RESUMO. Palavras Chaves: Parasitoses, frequência, crianças, estado nutricional.

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Transcrição:

FREQUÊNCIA DE PARASITOSES EM CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR E A RELAÇÃO COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL-IMC NA ESCOLA MUNICIPAL SÃO SEBASTIÃO DO DISTRITO DE SÃO SEBASTIÃO DO ITABIRA DA CIDADE DE ITABIRINHA-MG RESUMO Ruela, Ana Isabel de Souza 1 Mattos, Bruna Faria 1 Ferreira, Eliana Alves Reis 1 Silva, Patrícia Martins 1 Almeida, Mônica Maria 2 As parasitoses são frutos de uma sociedade em desequilíbrio social, representando um problema nacional que sempre existiu e que ainda ocorre com frequência, afetando grande parte da população, principalmente, as crianças. A presente pesquisa foi desenvolvida visando contribuir com maiores subsídios sobre o assunto, buscando conhecer a frequência de parasitoses intestinais por meio do Exame Parasitológico de Fezes (EPF) e o estado nutricional através do Índice de Massa Corporal (IMC), de crianças em idade escolar da Escola Municipal São Sebastião, do município de Itabirinha. Para a realização do exame coproparasitológicos, utilizou-se o método de Lutz e para a avaliação nutricional, os métodos antropométricos, conforme o programa da Organização Mundial de Saúde. Das 64 amostras analisadas, o sexo masculino apresentou uma maior frequência (56,7%), e em relação a faixa etária, as crianças de 7 a 9 anos foram as mais acometidas por parasitas. O coeficiente geral de frequência de parasitoses intestinais apresentado foi de 50%, sendo Entamoeba coli, Ascaris lumbricoides e Endolimax nana as mais frequentes. O índice de parasitoses não apresentou correlação com o estado nutricional das crianças, tendo predominância o peso eutrófico em 82,81%. Os resultados encontrados demonstram que são necessárias melhorias nas condições sócio-ambiental local e educação contínua, bem como a sensibilização da população frente à importância do diagnóstico, tratamento e o acompanhamento das pessoas infectadas para a prevenção e promoção da saúde. Palavras Chaves: Parasitoses, frequência, crianças, estado nutricional. 1 Acadêmicas do Curso de Farmácia da Universidade do Vale do Rio Doce. E-mail: patricia_martinsilva@hotmail.com; brunadivina@hotmail.com; bel_ruela@hotmail.com; gedeoneliana1@hotmail.com 2 Orientadora: Professora Mestre do Curso de Farmácia da Universidade Vale do Rio Doce. E-mail: monicaalmeida@univale.br

1 INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, têm sido observadas ligeiras reduções nas taxas globais de prevalência de diferentes infecções parasitárias, mas em contrapartida observa-se um sensível aumento do número absoluto de casos (REY, 1992). A criança tem-se mostrado o alvo da infecção parasitária e é nela que as repercussões das parasitoses tornam-se mais significativas (SILVA, 1997). Estas, em idade escolar, são as mais acometidas porque estão frequentemente, expostas às constantes condições de reinfecção, pois permanecem nesses ambientes favoráveis à transmissão, podendo afetar o desenvolvimento nutricional e psicossocial. A avaliação do crescimento é a medida que melhor define a saúde e o estado nutricional de crianças, já que distúrbios na saúde e nutrição, independentemente de suas etiologias, invariavelmente afetam o crescimento infantil. Os parâmetros antropométricos usualmente utilizados para avaliar a condição nutricional de crianças são o peso e a estatura (altura ou comprimento) (LEONE, 1998). Aspectos importantes definem a justificativa do desenvolvimento deste trabalho. As parasitoses são frutos de uma sociedade em desequilíbrio social, representando um problema nacional que sempre existiu e que ainda ocorre com frequência, afetando grande parte da população, principalmente, as crianças. E ainda, os investimentos em estudos sobre parasitoses, para o desenvolvimento de vacinas e outras medidas profiláticas não são suficientes para atender à demanda da população. A presente pesquisa foi desenvolvida visando contribuir com maiores subsídios sobre o assunto, buscando conhecer a frequência de parasitoses intestinais e o estado nutricional, através do Índice de Massa Corporal (IMC), de crianças em idade escolar da Escola Municipal São Sebastião, do município de Itabirinha. 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 ÁREA DE ESTUDO O distrito São Sebastião do Itabira pertencente ao município de Itabirinha, localizado na região leste de Minas Gerais, situa-se a 470 km da capital mineira, Belo Horizonte. O distrito é constituído por aproximadamente 500 habitantes e possui uma escola municipal com 93 alunos matriculados. Atualmente, o local tem saneamento básico e os moradores trabalham na agricultura local. 2.2 POPULAÇÃO DE ESTUDO O grupo alvo deste estudo possui idade entre 5 e 11 anos, de ambos os sexos, matriculados do 1º ao 5º ano e assíduos à escola. Foi realizada uma palestra sobre verminoses, de maneira informativa e lúdica, com todos os alunos, pais e/ou responsáveis. O

