APROVEITAMENTO PODA DE ARBORIZAÇÃO URBANA PARA PRODUÇÃO DE CARVÕES ATIVADOS

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Transcrição:

APROVEITAMENTO PODA DE ARBORIZAÇÃO URBANA PARA PRODUÇÃO DE CARVÕES ATIVADOS Hebert Henrique Souza LIMA 1 ; Jean Constantino Gomes da SILVA 2 ; José Luiz Francisco ALVES 2 ; Elisangela Garcia Santos RODRIGUES 1 ; Rennio Felix de SENA 1, 2 1- Programa de Pós Graduação Engenharia Urbana e Ambiental-Universidade Federal da Paraíba - Campus 01; - CEP: 58051-900 João Pessoa PB Brasil ; (83) 8787-3358 - Email: hebert_ltm@hotmail.com ; rennio@ct.ufpb.br 2- Universidade Federal da Paraíba, Laboratório de Carvão Ativado- Campus 01; - CEP: 58051-900 João Pessoa PB Brasil. E-mail: zeluiz_alves@hotmail.com RESUMO As cidades brasileiras guardam um tesouro pouco explorado em suas ruas, avenidas e parques. Dentro dessas áreas urbanas verdes a realização de podas é usualmente utilizada para garantir um conjunto de árvores vitais, seguras e de aspecto visual agradável, sendo que o material recolhido (resíduos) muitas vezes é mal utilizado, e até mesmo descartados perdendo seu valor. Isso gera nos municípios brasileiros, todos os anos, milhares de toneladas de resíduos compostos por madeira (galhos e troncos), folhas, flores e frutos. Buscando minimizar este impacto ao meio ambiente, Este trabalho teve por objetivo a sintetitazação do carvão ativado partir das podas da arborização urbana. Os carvões foram ativados fisicamente com vapor de água e quimicamente com ácido fosfórico e tiveram suas características físico-químicas determinadas. O carvão da poda, o CAP 02 e o CAP 05 foram os que mostraram maior desempenho quanto as características físicas com área superficial de BET superior a 600 m 2.g -1 e todos os carvões apresentaram rendimento próximo ou superior a 30%. PALAVRAS CHAVE: Carvão ativado, podas, reúso, Água.

1 INTRODUÇÃO Os resíduos provenientes da poda de arborização urbana e remoção de árvores públicas e de residentes particulares em um município podem gerar sérios problemas urbanos quando não são devidamente aproveitados, sendo descartados em locais impróprios como aterros sanitários e lixões clandestinos. Além dos resíduos resultantes das podas em árvores públicas (troncos, toras, galhos, tocos e raízes), os resíduos vegetais de centros urbanos incluem ainda o material orgânico resultante da manutenção de parques e jardins (incluindo grama e materiais lenhosos diversos). Os levantamentos de campo identificaram diferentes experiências nos municípios visitados que vão desde a inexistência de aproveitamento dos resíduos até alta eficiência, o que neste caso permite gerar um faturamento para a prefeitura, redução de custos de manutenção de acúmulo de material orgânico em aterros sanitários (WIECHETECK, 2009). Os residuos vegetais possuem em media 90% de agua, as folhas sao mais ricas em água, e a materia seca restante e formada por celulose, acucares e proteinas, nos quais encontram-se os macro e micronutrientes. De maneira geral, os tecidos vegetais apresentam as seguintes proporcoes de compostos organicos: 1) Hidratos de carbono acucar e amidos 1 a 5%, hemiceluloses 10 a 28%, celulose 20 a 50%; 2) Gorduras, ceras e taninos 1 a 8%; 3) Ligninas 10 a 30%; 4) Proteinas 1 a 15% (MIYASAKA et al., 1984) apud (JUNIOR, 2007). Um dos objetivos desse trabalho buscou investigar o uso da poda de arborização urbana na região da grande João Pessoa, Estado da Paraíba, como precursor para a confecção de carvão ativado buscando dar um destino

