Curso. PROTECÇÃO DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL E SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA Manual do Formando. Sinalização de Segurança



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Máquinas, Equipamentos de Protecção e Sinalização de Segurança Sinalização de Segurança Manual do Formando

Curso 4 PROTECÇÃO DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL E SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA Manual do Formando Sinalização de Segurança

P ERFIL, D ELTAC ONSULTORES E ISPA Manual do Formando Ficha Técnica Autor: Dinis Teixeira de Barros Título: Sinalização de Segurança Coordenação do Projecto: Maria da Graça Pinto e José Garcez de Lencastre Edição: Maio 2007 Produção apoiada por: UNIÃO EUROPEIA FUNDO SOCIAL EUROPEU GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA PROGRAMA OPERACIONAL DO EMPREGO, FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL Perfil, DeltaConsultores e ISPA Lisboa, 2007

Índice Introdução 1 Objectivos 1 Conceito de Sinalização 2 Princípios Básicos da Sinalização 3 Sinalização como Técnica de Prevenção 3 Quem compete Sinalizar 4 Informação e formação aos trabalhadores 4 Colocação da Sinalização 4 Intermutabilidade e Complementaridade das Sinalizações 5 Utilização da sinalização em conjunto 5 Erros a evitar 5 Características da Sinalização 6 Prescrições Mínimas Gerais Relativas às Características e à Utilização das Placas de Sinalização 7 Sinais de proibição 7 Sinais de aviso 8 Sinais de obrigação 8 Sinais de salvamento ou de emergência 8 Prescrições mínimas relativas aos sinais gestuais 13 Características 13 Regras de utilização 14 Gestos codificados a utilizar 14 Sinalização de recipientes e tubagens 14 Rotulagem de recipientes que contenham substâncias ou preparados perigosos 16 Tubagens 17 Identificação e localização do material de combate a incêndios 18 Sinalização de obstáculos e locais perigosos 18 Marcação das vias de circulação 18 Sinalização em zonas com radiações ionizantes 18 Sinalização em zonas com exposição a agentes biológicos 19 Sinalização em estabelecimentos comerciais 19 Sinalização de segurança deve ser colocada: 20 Sinalização em parques de estacionamento cobertos 20 Sinalização em edifícios de habitação 21 Sinais relativos ao material de combate a incêndios 8 Prescrições relativas aos sinais luminosos 9 Olho Humano 9 Cores 10 Características 11 Utilização dos sinais luminosos 11 Prescrições mínimas relativas aos sinais acústicos 12 Características 12 Prescrições mínimas relativas à comunicação verbal 12 Características da comunicação verbal 13 Utilização 13 Legislação Aplicável 22 Fiscalização 22 Contra-ordenações 22 Anexos 23 Anexo I 24 Sinais de Proibição 24 Sinais de Aviso 25 Sinais de Obrigação 26 Sinais de Salvamento ou de Emergência 27 Sinais Informativos de Prevenção e Combate a Incêndios 28 Sinais Gestuais 29

Anexo II 30 Sinalização de Recipientes e Tubagens para Identificação de Fluidos 30 Exemplos 32 Losango de Perigo 33 Incumprimento da Legislação em Vigor 34 Anexo III 36 Exemplos de Sinalização e Delimitação de Trabalhos Frequentes na Via Pública 36 Sinalização de abertura de uma vala com ocupação total do passeio em localidade 36 Sinalização de abertura de uma vala, ocupando parcialmente o passeio 36 Sinalização de vala provocando o deslocamento do eixo da via numa localidade 37 Sinalização de vala obrigando ao deslocamento do eixo da via, fora de localidade 37 Sinalização da existência de uma vala na berma de uma estrada 38 Sinalização da abertura de uma vala, fora das localidades e na faixa de rodagem 39 Sinalização da existência de uma vala, dentro de uma localidade, ocupando a faixa de rodagem 39 Sinalização de trabalhos nas proximidades de curvas ou lombas 40 Sinalização em meio urbano, redução de via para menos de 5,80 m, dado a vala localizar-se na estrada 40 Sinalização da redução de via para menos de 5,80 m devido a vala na estrada, fora de localidades 41 Sinalização de trabalhos de curta duração com paragem de veículos junto dos mesmos 42 Sinalização em trabalhos nocturnos na estrada 43 Resumo 44 Legislação Aplicável 45 Normalização Aplicável 46 Bibliografia 47 Índice Remissivo 48 Informações 49

Capítulo 1 Introdução O Decreto-Lei n.º 441/91, de 14 de Novembro, diploma que estabelece os princípios gerais de promoção da Segurança Higiene e Saúde no trabalho, transpõe para o direito interno a Directiva n.º 92/58/CEE, de 24 de Junho de 1992 relativa às prescrições mínimas para a sinalização de segurança e de saúde no trabalho. Esta directiva procede a harmonização da sinalização de segurança e de saúde a utilizar no trabalho visando prevenir os riscos profissionais e, desse modo proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores. A sinalização de segurança traduz-se num sistema de comunicação, de informação padronizada que visa informar os trabalhadores da existência de determinados riscos profissionais e induzir comportamentos adequados a evitar que tais riscos existentes ocasionem danos para a sua segurança e saúde. A sua eficácia depende essencialmente de duas medidas complementares: Formação dos trabalhadores; Consultas dos trabalhadores. Os melhores programas de promoção da melhoria das condições de trabalho perdem a sua eficácia se a sinalização de segurança não for conhecida e respeitada por todos. Foi esse o objectivo do presente manual que se pretende como um contributo à formação, como condição necessária para a segurança e bem-estar no trabalho. Objectivos A Unidade 3 Sinalização de Segurança do curso que vai frequentar, pretende atingir os seguintes objectivos: Proporcionar aos formandos conhecimentos básicos sobre a sinalização de segurança no local de trabalho, que lhes permita conhecer as metodologias de eliminação de riscos ou da sua redução efectiva, através da organização do trabalho ou da protecção colectiva, de modo a estarem aptos a uma análise critica dos riscos profissionais em presença; 1

