Manual de Segurança e Saúde em Hospitais



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Transcrição:

Manual de Segurança e Saúde em Hospitais

2

Índice Página Apresentação.......................................................... 4 1. Decálogo de Prevenção.............................................. 5 2. Riscos associados a agentes mecânicos............................... 6 2.1 Cortes.......................................................... 6 2.2 Quedas.......................................................... 6 2.3 Golpes, choques e entalões....................................... 7 2.4 Manipulação de cargas........................................... 7 3. Riscos associados a agentes químicos................................. 8 3.1 Aspectos gerais.................................................. 8 3.2 Gases anestésicos............................................... 12 3.3 Gases esterilizantes. Óxido de etileno.............................. 13 3.4 Compostos citostáticos........................................... 13 3.5 Desinfectantes................................................... 14 4. Riscos associados a agentes físicos................................... 15 4.1 Radiações....................................................... 15 4.2 Ruído........................................................... 21 4.3 Calor ambiental.................................................. 21 5. Riscos associados a agentes biológicos................................ 22 6. Riscos associados a aspectos ergonómicos e psicossociais............. 27 7. Gestão de resíduos sanitários........................................ 34 8. Actuações em caso de emergências................................... 36 8.1 Plano de emergência............................................. 36 8.2 Protecção contra incêndios....................................... 36 8.3 Evacuação....................................................... 39 9. Obrigações dos Trabalhadores em Prevenção de Riscos................ 40 3

Apresentação A LEI DE PREVENÇÃO DE RISCOS LABORAIS (Lei 31/1995 do 8 de Novembro) estabelece no seu Art. 18 a obrigação do empresário de informar os seus trabalhadores sobre os riscos que possam afectar à sua saúde e as medidas preventivas que devem aplicar para os evitar. Com o presente manual pretende-se dar a conhecer aos trabalhadores do sector hospitalar, os factores de risco mais frequentes aos quais se encontram expostos e as medidas preventivas gerais que se podem adoptar para os evitar. A partir da Área de Prevenção de FREMAP esperamos que esta publicação contribua para o melhoramento dos níveis de segurança e saúde nesta actividade. 4

1 DECÁLOGO DE PREVENÇÃO 11. Conheça a fundo o seu ambiente de trabalho e as tarefas que vai realizar. 12. Informe-se sobre a organização da prevenção no seu centro. 13. Saiba quais são os seus direitos e obrigações como trabalhador/a em matéria de prevenção de riscos laborais. 14. As situações de perigo existem e sempre existiram, conheça ou não quais são: Aprenda a identificá-las. 15. Solicite os utensílios e materiais necessários para garantir a sua segurança e saúde. 16. Respeite os sinais de segurança. 17. Utilize e cuide as protecções pessoais e colectivas. 18. Não corra riscos desnecessários. Zele pela sua saúde e a dos seus companheiros. 19. Ao finalizar a jornada, pergunte-se se trabalhou de forma segura. 10. Lembre-se: a segurança começa por si próprio. 5

2 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES MECÂNICOS 2.1. CORTES RISCOS Manipulação de material cortante e muito afiado: Bisturi, tesoura, lancetas, material de vidro, facas nas cozinhas, etc. As luvas podem carecer da resistência mecânica suficiente frente aos cortes, sobretudo nos casos nos quais o trabalhador necessite uma sensibilidade completa nos seus dedos. MEDIDAS PREVENTIVAS Descarte o material de vidro com defeitos (fissuras, rebarbas, bordos cortantes, etc.). Evite armazenar o material de vidro em estantes de acesso difícil ou de capacidade insuficiente. Recolha o vidro partido com utensílios de protecção adequados e deposite-os, bem como outros objectos afiados (facas, material cirúrgico) em embalagens e contentores rígidos e resistentes convenientemente identificados. Nunca devem ser eliminados em papeleiras ou sacos de plástico. 2.2 QUEDAS Apresentam-se com grande frequência nos centros hospitalares, principalmente devido a resvalos, que costumam originar lesões osteomusculares. Factores de risco O tipo e o estado dos pisos: As suas características (terraço, materiais plásticos, etc.) favorecem os resvalos, sobretudo nas quais o piso está molhado ou recentemente polido, encerado ou abrilhantado. As características do calçado utilizado: O calçado aberto (tipo socos) com solas de pele ou similares carece de sujeição e favorece as escorregadelas e entorses. Medidas preventivas Pisos de material não escorregadio e de limpeza fácil. Para evitar pisar pisos molhados, limpar-se-ão os corredores por metades e empregando sinais de perigo ( Atenção, chão molhado ). Recomenda-se o sapato fechado frente ao soco. 6

