CONSUMO ENERGÉTICO EM SISTEMAS DE CAPTAÇÃO E BOMBEAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA PARA RESIDÊNCIAS DE APENA UM PAVIMENTO.

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Transcrição:

CONSUMO ENERGÉTICO EM SISTEMAS DE CAPTAÇÃO E BOMBEAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA PARA RESIDÊNCIAS DE APENA UM PAVIMENTO. Hamilton de Araújo Silva Neto (1) Bacharel em Engenharia Civil e Mestrando em Saneamento Ambiental e-mail: enghamiltoneto@gmail.com Eduardo Henrique Borges Cohim Silva Doutor em Energia e Meio Ambiente (2011), Mestrado em Tecnologias Limpas (2006) e Graduação em Engenharia Sanitária. e-mail: edcohim@gmail.com RESUMO A degradação das águas no mundo está cada vez mais intensa e indo na direção de estresse hídrico, por esse motivo, é necessário buscar fontes alternativas que minimizem os impactos nos mananciais, a água de chuva é uma dessas fontes. Entretanto, é necessário avaliar o consumo energético do sistema, para definir se essa alternativa é ambientalmente mais eficiente que a solução tradicional. Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência ambiental tomando por base o consumo energético em sistemas de aproveitamento de água de chuva para residências uni domiciliares. Os tipos de aproveitamento de Água de Chuva estudados foram: sistema direto, sistema direto com tanque de pressão, sistema indireto e sistema com tanque a meia altura. Para o cálculo do consumo energético da bomba foi considerado a soma do consumo de startup da bomba, seu funcionamento normal e o consumo no fim da operação. Os resultados finais obtidos foram: sistema direto, 0,298 KWh/m³; sistema direto com tanque de pressão, 0,272 KWh/m³; sistema indireto 0,088 KWh/m³; sistema com tanque a meia altura 0,0 KWh/m³. Estes resultados apontam para uma superioridade energética e, portanto, ambiental quando comparado ao sistema centralizado tradicional, cujo consumo energético específico está acima de 0,75 kwh/m³. PALAVRAS-CHAVE: Água de Chuva, Energia, Sustentabilidade. INTRODUÇÃO A vida na Terra só é possível graças a existência de água em nosso planeta pois todos os seres vivos possuem água como um dos componentes básicos do organismo e necessitam consumi-la para sobreviver, no entanto a degradação das águas do nosso planeta está cada vez mais intensa e indo na direção do esgotamento total de água de qualidade existente na terra, por este motivo a uma necessidade de buscar novas fontes de água para minimizar os impactos nos mananciais. O uso da água de chuva (AC) como fonte alternativa de água para abastecimento domiciliar é uma das formas para diminuir o impacto nos mananciais de água. O aproveitamento da água da chuva em meio urbano deverá ser encarado de forma a poder constituir-se como um meio de contribuição para o desenvolvimento de uma política de promoção do uso sustentável da água Cardoso et. al (2010). De acordo com Angrill et al (2011) a água de chuva é um recurso competitivo, especialmente em áreas urbanas com escassos recursos hídricos, mas, mais estudos são necessários a fim de considerar a AC energeticamente eficiente, a fim de fazer uma comparação consistente. O consumo de energia no sistema de água de chuva está relacionado ao bombeamento desta água para os pontos de consumo, sendo necessário avaliar a eficiência energética deste sistema, pois a emissão de gases do efeito estufa está ligada ao consumo de energia. OBJETIVOS Este trabalho teve como objetivo principal estimar o consumo energético em sistemas de captação e bombeamento de água de chuva para residências de apena um pavimento. E como objetivos secundários, fazer comparações entre o consumo energético dos diferentes sistemas de captação de água de chuva estudados e com o consumo de energia da concessionária fornecedora de água da cidade de Feira de Santana-BA. Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016 1