Evidenciar os aspectos relativos à concepção dos sistemas de sinalização de segurança por relação com a sua adequabilidade face aos seus destinatários, à natureza do risco e às características da situação de trabalho; Demonstrar que o potencial de comunicação da sinalização de segurança depende das características físicas dos seus elementos, da sua permanência e do seu bom estado de conservação; Proporcionar medidas no âmbito da sinalização de segurança, adequadas à avaliação dos riscos em presença. Conceito de Sinalização O mundo em que vivemos caracteriza-se pela necessidade de produzir, dar, transmitir e processar informação. Seja qual for a forma em que esta informação nos chega, acontece sempre por intermédio duma linguagem e, como as línguas são múltiplas e diversificadas em todo o planeta, constata-se a necessidade de criar um sistema que permita transmitir uma mensagem inteligível a qualquer destinatário e em qualquer língua. O sistema de informação foi utilizado pela primeira vez no transporte marítimo e desde logo surgiu uma série de códigos internacionais que com base em bandeiras ou toques de sirene representaram a primeira intenção de sistematizar sinais que podem cumprir a sua função em qualquer parte do mundo. Posteriormente, ao generalizar-se o transporte por estradas apareceu o mesmo problema e, com a mesma solução surgiram sinais de estrada ou de circulação que praticamente não variam de um extremo ao outro do planeta. Significa então, que a sinalização é algo que faz parte da nossa vida moderna. Basta recordar que ela está presente nas etiquetas dos produtos que se compra no supermercado. Nos locais de trabalho, reveste-se de grande importância na medida em que estimula e desenvolve a atenção do trabalhador para os riscos a que está exposto, permitindo-lhe ainda recordar as instruções e os procedimentos adequados em situações concretas. A sinalização tem por objectivo chamar a atenção, de forma rápida para situações que comporta riscos, para todos os elementos que normalmente trabalhem na empresa, e, ainda, para outros que só aí se encontrem temporariamente (por exemplo, visitas, fornecedores, colaboradores de empresas prestadoras de serviços, etc.). Faltas ou erros de sinalização podem conduzir a acidentes, de maior ou menor gravidade, para pessoas e bens. Pode-se definir a sinalização como um conjunto de estímulos que informam um indivíduo acerca da melhor conduta a seguir perante circunstâncias ou situações que podem conduzir a um acidente.

Princípios Básicos da Sinalização O objectivo de chamar a atenção, de forma rápida e inteligível, para riscos e perigos graves pode ser atingido através de diferentes tipos de sinais. Sinal de proibição: É o sinal que proíbe um comportamento; Sinal de aviso: É o sinal que adverte de um perigo ou de um risco; Sinal de obrigação: É o sinal que impõe certo comportamento; Sinal de salvamento ou de socorro: É o sinal que dá indicações sobre saídas de emergência ou meios de socorro ou salvamento; Sinal de indicação: É o sinal que fornece indicações não abrangidas por sinais de proibição, aviso, obrigação e de socorro ou salvamento; Sinal acústico: É o sinal sonoro codificado, emitido e difundido por um dispositivo específico, sem recurso à voz, humana ou sintética; Sinal gestual: O movimento, ou uma posição, dos braços ou das mãos, ou qualquer combinação entre eles, que através de uma forma codificada oriente a realização de manobras que representem risco ou perigo para os trabalhadores. Toda a sinalização que se pretenda eficaz e que, não fique reduzida a algo apenas decorativo, deve cumprir como mínimo as seguintes condições: Atrair a atenção; Dar a conhecer a mensagem; Informar sobre a conduta a seguir; Deve haver uma possibilidade real de cumprir com o que se indica. Sinalização como Técnica de Prevenção A sinalização apenas marca ou mostra um risco, nunca o elimina e, portanto, nunca dá uma segurança efectiva ou real. Em consequência disso, deve-se usar como uma técnica auxiliar que complementa o resto de medidas a tomar; e o seu uso, deve ser comedido e preferencialmente nalgumas das seguintes situações: Quando não é possível eliminar o risco na fase do projecto das instalações; Quando não se pode instalar adequados sistemas de defesa ou resguardos; Quando não é possível utilizar EPIs; Como complemento de qualquer outro sistema de segurança.

Quem compete Sinalizar Compete ao empregador garantir a existência de sinalização de segurança e saúde no trabalho, de acordo com a legislação em vigor, sempre que os riscos não puderem ser evitados ou suficientemente diminuídos com meios técnicos de protecção colectiva ou com medidas, métodos ou processos de organização do trabalho. Na verdade, de nada serve a sinalização se não dotarmos, por exemplo, as peças perigosas de protecções, se deixarmos as saídas de emergência obstruídas, ou não informarmos os trabalhadores do significado da sinalização. Informação e formação aos trabalhadores Antes de se aplicar a Sinalização de Segurança os trabalhadores devem ser consultados, ter acesso à informação e à formação. É fundamental que a entidade empregadora se certifique de que todos os trabalhadores compreendem o significado da sinalização. Alguns dos sinais implicam a adopção de novos comportamentos gerais e específicos. Enquanto instrumento facilitador da aprendizagem, a formação pode contribuir para a aquisição dos conhecimentos, para a mudança de atitudes face ao risco no local de trabalho e para a aquisição de competências na área da segurança no trabalho. O artigo 9- do DL 141/95, de 14 de Junho, estabelece que os trabalhadores devem ser informados e consultados sobre as medidas relativas à sinalização de segurança e de saúde no trabalho. São os trabalhadores que, nalguns casos, melhor conhecem os riscos inerentes à actividade desenvolvida, pelo que a consulta e a formação são essenciais. Colocação da Sinalização A colocação da sinalização no espaço da empresa deve obedecer a: A sinalização deve ser permanente quando é necessário assinalar: Proibições; Avisos; Obrigações; Meios de salvamento ou de socorro; Equipamento de combate a incêndios; Recipientes e tubagens; Riscos de choque ou de queda; Vias de circulação. A sinalização deve ser acidental temporária para assinalar: Acontecimentos perigosos; Chamada de pessoas (bombeiros, enfermeiros, etc.);

Evacuação de emergência; Orientação dos trabalhadores que efectuam manobras. Nota: Este tipo de sinalização deve ser restringida apenas ao período de tempo estritamente necessário. Intermutabilidade e Complementaridade das Sinalizações Na colocação e utilização da sinalização de segurança e saúde no trabalho, se o grau de eficácia for equivalente, será necessário optar: Por uma cor de segurança ou um pictograma para assinalar riscos; Entre sinais luminosos, acústicos ou comunicações verbais; Por uma comunicação verbal ou um sinal gestual (para se fazer compreender caso a distância seja considerável). Utilização da sinalização em conjunto Podem ser usados simultaneamente vários sinais: Sinais luminosos e sinais acústicos (faróis, lâmpadas, projector intermitente, buzina, etc.); Sinais luminosos e comunicação verbal: voz humana (altifalante) ou voz sintética; Sinais gestuais e comunicação verbal: movimento dos braços ou das mãos para orientar os trabalhadores em manobras perigosas. Erros a evitar Não basta ao empregador colocar a sinalização, é necessário que controle a eficiência da mesma, o seu estado de conservação e funcionamento. Para a sinalização ser eficaz deverá evitar: A afixação de um número excessivo de placas na proximidade umas das outras; Utilizar simultaneamente dois sinais luminosos que possam ser confundidos; Utilizar um sinal luminoso na proximidade de outra fonte luminosa pouco nítida; Utilizar dois sinais sonoros ao mesmo tempo; Utilizar um sinal sonoro, quando o ruído ambiente for demasiado forte.