objetivo da palestra foi informá-los e esclarecer dúvidas sobre a proposta da pesquisa. Os responsáveis permitiram a participação dos escolares e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido informando sua participação. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Vale do Rio Doce-Univale através do protocolo 004/11-06. 2.3 EXAME DE FEZES Para a coleta de fezes, foram distribuídos potes coletores com solução conservante de MIF (aldeído fórmico, glicerina, álcool etílico, propilenoglicol, álcool isopropílico, metil parabeno, corante artificial alimentício amarelo VI, água deionizada) identificados com o nome de cada aluno (LIMA, 1969). Os escolares foram orientados sobre a importância de a coleta ser realizada em três dias alternados ou consecutivos. Para análise utilizou-se o método de Lutz (1919), mais conhecido como método de Hoffman, Pons e Janer (HPJ) (HOFFMAN et al., 1934). Para aumentar a sensibilidade do exame microscópico, cada amostra foi revista por quatro analistas em lâminas distintas coradas com lugol. Os resultados dos exames foram enviados aos pais, por intermédio da escola. Os alunos que apresentaram parasitas foram orientados a procurar a Estratégia Saúde da Família (ESF), para receberem o tratamento adequado. 2.4 ESTUDO ANTROPOMÉTRICO Para as medidas antropométricas, as crianças foram pesadas por meio de uma balança digital portátil Techline e para verificação da altura foi utilizada uma trena de 5 metros MonFort. Com o peso e a altura coletados, realizou-se o cálculo por meio da fórmula do IMC = peso (kg)/altura 2 (m 2 ) para avaliar o estado nutricional em função da idade e do sexo da criança, adotado pelo Ministério da Saúde 3. 2.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA Na análise dos dados, para comparação de frequências, utilizou-se o teste do quiquadrado (χ 2 ), admitindo-se a significância estatística de 95%. 3 RESULTADOS Do total de 93 alunos matriculados, foram examinadas amostras de 64 alunos (68,8%), sendo 27 meninas e 37 meninos, o gráfico 1 mostra a quantidade de crianças infectadas e não infectadas. O coeficiente geral de frequência de parasitoses intestinais foi de 50% (32 crianças). O gráfico 2 mostra que as crianças do sexo masculino apresentaram uma 3 Disponível em: <http: //nutricao. saude. gov. br/ sisvan. php? conteudo=curvas_cresc_oms>. Acesso em: 20 de out. 2011.

frequência de parasitos em 56,7% (21 meninos) e as do sexo feminino apresentaram em 40,7% (11 meninas), não havendo diferença estatística entre o número de meninos e meninas infectados (p=0,20). Gráfico 1: Número total de crianças que realizaram exame de fezes distribuídas de acordo com o sexo e a presença de infecção. F r e q u ê n c i a (%) 60 40 20 0 Meninos Meninas Gráfico 2: Frequência de enteroparasitoses em crianças de 05 a 11 anos de idade, de acordo com o sexo, da escola municipal São Sebastião, na cidade de Itabirinha, MG, em 2011. 7-9 anos (58%), >9-11anos (52%). Não foi detectada diferença estatisticamente significante quando se analisou a ocorrência de infecção por alguma parasitose por faixa etária (tabela 1). Os parasitas intestinais encontrados são classificados como protozoários e helmintos. Dentre as amostras analisadas, os protozoários correspondem a 50%, os helmintos 25%, enquanto que, no restante das amostras foi encontrada uma associação entre estes dois tipos de parasitas. A tabela 2 mostra os parasitos encontrados, são eles: Cistos de Entamoeba coli em 16 amostras, ovos de Ascaris lumbricoides em 6 amostras, cistos das amebas comensais Endolimax nana em 5 amostras, ovos de Shistosoma mansoni em 4 amostras, cistos de Giardia lamblia em 3 amostras, cistos de Entamoeba hystolítica em 3 amostras, ovos de Ancilostomideos em 2 amostras, ovos de Enterobius vermicularis em 2 amostras, ovos de Hymenolepis nana em 1 amostra, ovos de Taenia sp em 1 amostra, cistos de Giardia duodenalis em 1 amostra, cistos de Blastocystis hominis em 1 amostra e larvas de Strongyloides stercoralis em 1 amostra. As crianças investigadas apresentaram a seguinte distribuição etária: 5-7 anos (43%),

