Potencial Alergenicidade dos Alimentos Geneticamente Modificados

Documentos relacionados
Biossegurança dos Alimentos Geneticamente Modificados. Rita Batista Março de 2012

Biossegurança dos Alimentos Geneticamente Modificados. Rita Batista Novembro de 2011

Alimentos Geneticamente Modificados

Manejo de cultivos transgênicos

PLANTAS TRANSGÊNICAS

Biotecnologia no Melhoramento de Plantas PLANTAS TRANSGÊNICAS. João Carlos Bespalhok Filho

Experimentar o cultivo moderno de plantas

BIOTECNOLOGIA NA AGRICULTURA BRASILEIRA

INTRODUÇÃO À GENÉTICA MOLECULAR. Aula 1. LGN0232 Genética Molecular. Maria Carolina Quecine Departamento de Genética

PLANTAS TRANSGÊNICAS

Genética. Aula 02 Profº Ricardo Dalla Zanna

1. O QUE É A ENGENHARIA GENÉTICA?

ALERGIA x INTOLERÂNCIA. Mariele Morandin Lopes Ana Paula Moschione Castro

Como detectar OGMs? Critérios para métodos para detectar OGMs. Como detectar OGMs? Bioensaios. Western blot 5/10/2011

TRÂNSGENICAS 4. VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS PLANTAS TRANSGÊNICAS 5. PLANTAS TRANSGÊNICAS: IMPACTO NA SAÚDE E MEIO

CULTIVO DE OGM EM PORTUGAL: SITUAÇÃO ACTUAL E PERSPECTIVAS A PERSPECTIVA DA INDUSTRIA DE OBTENÇÃO E COMÉRCIO DE SEMENTES

BIOTECNOLOGIA Parte I PROF: NICK BUCK

Não existe uma única resposta!!

Uso de Plantas Transgênicas no Melhoramento de Plantas

Papel timbrado MANIFESTAÇÃO. (Anexo V - RESOLUÇÃO Nº 16, DE 12 DE MARÇO DE 2010.)

Especificação Técnica Fecomix 425 Integral Farinha de Milho Inteiro

Transgênicos x HLB: existe a bala de prata?

DETECÇÃO DE EVENTOS TRASNGÊNICOS EM AMOSTRAS DE MILHO (ZeaMays) PELA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE EM TEMPO REAL

Página 1 de 6. d) B Rh+ e) O Rh+ f) B Rh-

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

UFRGS UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Impacto da regulamentação da Biotecnologia na pesquisa, desenvolvimento e comercialização de produtos no Brasil

DETECÇÃO DE EVENTOS TRASNGÊNICOS EM AMOSTRAS DE MILHO (ZeaMays) PELA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE EM TEMPO REAL

Sensibilidade do Teste de Tiras na Detecção dos Eventos de Milho Transgênico Bt11 e MON810

Especificação Técnica Sabmix Sabugo Moído

O que são plantas transgênicas. X Olimpíada Regional de Ciências CDCC - USP. Profa. Ana Paula Ulian de Araújo IFSC

A IMPORTÂNCIA DA BIOSSEGURANÇA ALIMENTAR NO DESENVOLVIMENTO DOS TRANSGÊNICOS

ÉTICA DA BIOTECNOLOGIA - CONTINUAÇÃO

Carta Aberta. Estimada professora do meu filho:

Milho Doce SV0006SN Seminis. Milho Doce SV9298SN Seminis. Biotecnologia e qualidade que unem o campo, indústria e mercado.

Ano de Eventos Organismo Doador Característica Proteína Requerente único. Resistência a insetos. Delftia acidovorans/zea mays/streptomyces

TRABALHO DE GENÉTICA MOLECULAR (LGN0232) ANÁLISES DE PARECERES DA CNTBIO

Mutação Genética Mutanét Geneção Munetic Getação Munetic Getation Genetic Mutation

INOVAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS E MELHORAMENTO GENÉTICO DO ALGODOEIRO

Mesa Redonda- Sala 4 BIOTECNOLOGIAS NO ALGODOEIRO: EFICIÊNCIA, CUSTOS, PROBLEMAS E PERSPECTIVAS

KAREN FRIEDRICH ABRASCO FIOCRUZ UNIRIO

Organismos geneticamente modificados em alimentos: conseguimos detectá-los? URI:

Manejo do milho Bt manejo integrado de pragas. Fernando Hercos Valicente Embrapa Milho e Sorgo

DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO MILHO TRANSGÊNICO

Alergia à proteína do leite de vaca (APLV)

