Efeitos da Formononetina no Crescimento e Produtividade do Milho

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Transcrição:

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012 Efeitos da Formononetina no Crescimento e Produtividade do Milho Leandro Ramão Paim 1, Antonio Carlos Tadeu Vitorino 2, Fatima Maria de Souza Moreira 3, Jussara Gonçalves Fonseca 4, Jesse Valentin dos Santos 5, Marlene Estevão Marchetti 6, Érica Oliveira de Araújo 7 e Danieli Pieretti Nunes 8 1,2,4,6,7,8, Universidade Federal da Grande Dourados, Rod. Dourados/Itahum, km 12, Cidade Universitária, C.P. 533, CEP 79804-970, Dourados-MS, Brasil. E-mail: 1 leandro.r.paim@hotmail.com, 2 antoniovitorino@ufgd.edu.br, 4 jsagof@hotmail.com, 6 marlenemarchetti@ufgd.edu.br, 7 ericabb25@hotmail.com 8 danipieretti@gmail.com. 3,5 Universidade Federal de Lavras, CP: 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. E-mail: 3 fmoreira@dcs.ufla.br e 5 js.valentim@hotmail.com RESUMO - A formononetina tem potencial para aumentar a produtividade do milho, pois pode estimular a micorrização nas plantas. O objetivo do presente trabalho foi verificar o efeito de um estimulante a micorrização (formononetina) associado à adubação fosfatada na produtividade e crescimento do milho. O experimento foi realizado num Latossolo Vermelho Distroférrico, em condições de campo, em Dourados-MS. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em parcelas subdivididas, com cinco repetições, sendo quatro doses de fósforo nas parcelas (0; 17,5; 35 e 70 kg P 2O 5 ha -1 ) fornecido com superfosfato triplo, e quatro doses de formononetina nas sub-parcelas (0, 25, 50 e 100 g ha -1 ) fornecida com produto comercial PHC 506, aplicado na semente. Avaliou-se no final do ciclo do milho (estádio R6) altura das plantas, massa de 100 grãos, número de espigas e produção de grãos por unidade experimental. A formononetina aumenta a altura de plantas, massa de 100 grãos e número de espigas, sendo que essas respostas dependeram da dose de fósforo. Conclui-se que a aplicação de formononetina aumenta o crescimento do milho tendo potencial para ser usada na cultura. Palavras-chave: Zea mays L., micorriza, estimulante da micorrização. Introdução Micorriza é a associação simbiótica e mutualística entre plantas e fungos micorrízicos, destacando-se as micorrizas arbusculares (MAs), formados pelos fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e plantas (MOREIRA & SIQUEIRA, 2006). Vários fatores podem alterar a resposta da planta a micorrização, dentre eles o teor de fósforo no solo. O fósforo tem funções importantes na planta, sendo constituinte de compostos de energia, fosfolipídios e outros compostos (MALAVOLTA et al., 2006). O fósforo interfere na simbiose entre o fungo e a planta. Em geral, para o milho ocorre redução na colonização quando aplicado fósforo (CARRENHO et al., 2010). A formononetina foi descoberta em 1991, isolada de plantas de trevo (Trifolium repens) estressadas por deficiência de fósforo. Esse isoflavonóide é ativo em propágulos de fungos micorrízicos arbusculares. Acredita-se que o efeito estimulante da formononetina pode ser devido a maior germinação e crescimento micelial de FMA (NAIR et al., 1991). 0176