Tabela1-Frequência de Parasitoses intestinais em crianças de idade escolar em São Sebastião do Itabira- Itabirinha, MG, 2011. Faixa etária (anos) Negativo Positivo Total Frequência de parasitose (%) 5 7 12 09 21 43 >7 9 05 07 12 58 >9 11 15 16 31 52 Nota: Diferenças não-significativas baseadas no teste de χ 2 ( variáveis categóricas) * p=0,67 Tabela 2. Frequência e percentagem das parasitoses intestinais em crianças de 5 a 11 anos de idade, da escola municipal São Sebastião, na cidade de Itabirinha, MG, em 2011. Parasitas Frequência % Cistos de Entamoeba coli 16 34,79 Ovos de Ascaris lumbricóides 6 13,05 Cistos de Endolimax nana 5 10,87 Ovos de Shistosoma mansoni 4 8,70 Cistos de Giardia lamblia 3 6,52 Cistos de Entamoeba hystolítica 3 6,52 Ovos de Ancilostomídeos 2 4,35 Ovos de Enterobius vermicularis 2 4,35 Ovos de Hymenolepis nana 1 2,17 Ovos de Taenia sp 1 2,17 Cistos de Giardia duodenalis 1 2,17 Cistos de Blastocystis hominis 1 2,17 Larvas de Strongyloides stercoralis 1 2,17 Total 46 100,00

Nas 32 amostras positivas, 12 (37,5%) representa o número de associações de (poliparasitismo), sendo que a associação tripla ocorreu em 2 amostras e dupla em 10 amostras (gráfico 3). As associações de parasitas foram: - uma amostra de Blastocystis hominis, Endolimax nana e Strongyloides stercoralis; - uma amostra de Entamoeba hystolítica, Entamoeba coli e Enterobius vermicularis; - uma amostra de Enterobius vermicularis Endolimax nana; - uma amostra de Ancilostomídeos sp, e Giardia lamblia; - uma amostra de Taenia sp, e Shistosoma mansoni; - uma amostra de Endolimax nana e Giardia duodenalis; - seis amostras de Entamoeba coli com os seguintes parasitos: Ascaris lumbricoides; Hymenolepis nana; Schistosoma mansoni; Entamoeba hystolítica; Giardia lamblia; Ancilostomídeos sp. Entamoeba coli teve uma frequência de 50% nas amostras. E coli e associações E nana e G duodenalis Taenia sp e S mansoni Ancilostomídeos sp e G lamblia E vermicularis e E nana E hystolítica, E coli e E. vermicularis B hominis, E nana e S stercoralis 0 2 4 6 Gráfico 3-Número e espécie de parasitismo associado. O estudo antropométrico das crianças, apresentado na tabela 3, mostrou que, do total de alunos, onze (17,19%) apresentaram peso não preconizado para a idade (baixo peso, sobrepeso e obesidade), enquanto cinquenta e três crianças (82,81%) apresentaram peso eutrófico. Não houve diferença significativa entre os alunos com relação ao IMC; das vinte e sete crianças do sexo feminino, duas apresentaram baixo peso, vinte e duas apresentaram peso eutrófico, uma sobrepeso e duas, obesidade, concluindo que cinco crianças (18,52%) apresentaram peso não preconizado para a idade. Das trinta e sete crianças do sexo masculino, uma apresentou baixo peso, trinta e uma apresentaram peso eutrófico, quatro com sobrepeso e uma, obesidade, evidenciando que, seis crianças (16,22%) apresentaram peso não preconizado para a idade.

