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Transcrição:

Reprodução e hipofisação de Curimatella lepidura.137 Revista Brasileira de ZOOCIÊNCIAS 9(2): 137-144, dezembro 2007 ISSN 1517-6770 Desova induzida e aspectos reprodutivos de Curimatella lepidura (Eig. & Eig., 1889) (Osteichthyes, Characiformes), espécie endêmica da bacia do rio São Francisco Edson Vieira Sampaio 1 & Yoshimi Sato 1 1 Estação de Hidrobiologia e Piscicultura de Três Marias, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, Caixa Postal 11, CEP 39205-000, Três Marias, MG. cvsf3m@progressnet.com.br Abstract. Reproductive biology and hypophysation of Curimatella lepidura (Eig. & Eig., 1889) (Osteichthyes, Characiformes), an endemic fish from São Francisco River Basin. Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 1889) is an iliophagus non migratory fish. Near 70% of the females had a positive response to the hypophysation. The oocyte extrusion took place 11.3 hours after the application of one dose of crude carp pituitary extract at water temperature of 25,5 ºC. The eggs are opaque, demersal, yellow or pale brown and slightly adhesive. The gonads had a mean of 4126 oocytes per gram with diameters of 1019 and 1953 µm before and after hydration respectively. Absolute fecundity varied from 21666 to 61466 oocytes. Larvae ecloded 22.4 hours after oocyte fertilization at 24 ºC and presented a mean total length of 2883 µm. Key words: Curimatidae, induced spawning, reproduction. Resumo: Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 1889) é peixe não migrador e iliófago. Cerca de 70% das fêmeas trabalhadas responderam positivamente à hipofisação. A extrusão dos ovócitos ocorreu 11,3 h após a aplicação de dose única de extrato bruto de hipófise de carpa, a temperatura da água de 25,5 ºC. Os ovos são opacos, demersais, amarelos ou pardos e levemente adesivos. Em média apresentaram 4126 ovócitos/g e os diâmetros de 1019 e 1953 µm antes e após a hidratação, respectivamente. A fecundidade absoluta variou de 21666 a 61466 ovócitos. As larvas eclodiram 22,4 h após a fertilização dos ovócitos com temperatura da água a 24 ºC e apresentaram em média 2883 µm de comprimento total. Palavras-chave: Curimatidae, desova induzida, reprodução. INTRODUÇÃO Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 1889) ocorre somente na bacia do rio São Francisco (VARI, 2003) e recebe nomes populares tais como turrú, branquinha e manjuba. Devido a sua abundância principalmente em ambientes lênticos como lagoas marginais e reservatórios localizados na bacia do rio São Francisco, é importante peixe forrageiro. Raramente ultrapassa 15 cm de comprimento total e 80 g de peso corporal. Normalmente os peixes adultos desta espécie são confundidos com alevinos de curimatãs (Prochilodus Agassiz, 1829) (SATO et al., 1987). São comumente utilizados como petiscos na região do alto São Francisco. A espécie prefere ambiente lêntico onde é capaz de se reproduzir (GODINHO, 1984; SATO et al., 1987; ANDRADE, 1990), sendo caracterizada como não migradora, de período reprodutivo longo (SATO et al., 2003) e tem desova total (ANDRADE, 1990; ALVARENGA et al., 2006). As fêmeas atingem a maturação gonadal em torno de 7,7 cm de comprimento padrão e os machos com 7,1 cm (ALVARENGA et al., 2006). Apresenta hábito alimentar iliófago ou detritívoro, alimentando-se preferencialmente de detritos e algas, Revista Brasileira de Zoociências 9 (2):137-144. 2007