sustentável e econômico para esses resíduos que muitas vezes são descartados de maneira inadequada. Carvão ativado é o nome comercial de um grupo de carbonos que se caracterizam por possuírem uma estrutura porosa bem desenvolvida e uma superfície interna elevada. Sua preparação é feita por tratamento de precursores carbonizados com gases oxidantes, ou por carbonização de materiais carbonosos, impregnados com agentes químicos desidratantes, em condições adequadas para o desenvolvimento da porosidade (MORENO- CASTILLA, 2004, RODRÍGUEZ-REINOSO et al., 1997) apud (MEDEIROS, 2008). Atualmente com o desenvolvimento tecnológico da produção de carvão ativado busca minimizar a razão custo/benefício desses materiais. Neste contexto, se vem priorizar a obtenção desses adsorventes a partir de matérias-primas de baixo custo, originadas, sobretudo, de resíduos agrícolas e/ou de rejeitos industriais, (ZHONGHUA et al., 1999) apud (BEZERRA, 2012) são exemplos: o bagaço de cana-de-açúcar, endocarpo do coco seco, resíduo têxtil e rejeitos de madeira. O carvão ativado é eficiente na remoção de uma extensa variedade de classes de corantes, porém, como observaram (AL-DEGS et al., 2000) apud (KAMMRADT, 2004), devido a sua carga superficial positiva apresenta limitações na adsorção daqueles corantes de caráter catiônico. Carvão ativado tem sido usado com sucesso como adsorvente para a remoção de corantes dos efluentes. A adsorção dos corantes pelo sólido poroso envolve o transporte do corante da solução e a difusão das moléculas do corante para os poros do adsorvente. A performance do processo de tratamento com carvão ativado depende do tipo de carvão, além das características do efluente (SOARES, 1998).

Assim sendo, um dos objetivos específicos deste estudo foi avaliar a produção e a eficiência na remoção de cor de carvão ativado a partir da poda da arborização urbana e do bagaço de cana-de-açúcar. 2 METODOLOGIA As matérias-primas (resíduos da poda da arborização urbana, mas especificamente resíduos da Adenanthera pavonina), foram inicialmente a retirada das folhagens e os galhos restantes foram devidamente cortados em tamanhos uniformes com cerca de 10 cm cada, em seguida mantidas em estufa. Figura 1 - Foto dos precursores da poda da arborização urbana Este precursor passou pelo tratamento acido e logo após a impregnação utilizando como agente ativante o ácido fosfórico H 3 PO 4, em uma chapa aquecida a 80 ºC, durante 40 minutos sob agitação. Combinou-se os dois métodos de ativação química e física para melhorar as características do carvão ativado, então estes foram analisados em relação aos parâmetros físicos químicos (rendimento, Análise Térmica, Área superficial, tamanho e volume dos poros).

A temperatura de carbonização e o tempo de permanência são parâmetros determinantes para conseguir produzir um carvão de boa qualidade e com um bom rendimento. Cada ensaio foi realizado com gradiente de temperatura de 10 ºC.min -1 e atmosfera inerte de nitrogênio com vazão de 15 L.h -1, o tempo de residência de 30 minutos e a temperatura foi tomada como parâmetro. Foram obtidas cinco amostras de carvões ativados quimicamente com H 3 PO 4 e fisicamente com vapor de água com fluxo constante de 0,8 kg/h, a 673K, 773K, 873 K, 973K e 1073 K e identificadas como, CAP 01, CAP 02, CAP 03, CAP04 e CAP 05, respectivamente. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO As curva de TG/DTG do precursor têm um importante papel na determinação da estabilidade térmica do material estudado. O resultado da amostra é apresentado nas Fig. 2 Figura 2 - Análise Termogravimétrica da Adenanthera pavonina O perfil de degradação térmica da poda in natura revelou que até 100 C houve perda de água na forma de umidade e no intervalo de 100-150

