse Jesus à figueira: Que ninguém coma de ti fruto algum, o que seus discípulos ouviram. - No dia seguinte, ao passarem pela figueira, viram que secara até á raiz. - Pedro, lembrando-se do que dissera Jesus, disse: Mestre, olha como secou a figueira que tu amaldiçoaste. - Jesus, tomando a palavra, lhes disse: Tende fé em Deus. - Digo-vos, em verdade, que aquele que disser a esta montanha: Tira-te daí e lança-te ao mar, mas sem hesitar no seu coração, crente, ao contrário, firmemente, de que tudo o que houver dito acontecerá, verá que, com efeito, acontece. (S. MARCOS, cap. Xl, vv. 12 a 14 e 20 a 23.) 9. A figueira que secou é o símbolo dos que apenas aparentam propensão para o bem, mas que, em realidade, nada de bom produzem; dos oradores que mais brilho têm do que solidez, cujas palavras trazem superficial verniz, de sorte que agradam aos ouvidos, sem que, entretanto, revelem, quando perscrutadas, algo de substancial para os corações. E de perguntar-se que proveito tiraram delas os que as escutaram. Simboliza também todos aqueles que, tendo meios de ser úteis, não o são; todas as utopias, todos os sistemas ocos, todas as doutrinas carentes de base sólida. O que as mais das vezes falta é a verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que abala as fibras do coração, a fé, numa palavra que transporta montanhas. São árvores cobertas de folhas porém, baldas de frutos. Por isso é que Jesus as condena à esterilidade, porquanto dia virá em que se acharão secas até à raiz. Quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que nenhum bem para a Humanidade houverem produzido, cairão reduzidas a nada; que todos os homens deliberadamente inúteis, por não terem posto em ação os recursos que traziam consigo, serão tratados como a figueira que secou. 10. Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem, nestes últimos, a falta de órgãos materiais pelos quais transmitam suas instruções. Daí vem o serem dotados de faculdades para esse efeito. Nos tempos atuais, de renovação social, cabe-lhes uma missão especialíssima; são árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus irmãos; multiplicam-se em número, para que abunde o alimento; há-os por toda a parte, em todos os países em todas as classes da sociedade, entre os ricos e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fim de que em nenhum ponto faltem e a fim de ficar demonstrado aos homens que todos são chamados. Se porém, eles desviam do objetivo providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida, se a empregam em coisas fúteis ou prejudiciais, se a põem a serviço dos interesses mundanos, se em vez de frutos sazonados dão maus frutos se se recusam a utilizá-la em beneficio dos outros, se nenhum proveito tiram dela para si mesmos, melhorando-se, são quais a figueira estéril. Deus lhes retirará um dom que 2 Kardec escreveu essa palavras no século XIX. Hoje, o espírito humano tornou-se ainda mais exigente: a fé cega está abandonada; reina descrença nas Igrejas que a impunham. As massas humanas vivem sem ideal, sem esperança em outra vida e tentam transformar o mundo pela violência. As lutas econômicas engedraram as mais exóticas doutrinas de ação e reação. Duas guerras mundiais assolaram o planeta, numa ânsia furiosa de predomínio econômico. Toda a esperança da Humanidade hoje se apóia no Espiritismo, na restauração do Cristianismo, baseada em fatos que demonstram os princípios básicos da Doutrina cristã: eternidade da vida, responsabilidade ilimitada de pensamentos, palavras e atos. Sem a Terceira Revelação o mundo estaria irremediavelmente perdido pelo choque das mais desencontradas ideologias materialistas e violentistas. - A Editora da FEB, em 1948.