Tabela 3-Distribuição da classificação do estado nutricional pelo indicador IMC/Sexo. Sexo Baixo peso Peso eutrófico Sobrepeso Obesidade Total de crianças com peso não preconizado Feminino 2 22 1 2 5 Masculino 1 31 4 1 6 Total 3 53 5 3 11 Nota: Diferenças não-significativas baseadas no teste de χ 2 (variavéis categóricas) * p=0,89 4 DISCUSSÃO A análise epidemiológica da situação das infestações intestinais por parasitos no Brasil tem uma importante relação com o grau de insalubridade do meio e o nível do saneamento básico aos quais determinadas regiões do país estão sujeitas, bem como os hábitos de higiene das populações desses locais, principalmente, as crianças em idade escolar. Os índices encontrados neste trabalho coincidem com outros estudos feitos com alunos provenientes de escolas públicas, de outras cidades do Brasil. Ao se comparar o valor total de testes positivos para os parasitos intestinais, os valores encontrados (50%) são semelhantes aos existentes nas mais diversas regiões do país. Em um estudo realizado no laboratório da UFPel, o valor de testes positivos para os parasitos intestinais foi de 39,8%, também semelhante às taxas encontradas nesse estudo (VILLELA et al., 2003). Em outro estudo que avaliava o índice de enteroparasitoses em escolares da rede pública de Seropédica-RJ, a taxa de positividade encontrada foi de 33,88%, valor menor que o desse trabalho (MARINHO et al., 2002). Valores maiores aos encontrados nesse trabalho, como índices de positividade de 70,5% em centros de educação infantil de Lages, SC, ou menores, como os 15% de monoparasitismo e 3% de poliparasitismo em trabalho realizado no Triângulo Mineiro também são encontrados na literatura (QUADROS et al., 2004; CARVALHO et al., 2002; FERREIRA et al., 2003; PRADO et al., 2001; MONTEIRO et al., 2009). O sexo masculino apresentou uma maior frequência de parasitoses em relação ao sexo feminino (gráfico 2), porém a diferença não foi significativa, este resultado mostra que este é um grupo homogêneo em relação ao sexo. Estudos recentes indicam que os meninos estão mais infectados que as meninas (FONSECA et al., 2010; GOMES et al., 2010). No entanto um estudo feito em escolares do distrito de Martinésia, Uberlândia-MG demonstrou que as

meninas estavam mais infectadas do que os meninos (FERREIRA, 1997). Outro fato importante a se destacar é que as maiores taxas de prevalência ocorreram em indivíduos na faixa etária de sete a nove anos (58%) (tabela 1), e não se pode dizer que está proporcionalmente relacionado com o número de indivíduos nesta faixa etária, uma vez que, o menor número de alunos (19%) tinha esta idade. Os resultados encontrados foram semelhantes aos descritos na literatura. No município de Uberlândia, também foi verificada maiores taxas de prevalência em estudantes desta faixa etária (FERREIRA, 1997). Em Belo Horizonte foi verificado que crianças menores de 12 anos atendidas pela rede pública de saúde apresentaram os maiores índices de prevalências para parasitos intestinais (SILVA, 2001). Nos resultados dos exames coproparasitológicos, obtidos neste trabalho, foi possível observar a presença de espécies parasitos, espécies comensais e parasitos associados a comensais. É importante destacar que embora os comensais não causem quaisquer prejuízos ao seu hospedeiro, estas espécies têm uma importante implicação na epidemiologia das doenças parasitárias. Espécies comensais intestinais não patogênicas como Endolimax nana e Entamoeba coli apresentam os mesmos mecanismos de transmissão de outros protozoários patogênicos como Entamoeba histolytica e Giardia intestinalis (REY, 1992). Dentre as treze espécies de parasitos encontrados, os mais frequentes foram E. coli, A. lumbricoides e E. nana, evidenciando que apesar da existência do saneamento básico no local, ainda é alta a frequência de parasitos intestinais que podem ser disseminados através de água e alimentos contaminados. As espécies citadas acima e os demais protozoários e helmintos patogênicos identificados na pesquisa, podem servir como bons indicadores das condições sócio-sanitárias e da contaminação fecal a que os indivíduos estudados estão expostos, como mostra o estudo feito por Faulkner et al. (2003) e Rocha et al. (2000). Além disso, podem sugerir a presença de comportamentos relacionados à falta de higiene como lavagem inadequada das mãos, água e ocorrência de alimentos contaminados. A ausência de Trichuris trichiura neste nosso resultado corrobora o estudo feito por Bebert-Ferreira et al. (1990), onde não se registrou nenhuma infecção por este parasito entre crianças em idade escolar em Uberlândia, MG. Em contraste, diversos estudos pesquisados mostram que os parasitos Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Giardia lamblia e Entamoeba sp. são, de fato, os encontrados com maior frequência no exame parasitológico de fezes de estudos epidemiológicos (MARINHO et al., 2002). A taxa de prevalência para Enterobius