2 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES MECÂNICOS 2.3. Golpes, choques e entalões RISCOS Em portas batentes: produzem-se ao passar com as mãos ocupadas, ser abertas pelo outro lado, ou por falta de visibilidade. Por queda de objectos: originam-se por um transporte inadequado e sujeição do material (bandeja, carrinhos, garrafas de gases, etc.). No deslocamento de pacientes e transporte de material: podem produzir-se golpes, entalões de mãos e atropelamentos em zonas estreitas ou com falta de visibilidade. MEDIDAS PREVENTIVAS Nas portas batentes dispor-se-á de olho-mágico, vigia, de altura e dimensões suficientes para garantir uma visão correcta da parte contrária. Se se transportam materiais volumosos amontoados (sacos do lixo, roupa, bandejas, etc.), estes devem permitir sempre a visibilidade. As garrafas de gases manter-se-ão correctamente sujeitas tanto no seu transporte, como no seu lugar de uso. Como regra geral, deve ser seleccionada e sinalizada a direita como sentido obrigatório de circulação, excepto quando se precise da largura de ambas portas, em cujo caso as portas serão previamente abertas e calçadas. 2.4 MANIPULAÇÃO DE CARGAS RISCOS A manipulação e o levantamento de cargas é uma das principais causas de lombalgia. Esta pode aparecer por sobre esforço ou como resultado de esforços repetitivos. MEDIDAS PREVENTIVAS Procedimento correcto de levantamento manual de cargas: - Aproxime-se da carga e disponha os pés de tal forma que a base de sustentação permita conservar o equilíbrio. - Flexione os joelhos mantendo as costas direitas e alinhadas. - Aproxime ao máximo o objecto ao centro do corpo. - Levante o peso de forma gradual, suavemente e sem sacudidelas. - Não gire o tronco enquanto se está a levantar a carga, é preferível girar sobre os pés. Não transporte mais carga que a devida para evitar viagens. Utilize os meios mecânicos à sua disposição para o transporte ou levantamento de cargas (carros, plataformas, etc.). IMPORTANTE: Os sobre esforços, as quedas e os golpes são causa de mais de metade do total dos acidentes ocorridos nos hospitais. 7

3 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES QUÍMICOS 3.1 ASPECTOS GERAIS RISCOS GERAIS Derivam directamente das propriedades e perigosidade que apresentam a grande quantidade de substâncias às quais estão expostos os trabalhadores, os quais se classificam em quatro grupos (junto com a palavra que caracteriza cada tipo de perigo se apresenta a abreviatura da característica e/ou a descrição do risco, assim como, nalguns casos, um pictograma internacional de identificação de cor amarela ou laranja): 1. Substâncias que podem provocar incêndios ou explosões. IDENTIFICAÇÃO EXPLOSIVOS (E) DESCRIÇÃO Substâncias e preparados que podem explodir pelo efeito de uma chama ou do calor, ou que sejam muito sensíveis aos choques e às roçadelas. INFLAMÁVEIS COMBURENTE (O) Substâncias e preparados cujo ponto de ignição é baixo. Em função da sua maior ou menor inflamação distinguem-se três grupos: Extremamente inflamáveis (F+) Facilmente inflamáveis (F+) Inflamáveis (R10) Substâncias ou preparados que, em contacto com outros, particularmente com os inflamáveis, originam uma reacção fortemente exotérmica. 2. Substâncias que afectam directamente a saúde das pessoas. IDENTIFICAÇÃO TÓXICOS/NOCIVOS SENSIBILIZANTES (R42 e/ou R43) CARCINOGÊNICOS (r45 e R49) POSSÍVEIS EFEITOS CANCERÍGENOS (R40) MUTAGÊNICOS (R46) TERATOGÊNICOS /TÓXICOS PARA A REPRODUÇÃO (R60, R61, R62, R63) DESCRIÇÃO Substâncias e preparados que, por inalação, ingestão ou penetração cutânea podem alterar a saúde de um indivíduo. O grau de toxicidade estabelece-se em três categorias: Muito tóxicas (T+) Tóxicas (T) Nocivas (Xn) As substâncias e preparados que, por inalação ou penetração cutânea podem ocasionar uma reacção de hipersensibilidade, de forma que uma exposição posterior a essa substância dê lugar a efeitos negativos característicos (reacções cutâneas ou respiratórias de carácter alérgico). As substâncias e preparados que, por inalação ingestão ou penetração cutânea podem produzir cancro ou aumentar a sua frequência. As substâncias e preparados que, por inalação ingestão ou penetração cutânea podem produzir alterações genéticas hereditárias ou aumentar a sua frequência. As substâncias e preparados que por inalação, ingestão ou penetração cutânea podem produzir efeitos negativos não hereditários no feto durante o seu desenvolvimento intra-uterino, aumentar a frequência destes ou afectar de forma negativa a função ou a capacidade reprodutora. 8

