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Transcrição:

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO RECONHECIDA NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO VIGENTE EM 16 DE SETEMBRO DE 2010 Estudo técnico Edição nº 24 fevereiro de 2015 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico CONTRICOM Reconhecida nos term os da legislação vigente e m 16 d e s e te m b ro d e 2 0 1 0 Desemprego na Construção Civil atingiu132 mil trabalhadores em 2014 e pode atingir mais de 300 mil em 2015 1

Relatório final do desemprego na Construção Civil em 2014 No período de janeiro a dezembro de 2014 o desemprego no setor da construção civil desabou Em dezembro de 2014, o desemprego no setor atingiu 106.476 trabalhadores, ou seja, -3,41% (Tabela 1). Se considerarmos o saldo total de contratações e demissões no período de dezembro de 2014 em relação a dezembro de 2013 esse número de demissões sobe para 132.015 trabalhadores, significando uma redução percentual de -4,24% (Tabela 1). Além da desaceleração no volume de edificações imobiliárias, o setor de infra-estrutura também registrou diminuição do ritmo de obras em função de diversos fatores, entre eles: interrupções de obras e demissões em função de atrasos de pagamentos dos governos da União e dos estados, adiamento de ordens de serviços para início da execução de obras e até cancelamento de contratos em decorrência dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Mantida esta tendência, o número de desempregados somente no setor da Construção Civil pode variar entre 300 e 400 mil em 2015. Os estudos ainda não levam em conta os milhares de demitidos nas empreiteiras que prestam serviços á Petrobras. Estima-se que mais de 100 mil trabalhadores tenham perdido o emprego até a primeira quinzena de janeiro. 2

Para as obras de infra-estrutura, espera-se que, passada a fase do ajuste, os governos coloquem seus pagamentos em dia e reiniciem contratações de novas obras, além de impulsionarem licitações de concessões e parcerias. Com isso, há expectativa de retomada do crescimento da Construção Civil apenas em 2016. Tabela 1: Desemprego por setor de atividade econômica de Pernambuco O desempenho negativo do ano de 2014 foi fortemente influenciado pelo quadro econômico desfavorável do país e, particularmente, no Estado de Pernambuco, pelos efeitos da desmobilização de mão de obra na Refinaria Abreu e Lima e em obras de implantação de infraestrutura urbana, que foram concluídas ou desaceleradas. 3

Apenas no mês de dezembro o número de demitidos no Estado foi de 5.509 trabalhadores. Mas, no saldo de todo o ano o desemprego atingiu 25.076 trabalhadores. Tabela 2: Desemprego por Unidade da Federação - O caso do Estado de Pernambuco Desemprego na Construção Civil em Mato Grosso do Sul é o terceiro maior do Brasil Número de empregos recuou 20%, de 45.874 para 36.564 O mercado de trabalho da construção civil de Mato Grosso do Sul fechou 2014 com um dos piores desempenhos do País. O estoque de empregos recuou 20,29%, de 45.874 em dezembro de 2013 para 36.564 em igual mês do ano passado, de acordo com estudo divulgado ontem pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP). Essa variação é a terceira menor do Brasil, superando e com pequenas diferenças apenas os resultados do Amazonas (-21,38%) e do Amapá (-20,99%). O encolhimento do número de trabalhadores formais no setor decorre do fechamento de 8.011 postos de trabalho de janeiro a dezembro, o pior resultado na série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciada em 2003. As entidades que representam o setor vêem na retração da economia o principal fator desse cenário. Também acrescentam, como causa pontual, as demissões ocorridas em Três Lagoas. 4

do Rio de janeiro No Rio de Janeiro, o mercado da construção civil registrou um saldo negativo de 1.908 vagas em 2014, de acordo a Firjan. Em 2013, haviam sido criadas 14.628 vagas no setor no Estado. do Pará Todos os setores econômicos do Estado apresentaram queda na geração de empregos formais em dezembro de 2014. O pior resultado foi para a construção civil, que apresentou -9.940 postos de trabalho. do Espírito Santo No balanço de 2014, no Estado do Espírito Santo, houve declínio geral de 1,10% no nível de emprego no Estado. Isto é, menos 8.803 postos de trabalho. O resultado decorreu da queda em quase todos os setores, com destaque para Construção Civil, com menos 2.941 empregos. de Rondônia Rondônia apresentou a maior queda na geração de empregos. Foram 26.911 admissões contra 32.714 demissões em 2014, gerando um déficit de 5.813 postos de trabalho. do Amazonas O Estado do Amazonas apresentou desemprego de -4.958 trabalhadores demitidos. 5