C perda de água de constituição, a partir 150 C a lignina começou a se degradar (perda de peso) continuou a perder peso mesmo em temperaturas superiores a 500 C, a perda de peso final experimen tada pela lignina é bem menor do que os outros dois componentes da madeira basicamente, em concentrar carbono e expulsar oxigênio, com consequente aumento do conteúdo energético do produto, dando como resultado um resíduo carbonoso. Na região entre 230-260 C, pode ser obse rvado o início da decomposição dos biopolímeros (principalmente hemiceluloses), acompanhado da perda de gases como monóxido e dióxido de carbono e líquido leves, como ácido acético e metanol. Entre 200-400 C ocorre uma intensa cisão das cadeias poliméricas (depolimerização) da celulose, acompanhada da decomposição da lignina, sendo a decomposição da celulose o processo dominante nessa etapa (RIEGEL et al, 2008). Podemos observar através do terceiro pico, em torno de 351 ºC, uma elevada perda de massa, já que a composição básica destes resíduos é celulose e hemicelulose. À medida que a temperatura é aumentada posteriormente, ocorre a liberação de produtos mais pesados. Figura 3 - Análise Termogravimétrica do CAP 05.

Pela Figura 3, é possível visualizar a eficiência do processo de carbonização aplicado à poda in natura observar uma pequena perda de massa ao longo das diferentes faixas de temperatura de pirólise, também ficou evidente que as frações de lignina, hemicelulose e celulose foram decompostas durante o processo de carbonização. Ainda é possível observar um pico que se apresenta a aproximadamente 951 C, i sto é, a uma temperatura superior a temperatura de carbonização (800 C) o que confirma a presença de materiais orgânicos ainda remanescentes no carvão ativado devido à combustão incompleta destes, provavelmente lignina residual que não foi totalmente degradada. 4 CONCLUSÃO Com base nos resultados obtidos podemos concluir que a utilização do da poda como precursor na produção de carvão ativado se mostrou eficiente e com resultados dentro dos resultados encontrados na literatura. Além de se tornar uma alternativa para aproveitar o excedente produzido pela arborização das cidades no caso da poda. Outro fator importante é o baixo custo de produção a partir dessas matérias-primas. O TGA (análise termogravimétrica) equipamentos essências nas análises dos carvões ativados mostrou a eficiência do processo de carbonização.

REFERÊNCIAS BEZERRA, A. F. Carvão ativado de endocarpo de coco da baía produzido em forno micro-ondas. 2012. 67p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012. CASTRO, L.B.N.; OLIVEIRA, L.A.; MOREIRA, R.F.; MURTA, R.M. Bagaço da cana-de-açúcar para alimentação de ruminantes. PUBVET, Londrina, V. 2, N. 30, Ed. 41, Art. 432, 2008. Disponível em: http://www.pubvet.com.br/artigos_det.asp?artigo=432. Acesso em: 18/09/2012. KAMMRADT, P. B. Remoção de cor de efluentes de tinturarias industriais através de processo de oxidação avançada. 2004. 92p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2004. JÚNIOR, A.P.B. Utilização do composto de resíduos da poda da arborização urbana em substratos para produção de mudas. 2007. 53p. Dissertação (Mestrado em Ciências) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2007. MEDEIROS, L. L. Remoção de cobre (II) de soluções aquosas por carvões ativados de bagaço de cana-de-açúcar e endocarpo de coco da baía isentos de tratamentos químicos superficiais. 2008. 99p. Tese (Doutorado em Química Analítica) Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2008. SOARES, J. L. Remoção De Corantes Têxteis Por Adsorção Em Carvão Mineral Ativado Com Alto Teor De Cinzas. 1998. 84p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998. WIECHETECK, M. Aproveitamento de resíduos e subprodutos florestais, alternativas tecnológicas e propostas de políticas ao uso de resíduos florestais para fins energéticos, Sumário Executivo, Projeto PNUD BRA 00/20 - Apoio às políticas públicas na área de Gestão e controle ambiental, Ministério Do Meio Ambiente, Curitiba, 2009.