3 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES QUÍMICOS 3. Substâncias que produzem danos ao meio ambiente. IDENTIFICAÇÃO PERIGOSO PARA O MEIO AMBIENTE (N) DESCRIÇÃO As substâncias e preparados que apresentem ou possam apresentar um perigo imediato ou futuro para um ou mais componentes do meio ambiente. (R50, R51, R52, R53, R54, R55, R56, R57, R58, R59) 4. Substâncias que danifiquem fisicamente os tecidos biológicos. IDENTIFICAÇÃO CORROSIVOS (C) DESCRIÇÃO As substâncias e preparados que, em contacto com tecidos vivos podem exercer uma acção destrutiva dos mesmos. IRRITANTES (Xi) As substâncias e preparados não corrosivos que, em contacto imediato, prolongado ou repetido com a pele ou as mucosas podem provocar uma reacção inflamatória. MEDIDAS PREVENTIVAS GERAIS 1. Informação sobre a substância: Qualquer produto químico presente no lugar de trabalho deve estar correctamente identificado e conter informação sobre o risco inerente da substância ou preparado. Etiqueta: Todo recipiente que contenha um produto químico deve levar, obrigatoriamente, uma etiqueta bem visível na sua embalagem. A etiqueta é a primeira fonte de informação que temos frente aos riscos derivados da utilização dos produtos químicos. O seu conteúdo é o seguinte: Nome da substância ou do preparado. Nome, direcção e telefone do fabricante ou importador. Símbolos e indicações de perigo, para destacar os riscos principais (2 como máximo). Frases de risco (Frases R), que permitem complementar e identificar determinados riscos mediante a sua descrição. Conselhos de prudência (Frases S), que estabelecem medidas preventivas para a manipulação e utilização. NOME DA SUBSTÂNCIA OU PREPARADO DADOS DO FABRICANTE OU DISTRIBUIDOR IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS FÓRMULA MOLECULAR E CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DA SUBSTÂNCIA DESCRIÇÃO DO RISCO (FRASES R) MEDIDAS PREVENTIVAS (FRASES S) Fig. Partes de uma etiqueta 9

3 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES QUÍMICOS Ficha de dados de segurança: Esta ficha deve ser proporcionada obrigatoriamente pelo fabricante quando se leve a cabo a primeira entrega do produto, para que se tomem as devidas precauções na manipulação de tais substâncias. Compõe-se de 16 apartados que incluem a informação seguinte: 01. Identificação da substância ou preparado e da sociedade ou empresa. 02. Composição/informação sobre os componentes. 03. Identificação dos perigos. 04. Primeiros socorros. 05. Medidas de luta contra incêndios. 06. Medidas que se devem tomar em caso de derrame acidental. 07. Manipulação e armazenamento. 08. Controlo de exposição/ protecção individual. 09. Propriedades físicas e químicas. 10. Estabilidade e reactividade. 11. Informações toxicológicas. 12. Informações ecológicas. 13. Considerações relativas à eliminação. 14. Informações relativas ao transporte. 15. Informações regulamentares. 16. Outras informações. 2. Manipulação de produtos químicos: Não coma, beba ou fume nas áreas de manipulação de produtos químicos. Nunca se deve cheirar nem provar um produto químico. Em caso de trasfega para outro recipiente, identifique o conteúdo e etiquete a nova embalagem. Quando manipule produtos químicos perigosos, utilize as vitrinas de segurança. Utilize os equipamentos de protecção individual adequados. É conveniente a redacção de procedimentos que contemplem as normas de utilização e actuação para que o trabalho com produtos químicos se efectue de maneira segura para o trabalhador e o meio ambiente. 10