METODOLOGIA Os tipos de captação e bombeamento de Água de Chuva (AC) estudados foram quatro: a Figura 01 demonstra o sistema direto sem tanque de pressão (SD), que bombeia diretamente para os aparelhos sanitários. A Figura 02 mostra o sistema direto com tanque de pressão (SDP), este foi usado para minimizar a quantidade de vezes que a bomba foi ligada, utilizando o tanque de pressão para o uso em que a quantidade de água utilizada seja inferior a 2L, como por exemplo lavar as mãos. Fig 01 e Fig 02 Sistema direto sem tanque de pressão e sistema direto com tanque de pressão respectivamente. Fonte: Próprio autor A Figura 03 indica um sistema indireto (SI), onde, foi bombeado do tanque inferior que capta a chuva para o tanque superior que por gravidade fez a distribuição de água para os aparelhos sanitários, e por fim, a Figura 04 é um sistema com tanque a meia altura (STMA) que capta a água de chuva e distribuir para as peças sanitárias que estão numa altura inferior e que consiga manter a pressão necessária, o chuveiro não foi alimentado pelo sistema de água de chuva. Fig 03 e Fig 04 Sistema indireto com tanque inferior e tanque superior, sistema direto com tanque a meia altura respectivamente. Fonte: Próprio autor Para a escolha da bomba foi levado em consideração um dimensionamento feito previamente, onde se calculou a potência necessária para abastecer um tanque uma altura manométrica de 9m, já considerando as perdas de cargas de todos os elementos das tubulações. 2 Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016

A equação 01 a seguir foi utilizada para encontrar a potência da bomba em watts P = ((w.q.hman) / (75.n.0,76)).1000 equação (01) Onde: P= potência (watts); Q = Vazão (m³/s); Hman = altura manométrica (m); n = rendimento da bomba que é igual a 40%; w= peso específico do líquido a ser elevado, no caso da água é 1000 Kg/m3. O dimensionamento exigiu uma bomba centrífuga de no mínimo 61 watts de potência, no mercado foi encontrado uma bomba de 75 watts de potência capaz de cumprir com as necessidades exigidas, as curvas da bomba escolhida estão na figura 05. Figura 05: Curvas da bomba escolhida Para o primeiro e o segundo sistema analisados foi necessário verificar o tempo e a quantidade de uso de cada aparelho sanitário separadamente, para o terceiro sistema foi calculado o uso da bomba para encher o tanque superior, não há necessidade do uso da bomba para o quarto sistema. As peças analisadas foram: a torneira da pia da cozinha, o lavatório do banheiro, a bacia sanitária, o chuveiro e a máquina de lavar. Para a quantidade de uso individual de cada peça utilizou-se a média de alguns estudos realizados, por Cardoso et al (2010), pela PROSAB (Aparelhos Sanitários Economizadores) por Makropoulos et. al. (2008), Barreto e Medeiros (2008), a tabela 01 abaixo mostra, o tempo gasto e a quantidade de uso diário. A média de consumo de AC diário por habitante é de 120 litros. Tabela 01: consumo individual diário de água Uso quantidade de água frequência de uso Duração por uso (s) Duração total consumida por dia diário (s) Banho 40 1 240 240 Lavatório 8 10 13 130 Pia de Cozinha 12 3 50 150 Máquina de 24 1 54 54 lavar Vaso sanitário 36 6 18 108 Total 120 Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016 3

O tempo do vaso sanitário é referente ao tempo gasto para encher a caixa acoplada do vaso. Para o cálculo do consumo energético da bomba será considerado a soma do consumo de startup da bomba e seu funcionamento normal e o consumo no fim da operação utilizando as seguintes equações: Consumo Total de Energia: Ct = Csu + Cn + Co Equação (02) Consumo na operação constante (Cn) Cn = to. C Equação (03) Onde: to= Tempo de operação (h); C = Consumo por hora utilizada (kw/h). O fabricante da bomba fornece em seu manual o consumo de energia por hora utilizada que é 0,19kw/h. De acordo com Tjandraatmadja et. al (2012), o Start-Up de uma bomba d água possui uma duração de 0,5 segundos que é aproximadamente 0,0014 horas, o consumo de energia é quatro vezes maior que o consumo no funcionamento normal, levando isso em consideração temos e o valor de consumo encontrado pelo Wattímetro temos: Consumo no Start-Up (Csu): Csu = 4. C. 0,0014 Equação (04) Para o fim de operação (Start-Off), quando o fluxo cessa, a bomba continua funcionando para ré-pressurizar a linha de stand-by (definido pelo fabricante da bomba). (TJANDRAATMADJA et. al., 2012). O tempo não é definido pelo fabricante, então será adotado 0,5 segundos como ilustrado no trabalho de Tjandraatmadja et. al. (2012). Consumo no fim de operação (Co): Co = C. 0,0014 Equação (05) Para o sistema SD foi calculado encontrado um consumo total para cada uso dos aparelhos e somados entre se, depois multiplicado por 3 por ser o número de habitantes para encontrar o valor do consumo total da residência. O sistema SDTP possui o mesmo modo de cálculo que o SD, no entanto o tanque de pressão serviu para abastecer pequenos usos, ou seja, para o cálculo será desconsiderado o start-up da bomba para quatro usos do lavatório e um uso da pia da cozinha. O sistema SI terá um acionamento de bomba por dia, abastecendo o tanque superior em 360 Litros por dia que é o consumo diário total da residência. 4 Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016