Os desafios do milho transgênico. Bernardo Tisot Agronomo de Campo -RS

BIOSSEGURANÇA NA AVALIAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS DOS TRANSGÊNICOS

PROJETO DE LEI N.º 784/XII/4.ª PROÍBE O CULTIVO, IMPORTAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS VEGETAIS

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Alimentos transgênicos. Aluna: Maria Eugênia Araújo

Lawson-Ferreira R 1, Sarmento SK 1, Trotta RBF 1, Cardarelli-Leite P 1, Branquinho MR 1

Desvendando os Rótulos de Alimentos

L 55/68 Jornal Oficial da União Europeia

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS FUNDAÇÃO CECIERJ / CONSÓRCIO CEDERJ PROFESSOR/CURSISTA: MARIA DE LOURDES N

Impacto das plantas geneticamente modificadas no manejo fitossanitário

AF060 Biotecnologia Agrícola. Doutorando Tales Romano Orientador: Dr. João Carlos Bespalhok Filho Pós-graduação em Agronomia - Produção Vegetal

Semente é tecnologia. Associação Brasileira de Sementes e Mudas

Ano de Eventos Organismo Doador Característica Proteína Requerente único

Universidade Federal do Espírito Santo Centro de Ciências Agrárias Departamento de Biologia. Disciplina de Biotecnologia e Biossegurança

RESOLUÇÃO N 26, DE 02 DE JULHO DE 2015

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

A BIOTECNOLOGIA APLICADA À AGRICULTURA E FLORESTAS. Célia Miguel Nelson Saibo

INFORMATIVO SOBRE TECNOLOGIAS DE RESISTÊNCIA A INSETOS SEMEANDO O FUTURO

PRODUÇÃO CONSTANTE DE ALIMENTOS X IMPACTO SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE

SGS MOLECULAR L0507 LISTA DE ENSAIOS ACREDITADOS

FORMAÇÃO AVANÇADA EM ALERGOLOGIA PEDIÁTRICA PROGRAMA

TIRE DÚVIDAS SOBRE COMO OS ALIMENTOS SÃO CULTIVADOS E PRODUZIDOS

Provas. Diagnóstico. em Alergia

Sergio Ricardo Queiroz Barbosa

Refúgio e Utilização de Cultivos Bt: Princípios, Fatos e Desafios

Informação sobre ingredientes. que provoquem alergias ou intolerâncias

OS TRANSGÊNICOS E OS IMPACTOS AMBIENTAIS

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA 4ª CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO Meio Ambiente e Patrimônio Cultural

Jornal Oficial da União Europeia L 201/41

PARECER Nº, DE Relator: Senador DALIRIO BEBER I RELATÓRIO

_O stress ambiental pode provocar mais alterações nas plantas do que a engenharia genética

1ª Milha CORRE LOUREDO 10 de Junho de 2014 A. SOCIAL E CULTURAL DE LOUREDO

Os Organismos Geneticamente Modificados e a Lei de Biossegurança. Ricardo Oliveira

Variedades transgénicas: para uma agricultura mais produtiva e sustentável

L 55/78 Jornal Oficial da União Europeia

Organismos Geneticamente Modificados

FORMAÇÃO AVANÇADA EM ALERGOLOGIA PEDIÁTRICA PROGRAMA. Módulo 1 Conceitos Gerais de Imunologia e Doença Alérgica

A biotecnologia é um processo tecnológico que permite a utilização de material biológico.

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

OS TRANSGÊNICOS E OS IMPACTOS À MICROBIOTA DO SOLO

PROJETO DE LEI N.º 69/XIII/1.ª PROÍBE O CULTIVO, IMPORTAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS VEGETAIS

Manipulação Genética

APLV - O que é a Alergia à Proteína do Leite de Vaca: características, sinais e sintomas. Dra. Juliana Praça Valente Gastropediatra

1. Questionário AP Tox - Temas Emergentes em Saúde Ambiental em Port...

FORMAÇÃO AVANÇADA EM ALERGOLOGIA PEDIÁTRICA PROGRAMA. Módulo 1 Conceitos Gerais de Imunologia e Doença Alérgica

- CIRCULAR - N. Refª: 03/2015 Data: 25/02/15. ASSUNTO: Lei da Informação Alimentar (Alergénios) Caros Associados,

Organismos Geneticamente Modificados

ANEXO I COMUNICADO HERMES PARDINI

Alimentos com alegação de propriedades funcionais aprovados pela legislação brasileira

Ana Coutinho Ana Sousa Miguel Costa Pedro Cordeiro Tiago Ferreira Tierri Oliveira. Objectivos. Produção de Biopesticidas 2/22

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Tire dúvidas sobre como os alimentos são cultivados e produzidos

SITUAÇÃO DA PRODUÇÃO DE SEMENTES NO BRASIL

Transcrição:

Potencial Alergenicidade dos Alimentos Geneticamente Modificados Rita Batista FCG, Abril 2009

Um pouco de história 12000 AC - 4000 AC - Surge a agricultura Século XVII - Reprodução sexual em plantas Século XVIII Revolução industrial 1866 - Mendel padrões de hereditariedade 1927 - Radiação X capacidade de induzir mutações 1953 - Estrutura em dupla hélice do DNA. 1973 1ª molécula DNA recombinante 1994 - Aprovado 1º alimento GM - tomate FlavrSavr 1996 - Comercializado 1º alimento GM na UE

O que é um Organismo Geneticamente Modificado (OGM)? É um organismo no qual foi introduzido, com recurso à engenharia genética, um ou vários genes (transgenes) que podem provir de qualquer outro organismo. Ex: Gene Cry de Bacillus thuringiensis confere resistência a insectos (milho e algodão) Não há necessidade de compatibilidade sexual É quebrada a barreira de espécie

Como se obtém um alimento GM ou transgénico?

O que há no mercado Europeu? 5 plantas aprovadas para consumo humano: Soja (bebidas, tofu, óleo, farinha, lecitina,etc ) Milho (óleo, farinha, xaropes, milho doce, flocos, etc ) Colza (óleo) Algodão (óleo) Beterraba (açúcar) 2 tipos de características: Tolerância a herbicida (genes CP4EPSPS e PAT) Resistência a insectos (genes Cry)

Objectivos do trabalho Preocupação importante na avaliação segurança OGM Potencial alergenicidade dos produtos resultantes 1º Estudo Avaliar potencial alérgico de 5 produtos GM (em comercialização na UE), em populações humanas sensíveis. 2º Estudo Caracterizar o proteoma da soja (em especial as proteínas de ligação a IgE) Comparar a resposta alérgica de indivíduos alérgicos à soja contra os extractos de soja GM versus não-gm

Alergias: Resposta IgE Alergia Resposta imunológica anormal ( normalmente IgE ) Resposta IgE 10-25% Resposta IgE (prot. alimentares) 1-2% população 5-8% pop. Infantil 8 grupos alimentares + 90% reacções alérgicas Sensibilização leite de vaca, ovos, peixe, crustáceos (lagosta, camarões, caranguejo), amendoins, soja, frutos secos (amêndoas, avelãs, etc.), e trigo

Alergias: Resposta IgE Alergia Resposta imunológica anormal ( normalmente IgE ) Resposta Alérgica requer segundo contacto Sensibilização Reacção alérgica

Estratégia (1º estudo) 1- Extractos proteicos de farinhas de milhos e soja transgénicos e controlos não GM (Laboratórios Leti- Madrid) 2- Ensaios cutâneos pelo método de prick com os extractos proteicos Indivíduos alérgicos a alimentos (27 indivíduos) Indivíduos asmáticos (50 indivíduos) 3- Ensaios de Western com soros humanos avaliar na reacção das IgE - extractos dos milhos e soja transgénicos vs controlos não GM (57 indivíduos com alergia alimentar)

Materiais testados (1 o estudo) Espécie Evento Características Companhia Bt11 Resistência insectos (CryIA(b)) 2% GM Tolerância fosfinotricina (PAT) Syngenta Bt176 Resistência insectos (CryIA(b)) Milho 100% GM T25 100% GM Tolerância fosfinotricina (PAT) Tolerância fosfinotricina (PAT) Bayer Crop Sciences MON810 Resistência insectos (CryIA(b)) 100% GM Monsanto Soja Roundup Ready Resistência glifosato (CP4EPSPS) 5% GM

Resultados - Inquérito alimentar (1º estudo) n Número médio de produtos consumidos contendo milho ou soja, CI 95% Probabilidade de consumo de produtos com proteínas transgénicas, CI 95% Total 106 39.3 (± 4,1) 0,999902 (± 0,000125) Sexo Masc. 48 34.8 (± 5,6) 0,999719 (± 0,000490) Fem. 58 43.0 (± 5,6) 0,999959 (± 0,000080) Grupo etário <5 20 29.5 (± 6,9) 0,999024 (± 0,002370) 5-10 56 41.1 (± 5,9) 0,999936 (± 0,000120) 10-25 11 48.8 (± 13,2) 0,999990 (± 0,000120) 25 19 38.9 (± 11,4) 0,999893 (± 0,000775) Nº de indivíduos inquiridos: 106 Nº de produtos constantes no inquérito: 205

Resultados Western (1º estudo) Indivíduo 1 Alergia a: Polvo Detecção presença de IgE específica no soro humano Indivíduo 2 Alergia a: Amendoim Soja Milho...