138. SAMPAIO & SATO tem intestino muito longo variando de 1,1 a 1,7 m de comprimento (BRITSKI et al., 1984; GOMES & VERANI, 2003; POMPEU & GODINHO, 2003; ALVIM & PERET, 2004; ALVARENGA et al., 2006). SABIONI (1989) também considerou a espécie como iliófaga, por apresentar aparelho branquial filtrador, ausência de dentes orais e faringeanos, região pilórica gástrica desenvolvida e transformada em órgão triturador de alimento e coeficiente intestinal médio de 12,9. Foram desenvolvidos vários trabalhos com C. lepidura: ovogênese (BAZZOLI, 1992), adesividade e superfície de ovos (RIZZO, 2001; RIZZO et al., 2002; RIZZO & GODINHO, 2003), citogenética (VÊNERE & GALETTI, 1989; VÊNERE, 1991), anatomia do tubo digestivo (CONTRIM, 1989; SABIONI, 1989), aspectos reprodutivos (ANDRADE & GODINHO, 1988a, 1988b, 1991; ANDRADE, 1990; ALVARENGA et al., 2006) e parasitologia (MOREIRA, 1994, KNUPP et al., 2004). O presente trabalho apresenta informações sobre desova induzida e aspectos reprodutivos de C. lepidura, espécie endêmica da bacia do rio São Francisco. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido na Estação de Hidrobiologia e Piscicultura de Três Marias, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, Três Marias, Minas Gerais, no período de setembro de 2001 a janeiro de 2002. Os reprodutores foram capturados no reservatório de Três Marias, rio São Francisco (Três Marias, MG) e estocados por um período de 5 a 6 meses num viveiro de 200 m 2, que foi fertilizado quinzenalmente com adubo químico. Os peixes receberam ração peletizada diariamente, contendo 22% de proteína bruta. Foram selecionados 20 machos e 20 fêmeas. A seleção dos reprodutores para hipofisação foi feita pela observação de características externas: fêmeas com o poro genital dilatado e avermelhado; machos com ventre fino e liberação de sêmen sob leve pressão do abdome. Para a hipofisação, os peixes foram separados por sexo em gaiolas de tela plástica de 0,224 m 3 (0,8 x 0,4 x 0,7 m), colocadas em tanque de alvenaria de 2,4 m 3 (3 x 1 x 0,8 m), com circulação constante de água, passando por um sistema de aquecimento, mantendo a temperatura em 25,5 C e com as seguintes características: concentração de oxigênio dissolvido variando de 5,7 a 6,2 mg/l, ph de 6,6 a 7,1 e a condutividade elétrica de 58 a 78 µs/cm. A reprodução artificial foi feita através do método da hipofisação (IHERING & AZEVEDO, 1934; IHERING et al., 1935; IHERING, 1937), com a utilização de extrato bruto de hipófise de carpa-comum (EBHC). Foi aplicado na cavidade celomática dose única tanto para machos quanto para fêmeas (6mg de EBHC/kg de peixe). O momento da desova foi determinado através do cálculo das horas-grau (HG), considerando-se a temperatura da água e o tempo até a ocorrência da desova, a partir da aplicação da dose única (HG extrusão dos ovócitos = temperatura da água, em o C x tempo, em h). A extrusão dos ovócitos e a coleta de sêmen foram executadas manualmente. A fertilização foi feita pelo método a seco. A partir de amostras foram estimadas a fecundidade absoluta e as fertilidades inicial e final. A incubação dos ovos foi feita em incubadoras de 20 L, em forma de funil (WOYNAROVICH, 1986), com circulação constante de água a 24ºC. A vazão da água variou de 0,5 a 1 L/min, com aumento efetuado após o estádio de fechamento do blastóporo. As incubadoras receberam cerca de 20 g de ovos de cada espécimen. Das fêmeas obtiveram-se: comprimento total CT (em cm), peso corporal total PC (em g), peso dos ovócitos extruídos (em g), número dos ovócitos extruídos/g de ovário, peso dos ovócitos liberados e retidos nos ovários (ovócitos livres, mas remanescentes nas gônadas após a extrusão) (em g), diâmetros dos ovos não-hidratado e hidratado (em µm), diâmetro do saco vitelino (em µm), espaço perivitelino (em µm), espessura do córion (em µm), coloração e adesividade dos ovos, taxa de fertilização dos ovos (estimada a partir do estádio de fechamento do blastóporo) (em %), peso das gônadas - PG (peso dos ovócitos extruídos mais o peso dos ovócitos liberados e retidos nos ovários (retirados após o Revista Brasileira de Zoociências 9 (2):135-142. 2007

