Sistema Reprodutor Prof. Raquel Seiça



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Transcrição:

Prof. Raquel Seiça - a reprodução é a capacidade de produzir uma nova geração de indivíduos da mesma espécie mas geneticamente diferentes consiste na fusão dos gâmetas masculino e feminino, com consequente mistura de cromossomas resulta na formação de um novo ser geneticamente diferentes dos progenitores - a GnRH (gonadotropin-releasing hormone) desempenha um papel chave na regulação do sistema reprodutor a GnRH age primariamente para estimular a glândula pituitária anterior a sintetizar e secretar as gonadotrofinas FSH e LH - as gonadotrofinas vão, posteriormente, estimular as células endócrinas das gónadas a segregar, no caso dos homens, androgénios e, no caso das mulheres, estrogénios e progesterona os três vão ter acção em vários tecidos e também nas células germinativas das gónadas Desenvolvimento dos Tecidos Reprodutores Masculino e Feminino - a definição dos genitais internos e externos ocorre na 7ª semana de gestação - no caso do homem, há presença do cromossoma Y (e portanto do gene SRY) vai fazer com que haja uma divergência dos órgãos sexuais primitivos e o desenvolvimento dos testículos: Cromossoma XY presença do gene SRY gónadas primordiais diferenciamse nos testículos fetais Células de Sertoli Células de Leydig segrega estimulada pela hcg MIS (Mullerianinhibiting substance) regressão dos ductos mullarianos testosterona desenvolvimento do pénis e do escroto - 147 - Ductos Wolfinanos transformação em: - epidídimos - canais deferentes - vesículas seminais

- no caso da mulher, não há presença do cromossoma Y (e portanto não há o gene SRY): Cromossoma XX ausência do gene SRY gónadas primordiais diferenciam-se nos ovários fetais ausência de MIS Ducto Mullarianos transformação em: - útero - canais uterinos ausência de testosterona regressão dos ductos wolfianos desenvolvimento da vagina e dos genitais externos Definição dos Genitais internos - ambos os ductos desenvolvem-se ou regridem consoante a presença ou ausência de MIS e testosterona - os ductos mullerianos são o tecido fetal que origina os órgãos femininos - os ductos wollfianos são o tecido fetal que origina os órgãos masculinos - 148 -

externos - às seis semanas, a dobra uretal e o labioscrotal diferenciam-se swelling em (?) túbulos genitais - posteriormente, os genitais começam a diferenciar-se em genitais femininos e genitais masculinos devido à presença ou ausência de MIS e testosterona regressão ou degeneração dos ductos mullarianos e wollfianos - ao nascimento, os genitais estão totalmente formados Feminino Constituição do Feminino - os ovários produzem hormonas sexuais e óvulos; já o restante aparelho reprodutor (útero, vagina, trompas de falópio, etc) facilitam a fertilização e nidação do embrião - 149 -

Desenvolvimento das Células Germinativas - durante a vida intrauterina, um bebé do sexo feminino tem logo desenvolvimento das células germinativas (epitélio germinativo oogónias oócito primário) - ao nascimento, dá-se a primeira divisão meiótica do oócito (não completa); os ovários armazenam os folículos primordiais (com oócito) - até á puberdade, os ovários vão, então, ter folículos promordiais; a partir dessa altura, a cada ciclo ovárico (mensalmente) completa-se a 1ª divisão meiótica (folículos primordiais oócito secundário) - a 2ª divisão meiótica só ocorre após a fertilização do óvulo (oócito secundário ovo) - o número de folículos com que a pessoa nasce é o mesmo até à puberdade depois desta altura, começa a perdê-los mensalmente - na conversão de oócito primário para oócito secundário e de oócito secundário para ovo, são formados corpos polares, que irão degenerar (sem importância) Ciclo Ovárico - as mulheres têm variações cíclicas que se denominam ciclo ovárico ou menstual, que correspondem a: libertação cíclica dos gâmetas femininos variações cíclicas de hormonas variações cíclicas da resposta dos ovários e útero variações cíclicas da resposta do colo do útero e da vagina - o ciclo ovárico consiste em três fases: fase folicular estádio de densenvolvimento folicular ovulação libertação do óvulo para as trompas de falópio fase luteínica formação e regressão do corpo lúteo - 150 - variações a vários níveis todos os meses na mulher

fase folicular fase luteínica - a fase luteínica termina com a menstruação se há gravidez, o corpo lúteo persiste; se não há gravidez, o corpo lúteo desintegra-se o corpo lúteo é que aguenta a gravidez nas primeiras semanas (até implatação da placenta) - o ciclo ovárico é um ciclo de actividade folicular de 25 a 35 dias - durante a fase folicular, os estrogénios são as hormonas dominantes promovem o desenvolvimento e crescimento folicular e um ambiente favorável ao transporte dos gâmetas e à fertilização - durante a fase luteínica, a progesterona é a hormona dominante promove a formação e regressão do corpo lúteo e um ambiente favorável à implantação e ao desenvolvimento inicial do ovo - 151 -