Resultados gerais e conclusões (1º estudo) Proteína transgénica Testes prick Nº indivíduos % positivos Nº indivíduos Western % positivos PAT 77 0 nd nd CRY1A(b) 77 0 57 0 CP4EPSPS 27 0 57 0 Quase 100% da população portuguesa já consumiu produtos com soja ou milho transgénicos Nenhum dos indivíduos testados apresentou reacções diferenciais contra as amostras não transgénicas vs transgénicas em estudo Os produtos testados parecem ser seguros no que respeita ao seu potencial alergénico

Estratégia (2º estudo) 1- Electroforese 2D - soja Roundup ready e controlos 2- Immunoblot com plasma de indivíduos alérgicos à soja - diferenças na ligação IgE-alergénios extractos transgénicos vs convencionais 3- Espectrometria de massa - caracterização de spots

Resultados - CP4EPSPS na soja (2º estudo) M OGM 5% Cont. 0% Controlo 0% GM Transgénica 5% GM 105kDa 75kDa 50kDa 35kDa 50kDa 35kDa 160kDa 75kDa 50kDa 35kDa 50kDa 35kDa Detecção presença CP4EPSPS nos extractos proteicos

Resultados Ligação IgE- alergénios (2º estudo) RUR 0% GM RUR 0% GM 105kDa 75 kda 50 kda 35 kda 30 kda 25 kda B A 105 kda 75 kda 50 kda 35 kda 30 kda 25 kda 15 kda 10 kda C 15 kda 10 kda RUR 5% GM RUR 5% GM 105 kda 75 kda 50 kda 35 kda 30 kda 25 kda 75 kda 50 kda 35 kda 30 kda 25 kda B A 15 kda 10 kda 15 kda 10 kda C

Resultados gerais e conclusões (2º estudo) MS de 61 spots identificados 55 Identificados dois novos potenciais alergénios Spots 5 e 9- proteína LEA Spot 41- inibidor da proteinase da cisteína Alergénios endógenos da soja Roundup Ready não alterados pela modificação genética

Divulgação científica Artigos científicos publicados em revistas com peritagem científica Batista R, Nunes B, Carmo M, Cardoso C, José HS, Almeida AB, Manique A, Bento L, Ricardo CP, Oliveira MM. Lack of Detectable Allergenicity of Transgenic Maize and Soya Samples. JACI 2005; 116: 403-410 Batista R, Martins I, Jenö P, Ricardo CP, Oliveira MM- A proteomic study to identify soya allergens- The human response to transgenic versus nontransgenic soya samples, Int Arch Allergy Immunol 2007; 144: 29-38 Comunicações orais 2008 COST FA 0603, plant proteomics in Europe (EUPP) II WG 2 meeting (Espanha, Córdoba, Campus de Rabanales, Universidade de Córdoba, 6-8 Fevereiro) Identification of allergenic proteins in foods (transgenic vs non-transgenic) by means of proteomics Bt Maize symposium (Bélgica, La Hulpe, 17-20 Março): Bt proteins and crops- searching for putative allergenicity and unexpected modifications Posters, aulas em faculdades e meios de comunicação social (Agências Reuters e Lusa)

Repercussões científicas Ideias para novos trabalhos Comparar alterações no transcritoma do arroz por mutagénese vs. engenharia genética Batista R, Saibo N, Lourenço T, Oliveira MM. Microarrays analyses reveal that plant mutagenesis may induce more transcriptomic changes than transgenic insertion. PNAS 2008; 105: 3640-3645 Convite para apresentação de artigo de revisão Batista R, Oliveira MM. Facts and fiction of genetically engineered food. Trends in Biotechnology, in press, DOI: 0.1016/j.tibtech.2009.01.005.

ITQB/IBET INSA IGC Imperial College M. Oliveira C. Pinto Ricardo Isabel Martins João Lavinha M. A. Calhau Jörg D. Becker Biozentrum Jaime Mota Laboratorios Leti Enrique Fernandez Nelson Saibo T. Lourenço F. Spínola B. Nunes Clara Vargas Luísa Rodrigues Manuela Carmo B. Cabete Paul Jëno Monsanto Richard Goodman DGPC António Rego H. Raquel S. Negrão M. O. Krause M. Santos M. Martins Outros Jorge Cordeiro Jayamani Sara Silva, Cátia Pesquita, Cátia Peres, Lénia Inglês, Carla Pinheiro, Phil Jackson RWTH Aachen University Institute for Molecular Biotechnology Eva Stoger Hospital de Santa Maria António Bugalho de Almeida Alda Manique Leonor Bento Fundação Calouste Gulbenkian Syngenta Manuela Cordeiro Clínica Joaquim Chaves Carlos Cardoso Helena São José