Desemprego no setor da Construção Civil no Estado de Santa Catarina O desempenho negativo da indústria em Santa Catarina foi conduzido, principalmente, pelas atividades do setor da Construção e do Mobiliário com déficit de -4.722 postos de trabalho. de São Paulo A contratação de mão-de-obra na Construção Civil no Estado de São Paulo registrou queda de 0,14% em 2014. Isso significou a demissão de 14.800 mil trabalhadores. da Bahia Na Bahia, o setor com o pior desempenho em 2014 foi o de Construção Civil, com a supressão de 7.914 empregos com carteira assinada. O resultado foi influenciado pelas demissões nas atividades Construção de Edifícios, que eliminou 3.693 postos de trabalho, Incorporação de Empreendimentos Imobiliários, com - 1.273 vagas, Cultivo de Uva, com -1.036 postos e atividades como Fabricação de Calçados de Couro (-558) e Atividades de Teleatendimento (-830). Desemprego na Construção Civil no Distrito Federal No Distrito Federal, o setor econômico que mais perdeu vagas foi a indústria da Construção Civil. Foram 13 mil postos de trabalho fechados em 2014. 6

de Minas Gerais Conforme informações divulgadas na sexta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Minas fechou 2014 com a contratação de 2,408 milhões de trabalhadores e a demissão de 2,392 milhões, gerando saldo positivo de 15,4 mil, queda de 82,55% em relação às 88,4 mil novas vagas registradas em 2013. O setor de construção civil teve o pior desempenho, ficando com um saldo negativo de 20,8 mil pessoas. Tabela 3: Desemprego na Construção Civil por Estado em 2014 Pernambuco: (- 25.076) Minas Gerais (-20.800) São Paulo (-14.800) Distrito Federal (-13.000) Pará: (- 9.940) Mato Grosso do Sul: (- 8.011) Bahia (-7.914) Rondônia: (- 5.813) Amazonas: (- 4.958) Santa Catarina: (- 4.722) Espírito Santo: (- 2.941) Rio de Janeiro: (- 1.908) Total (- 119.883) 7

As empreiteiras do PAC, as doações eleitorais e os recebimentos de recursos do Governo Caso seja comprovado o envolvimento das principais empreiteiras do país em um esquema de lavagem de dinheiro e desvios de recursos investigados pela operação Lava Jato, da Polícia Federal, oito das dez maiores obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) 02, do governo federal, podem ser paralisadas. 8

Veja quais obras do PAC podem parar e causar mais desemprego na Construção A refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, com custo estimado em R$ 32,8 bilhões, é uma das iniciativas ameaçadas: Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Lesa, Odebrecht e OAS integram consórcios que participam da obra. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro é outra obra que corre risco de parar: orçado em R$ 24 bilhões, parte de sua estrutura está a cargo da Odebrecht. A hidrelétrica de Belo Monte (PA), que deve custar R$ 28,8 bilhões, está na mesma situação, já que parte das obras são executadas pelas empresas Camargo Corrêa, Odebrecht e Andrade Gutierrez. Na mesma situação se encontram as obras da hidrelétrica de Santo Antônio (RO), orçada em R$ 12 bilhões e executadas pela Andrade Gutierrez e pela Odebrecht; Usina nuclear Angra 3 (RJ), que tem investimento inicial previsto de R$ 22,1 bilhões e é realizada por Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC e Queiroz Galvão; 9

Refinaria Presidente Getúlio Vargas (PR), orçada em R$ 8,6 bilhões e executada por OAS, Odebrecht e UTC; O trecho sul da ferrovia Norte-Sul (SP), empreendimento avaliado em R$ 460,3 milhões e realizado pela Queiroz Galvão e pela Camargo Corrêa; O Piloto Campo de Lula (RJ), com investimento total previsto de R$ 3,4 bilhões e obras a cargo da Petrobras. 10