Fase Folicular - a evolução de um folículo primordial é marcada por uma série de transformações 1. desenvolve-se o oócito Folículo Primário 2. desenvolvem-se as células da granulosa e formam-se as células de Teca Folículo Pré- Fase Pré-Antral antral 3. formação da cavidade folicular (antrum) Folículo Antral Imaturo 4. camada de células da granulosa e camada de células da Teca Folículo Maduro - depois segue-se a fase pré-ovulatória (que dura mais ou menos 36h) que, para ocorrer, é necessário que haja aquisição de receptores LH nas células da granulosa (acção FSH/estrogénios) e o aumento agudo de LH (retrocontrolo positivo de estrogénios) - as células da Teca são estimuladas pela LH (para Fase Antral produção de androgénios) e as células da granulosa são estimuladas pela FSH - a fase pré-antral dura, mais ou menos, 2 dias enquanto a fase antral dura entre 8 a 12 dias Potenciação Interna LH FSH estimula estimula células da granulosa (possui receptores FSH) células da Teca (possui receptores LH) segrega Mecanismo de Potenciação Interna difusão converte androgénios estrogénios - androgénios (testosterona e androstenediona) - pequena quantidade de estrogénios aumenta estrogénios circulantes aumento dos androgénios circulantes Pico de LH - 152 - receptores de estrogénios

- Mecanismo de Potenciação Interna : quanto mais células de granulosa, mais estrogénios; quanto mais estrogénios, mais células da granulosa Ovulação - a ovulação consiste na libertação do oócito secundário (juntamente com a zona pelúcida e as células da granulosa), na expulsão do líquido folicular e na captação do oócito pelas trompas - é a LH que determina a ovulação, mais concretamente o pico de LH - o pico de LH determina as alterações da fase pré-ovulatória e a ovulação - pico de LH determina ovulação porque: aumenta a produção de progesterona (pelas células da granulosa) diminui os receptores de estrogénios diminui os receptores de FSH completa a 1ª divisão meiótica provoca a rotura folicular Fase Luteínica - a porção restante do folículo sofre uma luteinização e forma o corpo lúteo - as células da Teca e da granulosa que ficam no ovário após sair o oócito sofrem alterações e desenvolvem-se em estrogénios e progesterona corpo lúteo tem grande capacidade secretora glândula endócrina temporária - na ausência de fertilização, ocorre a luteólise (degenerescência do corpo lúteo) restanto depois apenas uma cicatriz o corpus albicans Ciclo Uterino - a parede da cavidade uterina é constituída pelo endométrio, mucosa que reveste internamente essa parede, e pelo miométrio, espessa zona muscular exterior ao endométrio - o endométrio hormonal - 153 - tem dependência

fase proliferativa fase secretora - durante a fase proliferativa: miométrio aumento da contractibilidade endométrio aumento do estroma endometrial, alargamento das artérias em espiral, aumento dos receptores de progesterona - durante a fase secretora: miométrio diminuição da contractibilidade endométrio aumento do estroma endometrial, alargamento das artérias em espiral, secreção glândular - o muco cervical (do colo do útero) também está dependente das fases dos ciclos: fase folicular & fase proliferativa aumento do muco; muco é claro, fino e elástico; muco é favorável ao esperma fase luteínica & fase secretora diminuição do muco; muco é espesso, aderente; muco é hostil ao esperma - por acção da progesterona, a temperatura basal aumenta ligeiramente (0,2º-0,5º) após a ovulação, voltando a baixar após a menstruação - 154 -

Acção dos Estrogénios acção nos órgãos reprodutores efeito anabólico traduz-se em reservas de energia (mais fome) diminuição da colesterolemia (níveis de colesterol no sangue) diminuição da fragilidade capilar interfere no comportamento e humor manutenção do esqueleto caracteres sexuais secundários efeitos na mama Acção da Progesterona acção nos órgãos reprodutores efeito catabólico menos fome efeito importante na gravidez - fornece nutrientes ao feto nas primeiras semanas aumento da temperatura basal efeitos na mama Variações Cíclicas Homonais a) estrogénios baixos : vai provocar um ligeiro aumento dos níveis de FSH (para aumentar os níveis de estrogénios) feedback negativo c) a) b) d) c) a) d) e) b) estrogénios baixos-moderados : manutenção dos níveis de FSH e de LH feedback negativo c) estrogénios altos : vai provocar aumento dos níveis de FSH e de LH feedback positivo e) b) d) progesterona alta e estrogénios baixos : níveis baixos de FSH e de LH feedback negativo fase folicular e) progesterona e estrogénios altos : níveis baixos de FSH e de LH feedback negativo da progesterona ovulação fase luteinica - 155 -