Características da Sinalização Para que o trabalhador possa compreender o sinal de segurança rapidamente ou com um simples olhar e sem confusão possível, os sinais têm pictogramas e cores diferentes consoante o seu significado. Cor Significado Indicações Sinal de proibição Atitudes perigosas Vermelho Perigo alarme Stop, pausa, dispositivos de corte de emergência Material e equipamento de combate a incêndios Identificação e localização Amarelo ou amarelo alaranjado Azul Verde Sinal de aviso Sinal de obrigação Sinais de salvamento Situação de segurança Atenção, precaução Verificação Comportamento ou acção especifica. Obrigação de utilizar EPI Portas, saídas, vias, material, postos, locais específicos Regresso à normalidade

Capítulo 2 Prescrições Mínimas Gerais Relativas às Características e à Utilização das Placas de Sinalização O s meios e os dispositivos de sinalização de segurança devem ser regularmente limpos, conservados, verificados e, se necessário reparados ou substituídos. As placas devem: Corresponder às especificações definidas; Ser simples; Ser resistentes; Ser visíveis e compreensíveis; Ser retiradas quando o risco desaparecer. Sinais de proibição Forma redonda; Pictograma negro sobre fundo branco, margem e faixa diagonal descendente da esquerda para a direita, ao longo do pictograma, a 45º em relação à horizontal), vermelhas (a cor vermelha deve cobrir pelo menos 35% da superfície da placa). Fig. 1

Sinais de aviso Forma triangular; Pictograma negro sobre fundo amarelo, margem negra (a cor deve cobrir pelo menos 50% da superfície da placa). Fig. 2 Sinais de obrigação Sinais de salvamento ou de emergência Forma redonda; Pictograma branco sobre fundo azul (a cor azul deve cobrir pelo menos 50% da superfície da placa). Fig. 3 Forma rectangular ou quadrada; Pictograma branco sobre fundo verde (a cor verde deve cobrir pelo menos 50% da superfície da placa). Fig. 4 Sinais relativos ao material de combate a incêndios Forma rectangular ou quadrada; Pictograma branco sobre fundo vermelho (a cor vermelha deve cobrir pelo menos 50% da superfície da placa). Fig. 5

Prescrições relativas aos sinais luminosos A sinalização óptica é o sistema de sinalização que utiliza formas e cores que são detectadas por intermédio do sentido da vista. Convém saber sumariamente como funciona o olho humano e quais são os fundamentos físicos da cor e da visão. Olho Humano O olho humano funciona por reacção à entrada de energia luminosa proveniente duma fonte externa, podendo ser luz directa ou reflectida por qualquer superfície. Basicamente a reacção do olho aproxima-o ao funcionamento de uma câmara fotográfica em que a objectiva é representada pela córnea, humor aquoso, e cristalino: a íris seria o diafragma da máquina e a retina a película. Fig. 6 (Comparação em funcionamento entre olho humano e uma máquina fotográfica)

Cores As cores usadas devem chamar atenção, indicar a presença dum perigo facilitar a sua rápida identificação. Em todo caso, as cores podem ser utilizadas para indicar a localização de dispositivos e equipamentos que interessa referir. As cores a utilizar e o seu significado estão relacionados na tabela: Cor Segurança Contraste Símbolo Vermelho Branco Negro Amarelo Negro Negro Verde Branco Branco Azul Branco Branco Com o objectivo de evitar questões apresentadas por algumas pessoas que têm falhas na apreciação das cores (daltónicos) e para melhorar a efectividade dos sinais em situações de fraca iluminação, associa-se cada cor de segurança a uma determinada forma de sinal e cada forma a uma classe de sinal de segurança. Cor Forma Circulo Triangulo Rectângulo ou Quadrado Vermelho Proibição Material de Luta contra os incêndios Amarelo Verde Azul Obrigação Atenção risco de perigo Zona de Segurança; Saída de Emergência; 1.ºs Socorros Informações e outras indicações

Para que o trabalhador possa compreender o sinal luminoso, este deve obedecer às seguintes prescrições. Fig. 7 Características Um contraste luminoso apropriado, isto é, em função do ambiente, sem provocar encandeamento pela sua intensidade excessiva, ou má visibilidade por ser insuficiente; Uma cor uniforme, harmonizada, ou um pictograma sobre um fundo determinado, que corresponda as especificações acima citadas: Cor vermelha: proibição, perigo, alarme, evacuação, etc.; Cor amarela: aviso, precaução, verificação; Cor azul: obrigação; Cor verde: situação de segurança, salvamento, socorro; Com cores contrastantes, de acordo com as prescrições das placas correspondentes. Utilização dos sinais luminosos A luz emitida por um sinal luminoso de segurança deve garantir um contraste não excessivo nem insuficiente, tendo em vista as suas condições de utilização. A superfície luminosa de um sinal de segurança pode ser de uma cor uniforme que respeite os significados das cores de segurança. Para indicar um nível de perigo mais elevado ou uma maior urgência da intervenção, deve utilizar-se: Sinal contínuo ou intermitente: indica um perigo ou uma emergência (intervenção ou acção imposta); Duração da intermitência para: Assegurar uma boa percepção da mensagem, Evitar confusões entre diferentes sinais. Utilização acompanhada de um código acústico: em complemento ou em sua substituição, o código deve ser idêntico;

O sinal luminoso ou de perigo grave deve ser vigiado ou estar munido uma lâmpada auxiliar; O sinal luminoso ou acústico deve ser rearmado imediatamente após cada utilização. Prescrições mínimas relativas aos sinais acústicos Para que o trabalhador possa compreender o sinal acústico, este deve obedecer às seguintes prescrições. Fig. 8 Características Ter um nível sonoro nitidamente superior aos níveis do ruído ambiente, sem ser doloroso ou excessivo; Ser facilmente reconhecível: Pela sua duração, Por emissões sonoras intermitentes, Pelas suas características bem distintas dos outros ruídos ambiente e sinais acústicos. Se os sinais forem emitidos com intensidades muito variáveis, ou a intervalos mais ou menos próximos, poderá concluir-se da existência de um nível de perigo mais elevado ou da necessidade de uma maior urgência da intervenção. Prescrições mínimas relativas à comunicação verbal Por força do ruído existente em muitos locais de trabalho, a comunicação verbal nem sempre é possível. Logo, a comunicação verbal só é possível quando o ruído ambiente é pouco elevado. A partir do momento em que um ruído seja susceptível de tornar ininteligível a comunicação verbal, é mais prudente utilizar a comunicação gestual ou sinais codificados.