18 se tornou inútil neles: a semente que não sabem fazer que frutifique, e consentirá que se tornem presas dos Espíritos maus. A fé: mãe da esperança e da caridade 11. Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou. A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor? Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira. A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma, ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida. Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do um que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé. - José, Espírito protetor. (Bordéus, 1862.) A fé humana e a divina 12. No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade. Até ao presente, a fé não foi compreendida senão pelo lado religioso, porque o Cristo a exalçou como poderosa alavanca e porque o têm considerado apenas como chefe de uma religião. Entretanto, o Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação. Também os apóstolos não operaram milagres, seguindo- lhe o exemplo? Ora, que eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens de então desconheciam, mas que, hoje, em grande parte se explicam e que pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis? A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendures que se não chegue a vencer. O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres. Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas. Um Espírito Protetor. (Paris, 1863.)

19 Curas (Allan Kardec, in A Gênese cap. XIV, item 33) A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras: 1º pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido; 2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito 3 ; 3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador. Superioridade da natureza de Jesus Os Milagres do Evangelho (Allan Kardec, in A Gênese cap. XV) 1. - Os fatos que o Evangelho relata e que foram até hoje considerados milagrosos pertencem, na sua maioria, à ordem dos fenômenos psíquicos, isto é, dos que têm como causa primária as faculdades e os atributos da alma. Confrontando-os com os que ficaram descritos e explicados no capítulo precedente, reconhecer-se-á sem dificuldade que há entre eles identidade de causa e de efeito. A História registra outros análogos, em todos os tempos e no seio de todos os povos, pela razão de que, desde que há almas encarnadas e desencarnadas, os mesmos efeitos forçosamente se produziram. Pode-se, é certo, contestar, no que concerne a este ponto, a veracidade da História; mas, hoje, eles se produzem às nossas vistas e, por assim dizer, à vontade e por indivíduos que nada têm de excepcionais. O só fato da reprodução de um fenômeno, em condições idênticas, basta para provar que ele é possível e se acha submetido a uma lei, não sendo, portanto, miraculoso. O princípio dos fenômenos psíquicos repousa, como já vimos, nas propriedades do fluido perispiritual, que constituí o agente magnético; nas manifestações da vida espiritual durante a vida corpórea e depois da morte; e, finalmente, no estado constitutivo dos Espíritos e no papel que eles desempenham como força ativa da Natureza. Conhecidos estes elementos e comprovados os seus efeitos, tem-se, como consequência, de admitir a possibilidade de certos fatos que eram rejeitados enquanto se lhes atribuía uma origem sobrenatural. 2. - Sem nada prejulgar quanto à natureza do Cristo, natureza cujo exame não entra no quadro desta obra, considerando-o apenas um Espírito superior, não podemos deixar de reconhecê-lo um dos de ordem mais elevada e colocado, por suas virtudes, muitíssimo acima da humanidade terrestre. Pelos imensos resultados que produziu, a sua encarnação neste mundo forçosamente há de ter sido uma dessas missões que a Divindade somente a seus mensageiros diretos confia, para cumprimento de seus desígnios. Mesmo sem supor que ele fosse o próprio Deus, mas unicamente um enviado de Deus para transmitir sua palavra aos homens, seria mais do que um profeta, porquanto seria um Messias divino. Como homem, tinha a organização dos seres carnais; porém, como Espírito puro, desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual, do que da vida corporal, de cujas fraquezas não era passível. A sua superioridade com relação aos homens não derivava das qualidades particulares do seu corpo, mas das do seu Espírito, que dominava de modo absoluto a matéria e da do seu perispírito, tirado da parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres (cap. XIV, nº 9). Sua alma, provavelmente, não se achava presa ao corpo, senão pelos laços estritamente indispensáveis. Constantemente desprendida, ela decerto lhe dava dupla vista, não só permanente, como de excepcional penetração e superior de muito à que de ordinário possuem os homens comuns. O mesmo havia de dar-se, nele, com relação a todos os fenômenos que dependem dos fluidos perispirituais ou psíquicos. A qualidade desses fluidos lhe conferia imensa forca magnética, secundada pelo incessante desejo de fazer o bem. 3 Exemplos: Revue Spirite, fevereiro de 1863, pág. 64; - abril de 1865, pág. 113; - setembro de 1865, pág. 264.