Devido ao estimulo a micorrização, a formononetina pode proporcionar aumento na produção de matéria seca da parte aérea. Campos et al. (2010) observaram aumento na massa seca de diversos genótipos de milho inoculados com fungos micorrízicos arbusculares. Ela, também, tem potencial para proporcionar ganhos na produtividade das plantas. Romero (1999), avaliando produtividade da cultura do milho, observou aumentos de 14 a 28% na produtividade, quando aplicado formononetina. Lambais et al. (2003) verificaram aumento na produtividade de feijão cultivado em vasos, utilizando 840 mg de formononetina por 200 sementes. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi verificar o efeito de um estimulante a micorrização (formononetina) associado à adubação fosfatada na produtividade e crescimento do milho. Material e Métodos O experimento foi realizado no ano agrícola de 2010/11, em uma área sob Latossolo Vermelho Distroférrico, de textura muito argilosa, na Fazenda Experimental da UFGD, município de Dourados - MS, situada nas coordenadas geográficas S 22º 13 56 e O 54º 59 25, a 400 m de altitude. A caracterização química do solo é apresentada pelos seguintes resultados: ph (CaCl 2): 5,0; P: 13 mg dm -3 ; K: 0,18 cml c dm -3 ; Al: 0,12 cml c dm -3 ; Ca: 6,1 cml c dm -3 ; Mg: 2,2 cml c dm -3 ; H+Al: 6,2 cml c dm -3 ; SB: 8,48 cml c dm -3 ; CTC: 14,8 cml c dm -3 e saturação por bases: 57%. Da análise de textura obteve-se resultados de 243,9 g kg -1 de areia; 140,6 g kg -1 de silte e 613,4 g kg -1 de argila. A caracterização química e física foi realizada segundo metodologia proposta por Claessen et al. (1997). Com base nos teores de nutrientes presentes na análise de solo fezse a adubação do solo seguindo as recomendações de Coelho et al. (2010) para a cultura do milho. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com cinco repetições, sendo os tratamentos arranjados em esquema de parcelas subdivididas, com quatro doses de fósforo nas parcelas (0; 17,5; 35 e 70 kg P 2O 5 ha -1 ), tendo como fonte o superfosfato triplo, e nas sub-parcelas quatro doses de formononetina (0, 25, 50 e 100 g formononetina ha - 1 ), tendo como fonte o produto comercial PHC 506. Cada unidade experimental tinha seis linhas de 7 m de comprimento, com espaçamento entre-linhas de 0,8 m, sendo considerada como área útil apenas as quatro linhas centrais, eliminando-se 0,5 m de cada extremidade. O milho foi semeado manualmente, e em área submetida a plantio direto, utilizando-se o híbrido DKB YG 390, em 17/12/2010. A adubação NPK também foi realizada manualmente, 0177

aplicando-se 60 kg K 2O ha -1 (tendo como fonte o cloreto de potássio), 20 kg N ha -1 no plantio (tendo como fonte o sulfato de amônio) e 80 kg N ha -1 em cobertura (tendo como fonte a uréia), aplicado no estádio V6. Para o fósforo utilizou-se as doses de acordo com cada tratamento. O PHC-506 é produzido pela Plant Health Care (PHC), INC-Pittsburg, EUA. O produto é formulado como um pó amarelo claro, sal de potássio de 4 - metoxi, 7-hidroxi isoflavona, peso molecular 306, solúvel em água (1 g em 3 ml de água), o qual foi aplicado nas sementes, pouco antes da semeadura. A dose recomendada pela empresa é 50 g ha -1 de formononetina. As sementes foram tratadas manualmente, colocando-as em saco plástico aplicando-se o produto e agitando-se vigorosamente para distribuição homogenia Ao final do ciclo do milho (estádio R6) foram avaliados os efeitos dos tratamentos sobre o desenvolvimento e produtividade da cultura, realizando-se as seguintes avaliações: altura das plantas, número de espigas por planta, massa de 100 grãos e produção de grãos na unidade experimental. Posteriormente, determinou-se a umidade e os devidos descontos da umidade (utilizou-se 13% como umidade padrão). Os dados coletados foram submetidos à análise de regressão, utilizando-se o programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2000). A significância da equação foi avaliada pelo teste F, a 10% de probabilidade. A significância dos coeficientes das equações foi avaliada pelo teste t, a 10% de probabilidade. Resultados e Discussão Na tabela 1 pode-se observar que a altura de plantas e massa de 100 grãos foram afetados pelas doses de P 2O 5 (p<0,01), pelo teste F. A altura de plantas, número de espigas e massa de 100 grãos foram afetados pelas doses de formononetina (p<0,01), pelo teste F. Ocorreu interação para altura de plantas, número de espigas e massa de 100 grãos (p<0,01) pelo teste F. Na figura 1 pode-se notar que para a testemunha e as doses 17,5 e 70 kg P 2O 5 ha -1 não houve resposta na altura de plantas quando se aplicou formononetina. Para a dose 35 kg P 2O 5 ha -1 houve aumento na altura de plantas com aplicação de formononetina. O modelo que melhor ajustou-se aos dados foi o linear (p<0,1), pelo teste F, e o coeficiente da equaçãosignificativo (p<0,1), pelo teste t. Observa-se que a dose de fósforo influenciou o efeito da formononetina, pois apenas na dose 35 kg P 2O 5 ha -1 houve efeito. Segundo Carrenho et al. (2010) em geral ocorre redução na colonização quando aplicado fósforo o que pode prejudicar a contribuição da micorrização 0178