Características da comunicação verbal Uma linguagem constituída por textos curtos, de grupos de palavras ou de palavras; A comunicação deve ser segura: palavras simples, claras e suficientes; Comunicação directa ou indirecta: intercomunicador ou megafone. Fig. 9 Utilização A comunicação verbal é feita por um locutor ou por um equipamento emissor que transmite textos curtos, grupos de palavras ou palavras isoladas a um ou mais auditores. Utiliza-se como: Grande difusão do significado das palavras codificadas; Controlo junto dos «auditores» da compreensão exacta dos códigos utilizados. Nota: Sempre que se utilizar um aparelho ou um meio indirecto é importante falar lentamente. Por exemplo, diante de um microfone (num lugar ou instalação onde a voz ressoe), é necessário articular e falar lentamente e, eventualmente, repetir a mensagem. Prescrições mínimas relativas aos sinais gestuais A Portaria n.º 1456 A/95, de 11 de Dezembro, prevê um conjunto de sinais gestuais que pode ser utilizado nos estaleiros, nas empresas ou em qualquer outra actividade industrial. Características Um sinal gestual deve ser simples, preciso, fácil de executar e de compreender: deve ser diferente dos outros sinais; A utilização dos dois braços pode ser simultânea, simétrica e para um único sinal; Podem ser utilizados outros sinais gestuais mas com um significado e uma compreensão equivalentes. Fig. 10

Regras de utilização Distinguem-se pelo menos dois tipos de intervenientes. O sinaleiro: É uma sinalização e deve poder seguir o conjunto das manobras comandadas sem ser posto em perigo por elas (ou sem ter de se proteger delas). Se necessário, prever um segundo sinaleiro, adjunto, para repetir os sinais, Deve consagrar-se exclusivamente ao comando das manobras (não fazer outra coisa ao mesmo tempo). O operador: É o receptor dos sinais que executa a manobra (manobrador, condutor de uma máquina de estaleiro), Deve suspender a manobra, caso esta não possa ser executada com segurança, e pedir novas instruções. Os acessórios: São constituídos por casaco, boné, capacete, mangas, braçadeiras, bandeirolas, etc., usadas pelo sinaleiro para poder ser facilmente visto pelo operador. Gestos codificados a utilizar Os sinais gestuais a utilizar encontram-se descritos no quadro em anexo. Sinalização de recipientes e tubagens As substâncias perigosas são quase sempre transportadas em recipientes ou tubagens, que devem exibir sempre a rotulagem sob a forma de pictograma sobre fundo colorido. Os veículos que transportam substâncias perigosas devem trazer a frente e atrás um sinal indicativo de cor laranja, retro reflector e com o rebordo negro divido em duas partes por uma linha negra. Fig. 11

Na parte superior da placa fica um conjunto de números que indicam as características da substância transportada de acordo com o código: Primeiro algarismo: 2. Gás; 3. Liquido inflamável; 4. Sólido; 5. Matéria comburente ou peróxido orgânico; 6. Matéria tóxica; 8. Corrosivo. Segundo e terceiro algarismos: 0. Sem significado; 1. Explosão; 2. Emanação de gás; 3. Inflamável; 5. Propriedades comburentes; 6. Toxicidade; 8. Corrosibilidade; 9. Perigo de reacção violenta resultante da decomposição espontânea ou da polimerização. O primeiro número indica o perigo principal e os outros secundários. Não é imprescindível que apareçam três números dado que isto depende da matéria transportada. Quando aparecerem dois números iguais, significa que há intensificação de perigo. Por exemplo, 6 indica substância tóxica e 6 6 substância muito tóxica Isto verifica-se em todas as combinações com excepção para 2 2 que quer dizer gás refrigerado. Também a combinação 4 2 indica um sólido que em contacto com água pode emitir um gás. Se o número aparecer precedido de um X significa a proibição absoluta de deitar água sobre o produto.

A titulo de exemplo: 30. Liquido inflamável 336. Liquido muito inflamável e tóxico; 286. Gás corrosivo e tóxico 886. Produto muito corrosivo e tóxico 239. Gás inflamável e com perigo de reacção violenta devido a decomposição espontânea ou polimerização do mesmo. A parte debaixo do sinal deve ter um número com quatro algarismos que indica a substância transportada segundo uma listagem do próprio Regulamento, por exemplo o 1 7 4 4 é o bromo e o 2 7 3 9 é o anidrido butirico. Quando se transportam duas substâncias diferentes levam-se dois sinais numa placa, tanto a frente como na traseira do veículo. Rotulagem de recipientes que contenham substâncias ou preparados perigosos A sinalização dos recipientes referem-se a: Recipientes utilizados no trabalho; Recipientes utilizados na armazenagem; Tubagens aparentes que contenham ou transportem essas substâncias ou preparados. Qual o tipo de rotulagem? Pictograma ou símbolo sobre fundo colorido; Ou Placas de aviso acima referidas, isto é, as destinadas a substâncias tóxicas, corrosivas, nocivas ou irritantes (triângulo negro sobre fundo amarelo). Fig. 12 Fig. 13

Esta rotulagem pode ser completada por informações que incluam o nome da substância ou do preparado perigoso e por indicações quanto ao risco. Fig. 14 (Exemplo dum rótulo) Onde se deve colocar esta sinalização? No lado visível do recipiente ou do tubo; Em forma rígida, autocolante ou pintada (é necessário um material resistente ao choque, às intempéries e às agressões do meio ambiente). Tubagens A sinalização deve incidir: Nos pontos onde existem riscos ou onde o risco é maior, por exemplo, nas válvulas e nos pontos de ligação; Rotulagem bem visível (se necessário, em cor fosforescente ou material reflector, ou iluminação artificial). Zonas de armazenagem As zonas, as salas ou os recintos utilizados para a armazenagem de quantidades importantes devem ser assinalados por placas de aviso apropriadas, tal como atrás descrito, e preencher os requisitos de compreensão e de visibilidade. As placas devem ser colocadas junto da porta de acesso ou, se for caso disso, no interior do local junto dos produtos que se pretende sinalizar.