3 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES QUÍMICOS 3. Armazenamento de produtos químicos: Mantenha a quantidade armazenada no mínimo operativo tendo um registo actualizado de produtos em armazém. Organize o armazém de produtos químicos considerando as características de perigosidade dos produtos e as incompatibilidades, e não atendendo à facilidade de procura (ordem alfabética, agrupamento por famílias). - Agrupe os de características similares. - Separe os incompatíveis. - Isole ou confine os de características especiais (muito tóxicos, cancerígenos, explosivos, pestilentos, etc.). Comprove que todos os produtos estejam adequadamente embalados e etiquetados. - Reveja o bom estado da embalagem e a eficácia das tampas. - As embalagens apanhar-se-ão com segurança para impedir quedas ou derrames. - Sempre que seja possível, os produtos inflamáveis, tóxicos ou muito tóxicos deverão armazenarse em embalagens de metal ou plástico, em vez de vidro. Utiliza armários de segurança para armazenar produtos agressivos, situando nas estantes inferiores as embalagens mais pesadas assim como os ácidos e bases fortes. Empregue frigoríficos antideflagrantes ou de segurança ampliada para armazenar produtos inflamáveis muito voláteis. O armazém de produtos químicos é um lugar só para armazenar. Nunca se deve trabalhar nesse local. As zonas de armazenamento devem estar limpas e ordenadas e claramente sinalizadas. Deve-se dispor de duches de segurança e fontes lava-olhos, bem como um lugar para lavar as mãos e a cara com sabão. 11

3 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES QUÍMICOS 3.2 GASES ANESTÉSICOS São agentes químicos depressores do sistema nervoso central, que produzem perda de consciência, de sensibilidade, de mobilidade e da actividade reflexa, motivo pelo qual se utilizam na indução e manutenção da anestesia geral. Absorvem-se por inalação e os mais utilizados são o Óxido de dinitrogênio, o Isoflurane, o Enflurano, o Halotano, o Metoxiflurano e o Desflurano. RISCOS Pelo seu perigo, podem produzir, entre outros, os seguintes efeitos sobre a saúde: infertilidade, problemas hepáticos, renais e neurológicos, malformações, etc. No caso do paciente, ao ser a exposição muito breve, não costuma afectar, mas o pessoal de blocos operatórios, ao estar submetido a exposições prolongadas, pode sofrer os efeitos tóxicos destas substâncias, sendo maior o risco quanto maior seja o número de horas diárias de exposição e quanto mais próximo ao aparelho de anestesia é a posição que se ocupe no bloco operatório. MEDIDAS PREVENTIVAS Sistemas de eliminação de gases residuais. Os procedimentos mais empregues são: - Ligação directa a um sistema de vácuo com um depósito flexível regulador, tendo em conta a emissão de gases descontínua que gera o ritmo respiratório. - Envio dos gases exalados pelo paciente a uma corrente de vácuo sem ligação directa. - Envio dos gases procedentes do paciente à volta do sistema de ventilação do bloco operatório. - Envio dos gases procedentes do paciente para o exterior do bloco operatório e do edifício. Revisões periódicas dos aparelhos de anestesia para localização de possíveis fugas e troca de filtros. Controles ambientais nos blocos operatórios para avaliar periodicamente a evolução das concentrações de anestésicos residuais e realizar as modificações necessárias para o seu melhoramento. Estes sistemas devem potenciar-se com um controlo adequado do sistema geral de ventilação inclusive quando não se trabalha em blocos operatórios, para reduzir ao máximo as concentrações de fundo da área operatória. 12