Reprodução e hipofisação de Curimatella lepidura.139 sacrifício da fêmea depois da desova, em g), índice gonadossomático - IGS (PG.100/PC, em %), fecundidade absoluta - FA (número de ovócitos extruídos mais o número de ovócitos liberados e retidos nos ovários), fertilidades inicial - FI (número de ovócitos extruídos), fertilidade final FF (número de ovócitos fertilizados), horas-grau para a eclosão das larvas (temperatura da água, em ºC x tempo desde a fertilização até a eclosão das larvas, em h), comprimento total das larvas recém eclodidas (em µm), tipo de movimento da larva na coluna da água, presença ou não do órgão adesivo na cabeça da larva e tempo para formação das pós-larvas (em d). Fecundidade relativa, fertilidade inicial relativa e fertilidade final relativa foram estimadas em relação ao comprimento total e ao peso corporal das fêmeas. As medidas dos diâmetros dos ovos (não hidratado e hidratado), da largura do saco vitelínico, da largura do espaço perivitelino e da espessura do córion, foram efetuadas na fase de blástula ou blástula alta (HISAOKA & BATTLE, 1958). As terminologias de larva e pós-larva aplicadas neste trabalho seguiram WOYNAROVICH & HORVÁTH (1980), considerando pós-larva o período posterior à abertura da boca e intestino. Dos machos foram registrados: comprimento total (CT, em cm), peso corporal (PC, em g), emissão de sons no período de reprodução (vocalização) e presença ou não de espículas nos raios da nadadeira anal. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os reprodutores selecionados apresentaram as seguintes características: os machos eliminaram sêmen leitoso (branco) sob pressão abdominal e emitiram som rouco e surdo, as fêmeas apresentaram papila urogenital avermelhada e ventre abaulado. Os machos não apresentaram espículas nos raios da nadadeira anal. Estas características de seleção dos peixes foram as mesmas utilizadas em Prochilodus argenteus Agassiz, 1829 (IHERING & AZEVEDO, 1934). A emissão de sons roucos pelos machos durante a reprodução foi também observado em (Steindachner, 1874) (= Curimata ), outro Curimatidae (LOWE- MCCONNELL, 1987). Durante o processo de hipofisação de C. lepidura utilizou-se água apresentando temperatura de 25,5 C, concentração de oxigênio dissolvido variando de 5,7 a 6,2 mg/l, ph de 6,6 a 7,1 e a condutividade elétrica de 58 a 78 µs/cm, pois anteriormente condições semelhantes foram adequadas na reprodução artificial de várias espécies da bacia do São Francisco tais como Leporinus elongatus Valenciennes, 1849 (SATO et al., 2000), P. argenteus (= P. marggravii) (RIZZO et al., 2003), Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758) e Tetragonopterus chalceus Spix & Agassiz, 1829 (SATO et al., 2006). Os valores de ph e de condutividade elétrica da água onde foram mantidos os reprodutores durante o experimento, são normalmente os verificados na água de abastecimento da Estação de Hidrobiologia e Piscicultura de Três Marias, enquanto que os valores de temperatura e das concentrações de oxigênio dissolvido, por apresentarem baixa qualidade, foram artificialmente aumentados, através da utilização de aquecedor elétrico no caso da temperatura e de sistema de aeração no caso da concentração de oxigênio dissolvido. Das 20 fêmeas hipofisadas, 14 (70%) liberaram ovócitos férteis por extrusão. A extrusão dos ovócitos foi realizada em média após 288 horas-grau, ou seja, cerca de 11,3 h após a aplicação de dose única de EBHC, com a temperatura d água em 25,5 ºC. SATO et al. (1997) sob condições