Identificação e localização do material de combate a incêndios Os equipamentos, os locais e os acessos a estes locais devem ser de cor vermelha. A sinalização é feita através das placas (quadro em anexo), sendo de cor vermelha e que permita a fácil identificação. Sinalização de obstáculos e locais perigosos A sinalização dos obstáculos e dos locais perigosos faz-se com a ajuda de faixas com a mesma largura e de cor amarela em alternância com a cor negra, ou de cor vermelha em alternância com a cor branca. Onde se devem colocar? Fig. 15 Onde existam riscos de choque contra obstáculos, de queda de objectos ou de queda de pessoas. No interior das zonas edificadas da empresa (degraus de escada, mudanças de nível, área de deslocação de portas automáticas). Marcação das vias de circulação Para assegurar a protecção dos trabalhadores pode ser necessário que as vias de circulação sejam identificadas com faixas contínuas, indissociáveis do pavimento, as quais, para assegurar o contraste bem visível com a cor do pavimento, devem ser brancas ou amarelas. Sinalização em zonas com radiações ionizantes O Decreto Regulamentar n.º 9/90, de 19 de Abril, bem como a Norma Portuguesa NP-442 de 1966, estabelecem que relativamente às actividades que envolvam exposição a radiações ionizantes deverão ser sinalizadas: As zonas controladas e as zonas vigiadas, sendo os dispositivos de sinalização colocados de forma bem visível para quem entrar nessas zonas; Todas as fontes dentro das zonas controladas e vigiadas deverão ser correctamente assinaladas com dispositivos colocados de forma bem visível para todos os que entrarem naquelas zonas; Os dispositivos de sinalização deverão, ainda, indicar de forma compreensível a importância, natureza do risco de exposição às radiações e de contaminação radioactiva a que todos poderão estar sujeitos.

Sinalização em zonas com exposição a agentes biológicos O DL n.º 84/97, de 16 de Abril, estabelece as prescrições mínimas de protecção, segurança e da saúde dos trabalhadores contra os riscos da exposição a agentes biológicos durante o trabalho. Depois de o empregador avaliar o risco de exposição a agentes biológicos, mediante a determinação da natureza e do grupo do agente biológico, deve sinalizar o perigo biológico através de sinalização apropriada. Fig. 16 Sinalização em estabelecimentos comerciais O DL n.º 368/99, de 18 de Setembro, estabelece as normas de segurança contra risco de incêndio a aplicar em estabelecimentos comerciais: Com área total igual ou superior a 300 m2, independentemente de estar ou não afecta ao atendimento público; Que vendam substâncias ou preparações perigosas, independentemente da área; Estabelecimentos equiparados a estabelecimentos comerciais, os estabelecimentos de prestação de serviços com área total igual ou superior a 300m2 abrangidos pelo DL n.º 370/99, de 18 de Setembro. Devem existir na entrada do estabelecimento instruções de segurança e sistema de evacuação afixadas em local bem visível, instruções essas relativas à conduta a seguir pelo pessoal e pelo público em caso de sinistro. Serão afixadas na entrada do estabelecimento as plantas do imóvel destinadas a informar os bombeiros da localização de: Escadas e caminhos de evacuação; Meios de intervenção disponíveis; Dispositivos de corte de energia eléctrica e de gás; Dispositivos de corte do sistema de ventilação; Quadro geral do sistema de detecção e alarme; Instalações e locais que representem perigo particular.

Sinalização de segurança deve ser colocada: Junto das portas de patamar dos ascensores devem ser colocados avisos que indiquem a proibição de utilização dos mesmos em caso de incêndio; Os meios de primeira intervenção na protecção contra incêndios devem estar devidamente sinalizados. Sinalização em parques de estacionamento cobertos O DL n.º 66/95, de 8 de Abril, estabelece as normas de segurança contra risco de incêndio a aplicar em parques de estacionamento cobertos que ocupam a totalidade do edifício e em parques de estacionamento que ocupam apenas uma parte de um edifício, sendo a parte restante tem ocupação diferente, nomeadamente, habitações. Devem estar sinalizados No interior do parque para conhecimento dos utentes, plantas do imóvel, instruções de segurança, procedimentos e proibições, afixados em local bem visível, instruções essas relativas à conduta a seguir pelo pessoal e pelo público em caso de sinistro; Nos caminhos de evacuação, dentro de cada piso e entre cada piso e o exterior do parque, o sentido da saída para o exterior, com os sinais apropriados, criteriosamente distribuídos ao longo do percurso; Junto das portas de patamar dos ascensores e dos monta-cargas devem ser afixados indicativos de segurança com recomendações para a utilização das escadas como meio de evacuação em caso de incêndio; Meios de intervenção disponíveis para combate a incêndio. «Sem saída» As portas de saída dos pisos ou dos sectores resultantes da compartimentação dos pisos que não façam parte de caminhos de evacuação do parque devem estar sinalizados com a indicação sem saída. Armaduras de iluminação devem ser equipadas com suportes translúcidos de sinalização Podem ser aplicados sinais sobre as próprias armaduras de iluminação, de tal forma que facilite a identificação e chame a atenção do utilizador do parque.

Sinalização em edifícios de habitação O DL n.º 64/90, de 21 de Fevereiro, estabelece as normas de segurança contra risco de incêndio a aplicar em edifícios destinados a habitação com vista a limitar o risco de ocorrência e de desenvolvimento de incêndio, a facilitar a evacuação dos ocupantes e a favorecer a intervenção dos bombeiros. Devem estar sinalizados Os caminhos de evacuação devem dispor de sinais destinados a facilitar a sua utilização em situações de emergência. Devem conter indicativos de informação, tais como o número de piso, o sentido da saída e a recomendação de não serem utilizados os elevadores, mas sim as escadas, em situações de emergência; Os meios de alerta e alarme, bem como os meios de extinção disponíveis no edifício, com a informação sobre a sua natureza e o modo de utilização. Armaduras de iluminação equipadas com suportes translúcidos de sinalização Podem ser aplicados sinais sobre as próprias armaduras de iluminação (por exemplo: luz de emergência), de tal forma que facilite a identificação e chame a atenção do utilizador.