3 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES QUÍMICOS 3.3 GASES ESTERILIZANTES A esterilização persegue a destruição completa de todos os microorganismos (incluindo os esporos e outras formas resistentes a métodos de limpeza e desinfecção). O mais empregue é o óxido de etileno, um RISCOS O óxido de etileno é um gás irritante e altamente tóxico, podendo causar cancro e alterações genéticas hereditárias. Ao ser extremamente reactivo e inflamável, pode reaccionar facilmente com outras substâncias e produzir explosões. produto utilizado para esterilizar instrumentos médicos e cirúrgicos, sobretudo o material sensível ao calor (plástico, cauchu ou certos metais). MEDIDAS PREVENTIVAS Eliminação do risco sempre que for possível (esterilização com autoclave de vapor, plasma ou peróxido de hidrogénio). Uso de aparelhos adequados e manutenção periódica dos mesmos para evitar fugas. Estes aparelhos devem dispor de sistemas de segurança incorporados e estar isolados de outras áreas de trabalho. Arejamento adequado do local, com instalação de um sistema de extracção localizada de gases e desenho apropriado do local, que permita que o fluxo do ar seja correcto. Empregam-se equipamentos de protecção individual específicos para cada operação. Controlo ambiental, mediante um sistema de detecção permanente e/ou periódica que indique as concentrações no ambiente. Garantir que o arejamento do material esterilizado seja suficiente. 3.4 COMPOSTOS CITOSTÁTICOS São substâncias químicas inibidoras do crescimento das células, tanto normais como doentes, que se empregam para o tratamento de tumores. RISCOS Pelo seu carácter especialmente tóxico e a sua facilidade de absorção por via dérmica, respiratória, digestiva ou parental, podem provocar efeitos carcinogénicos, mutagénicos, e teratogénicos. Deste modo podem produzir reacções alérgicas, pigmentações, dermatose, mucosite, queimaduras, cefaleias, náuseas, vertigens, etc. 13

3 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES QUÍMICOS MEDIDAS PREVENTIVAS Recomenda-se trabalhar em vitrinas de segurança biológica da classe II com fluxo de ar laminar, utilizando sempre luvas e roupa de protecção adequadas ao composto manipulado. Quando isto não for possível devem-se extremar ao máximo as condições de assepsia e preparar-se os citostáticos numa zona separada na qual estará expressamente proibido comer, beber, fumar ou aplicar qualquer cosmético quando se esteja a trabalhar. Antes de se colocar as luvas e também depois de as tirar, deverá lavar as mãos com água e sabão. Tenha especial cuidado de não perfurar as luvas a fim de evitar contaminações e auto inoculações. Não se manipulará nenhum tipo de pó citostático ou substância volátil e não se abrirá nenhuma cápsula sem se ter protegido antes com luvas, óculos, máscaras e uma bata especial descartável. Na zona de preparação deve existir a quantidade mínima necessária destes medicamentos com o objectivo de reduzir ao mínimo o risco em caso de ruptura acidental das embalagens. Dada a eliminação de determinados citostáticos por urina e fezes recomenda-se tomar precauções para não entrar em contacto directo com peças de roupa que possam ter sido contaminadas por eles. A preparação e administração de citostáticos, assim como a gestão dos resíduos far-se-á seguindo protocolos específicos. 3.5 DESINFECTANTES São compostos cuja finalidade é a redução dos microorganismos potencialmente patogénicos. O mais utilizado é o Formaldeído, que é um elemento inflamável, incolor, com cheiro penetrante e facilmente detectável ao olfacto. Utiliza-se em forma de gás, aerossol ou líquido. A dissolução denomina-se Formol. Empregase para a esterilização de instrumentos endoscópicos, em hemodiálises e conservação de tecidos em laboratórios e anatomia patológica. RISCOS Pelo seu perigo, podem causar os seguintes efeitos sobre a saúde: Toxicidade por inalação, por ingestão e em contacto com a pele. Provoca queimaduras. Possíveis efeitos cancerígenos. Possibilidade e sensibilização em contacto com a pele. 14