semelhantes, conseguiram desovar 75% das fêmeas de S., cerca de 11 h depois de hipofisadas. Os principais resultados obtidos de exemplares de C. lepidura submetidos a hipofisação estão sintetizados na Tabela 1. C. lepidura apresentou ovos opacos, demersais, esféricos, amarelos ou pardos, levemente adesivos, sem capa gelatinosa e contendo cerca de 4126 ovócitos extruídos/g de ova. À hidratação os ovos passaram de 1,02 mm a 1,95 mm de diâmetro, com aumento no volume da ordem de sete vezes. Essas características são semelhantes às encontradas em outras espécies de Curimatidae (AZEVEDO et al., 1938; NOMURA & TAVEIRA, 1979; VAZZOLER, 1996; SATO et al., Revista Brasileira de Zoociências 9 (2):137-144. 2007

140. SAMPAIO & SATO Tabela 1. Dados obtidos de exemplares do turrú Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 1889), submetidos à hipofisação na Estação de Hidrobiologia e Piscicultura de Três Marias. N = número de observações; EBHC = extrato bruto de hipófise de carpa-comum; DP = desvio-padrão. Parâmetro N Média ± DP Amplitude MACHOS Comprimento total (CT, cm) 20 12,4 ± 1,3 10,5-14,1 Peso corporal (PC, g) 20 30,0 ± 9,2 15,0 42,0 FÊMEAS Comprimento total (CT, cm) 14 14,1 ± 1,0 12,6-16,0 Peso corporal (PC, g) 14 47,9 ± 10,0 32,9 66,0 Horas-grau à extrusão 14 288 ± 6 280-295 Índice gonadossomático (IGS = PG x 100/PC) 14 19,4 ± 2,7 15,1-23,1 Peso dos ovócitos extruídos.100/pc (%) 16,7 ± 2,5 13,6 20,8 Número de ovócitos extruídos/g de ova 14 4126 ± 69 4002-4229 Medidas do ovo (µm) Diâmetro do ovo não-hidratado 120* 1019 ± 21 980-1060 Diâmetro do ovo hidratado 120* 1953 ±70 1754-2130 Diâmetro do saco vitelino 120* 677 ± 23 623-727 Espaço perivitelino 120* 636 ± 33 536-715 Espessura do córion 120* 2,4 ± 0,3 2,0-3,0 Taxa de fertilização dos ovos (%) 14 75,5 ± 6,4 65,40-85,30 Fecundidade absoluta (FA) 14 39005 ± 12199 21666-61466 Fertilidade inicial (FI = n ovócitos extruídos) 14 33679 ± 11008 19214-53888 Fertilidade final (FF = n de ovos viáveis) 14 25197 ± 7691 15966-38638 FA relativa (n ovos/g de fêmea) 14 801 ± 117 625-951 FI relativa (n ovos extruídos/g de fêmea) 14 691 ± 108 562-857 FF relativa (n ovos viáveis/g de fêmea) 14 520 ± 79 440-729 FA relativa (n ovos/cm de fêmea) 14 2725 ± 668 1693-3842 FI relativa (n ovos extruídos/cm de fêmea) 14 2352 ± 607 1501-3368 FF relativa (n ovos viáveis/cm de fêmea) 14 1763 ± 427 1247-2472 Horas-grau à eclosão 14 523 ± 1975 500-550 CT da larva recém-eclodida (µm) 120* 2883 ± 86 2731-3082 * Referente à medidas efetuadas para 6 fêmeas (20 ovos ou 20 larvas/fêmea). 1997) (Tab. 2). AZEVEDO et al. (1938), AZEVEDO & VIEIRA (1939) e SATO et al. (1997), observaram praticamente os mesmos resultados em S. : ovos demersais, esféricos, opacos, amarelos ou pardos e levemente adesivos. O índice gonadossomático máximo verificado para as fêmeas de C. lepidura em estádio de maturação gonadal avançada foi de 23,1%, sendo o valor médio igual a 19,4% e a fecundidade absoluta variou de 21666 a 61466 ovócitos e suas fecundidades relativas de 801 ovócitos/g de fêmea e 2725 ovócitos/cm de fêmea (comprimento total). Na Tabela 3 são apresentados valores de IGS e de fecundidade de algumas espécies de Curimatidae. Verifica-se que C. lepidura apresentou de modo geral valores de IGS e de fecundidade absoluta dentro Revista Brasileira de Zoociências 9 (2):135-142. 2007