Capítulo 3 Legislação Aplicável S em prejuízo de outros diplomas complementares, a sinalização de segurança e de saúde encontra-se legislada e regulamentada pelo DL n.º 141/95, de 14 de Junho, e pela Portaria n.º 1456-A/95, de 11 de Dezembro. Fiscalização Compete ao Instituto para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, ou outro organismo congénere a fiscalização do cumprimento das disposições de segurança do trabalho, sem prejuízo da competência fiscalizadora atribuída ao Serviço Nacional de Bombeiros e outras entidades. Contra-ordenações A violação das normas de sinalização é considerada muito grave quando esteja em causa a ausência ou insuficiência de sinalização, em: Armazéns de produtos perigosos; Recipientes ou tubagens que contenham ou transportem substâncias ou produtos perigosos; Meios de combate a incêndios em locais de trabalho onde se manipulem ou armazenem produtos inflamáveis ou explosivos.

Anexos

Anexo I Sinais de Proibição

Sinais de Aviso

Sinais de Obrigação

Sinais de Salvamento ou de Emergência

Sinais Informativos de Prevenção e Combate a Incêndios

Sinais Gestuais

Anexo II Sinalização de Recipientes e Tubagens para Identificação de Fluidos Este manual tem por objectivo, facultar ao formando exemplos práticos, para identificação de substâncias contidas em recipientes e fluidos transportados por tubos mediante o uso de códigos de cor ou rótulos que informam o tipo de substâncias, os fluidos ou as preparações, seu estado e suas especificações mais importantes, referentes à segurança e saúde no trabalho, incluindo a sinalização de perigo sobretudo choques e golpes com recipientes ou tubos. As substâncias são quase sempre transportadas em recipientes ou tubagens, que devem exibir sempre a rotulagem sob a forma de pictograma sobre fundo colorido. Quando se fala de rotulagem de recipientes que contenham substâncias ou preparados perigosos refere-se a recipientes utilizados no trabalho, no armazenamento e a tubagens que contenham ou transportem essas substâncias ou preparados. Na rotulagem existe uma alternativa ao pictograma ou símbolo sobre fundo colorido que são as placas de aviso, anteriormente referidas, destinadas a substâncias tóxicas, corrosivas, nocivas ou irritantes (triângulo negro sobre fundo amarelo). Esta rotulagem pode ser complementada por informações que incluam o nome da substância ou do preparado perigoso e por indicações quanto ao risco. A Norma Portuguesa NP-182, de 1966, destina-se a fixar e definir um limitado número de cores, de grupos de fluidos e de indicações codificadas para identificação dos fluidos canalizados. A identificação das tubagens será feita por: Cores de fundo: Para as instalações em que se considera suficiente a simples identificação da natureza geral do fluido canalizado; Cores de fundo com indicações adicionais: Para as instalações onde é de grande importância a identificação, tanto quanto possível completa, da natureza e das características do fluido canalizado. Conforme a importância ou género da instalação, a cor convencional de fundo será aplicada em toda a extensão da canalização ou em anéis com comprimentos iguais a 4 vezes o diâmetro exterior da tubagem.

Quando for necessário dar a conhecer o sentido da corrente dos fluidos canalizados, este será indicado por uma seta pintada a branco ou a preto como cor de contraste da cor de fundo. Fig. 17 Quando se utilizar placas com informações adicionais, estas devem ser fixadas à tubagem. O sentido da corrente pode ser representado pela extremidade pontiaguda dessa placa. Fig. 18 A sinalização deve se colocada no lado visível do recipiente ou tubo, sob forma rígida, autocolante ou pintada (é necessário usar materiais resistentes ao choque, às intempéries e às agressões do meio ambiente) Portaria n.º 1152/97, de 12 de Novembro (Regulamento para a Classificação, Embalagem e Rotulagem das Preparações Perigosas). A rotulagem colocada em tubagens deve incidir sobre os pontos de maior perigo, tais como válvulas e pontos de união, e ser repetida as vezes que for necessária. As zonas, as salas ou os recintos utilizados para a armazenagem de quantidades significativas devem ser assinaladas por placas de aviso apropriadas, tal como atrás descrito, e preencher os requisitos de compreensão e de visibilidade. As placas devem ser colocadas junto da porta de acesso ou, se for o caso, no interior do local junto dos produtos que se pretende sinalizar. Sempre que o risco não possa ser identificado por sinal de aviso existente deve utilizar-se uma placa de "perigos vários". Para além da sinalização de segurança nas tubagens e canalizações, deve ainda afixar-se, nos extremos destas, instruções claras sobre as precauções a ter na manipulação do seu conteúdo.

Exemplos Exemplo 1 A figura mostra uma cisterna móvel utilizada como armazenamento (deposito), que na parte superior esquerda apresenta um painel de identificação da substancia perigosa e na parte superior direita os rótulos correspondente ao perigo indicado na placa de aviso. Os algarismos de identificação de perigo 3 6 8 da parte superior esquerda correspondem com os tubos de inflamação, tóxico e corrosivo, respectivamente da parte direita da cisterna, segundo a indicação no Acordo Europeu sobre Transporte Internacional de Substâncias Perigosas por estrada (ADR) Fig. 19 Exemplo 2 Uma tubagem por onde circula um fluido identificado como um gás inflamável, alcalis e corrosivo. Além disso completa-se a sinalização com a aplicação da norma DIN 2403 referente a sinalização dos tubos com um anel amarelo e outro violeta para indicar a natureza do gás e alcalis respectivamente. O sentido de circulação do fluido é indicado por setas conforme a figura. Fig. 20 Exemplo 3 Considera-se o caso da figura, em que se pode observar um conjunto de tubos onde circulam fluidos com características diferentes na qual se pode optar pela aplicação da norma UNE 1063 segundo a qual se pode pintar completamente de cor amarela os tubos que conduzem gás natural, de cor azul os que conduzem ar e de verde os que conduzem água desmineralizada. 32 Fig. 21 Para a identificação de cada um dos fluidos deve-se colocar rótulos com o número correspondente e dos três fluidos apenas o gás natural é uma substância perigosa e deve-se optar por fixar ou pintar o tubo correspondente pelo sinal de perigo de substância inflamável.