3 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES QUÍMICOS MEDIDAS PREVENTIVAS Eliminação do risco sempre que for possível (compostos fenólicos, diluições de lixívia ou glutaraldehido). Os postos de trabalho devem ter uma óptima ventilação geral e exaustores localizados. Os recipientes com formaldehido devem fechar-se hermeticamente. Deve-se reduzir ao mínimo os tempos de exposição. Devem-se realizar controles periódicos dos níveis de poluição ambiental. Devem ser empregues equipamentos de protecção individual específicos para cada operação: máscaras, luvas apropriadas (Nitrilo, neopreno, PVC...), óculos ou máscaras protectoras. A roupa de trabalho contaminada com o desinfectante deve tirar-se e armazenar em contentores fechados até a sua eliminação ou lavagem. IMPORTANTE: Devem-se conhecer a fundo as fontes de contaminação que existem no seu meio de trabalho, bem como os riscos que geram e as medidas preventivas necessárias para os controlar. É fundamental a vigilância periódica da saúde de todos os trabalhadores expostos aos riscos derivados do trabalho com produtos químicos. 4 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES FÍSICOS 4.1 RADIAÇÕES A radiação é uma forma de transmissão da energia que não necessita suporte material tem como origem os elementos constitutivos da matéria, isto é, as moléculas e os átomos. As radiações podem-se classificar atendendo à sua origem (atómicas ou moleculares) ou bem à sua capacidade de ionizar (ionizantes ou não ionizantes). RADIAÇÕES IONIZANTES Uma radiação entende-se como ionizante quando ao interaccionar com a matéria produz a ionização dos átomos da mesma, isto é, o seu nível de energia é suficiente para arrancar electrões dos átomos, originando partículas com carga (iões). Na matéria viva esta ionização pode afectar as células e derivar em efeitos biológicos nocivos para a saúde; a altos níveis é, portanto, perigosa, o que torna necessário um controlo estrito da sua exposição. RISCOS As radiações ionizantes, ao interaccionar com o organismo provocam diferentes alterações no mesmo, devido à ionização levada a cabo nos elementos constitutivos das suas células: Esta acção pode produzir fragmentações nas moléculas de ADN, que têm uma função importante na vida, podendo ocasionar: Morte celular. Em função do órgão ou tecido afectado, podemos encontrar os seguintes efeitos sobre a saúde: Pele: Eritema, depilação, necrose do tecido celular e subcutâneo. Olho: Conjuntivite, queratite, cataratas. Sangue e sistema hematopoiético: anemia, leucopenia, trombopenia, linfocitose. Sistema respiratório: pneumonia. Osso e cartilagem: destruição da cartilagem de crescimento. Gónadas: esterilidade. Aparelho digestivo: diarreia, hemorragia digestiva, deficit nutricional, etc. (o intestino delgado é o mais radiosensível). Sistema urinário: nefrite. 15

4 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES FÍSICOS Transformações na estrutura química das moléculas de ADN dando origem a mutações, que produzem uma expressão incorrecta da mensagem genética. O dano produzido pelas radiações ionizantes pode ter carácter somático (danos no próprio individuo a curto, médio ou longo prazo) ou genético (efeitos nas gerações posteriores). A natureza, a frequência e a gravidade destes efeitos dependem de: Tipo de radiação e a sua energia: Poder de penetração e capacidade de ionização. Dose recebida. Tempo de exposição. Superfície corporal irradiada. Capacidade de recuperação do tecido. Susceptibilidade individual. Considerando os distintos tipos de radiações existentes com os seus diferentes níveis de ionização e penetração, podemos falar de dois tipos de riscos para o organismo: Descrição Radiações Serviços sanitários implicados RADIAÇÃO EXTERNA O indivíduo está exposto a uma fonte de radiação não dispersa, externa ao mesmo e sem um contacto directo com a fonte. Pode ser global ou parcial. X ou gamma (γ): radiações electromagnéticas de capacidade de ionização baixa mas com alto poder de penetração. Radiodiagnóstico, radioterapia, medicina nuclear, radiofarmácia e laboratórios. Factores de risco: Actividade da fonte. Distância à fonte. Tempo de exposição. Natureza e espessura da cobertura. Descrição Radiações que implica Normas básicas de protecção radiológica: Aumento da distância à fonte. Limitação do temo de exposição. cobertura adequada. CONTAMINAÇÃO RADIOACTIVA (INTERNA OU EXTERNA) O organismo entra em contacto directo com a fonte radioactiva, a qual pode estar dispersa no ambiente (gases, vapores ou aerossóis) ou bem depositada numa superfície. Beta (ß) e sobretudo alfa (α): partículas corpusculares pouco penetrantes mas com alto poder de ionização. São muito perigosas por ingestão. Serviços sanitários implicados Medicina nuclear, radiofarmácia e laboratórios. Factores de risco: Contacto directo com a fonte, por ingestão, inalação ou através da pele. Normas básicas de proteccão radiológica: Protecção das instalações e zonas de trabalho. Plano de trabalho adequado. Protecções pessoais. Completa formação e informação do pessoal. 16