Reprodução e hipofisação de Curimatella lepidura.141 Tabela 2. Características de ovos de espécies de Curimatidae. DO = diâmetro do ovócito; NOG = número de ovócitos/g; - = valor não registrado. Espécie DO (mm) NOG (UN) Autor(es) Curimatella lepidura 1,02 4126 Presente trabalho Cyphocharax modestus 1,11 - Vazzoler (1996) Cyphocharax nageli 0,81 - Vazzoler (1996) Azevedo et al. 0,93-0,98 4257-4784 (1938) 0,98 4513 Sato et al. (1997) insculpita 0,83 - Vazzoler (1996) dos limites apresentados por outros Curimatidae, sendo que quanto à fecundidade absoluta Curimata pristigaster Steindachner, 1876 apresentou valores bem superiores aos das outras espécies. A taxa de fertilização dos ovos de C. lepidura foi em média de 75,5%, próximo do valor conseguido por SATO et al. (1997) para S. (71,7%), demonstrando que o tratamento utilizado pode ser considerado satisfatório para a indução da desova. As relações entre fecundidade absoluta, fertilidade inicial e fertilidade final em funções da variação do peso corporal e da variação do comprimento total estão indicadas na Figura 1. Verificou-se que os valores destes parâmetros aumentaram proporcionalmente com o peso corporal e com o comprimento total. Os valores de r 2 foram pouco melhores quando relacionaram estes parâmetros com o comprimento total. HONDA (1979) também encontrou relação melhor entre fecundidade absoluta e comprimento total do que fecundidade absoluta e peso corporal para Pseudocurimata gilbert Quoy & Gaimard, 1824 (= Curimata gilbert). Analisando-se as equações da Figura 1 e o dados da Tabela 1, referentes a fecundidade absoluta (FA) e às fertilidades inicial (FI) e final (FF) em relação ao comprimento total e ao peso corporal das fêmeas de C. lepidura, observamos que em média a FI representou 86,3% e a FF 64,7% da FA. Portanto, no presente trabalho conseguiu-se produzir cerca de 64,7% de ovos férteis do total de ovócitos produzidos (fecundidade absoluta). Tabela 3. Valores de índice gonadossomático e de fecundidade de espécies de Curimatidae. IGS = índice gonadossomático; FA = fecundidade absoluta; - = valor não registrado. Espécie IGS (%) FA Autor(es) Curimata gilbert - 12749-75734 Romagosa et al. (1984) Curimata pristigaster - 51330-667800 Carvalho (1984) Curimatella lepidura 24,8 9934-151215 Andrade (1990) Curimatella lepidura 15,1-23,1 21666-61466 Presente trabalho Cyphocharax modestus 24,3 - Vazzoler (1996) Cyphocharax nageli 16,5 - Vazzoler (1996) Pseudocurimata gilbert 16,7 2023-13615 Honda (1979) 33,3 - Alves (1989) 13,7-21,8 15803-27618 Sato et al. (1997) 16-44 11808-62247 Azevedo et al. (1938) insculpita 28,4 - Vazzoler (1996) Número de ovos (x 10 3 ) Número de ovos (x 10 3 ) 80 60 40 20 FA = - 119839 + 11265 CT (r 2 = 0,89) FI = - 106826 + 9965 CT (r 2 = 0,86) FF = - 69438 + 6712 CT (r 2 = 0,80) 0 12 13 14 15 16 17 Comprimento total - CT (cm) 80 60 40 20 FA = - 15437 + 1136 PC (r 2 = 0,87) FI = - 14291 + 1001 PC (r 2 = 0,83) FF = - 7062 + 673 PC (r 2 = 0,77) 0 30 40 50 60 70 Peso corporal - PC (g) Figura 1. Relações lineares da fecundidade absoluta (FA), fertilidade inicial (FI) e fertilidade final (FF) em funções das variações do comprimento total - CT (A) e do peso corporal - PC (B), obtidas simultaneamente em 14 fêmeas de turrú Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 1889), hipofisadas na Estação de Hidrobiologia e Piscicultura de Três Marias. A B Revista Brasileira de Zoociências 9 (2):137-144. 2007

142. SAMPAIO & SATO A eclosão das larvas ocorreu em média após 523 horas-grau, ou seja, cerca de 22,4 h após a fertilização dos ovos estando a temperatura d água em média a 24ºC e no momento mediram em média 2,88mm de comprimento total. Estes dados são semelhantes aos encontrados por AZEVEDO et al. (1938), NOMURA (1978) e SATO et al. (1997) que verificaram eclosões das larvas de S. entre 19 e 22,8 h (23-26 ºC) e as mesmas mediram de 2,41 a 2,88 mm de comprimento total. As larvas de C. lepidura apresentaram movimentos verticais na coluna d água e transformaram em pós-larvas de 4 a 5 dias após a eclosão. Movimentos verticais na coluna