Avaliação da prevalência de ansiedade e depressão dos pacientes estomizados da microregião de Divinopólis/Santo Antonio do Monte-MG Juliano Teixeira Moraes 1,Isabela Teixeira Rezende Guimarães 2, Magda Eva da Silva 3,Nize Renê Ferreira 4,Francisco dos Santos de Sá 5 1 Doutor. Estomaterapeuta-TiSOBEST. Professor Adjunto do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de São João del-rei. 2 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de São João del-rei 3 Psicóloca. Serviço de Atenção à Saúde da Pessoa Estomizada de Divinópolis-MG 4 Nutricionista. Serviço de Atenção à Saúde da Pessoa Estomizada de Divinópolis-MG 5 Mestre. Enfermeiro da Atenção Primária à Saúde de Divinópolis-MG
Introdução Os estomizados podem enfrentar dificuldades em permanecer no convívio social e no ambiente de trabalho pela presença de sentimentos de vergonha e insegurança, o que pode impulsionar o sujeito ao isolamento social. As alterações físicas e biológicas por quais são submetidos podem, por conseqüência, trazer um impacto negativo à vida sexual, à auto-estima e ao convívio social. Neste sentido, a identificação de sintomas psicopatológicos pela equipe de saúde pode contribuir para o processo de tratamento e reabilitação das pessoas estomizadas. SILVA, Ana Lúcia; SHIMIZU, Helena Eri. O significado da mudança no modo de vida da pessoa com estomia intestinal definitiva. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2006, vol.14, n.4, pp. 483-490. ARBUTTI,Rita Cristina Silva; SILVA, Mariza de Carvalho da Póvoas; ABREU, Maria Alice Lustosa. Ostomia, uma difícil adaptação. Rev. SBPH. V.11, n.2. Rio de Janeito. Dezembro. 2008.
Objetivos Avaliar a prevalência de ansiedade e depressão em pacientes estomizados da região de saúde de Divinópolis/Santo Antônio do Monte.
Método - Estudo transversal descritivo - População: estomizados cadastrados no Serviço de Atenção às Pessoas Ostomizadas (SASPO) da cidade de Divinópolis/MG. - 181 cadastrados - Amostragem: conveniência com desvio padrão de 5% e um intervalo de confiança de 95% sendo entrevistados portanto 120 estomizados. - Coleta de dados: dois questionários validados * Inventário de Beck para depressão e ansiedade (BDI, BECK-A) * Aplicado por psicólogo - Consulta agendada no SASPO GORESTEIN; C., ANDRADE; L. Validation of a Portuguese Version of The Beck Depression Inventory and The State. Trait Anxiety Inventory in Brasilier Subjects.Braz. J. Med. Biol. Res, 29:453-457.
Método PREVALÊNCIA Os estudos de prevalência são os estudos descritivos populacionais onde se obtém a frequência de ocorrência dos eventos de saúde numa população em um ponto no tempo. P = Número de pessoas com o evento de interesse População sob risco de apresentar o evento de interesse em determinadotempo Rouquayrol ZM, Almeida-Filho N. Epidemiologia e Saúde. Guanabara Koogan. 2009.
Resultados e Discussão Dentre os 120 usuários entrevistados, a maioria era do sexo feminino (55%), se encontravam na faixa etária de 61 a 80 anos (55%), com predomínio de escolaridade até o 1º grau (72,5%) e estado civil casado (50%). No período do estudo, a maior parte dos usuários se encontrava aposentada (45,8%), informara ter vida sexual inativa (70%) e boa relação familiar (50%).
Resultados e Discussão Prevalência de sintomas depressivos segundo inventário de Depressão BECK (BDI) e frequência de sintomas de ansiedade segundo inventário de ansiedade BECK-A. SASPO II / Divinópolis (MG), 2014. (n=120) Categorias n (%) Sintomas depressivos Sem depressão 88 73,3 Disforia 17 14,2 Depressão moderada a grave 11 9,2 Depressão grave 4 3,3 Sintomas de ansiedade Mínimo de ansiedade 57 47,5 Ansiedade leve 30 25,0 Ansiedade moderada 23 19,2 Ansiedade severa 10 8,3
Conclusão Neste estudo a depressão é pouco prevalente, e a ansiedade (embora prevalente) apresenta escore baixo. Destaca-se que é necessário ampliar o foco de atuação dos profissionais da saúde de maneira a ir além do corpo biológico do indivíduo, proporcionando assistência integral e qualificada às pessoas estomizadas no processo de reabilitação. Vale salientar que, por ser de fácil manejo, os inventários utilizados podem ser utilizados pelos serviços de saúde como um instrumento para promover o diagnóstico precoce de sintomas e monitoramento do processo terapêutico. Obrigado! julianotmoraes@ufsj.edu.br