para a planta. Assim, foi observado que a dose 70 kg P 2O 5 ha -1 limitou o efeito no crescimento. Nota-se também que as doses mais baixas de fósforo (testemunha e 17,5 kg P 2O 5 ha -1 ) limitaram o efeito da formononetina. O maior crescimento pode ser devido à formononetina acelerar a micorrização favorecendo o crescimento da planta hospedeira. As micorrizas proporcionam aumento no desenvolvimento de plantas, devido a melhorias na agregação do solo, maior absorção de nutriente e alterações bioquímicas e fisiológicas (MOREIRA & SIQUEIRA, 2006). Na figura 2 observa-se que o número de espigas por planta de milho aumentou com aplicação de formononetina, na testemunha e na dose de 35 kg P 2O 5 ha -1. Em ambas as doses o modelo que melhor ajustou-se aos dados foi o quadrático (p<0,01), pelo teste F. Os coeficientes foram significativos em ambas às equações (p<0,01), pelo teste t. Nas doses 17,5 e 70 kg P 2O 5 ha -1 não houve efeito da formononetina no número de espigas. Na ausência de P 2O 5 ocorreu aumento no número de espigas por planta até a dose 40 g formononetina ha -1. Na dose 35 kg ha -1 ocorreu aumento até a dose 43,18 g formononetina ha -1. O número de espigas por planta é uma características genética da planta e pouco afetada por fatores externos. Mas, alguns trabalhos mostram que ela pode ser afetada pela nutrição da planta. Como, por exemplo, o trabalho de Sorrato et al. (2011) verificaram aumento no número de espigas por planta, com a aplicação de nitrogênio. A formononetina é um estimulante a micorrização, com isso, ela pode aumentar a absorção de nutrientes, como por exemplo, o fósforo e o nitrogênio, e uma adequada nutrição pode ter aumentado o número de espigas por planta. Na figura 3 a massa de 100 grãos aumentou com aplicação de formononetina, na testemunha e na dose de 35 kg P 2O 5 ha -1. Para ambas as doses o modelo que melhor ajustou-se aos dados foi o quadrático (p<0,01), pelo teste F. No tratamento testemunha, os coeficientes foram significativos (p<0,01), pelo teste t. Na dose 35 kg ha -1 os coeficientes foram significativos (p<0,05 e p<0,01), pelo teste t. Nas doses 17,5 e 70 kg P 2O 5 ha -1 não houve efeito significativo. Na ausência de P 2O 5 ocorreu aumento na massa de 100 grãos até a dose 47,75 g formononetina ha -1. Apesar de não haver significância da regressão e dos parâmetros na dose 17,5 kg P 2O 5 ha -1, nota-se tendência a efeito negativo de altas doses de fósforo, pois na testemunha e na dose de 35 kg P 2O 5 ha -1 ocorreu amento na massa de 100 grãos, já para a dose 70 kg ha -1 não houve efeito. A massa de 100 grãos aumentou, possivelmente, pela melhor absorção de nutrientes, por exemplo, o fósforo que é um nutriente essencial ao desenvolvimento da planta e dos grãos, pois faz parte de compostos de energia, fosfolipídios e outros ésteres (MALAVOLTA et al., 2006), necessário ao adequado desenvolvimento do 0179

