Lição 02 JOSÉ DO EGITO Superando as adversidades para se tornar um vencedor Uma vida cristã vitoriosa não é uma qualidade superior de cristianismo reservada para a elite dos eleitos. É a vida cristã normal para todos os cristãos. (Ronald Dunn) Texto Básico: Gênesis 50.22-26 José do Egito é um dos personagens mais conhecidos e mais inspiradores revelados na Bíblia. Sua história nos empolga devido às várias tramas que poderiam inspirar um bom filme ou até mesmo uma boa novela. Nos capítulos 12 a 50 do livro de Gênesis nos deparamos com situações que envolveram promessas, traições, sonhos, determinação, perdão, integridade, fé, etc. José foi um vencedor porque soube romper com os sentimentos que poderiam roubar a sua alegria e consequentemente levá-lo à amargura e à destruição. Segundo 1 Caio Fábio José tinha a vocação para transformar tragédias em bênçãos. Nesta lição estudaremos um pouco da vida deste íntegro servo de Deus em busca dos segredos que poderão nos conduzir às grandes vitórias e a uma vida de profundo significado. QUEM FOI JOSÉ DO EGITO Relações familiares: Bisneto de Abraão e Sara; neto de Isaque e Rebeca por parte do pai, e de Labão por parte da mãe; filho de Jacó e Raquel e sobrinho de Esaú. Ele tinha 10 irmãos mais velhos do que ele e um mais novo, Benjamim (Gn 35.23-26): Os filhos de Leia (6) Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulon; Os filhos de Bila (2) Dã e Naftali; Os filhos de Zilpa (2) Gade e Asser; O filho de Raquel (1) Benjamim. José casou-se com Azenate (41.50), que gerou dois filhos: Manassés e Efraim. 1 Fabio Caio - 70 Esboços de A a Z Vinde Rio de Janeiro 1997.
Resumo histórico: José (Multiplicador; Ele [Jeová] acrescenta) nasceu em Padã-Arã, era muito amado por seu pai, Jacó. Aos 17 anos foi vendido por seus irmãos por cinco ciclos de prata, quantia suficiente para pagar 2 anos e meio de trabalho (37.28). Ele foi levado para o Egito por negociadores de escravos ismaelitas que o venderam a um oficial do Faraó, chamado Potifar. José agradou tanto ao seu patrão que tudo na casa lhe foi confiado. José era formoso de porte e semblante (39.6); a mulher de Potifar desejou deitar-se com ele. José recusou o convite (39.9). Foi caluniado e mandado para a prisão onde ganhou a simpatia do carcereiro. Na prisão ele interpretou o sonho do copeiro e do padeiro do rei, que eram os seus companheiros de cela (40.8). Após cerca de dois anos, foi chamado para interpretar o sonho de Faraó. A partir dali, tudo mudaria em sua vida. O adolescente que aos 17 anos foi impedido de voltar para casa, conviveu durante 13 anos com a dor da traição. Superou tudo para transformar-se num homem vitorioso. Aos 30 anos foi convidado para ser o governador do Egito. Ao assumir este importante posto, foi usado por Deus para salvar a vida de muitos (50.20). Ele perdoou aos seus irmãos, reencontrou o seu amado pai e entrou para a história como um grande vencedor, digno de ter o seu nome na galeria dos heróis da fé (Hb 11.22). José morreu com cento e dez anos de idade. Pouco tempo antes de sua morte revelou sua fé nas promessas de Deus ao pedir aos israelitas que levassem seus ossos quando saíssem do Egito (Gn. 50.22-25). Moisés cumpriu a promessa (Êx 13.17). Como José conseguiu superar tamanhas adversidades? O que podemos aprender por meio de sua vida? Há esperança para aqueles que assim como José estão sofrendo a dor da traição, da indiferença, do desprezo, ou da injustiça? 1. JOSÉ CONVIVEU COM A INDIFERÊNÇA SEM PERDER A FÉ Ninguém acreditava nele (37.5-10). Seu pai, seus irmãos duvidavam de tudo o que Deus vinha lhe falando. Mas o Senhor era com José (39.2,21). No fundo ele sabia que Deus dirigia seus passos. Muitas vezes temos que conviver com a indiferença. Pessoas que não compartilham dos sonhos que Deus tem colocado em nossos corações. O vencedor será aquele que diligentemente viver nutrindo sua fé em Deus. A
verdadeira fé está morta para a dúvida, surda para o desânimo, cega para as impossibilidades. Agostinho afirmou: 2 Fé é acreditar naquilo que não vemos, e a recompensa da fé é ver aquilo em que acreditamos. Os sonhos de José se cumpriram porque era a vontade de Deus. 2. JOSÉ CONVIVEU COM A TRAIÇÃO SEM PERDER A DOÇURA Foram três situações que contribuíram para azedar o coração de José: Primeiro: O fato de ser vendido como um animal por seus próprios irmãos (37.28). Segundo: A calúnia levantada pela mulher de Potifar (39.14) e terceiro: José interpretou o sonho do copeiro, que ao ser libertado prometeu ajudá-lo a sair da prisão. Mas durante dois anos José ficou esperando preso injustamente (40.23). José conviveu com tudo isso e mesmo assim continuou sendo amável com as pessoas. Já na função de governador do Egito, ao reencontrar seus irmãos, chorou de forma tão expressiva que muitos o ouviram (45.1-3). José se revelou amável para aqueles que no passado lhe haviam feito muito mal. Ele não permitiu que as atitudes das pessoas ao seu redor mudassem o seu doce jeito de ser. Ele sabia que o único neutralizador do mal é o bem. Seu exemplo se encaixa perfeitamente nas palavras de Paulo em Romanos 12.21: Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem. Nós também precisamos superar nossa tendência natural à vingança. Para o nosso próprio bem precisamos entender que Guardar ressentimentos gera estresse, ansiedade e incontáveis sentimentos de raiva. Se não for tratado, sérias consequências emocionais e físicas serão desencadeadas... O ressentimento não pune pessoa alguma além de nós mesmos. Não podemos guardá-lo e experimentar cura ao mesmo tempo (Jeff Galiguira). 3. JOSÉ CONVIVEU COM AS ADVERSIDADES SEM PERDER A CAPACIDADE DE COMEÇAR TUDO DE NOVO Aonde ele chegava, em pouco tempo ele influenciava o ambiente. José acrescentava alegria, organização, bom serviço e espiritualidade. Até mesmo o grande Faraó conseguiu perceber o valor de José (41.40-43). Apesar de todos 2 Blanchard John, Pérolas para a vida. Vida Nova. São Paulo 1984.