4 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES FÍSICOS MEDIDAS PREVENTIVAS Avaliação das condições de trabalho, determinação das zonas e do risco de exposição. - Classificação dos trabalhadores em função do risco de exposição e limites da dose. CLASSIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES EXPOSTOS Categoria Limite de dose Exigências A B Condições de trabalho nas quais podem receber uma dose efectiva superior a 6mSv por ano oficial ou uma dose equivalente superior a 3/10 dos limites de dose equivalente para o cristalino, a pele e as extremidades fixadas para os trabalhadores expostos. Condições de trabalho nas quais é muito improvável receber uma dose efectiva superior a 6mSv por ano oficial ou uma dose equivalente superior a 3/10 dos limites de dose equivalente para o cristalino, a pele e as extremidades fixadas para os trabalhadores expostos. Superar o reconhecimento médico de ingresso e os reconhecimentos periódicos. Ter recebido formação em protecção radiológica adequada à sua responsabilidade. Utilizar obrigatoriamente dosímetros individuais que meçam a dose externa, representativa da totalidade do organismo. Submeter-se aos controles dosimétricos pertinentes, em caso de existir risco de contaminação interna. Utilizar dosímetros adequados em partes potencialmente expostas e que possam receber doses superiores à totalidade do organismo. Ter recebido formação em protecção radiológica adequada à sua responsabilidade. Estar submetido a um nível de vigilância dosimétrica que garante que as doses que recebe são compatíveis com a sua classificação de categoria B. - Classificação dos locais de trabalho em zonas e sinalização das mesmas. SINALIZAÇÃO DE ZONAS Denominação da zona Cor Descrição Vigiada Controlada Permanência limitada Permanência regulamentada Acesso proibido Trevo cinzento-azulado Trevo verde Trevo amarelo Trevo cor-de-laranja Trevo vermelho É provável receber doses efectivas entre 1-6 msv por ano oficial. É provável receber doses efectivas superiores 6-6 msv por ano oficial. É provável receber mais do 100% do limite anual de doses É provável receber mais do 100% do limite anual de doses em curtos períodos de tempo. É provável receber mais do 100% do limite anual de doses dos trabalhadores expostos a uma só exposição. 17

4 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES FÍSICOS Procedimentos de trabalho e medidas técnicas e organizativas. É um documento, elaborado pelo Serviço de Protecção Radiológica do Centro, no Tempo de exposição. Cobertura, blindagem, etc. Gestão de resíduos. Protecção de instalações e zonas de trabalho (filtros, ventilação, etc.). Detectores, controlo de isótopos. qual se recolhem as instruções e protocolos de actuação, junto com medidas preventivas e de emergência: Distância respeito da fonte. Sinalização. Medidas de emergência. Procedimento para evitar o contacto com fontes de contaminação. Equipamentos e peças de roupa de protecção individual (nalguns casos é necessária a utilização de EPIs com chumbo como aventais, protectores de pescoço, luvas e/ou óculos ou outras medidas complementarias como máscaras móveis ou biombos). Formação e Informação. Deve ser adequado às tarefas a realizar, ao nível de responsabilidade e ao risco de exposição. Deve incluir os seguintes aspectos: - Os riscos radiológicos. - A importância de cumprir os requisitos técnicos, médicos e administrativos. - As normas, procedimentos e precauções de protecção radiológica. Vigilância do ambiente de trabalho: Devem detectar-se os níveis de radiação nos locais de trabalho, e, caso necessário, estimar as doses recebidas pelos trabalhadores, através de detectores ou dosímetros para controlar que os níveis de exposição se mantenham dentro dos limites estabelecidos. Vigilância da saúde: Deve-se determinar o total dos trabalhadores expostos valorizando a sua aptidão frente à exposição a radiações ionizantes, assim como levar um controlo e seguimento médico periódico, avaliando a adaptação do trabalhador ao seu posto de trabalho e a existência de possíveis susceptibilidades individuais, pondo especial atenção a aspectos relativos à gravidez e à lactância. 18