sistema radicular e consequentemente absorção de nutriente (CRUSCIOL et al., 2005). Bressan et al. (2002) estudaram o sorgo inoculado com Glomus etunicatum, e verificaram aumento na massa de grãos. A formononetina não proporcionou aumentos significativos na produção do milho, sendo que as produções médias foram 9443, 9645, 9524 e 9512 kg ha -1 para a testemunha e para as doses de 25, 50 e 100 g formononetina ha -1, respectivamente. Com isso, apesar de não haver ganhos, é possível afirmar que a aplicação do produto pode ser vantajosa economicamente, dependendo do preço da adubação fosfatada e do produto, pois não houve perdas de produção. Conclusão A formononetina tem resposta dependente das doses de fósforo e sua aplicação aumenta o crescimento da planta apresentando potencial para ser usada na cultura do milho. Agradecimentos Agradecimentos ao CNPq pelo apoio financeiro no desenvolvimento da pesquisa, através do projeto multi-institucional Biofertilizante formononetina (isoflavonóide) como estimulante de micorrização em soja e milho para aumento de produtividade associada à eficiência do uso de fertilizantes minerais. Literatura Citada BRESSAN, W.; VASCONCELLOS, C.A. Alterações morfológicas no sistema radicular do milho induzidas por fungos micorrízicos e fósforo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.37, p.509-517, 2002. CAMPOS, D.T.S.; ANDRADE, J.A.C.; CASSIOLATO, A.M.R. Crescimento e micorrização de genótipos de milho em casa de vegetação. Bragantia, v.69, p.555-562, 2010. CARRENHO, R.; COSTA, S.M.G.; BALOTA, E.L.; COLOZZI FILHO, A. Fungos micorrízicos arbusculares em agroecossistemas brasileiros In: SIQUEIRA, J.O.; SOUZA, F.A.; CARDOSO, E.J.B.N.; TSAI, S.M., (Ed.). Micorrizas: 30 anos de pesquisa no Brasil. Lavras, Editora UFLA, 2010. p. 215-250. CLAESSEN, M.E.C.; BARRETO, W.O.; PAULA, J.L.; DUARTE, M.N. Manual de métodos de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro, Centro Nacional de Pesquisa de Solos, 1997. COELHO, A.M.; FRANÇA, G.E.; PITTA, G.V.E.; ALVES, V.M.C. Fertilidade do solo. In: Sistema de produção: Cultivo do milho. 6 ed. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo. 2010. Disponível em: <http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/milho_6_ed/economia.htm>. 0180

Acesso em: 10 Jan. 2012. CRUSCIOL, C.A.C.; MAUAD, M.; ALVAREZ, R.C.F.; LIMA, E.V.; TIRITAN, C.S. Doses de fósforo e crescimento radicular de cultivares de arroz de terras altas. Bragantia, v.64, p.643-649, 2005. FERREIRA, D.F. Sistema de análises de variância para dados balanceados. Lavras, UFLA, 2000. LAMBAIS, M.R.; RÍOS R.; ANDRADE, R.M. Antioxidant responses in bean (Phaseolus vulgaris) roots colonized by arbuscular mycorrhizal fungi. New Phytologist, v.160, p.421-428, 2003. MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2. ed. Piracicaba, POTAFOS, 1997. 319p. MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. São Paulo, Ceres, 2006. 638 p. MOREIRA, F.M.S.; SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e bioquímica do solo. Lavras: UFLA, 2006. 729p. NAIR, M.G.; SAFIR, G.N.; SIQUEIRA, J. O. Isolation and identification of vesiculararbuscular mycorrhiza stimulatory compounds from clover (Trifolium repens) roots. Applied and Environmental Microbiology, v.57, p.434-439, 1991. ROMERO, A.G.F. Avaliação agronômica de formulações de isoflavonóide estimulante da micorrização no milho (Zea mays L.). Lavras, 1999. 40p. (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas - Universidade Federal de Lavras). SORRATO, R.P.; SILVA, A.H.; CARDOSO, S.M.; MENDONÇA, C.G. Doses e fontes alternativas de nitrogênio no milho sob plantio direto em solo arenoso. Ciência e Agrotecnologia, v.35, p. 62-70, 2011. Tabela 1. Resumo da análise de variância de altura de plantas, massa de 100 grãos, número de espigas e produtividade e da cultura do milho. Fonte de variação Altura de plantas Massa de 100 Número de Produtividade grãos espigas/planta Dose de P 2O 5 (P) 30,007 ** 15,801 ** 0,912 ns 2,154 ns Dose de formononetina (F) 5,512 ** 9,795 ** 21,821 ** 0,366 ns P x F 3,911 ** 4,647 ** 7,549 ** 1,655 ns CV 1 (%) 1,46 1,68 1,62 7,66 CV 2 (%) 1,26 1,92 1,50 6,53 **: Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F. ns : Não significativo a 5% de probabilidade pelo teste F. 0181

Figura 1. Altura de plantas de milho em função da aplicação de formononetina, dentro de cada dose de P 2O 5. ( # : Significativo a 10% de probabilidade pelo teste t. : Significativo a 10% pelo teste F). Figura 2. Número de espigas por planta em função da aplicação de formononetina, dentro de cada dose de P 2O 5. (**: Significativo a 1% de probabilidade pelo teste t. : Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F). Figura 3. Massa de 100 grãos de milho em função da aplicação de formononetina, dentro de cada dose de P 2O 5. (*: Significativo a 5% de probabilidade pelo teste t. **: Significativo a 1% de probabilidade pelo teste t. : Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F). 0182