RESULTADOS E DISCUSSÕES De acordo com os resultados obtidos e com o auxílio da Figura 06 é possível perceber a influência do consumo no momento de Start-Up da bomba com uma influência entre 5,7% e 4,8% nos sistemas SD e SDTP respectivamente, pois foi nesses sistemas que a bomba foi ligada mais vezes. O consumo de energia no fim da operação é muito baixo com pouca influência no valor total. Essa diferença nos valores do Start-Up se dá ao fato da existência do tanque de pressão no SDTP. Figura 06 -Porcentagem de Consumo Energético em cada sistema por momento da operação da bomba A Figura 07 mostra a diferença de consumo entre os sistemas. Esse gráfico mostra como se deve levar em consideração o tipo de sistema de uso de água de chuva em uma residência, para que haja um consumo menor de energia por m³ de água consumida. Figura 07 Consumo energético total de cada sistema de bombeamento de água de chuva. Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016 5

Através deste é possível visualizar que o sistema de distribuição da água de chuva indireto é energeticamente mais eficiente que todos os outros sistemas. Os sistemas diretos não são tão eficientes a ponto de ser considerados energeticamente inviáveis como fonte alternativa de água, exceto o STMA que não possui um sistema de bombeamento, mas também não é capaz de suprir a necessidade de água para banho. De acordo com Portela 2013 a produção de água potável é relativamente intensiva no uso de eletricidade, demandando, no Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Feira de Santana, 1,91 kwh/m³, equivalente a mais de 20% do consumo de energia de uma residência. CONCLUSÃO Para que o uso da água de chuva seja energeticamente eficiente em relação ao sistema convencional deve-se optar pelo sistema de bombeamento indireto já que este foi o único com o consumo de energia abaixo dos consumos dos sistemas das concessionárias de abastecimento de água de diversos países. No entanto alguns países utilizam, na maioria dos casos, o Sistema Direto de Bombeamento tornando ineficaz do ponto de vista energético se comparados como o sistema convencional de abastecimento, já no Brasil o Sistema mais comumente usados é o SI. Na região de Feira de Santana-BA a concessionária gasta 1,91kwh/m³, isso mostra que independente do sistema utilizado na captação de água de chuva, haverá uma economia energética. Tornando dessa forma, o uso da água de chuva nessa região uma fonte alternativa eficiente tanto para diminuir o consumo de energia quanto para minimizar o impacto nos mananciais de coleta de água. REFERÊNCIAS ANGRILL, S. Environmental analysis of rainwater harvesting infrastructures in diffuse and compact urban models of Mediterranean climate. The International Journal of Life Cycle Assessment, 2011. BARRETO, Douglas; MEDEIROS, Oranda. Caracterização da vazão e freqüência de uso de aparelhos sanitários. Ambiente Construído, v. 8, n. 4, p. 137-149, 2008. CARDOSO, T.O. O uso eficiente da água nos edifícios de habitação. Diss. Faculdade de Ciências e Tecnologia, 2010. MAKROPOULOS, C. K. Decision support for sustainable option selection in integrated urban water management. Environmental modelling & software (2008). PORTELA, L. Avaliação da intensidade energética em sistemas de abastecimento de água: o caso de Feira de Santana/BA, 2013. TJANDRAATMADJA, G. Dissecting rainwater pump energy use in urban households. Science Forum and Stakeholder Engagement: Building Linkages, Collaboration and Science Quality. Urban Water Security Research Alliance Brisbane, Queensland, 2011. TJANDRAATMADJA, G.; POLLARD, C.; SHARMA, A.K. Optimization of Energy Use in Household Rainwater Supply Systems. Urban Water Security Research Alliance, 2012. 6 Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016