Losango de Perigo O código do losango de perigo, formalmente chamado de código NFPA (National Fire Protection Association), sinaliza os riscos através de um conjunto de cores e números. Parte H (Azul) Risco para a saúde (Health) Parte F (Vermelho) Perigo de incêndio (Fire) Parte R (Amarelo) Perigo de reactividade (Reaction) Parte vazia (Branco) Eventuais riscos específicos (informação especial) Fig. 22 O risco de exposição ao perigo é definido através de um intervalo de números que vai de 0 a 4. Quanto maior for o número assinalado nas partes H, F e R maior será o perigo. Perigo de Incêndio (F) 4. Extremamente Inflamável 3. Facilmente Inflamável 2. Inflamável se exposto ao calor 1. Inflamável se aquecido 0. Não Inflamável Reactividade (R) 4. Grave perigo de deflagração e descargas ou reacções explosivas a temperaturas atmosféricas normais. Criar uma zona de segurança. Evacuar imediatamente as áreas ameaçadas em caso de incêndio. 3. Perigo de deflagração e descargas ou reacções explosivas por efeito de uma fonte de ignição devido a aquecimento ou contacto com água. Criar uma zona de segurança. Apagar as chamas mantendo-se distante do fogo. 2. Perigo de violentas reacções químicas a temperaturas e pressões elevadas, ou após contacto com a água. Apagar o fogo mantendo-se sempre distante do mesmo. 1. Torna-se inalável após aquecimento ou pode reagir se estiver em contacto com a água.

0. Estável em presença de condições normais, até em caso de incêndio. Risco Relativo à Saúde (H) 4. Extremamente perigoso! Evitar qualquer tipo de contacto com vapores ou líquidos sem que tenham sido tomadas medidas de protecção adequadas. 3. Perigo grave! Não entrar em zonas de risco sem ter colocado as protecções integrais para o corpo e para as vias respiratórias. 2. Perigo! Não parar em zonas de risco sem respiradores ou roupas de protecção. 1. Perigo reduzido! Aconselha-se o uso de respiradores. 0. Não perigoso. Exemplo: Fig. 23 Incumprimento da Legislação em Vigor Decreto-Lei n.º 141/95 estabelece as contra-ordenações aplicáveis neste domínio. A violação das normas de sinalização constitui contra-ordenação muito grave desde que se verifique a ausência ou insuficiência de sinalização em: Armazéns de produtos perigosos; Recipientes ou tubagens que contenham ou transportem substâncias ou produtos perigosos; Meios de combate a incêndios em locais de trabalho onde se manipulem ou armazenem produtos inflamáveis ou explosivos.

Por outro lado, constitui contra-ordenação grave: O incumprimento da obrigação de garantir a presença de sinalização de segurança e de saúde no trabalho adequada e de acordo com as disposições legais e consideração da avaliação de riscos; A ineficiência da sinalização; A falta de informação, formação e participação dos trabalhadores; A inexistência ou insuficiência de sinalização de segurança e de saúde no trabalho (que a existir possibilitaria a prevenção e promoção de comportamentos positivos); A inexistência ou deficiência de medidas complementares ou de substituição que visem auxiliar os trabalhadores diminuídos nas suas capacidades auditivas ou visuais.

Anexo III Exemplos de Sinalização e Delimitação de Trabalhos Frequentes na Via Pública Sinalização de abertura de uma vala com ocupação total do passeio em localidade Caso esteja dificultado o espaço livre de circulação de peões, deve ser definido um caminho alternativo, segundo as normas de segurança, denominado pista obrigatória para peões. Esta deve ser delimitada de ambos os lados e devidamente sinalizada, com o respectivo sinal de obrigação. Caso o local de trabalho se situe entre duas passadeiras, é aconselhável proceder à colocação, antes e depois da vala, de painéis com a indicação peões circulem pelo lado oposto". Caso a zona de obra ocupe parte da via, deve ser colocado o sinal obrigação contornar placa ou obstáculo. Exemplo correcto: Fig. 24 Sinalização de abertura de uma vala, ocupando parcialmente o passeio Para sinalizar o perigo inerente à zona de obra deve proceder-se à colocação de uma rede, fita ou corrente delimitadora, fixada em apoios adequados a pelo menos um metro da vala ou uma barreira extensível circundando toda a abertura ou guarda corpos. A opção deve ter em conta a profundidade da vala, devendo ser seleccionada a barreira se aquela profundidade constituir risco de queda grave. Para qualquer das alternativas, deve ficar, no mínimo, 0,65m de espaço livre para o trânsito de peões. Exemplo correcto: Fig. 25

Sinalização de vala provocando o deslocamento do eixo da via numa localidade Sempre que o espaço livre, entre a vala e o passeio oposto, for superior ou igual a 5,80 m, é necessário proceder à deslocação temporária do eixo da via, devendo proceder-se do seguinte modo: No sentido do trânsito deve colocar-se o sinal de trabalho na via", no mínimo a 30 m da zona de obra; Delimitar a frente e lados da vala com baias de protecção; Sinalizar a vala utilizando os sinais de obrigação contornar a placa ou obstáculo, colocados obliquamente; Ao longo de todo o comprimento da vala, do lado do passeio, deve colocar-se rede, fita ou corrente delimitadora. Caso seja necessário retirar materiais da escavação, estes devem ser depositados a uma distância superior a 60 cm da crista da vala se o passeio apresentar uma largura razoável. Se este for estreito, a distância poderá ser reduzida a um mínimo de 30 cm. Em intervalos de 3 m devem ser colocados cones definindo o novo eixo da via. Exemplo correcto: Fig. 26 Sinalização de vala obrigando ao deslocamento do eixo da via, fora de localidade Tal como no exemplo anterior, se esta deslocação do eixo da via for igual ou superior a 5,80 m deve proceder-se do seguinte modo: Dado que a obra é fora das localidades, deve colocar-se a montante e a jusante da zona de obra (vala) o sinal "trabalhos na via" (a 150 m). O sinal a jusante deve ser colocado no lado oposto da faixa de rodagem obstruída, na berma.