vermicularis encontrada no presente trabalho (4,35%), está acima dos valores encontrados em levantamentos coproparasitológicos realizados em várias localidades do Brasil, onde as taxas variam de 0,9% a 4,0%. Este fato não era esperado, pois não foi utilizada metodologia específica (Método de Graham ou Fita Gomada) para detectar ovos desta espécie (DE CARLI, 2001; FERREIRA, 1997; MACEDO, 2005). Rocha et al. (2000) realizaram um trabalho, onde foram encontradas doze espécies de parasitos, sendo que, 91,7% (11 parasitos) são os mesmos detectados na presente pesquisa. Na distribuição dos protozoários e helmintos encontrados nos exames realizados, as amostras positivas apresentaram 50% de protozoários, 25% de helmintos e o restante era associação entre protozoários e helmintos, semelhante ao estudo realizado em Paracatu-MG por Macedo (2005). Os índices de poliparasitismo encontrados em outros trabalhos, como os 20,54% do trabalho de Seropédica, os 30,43% do trabalho anterior desse mesmo serviço, e os 27,53% de Roque et al. (2005), são menores do que os 37,5% de poliparasitismo encontrado neste trabalho (LUDWING et al., 1999; MACHADO et al., 1999). O número de resultados negativos verificados na pesquisa desenvolvida em São Sebastião do Itabira pode ser explicado com base em melhorias no saneamento básico realizadas por projetos do Governo Estadual, em parceria com a Prefeitura Municipal. Com isso, têm-se uma considerável redução das parasitoses atualmente no país, como expressados em outros estudos. Ludwig et al. (1999) estabeleceram uma correlação entre as condições de saneamento básico e a frequência de parasitoses, num período de 2 anos, no município de Assis (SP). Observaram também uma diminuição da prevalência das parasitoses intestinais com o aumento do número de ligações de água e esgoto, evidenciando uma relação inversa entre prevalência de exames positivos e população atendida por melhorias de saneamento básico. O acompanhamento da situação nutricional das crianças de um país constitui-se de um instrumento essencial para a aferição das condições de saúde da população infantil, sendo uma oportunidade ímpar para a obtenção de medidas objetivas da evolução das condições de vida da população em geral (MARINS, 1995). O Unicef, a OMS e o Banco Mundial selecionaram, crianças de pré-escola e em idade escolar para participarem de programas de controle de parasitoses, obtendo resultados espantosos. As crianças que receberam vermífugo não se queixaram mais de dores abdominais e nem dor de cabeça, como também a melhora do apetite. Estas crianças em nove semanas apresentaram melhor índice de crescimento e ganho de peso (depósito de gordura e ganho de massa muscular). Também se percebeu efeitos cognitivos e mentais da anemia sobre a criança, cujo desenvolvimento intelectual