Mecanismos de Retrocontrolo a secreção de FSH e LH (libertadas pela glândula pituitária) é estimulada pela GnRH o FSH e LH vão actuar no ovário no ovário, há produção de estrogénios e progesterona - o aumento de progesterona vai inibir tanto o hipotálamo como a glândula pituitária de modo que baixem os níveis de progesterona feedback negativo - o aumento de estrogénios pode inibir ou estimular tanto o hipotálamo como a glândula pituitária de modo a regular os níveis de estrogénios feedback negativo ou positivo Activação e Regressão das Gónadas Puberdade e Menarca (8-16 anos) é a transição entre as fases não reprodutiva e reprodutiva é um período de transformação do corpo há um aumento gradual da GnRH/FSH/LH e ligeiro aumento de estrogénios (desenvolve os caracteres sexuais secundários e os órgãos reprodutores acessórios) a menarca é a primeira menstruação e ocorrer, mais ou menos, aos 12 anos; não se sabe o que provoca a menarca: talvez a leptina (do tecido adiposo) actue e só quando se atinge certo peso é que ocorre a primeira menstruação; no início, os ciclos são anovulatórios e irregulares Menopausa e climatério (45-55 anos) falência progressiva do sistema reprodutor períodos de ciclos anovulatórios (sem óvulos) e irregulares diminuição dos esteróides ováricos e aumento da FSH e LH período de alterações físicas e emocionais (calores, etc) menopausa (última menstruação) paragem dos ciclos reprodutores mas manutenção da actividade sexual - 156 -

Masculino Constituição do Masculino - os testículos produzem as hormonas sexuais e espermatzóides; já o restante aparelho reprodutor (canais deferentes, testículos, etc) actuam na coordenação, armazenamento e transporte do esperma - o tecido eréctil do pénis inclui dus estrutura: corpo cavernoso e corpo esponjoso - a erecção é uma congestão vascular no pénis - no testículo: canais deferentes onde ocorre maturação e armazenamento do esperma epidídimos - onde ocorre maturação e armazenamento do esperma interstício onde estão as células hormono-secretoras tubos seminíferos o seu epitélio é estratificado contém duas populações celulares: células de suporte e células espermatogénicas - 157 -

- é nos epidídimos que o espermatozóide adquire cauda importante para o seu movimento Testículos - é nos testículos que há produção de esperma e de androgénios, mas em compartimentos diferentes, embora haja uma relação funcional entre ambos os androgénios são necessários à produção de esperma - o esperma é produzido no lúmen dos tubos seminíferos - os androgénios são produzidos nas células de Leydig (intersticiais) - a parede do túbulo seminífero tem dois compartimentos: um basal e outro central - as junções entre as células de Sertoli têm uma função barreira, já que: aquando da espermatogénese há produção de proteínas as junções não permitem, por um lado a passagem dessas proteínas para os capilares (estes podiam produzir anticorpos que podiam destruir as células) e por outro não permitem que anticorpos passem dos capilares para os túbulos e destruam as células - 158 -

- células dos testículos: células de Leydig (intertício) produção de androgénios (sobretudo testosterona) células de Sertoli (parede do tubo seminífero) tem várias funções: função barreira graças às tight junctions nutrição desenvolvimento do esperma secreção de ABP (androgen-binding protein) é segregada no lúmen, liga-se à testosterona responsável pela manutenção de níveis altos de testosterona junto às células germinativas fagocitose do esperma com anomalias secreção de inibina responsável pelo feedback negativo da FSH secreção de agentes paracrínicos estes vão ter acção nas células de Leydig e na proliferação e diferenciação do esperma secreção de Mullerian inhbiting substance (MIS) durante a vida embrionária responsável pela diferenciação celula aquando da fase embrionária (tanto para um sexo como para outro) células espermatogénicas - da parede do túbulo seminífero Espermatogénese - a testosterona tem efeitos locais na espermatogénese - 159 -