4 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES FÍSICOS RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES As radiações não ionizantes (infra-vermelhos, ultravioletas, laser, radiofrequências, microondas e campos magnéticos estáticos) não têm a energia necessária para arrancar electrões do átomo e portanto não podem ionizar a matéria. No entanto, são factores de riscos que podem produzir efeitos para a saúde de tipo térmico, fisiológico ou inclusive genético. MEDIDAS PREVENTIVAS GERAIS Sempre que for possível, há que tentar reduzir a exposição dos trabalhadores e pacientes ao mínimo necessário, impedindo qualquer exposição desnecessária. Devem-se controlar as diferentes sessões que se realizem, assim como as medidas de protecção adoptadas e a duração das mesmas. É necessário uma formação específica sobre os riscos e medidas preventivas presentes durante a manipulação dos equipamentos que gerem este tipo de radiações. Factores de risco: Efeitos térmicos. Interferências com membranas biológicas, a nível celular ou molecular. Alterações na transmissão da informação genética. Afeição a pessoas que usam marca passos. MICROONDAS E RADIOFREQUÊNCIAS Medidas Preventivas: Aumento da distância entre o emissor e o receptor. RADIAÇÕES INFRA-VERMELHAS Protecção colectiva (encerramentos, malhas metálicas, painéis perfurados). Sinalização. Formação do pessoal e desenho seguro dos equipamentos. Factores de risco: Efeitos térmicos. Produzem aquecimento com lesões nos capilares sanguíneos, terminações nervosas e olhos onde, a longo prazo, se podem produzir cataratas. Medidas Preventivas: Sinalizar as zonas perigosas. Instrução do pessoal que trabalhe com elas. Explorações periódicas da saúde. 19

4 RISCOS ASSOCIADOS A AGENTES FÍSICOS RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA Factores de risco: Produzem-se mudanças no ADN das células da pele in vivo. Quando incide sobre o organismo pode ser reflectida, transmitida ou absorvida e pode produzir reacções fotoquímicas: vermelhidão da pele, inflamação da córnea. A longo prazo inclui-se o envelhecimento prematuro, formação de cataratas e cancro de pele. Produz-se um efeito biológico de tipo térmico. Produz ozono, tóxico para o homem em quantidades elevadas. As mais energéticas têm uma certa capacidade de ionização. Medidas Preventivas: Sobre a fonte: sistema de cerramento. Sobre o ambiente: revestimento anti-reflectante das paredes, sinalização, limitação de acesso e ventilação adequada. Sobre as pessoas: Protectores oculares, cremes barreira, informação e formação. RADIAÇÃO LASER Factores de risco: Podem produzir uma lesão da córnea, despigmentação da pele e tem afeição aos órgãos mais superficiais. Riscos principais: Electrocussão, queimaduras, lesões na córnea, dependendo da classe de laser. Medidas Preventivas: Sinalização de locais. Evitar-se-á a reflexão nas paredes mediante revestimento escuro e a iluminação deve ser potente para contrair a pupila. Devem-se usar óculos especiais e luvas. As máquinas devem estar protegidas. O pessoal contará com formação adequada. IMPORTANTE: O trabalho quotidiano com radiações não exime o trabalhador dos riscos derivados do mesmo. A rotina nos procedimentos de trabalho é um dos focos de acidentes mais importantes, já que se tem pouca consciência do risco que se corre, tanto para a própria saúde do trabalhador como para a dos companheiros e pacientes bem como para o meio ambiente. 20