melhorou após o tratamento (UNICEF, 1998 apud FERREIRA et al. 2006). Frente aos resultados, em relação ao estado nutricional das crianças, o índice de baixo peso mostrou-se pequeno, afetando apenas três crianças (4,7%), sendo que as mesmas não tiveram nenhuma correlação com as parasitoses. Entretanto uma maior porcentagem definiu o número de alunos com sobrepeso e obesidade (12,5%) em relação ao baixo peso, em concordância com Ferreira e Vieira (2006). A maioria das crianças apresentou peso eutrófico (82,81%) mesmo com positividade para as parasitoses, concluindo que o índice de parasitoses não foi o suficiente para afetar o crescimento e o desenvolvimento destas. Este resultado deve-se possivelmente, ao fato da implantação de programas sociais do Governo Federal. O Programa Bolsa Família contribui para que os domicílios saiam da condição de insegurança alimentar, sendo que para receber a Bolsa, a família deve garantir que crianças e adolescentes de 6 a 15 anos registrem frequência escolar mensal de, no mínimo, 85% dos dias letivos. Para os indicadores antropométricos, estimou-se que a Bolsa Família eleva a probabilidade de a criança ter peso adequado a sua idade ou para sua altura. Dois mecanismos podem explicar este impacto sobre a desnutrição. O primeiro corresponde ao próprio efeito-renda da transferência. Com recursos adicionais, famílias podem adquirir alimentos-base, como carboidratos, melhorando os indicadores de crianças abaixo do peso, ou diversificar a cesta alimentar, consumindo mais vegetais, frutas e carnes, cujo efeito recai sobre os indicadores de crianças acima do peso. O segundo refere-se aos benefícios trazidos pelas ações integradas relacionadas à saúde. Os beneficiários são assistidos por agentes comunitários da ESF, responsáveis por identificar as condições de acesso aos requisitos alimentares mínimos e conceder suplementos nutricionais, como ferro e vitaminas, se necessário (CAMELO et al., 2009). Estudos mostram que as práticas educacionais e programas contínuos do Governo, quando bem aplicados, levam as pessoas a adquirirem os conhecimentos para prevenção de parasitoses. Diante disto, os resultados encontrados demonstram que são necessárias melhorias nas condições sócioambiental local e educação contínua, bem como a sensibilização da população frente à importância do diagnóstico, tratamento e o acompanhamento das pessoas infectadas para a prevenção e promoção da saúde. 5 CONCLUSÃO O atual trabalho procurou proporcionar o conhecimento da frequência de parasitoses sobre o local escolhido, demonstrando os reais índices de parasitos em crianças escolares.

Observou-se que durante o desenvolvimento da pesquisa houve interesse e participação da Secretaria Municipal de Saúde, Direção Escolar, professores, pais e alunos. A grande adesão dos participantes foi satisfatória nesta pesquisa. Com este estudo fica registrado o levantamento das parasitoses intestinais encontradas nas crianças da escola municipal, no distrito de São Sebastião do Itabira, tendo em vista a inexistência de dados anteriores a esses e, a possibilidade de realização de trabalhos complementares. AGRADECIMENTOS As autoras agradecem ao Farmacêutico Bioquímico Gedeon Ferreira dos Santos, ao Bioanálises Laboratório e às Secretarias de Educação e Saúde do Município de Itabirinha- MG pela sua inestimável colaboração para a realização desta pesquisa. PARASITES FREQUENCY IN SCHOOL-AGE CHILDREN AND RELATIONSHIP WITH BODY MASS INDEX BMI-CITY SCHOOL DISTRICT OF SAN SEBASTIAN SAN SEBASTIAN OF THE CITY OF ITABIRA ITABIRINHA-MG ABSTRACT Parasitic infections are the result of social inequality in a society, representing a national problem that has always existed and still occurs frequently, affecting much of the population, especially children. This research was developed to contribute to greater benefits on the subject, seeking to know the frequency of intestinal parasites through parasitologic (EPF) and nutritional status through the Body Mass Index (BMI) of school children of St. Sebastian School District, the city of Itabirinha. To perform the fecal examinations, we used the method of Lutz and nutritional assessment, anthropometric methods, as the program of the World Health Organization Of the 64 samples analyzed, males had a greater frequency (56.7%), and in relation to age, children 7-9 years were the most affected by parasites. The overall frequency of intestinal parasites presented was 50%, Entamoeba coli, Ascaris lumbricoides and the most frequent Endolimax nana. The rate of parasitism was not correlated with the nutritional status of children, with predominant weight in eutrophic 82.81%. The results show that improvements are needed in the local socio-environmental conditions and continuing education and public awareness against the importance of the diagnosis, treatment and monitoring of infected persons to prevention and health promotion. Keywords: parasites, often children, nutritional status.

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