- a espermatogénese é um processo contínuo que se inicia na puberdade e vai até ao resto da vida do homem; ocorre a nível dos tubos seminíferos - ocorre do seguinte modo: 1. espermatogónias estão localizadas na periferia dos tubos seminíferos durante a puberdade estas células entram em proliferação constante, dividindose por mitoses sucessivas ocorre no compartimento basal 2. espematogónias aumentam de volume devido à síntese e acumulação de substâncias de reserva, originando os espermatócitos I ocorre no compartimento basal 3. cada espermatócito I vai se dividir por meiose, resultando primeiramente em dois espermatócitos II; por sua vez, estes sofrem a segunda parte da meiose, originando deste modo quatro espermatídeos a todo este processo dá-se o nome de maturação ocorre no compartimento central 4. os espermatídeos transformam-se em espermatídeos diferenciados em que temos corpos residuais ligados a espermatozóides 5. corpos residuais (que vão ser digeridos pelas células de Sertoli) separam-se dos espermatozóides (a aquisição do flagelo e maturação final ocorre no epidídimo e canais deferentes Maturação, Armazenamento, Viabilidade e Nutrição do esperma - é no epidídimo e nos canais deferentes que ocorre a maturação e o armazenamento do esperma - a próstata e as vesículas seminais produzem o líquido seminal (constituinte do esperma) - o líquido seminal é muito importante pois permite a alcalinização do meio espermatozóides não gostam de meios ácidos (como a vagina) aumento da mobilidade e da fertilidade - o líquido seminal tem também uma importante função e nutrição dos esperamatozóides - 160 -

Espermatozóide - o espermatozóide possui uma grande mitocôndria (em espiral), uma vez que precisa de muita energia (muito movimento) - pode ser dividido em: cabeça constituída por núcleo e acrossoma peça intermédia constituída por centríolos e mitocôndria flagelo - o acrossoma é uma vesícula secretora muito importante para a fertilização - os centríolos são feixes curtos de microtúbulos; são constituídos por 2 microtúbulos centrais e 9 pares de microtúbulos em volta é o deslizar dos túbulos na cauda uns nos outros que provocam o movimento ondulatório do flagelo Biossíntese das Hormonas Esteróides Sexuais colesterol pregnenolone progesterona dehidroepiandrosterona androstenediona estrona androstenediol testosterona estradiol-17 β - a testosterona pode converter-se em dihidrotestosterona, nas células alvo ( a nível periférico ) e nos testículos (nível local, mas em pequena quantidade) - 161 -

- a testosterona pode converter-se em 5 α -androstenediona, nas células alvo ( a nível periférico ) Testosterona - a testosterona é o maior androgénio testicular - pode se converter em dihidrotestosterona e em 5α -androstenediona - é produzido nas células de Leydig (por acção periférica ou por acção local) - tem como acções: vida fetal participa na diferenciação sexual migração dos testículos para o escroto (vida fetal tardia) puberdade desenvolve caracteres sexuais secundários e maturação dos órgãos genitais hcg estimula as células de Leydig a produzirem testosterona acção no crescimento, maturação e função de diversos órgãos (figado, coração, osso, músculo esquelético) compotamento sexual e agressividade aumento da secreção de eritropoietina (pelo rim) no homem esta secreção é, portanto, maior tem mais glóbulos vermelhos Nota: na vida fetal, os testículos estão na cavidade abdominal vão para o pé do escroto pouco antes do nascimento ou mesmo aquando este não gostam de temperaturas altas Acções da dihidrotestosterona vida fetal diferenciação dos genitais externos puberdade crescimento do escroto e da próstata e desenvolvimento dor caracteres sexuais secundários - 162 -

Regulação Hormonal - no homem a regulação faz-se sempre através de retrocontrolo negativo (na mulher pode ser negativo ou positivo) - o hipotálamo estimula a secreção de GnRH - o GnRH vai estimular a secreção de FSH e LH pela glândula pituitária - o LH estimula as células de Leydig enquanto a FSH estimula as células de Sertoli e a secreção de ABP (androgen-binding protein) - o ABP liga testosterona que é produzida pelas células de Leydig - a testosterona poderá ter efeito local (espermatogénese) ou ir actuar perifericamente (no resto do corpo) - se há muita testosterona, esta vai inibir tanto a glândula pituitária como o hipotálamo no sentido de diminuir os níveis de testosterona feedback negativo - a inibina também é responsável pelo retrocontrolo negativo: se há um grande aumento da estimulação das células de Sertoli, a inibina inibe a glândula pituitária, para cessar a estimulação feedback negativo Activação e Regressão das Gónadas Puberdade (10-16 anos) é a transição entre as fases não reprodutiva e reprodutiva é um período de transformação do corpo primeiro evento endocrinológico : aumento de LH maturação das células de Leydig e produção de testosterona Andropausa (após os 50 anos) diminuição da testosterona e ligeiro aumento da FSH e LH com o avançar da idade diminuição da produção de esperma manutenção da fertilidade e da actividade sexual - 163 -

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