os fatos ocorridos com ele, José demonstrou ser um homem feliz. Talvez por isso, ele tenha encontrado a prosperidade no próprio lugar do seu sofrimento. A menos que vejamos a mão de Deus nos eventos de nossa vida, nos tornaremos preocupados e ressentidos. Muitos veem a felicidade como um lugar aonde chegarão um dia. Quando deveriam entender que a felicidade tem mais a ver com o caminho que escolhemos. Ed René Kivits afirmou com muita sabedoria 3 : A felicidade não é no depois: é no durante, é no enquanto. Viver o enquanto é uma atitude que nos devolve a vida. A capacidade de começar de novo é uma marca dos grandes vencedores. Em cada circunstância devemos lembrar que 4 todas as coisas concorrem para o bem daqueles que são chamados segundo o seu propósito. O momento pode parecer difícil, mas no fim, vai dar tudo certo se estivermos no centro da vontade de Deus. 4. JOSÉ CONSEGUIU ENTENDER QUE DEUS DIRIGIA A SUA HISTÓRIA Após a morte de Jacó o temor tomou conta dos irmãos de José. Eles achavam que havia chegado a hora da vingança (Gn 50.15-21). Mas José contrariou a todos demonstrando uma profunda submissão à soberania de Deus. José conseguia ver além dos fatos. Ele sabia que Deus dirigia a sua vida e por isso soube aceitar todas as circunstâncias. Mais uma vez ele retribuiu o mal com o bem. José tranquilizou seus irmãos com amáveis palavras (v. 21). Os verdadeiros servos de Deus não retribuem o mal com o mal, pois isso seria o mesmo que dar lugar ao diabo. Os servos de Deus vivem as bemaventuranças (Mt 5) e lutam para evidenciar o fruto do Espírito (Gl 5.22). Ao invés de reclamar dos fatos que fazem parte de sua história, experimente buscar em Deus a resposta para cada circunstância. Daí virá à força para vencer. Nós só somos o que somos devido às pessoas e aos fatos que fazem parte de nossa vida. 5 Cada vida é uma tela em branco sobre a qual Deus utiliza todas as linhas e matizes de cores, sombras e luzes, diferentes texturas e proporções nunca antes usadas por Ele. 3 Kivitz, Ed René. O livro mais mal-humorado da Bíblia. Mundo cristão. São Paulo 2009. 4 Romanos 8.28. 5 Peterson, Eugene. Corra com os cavalos. Editora Ultimato/Textus. Rio de Janeiro 2003.
Deus esteve, está e sempre estará no controle. Creia nisso! PARA PENSAR E AGIR A vida de José é uma prova de que podemos vencer as adversidades e ainda sermos usados por Deus para abençoar aqueles que nos fizeram algum mal. Deus tem colocado à disposição dos seus servos as ferramentas necessárias para vencermos as mais terríveis experiências durante a nossa caminhada aqui na Terra. Precisamos fazer das palavras de Paulo o nosso lema: Tudo posso naquele que me fortalece (Fp 4.13). Ao invés de sairmos por aí em busca de autoajuda para vencer as adversidades, devemos priorizar a ajuda do alto. Deus tem o melhor para cada um de nós! PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO EM CLASSE 1. Até que ponto uma traição em família pode atrapalhar a nossa caminhada? Como o exemplo de José pode nos ajudar? 2. Onde estava a força de José? Como ele foi capaz de rejeitar as propostas que contrariariam a vontade de Deus para sua vida? 3. O que podemos aprender por intermédio da história de José sobre a soberania de Deus? Leituras diárias SEGUNDA-FEIRA Romanos 8.31-19. TERÇA-FEIRA I Pedro 3.13-17. QUARTA-FEIRA Salmo 34 QUINTA-FEIRA Efésios5.15-21. SEXTA-FEIRA Salmo 43. SÁBADO Isaias 55.6-13. DOMINGO Tiago 5.7-8.