d água também foram observados em larvas de S. (AZEVEDO et al., 1938; SATO et al., 1997). C. lepidura não apresentou o órgão adesivo larval na cabeça, característica típica em S. (AZEVEDO et al., 1938; SATO et al., 1997). VAZZOLER (1996) verificou que os Curimatidae insculpita (Fernández-Yépez, 1948), Cyphocharax modestus (Fernández-Yépez, 1948) e Cyphocharax nagelii (Steindachner, 1881) não apresentam o comportamento de cuidado parental, como também verificado em C. lepidura (SATO et al., 2003). AGRADECIMENTOS Ao Convênio CEMIG/CODEVASF (CV 0 95 00 0012/00), pelas facilidades na execução do trabalho. Aos consultores anônimos pelas importantes sugestões apresentadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, E.R.; BAZZOLI, N.; SANTOS, G.B. & RIZZO, E. 2006. Reproductive biology and feeding of Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann) (Pisces, Curimatidae) in Juramento reservoir, Minas Gerais, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia 23 (2): 314-322. ALVES, C.B.M. 1989. Aspectos da biologia reprodutiva do sagüiru (= Curimata Steindachner, 1874) (Pisces, Ostariophysi, Curimatidae) na represa de Três Marias, MG. Monografia de Bacharelado. Universidade Federal de Minas Gerais. 40p. ALVIM, M.C.C. & PERET, A.C. 2004. Food resources sustaining the fish fauna in a section of the Upper São Francisco River in Três Marias, MG, Brazil. Brazilian Journal of Biology 64 (2): 195-202. ANDRADE, D.R. 1990. Biologia reprodutiva da manjuba Curimatella lepidura Eigenmann & Eigenmann, 1889 (Pisces, Curimatidae) da represa de Três Marias, rio São Francisco, MG. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais. 217p. ANDRADE, D.R. & GODINHO, H.P. 1988a. Desenvolvimento gonádico anual da manjuba Curimatella lepidura Eigenmann & Eigenmann, 1889 na represa de Três Marias, MG. In: COLETÂNEA DE RESUMOS DOS ENCONTROS DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE AQÜICULTURA (AMA): 1982-1987. Brasília, pp.96. ANDRADE, D.R. & GODINHO, H.P. 1988b. Regressão ovocitária vitelogênica em manjuba (Curimatella lepidura Eigenmann & Eigenmann, 1889) da represa de Três Marias, MG. In: VI ENCONTRO ANUAL DE AQÜICULTURA DE MINAS GERAIS. Belo Horizonte. pp.17. ANDRADE, D.R. & GODINHO, H.P. 1991. Variação dos valores fator de condição durante o ciclo reprodutivo de manjuba Curimatella lepidura Eigenmann & Eigenmann, 1889. In: IX ENCONTRO BRASILEIRO DE ICTIOLOGIA. Maringá. pp.49. AZEVEDO, P.; DIAS, M.V. & VIEIRA, B.B. 1938. Biologia do sagüiru (Characidae, Curimatinae). Memórias do Institudo Oswaldo Cruz. 33 (4): 481-553. AZEVEDO, P. & VIEIRA, B.B. 1939. Contribuição para o catálogo biológico dos peixes fluviais do nordeste do Brasil. Boletim da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas 11 (2): 181-184. BAZZOLI, N. 1992. Ovogênese em peixes teleósteos neotropicais de água doce. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais. 181p. BRITSKI, H.A.; SATO, Y. & ROSA, A.B.S. 1984. Manual de identificação de peixes da região de Três Marias: com chaves de identificação para os peixes da bacia do São Francisco. Brasília, CODEVASF/Câmara dos Deputados. 147p. CARVALHO, F.M. 1984. Aspectos biológicos e ecofisiológicos de Curimata (Potamorhina) pristigaster, um Characoidei neotrópico. Amazoniana 8 (4): 525-539. COTRIM, S.S. 1989. Anatomia funcional do aparelho digestivo de Curimatella lepidura Eigenmann & Eigenmann, 1889 (Characiformes, Curimatidae). Monografia de Estágio Supervisionado. Universidade Federal de Viçosa. 78p. GODINHO, H.P. 1984. Reprodução de peixes da represa de Três Marias. Informe Agropecuário 110: 29-34. Revista Brasileira de Zoociências 9 (2):135-142. 2007

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