Em alinhamento oblíquo, em intervalos de alguns metros, devem colocar-se sinais de obrigação de contornar a placa ou obstáculo". Deve-se, após o sinal "trabalhos na via", colocar sinais de limitação de velocidade degressiva apropriados às características da via. Deve, igualmente, delimitar-se de forma contínua a frente e lado da vala com baias. Os materiais provenientes da escavação devem ser colocados no lado do campo, a pelos menos 60 cm da crista da vala. A definição do novo eixo da via, deve sinaliza-se com cones colocados em intervalos com cerca de 3 m. Exemplo correcto: Fig. 27 Sinalização da existência de uma vala na berma de uma estrada Tal como a imagem ilustra, se a abertura da vala não ocupa a via de rodagem é dispensada a colocação de sinais de trânsito. No entanto, se a faixa de rodagem for ocupada pelas protecções da vala, deve sinalizar-se a zona com o sinal de indicação de "trabalhos na via", apenas no sentido do trânsito, logo seguido do sinal de "obrigação de contornar placa ou obstáculo", colocando, paralelamente à berma da estrada, cones espaçados entre si de 70 a 100cm. Exemplo correcto: Fig. 28

Sinalização da abertura de uma vala, fora das localidades e na faixa de rodagem Perante este caso, deve-se proceder do seguinte modo: Tal como no exemplo de deslocação do eixo da via fora das localidades, também neste caso, deve colocar-se a montante e a jusante da zona de obra (vala) o sinal "trabalhos na via" (a 150 m). O sinal a jusante deve ser colocado no lado oposto da faixa de rodagem obstruída, na berma. Com intervalos de alguns metros, alinhando obliquamente, devem colocar-se sinais de obrigação de contornar a placa ou obstáculo". Deve-se, após o sinal "trabalhos na via", colocar sinais de limitação de velocidade degressiva apropriados às características da via. Deve delimitar-se, de forma contínua, a frente e o lado da vala com baias. Os materiais provenientes da escavação devem ser colocados, no lado do campo, a pelo menos 60 cm da crista da vala. Exemplo correcto de limitação da vala com baias: Fig. 29 Sinalização da existência de uma vala, dentro de uma localidade, ocupando a faixa de rodagem Nunca esquecendo que o espaço útil para a circulação rodoviária não deverá ser inferior a 5,80m, deve-se: Sinalizar, no sentido do trânsito, o espaço com o sinal trabalhos na via"; Sinalizar a vala com sinais de obrigação de contornar a placa ou obstáculo colocados em alinhamento contínuo; Delimitar toda a frente e lado da vala com baias, e do lado do passeio colocar uma rede, fita ou corrente delimitadora;

Tal como nos restantes casos, todos os materiais retirados da escavação devem ser depositados a 60 cm da crista da vala. Exemplo correcto de sinalização da vala no sentido do transito: Fig. 30 Sinalização de trabalhos nas proximidades de curvas ou lombas Todos os trabalhos executados na proximidade de curvas ou lombas constituem perigo iminente e grave, tanto para os trabalhadores como para os próprios utentes da via. Neste caso, a sinalização tem um papel fundamental. No entanto, antes de esta ser escolhida e colocada, deve-se analisar o tipo de via e as suas características associadas. Será de considerar a oportunidade de uma repetição da sinalização de aproximação (avançada e/ou intermédia) na faixa de rodagem oposta à da vala, especialmente quando a visibilidade é reduzida, sendo necessário a colocação de dispositivos luminosos. Exemplo correcto de sinalização da vala com sinais de contornar a placa: Fig. 31 Sinalização em meio urbano, redução de via para menos de 5,80 m, dado a vala localizar-se na estrada Nos exemplos anteriores abordaram-se as regras a aplicar quando a redução da via é superior a 5,80 m. Todavia, se o espaço útil para a circulação rodoviária for inferior a 5,80 m, mas igual ou superior a 2,90 m, outras regras deverão ser levadas em consideração.

Se a faixa de rodagem for inferior a 5,80 m, mas superior ou igual a 2,90 m, a circulação nos dois sentidos pode fazer-se altemadamente. Se a mesma tiver uma largura menor a 2,30 m, deve interromper-se o trânsito I e estabelecer um caminho alternativo (desvio). Tome-se, como exemplo, o caso de a largura da faixa de rodagem situar-se entre 2,90 m e 5,80 m, como se ilustra na figura. Deve-se: Sinalizar o espaço com o sinal "trabalhos na via", no sentido do trânsito; Colocar o sinal "dar prioridade nas passagens estreitas" no sentido onde se encontra o obstáculo e no sentido oposto colocar o sinal prioridade nas passagens estreitas"; Sinalizar o obstáculo com os sinais de "obrigação de contornar placas e obstáculos", dispostos obliquamente; Delimitar toda a frente e lado da vala com baias, e do lado do passeio colocar uma rede, fita ou corrente delimitadora; Também os materiais retirados devem ser depositados a mais de 60cm da crista da vala. Exemplo correcto: Fig. 32 Sinalização da redução de via para menos de 5,80 m devido a vala na estrada, fora de localidades Se com a vala e as protecções o espaço útil para a circulação rodoviária fica inferior a 5,80 m, mas superior ou igual a 2,90 m, a circulação pode fazer-se num único sentido alternadamente. Caso a largura da faixa de rodagem seja inferior a 2,30m, o trânsito deve ser automaticamente interrompido e definido um novo itinerário.

No lado dos trabalhos deve agir-se do seguinte modo: Colocar o sinal ''trabalhos na via"; Definir e colocar, a seguir ao sinal "trabalhos na via", sinais de limitação de velocidade degressiva, adequados às características da via; Colocar o sinal "dar prioridade nas passagens estreitas"; Sinalizar a vala com sinais de "obrigação de contornar placas ou obstáculo", dispostos obliquamente; Delimitar toda a frente e lado da vala com baias; A 60 m da crista da vala depositar os materiais que foram retirados da mesma. No lado oposto dos trabalhos, para além do sinal trabalhos na via" deve-se colocar o sinal prioridade nas passagens estreitas", a seguir ao anterior. Nas vias com maior fluxo de trânsito poderá ser necessário colocar semáforos e um sinal de pré-aviso de semáforos (a 150 m). Exemplo correcto: Fig. 33 Sinalização de trabalhos de curta duração com paragem de veículos junto dos mesmos Para trabalhos que exijam paragem (de curta duração) de veículos junto dos mesmos, estes devem estar devidamente sinalizados, tal como deve haver a presença de um operador equipado, colocado antes do veículo e a uma distância suficiente, com uma bandeira vermelha. A movimentação de veículos nos locais de trabalho pode provocar acidentes se não forem tomadas precauções. Assim, deve-se utilizar sempre os sinais acústicos ou luminosos instalados nos veículos e cumpra a sinalização e regras de trânsito estabelecidas.