11ª JORNADA CATEQUÉTICA DIOCESANA



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Transcrição:

11ª JORNADA CATEQUÉTICA DIOCESANA DATA: 20 de outubro de 2013 LOCAL: Paróquia São José Constantina RS TEMA: O dom da fé LEMA: Crescer na Maturidade da Fé em Cristo (cf. Ef 4,13) OBJETIVOS: 1. Celebrar o Ano da Fé. 2. Reavivar o dom da fé. TEXTO PARA PREPARAR A JORNADA (Este é o conteúdo para a formação dos catequistas, na Paróquia, em preparação a Jornada Catequética) O DOM DA FÉ Símbolos: Vela, Cruz ou imagem de Jesus. A 11ª Jornada Catequética Diocesana está sendo motivada pelo Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI. Teve início no dia 11 de outubro de 2012, por ocasião do quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II e será encerrado no dia 24 de novembro de 2013, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Por isso, à luz do Ano da Fé, estamos realizando esta Jornada com o tema: o dom da fé e o lema: crescer na maturidade da fé em Cristo (cf. Ef 4,13), tendo por objetivos: reavivar o dom da fé e celebrar o ano da fé. Pelo testemunho dos pais, dos catequistas, da comunidade cristã, Deus, por Cristo, abriu a porta da fé para nós (cf. At 14,27). Fomos conduzidos ao encontro da pessoa de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Em nossos dias, esta fé, acolhida como dom de Deus, precisa ser redescoberta, cultivada e testemunhada para que possamos viver a beleza de nossa fé e ter a alegria de sermos cristãos. Leitura orante de Mateus 16,13-19. 1. A fé é Dom de Deus e resposta humana A fé é um dom gratuito de Deus porque é Ele que toma a iniciativa e vem até nós. Deus nos atrai para si porque fomos criados por Ele e para Ele. Por isso, carregamos em nosso coração um misterioso desejo de encontrá-lo e amá-lo. Deus se aproxima de nós e revela o seu amor. Deus não se cansa de nos procurar, é fiel ao homem que criou e salvou, permanece próximo da nossa vida, porque nos ama (Bento XVI. In: Dariva, Noemi. Celebrando o Ano da Fé, p. 91). A fé é dom de Deus, mas é também um ato profundamente pessoal, livre e humano. Crer é um ato autenticamente humano. Não contraria nem a liberdade nem a inteligência do homem confiar em Deus e aderir às verdades por Ele reveladas (Catecismo da Igreja Católica, n. 154). Portanto, a fé depende também do nosso sim e de nosso esforço em conhecer, acolher e viver a Palavra de Deus revelada, sobretudo, na pessoa de Jesus Cristo.

A fé é uma resposta ao olhar amoroso de Deus. Aqui recordamos o episódio do jovem rico (cf. Mc 10,17-22). Jesus o olhou com carinho, com afeto, mas o jovem não se sentiu livre para responder com amor. Hoje também, Jesus nos olha com amor e nos convida a seguir os seus passos. A fé nasce desse encontro afetuoso de olhares. A fé nasce do encontro com Deus na pessoa de Jesus Cristo. Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva (Bento XVI. Deus caritas est, n. 1). Cremos em Cristo porque encontramos nele o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). Somente Ele pode saciar a fome e a sede de vida que há em nosso coração. A fé é dar o coração ao Deus da vida que, em Jesus Cristo, nos amou com ternura e afeição. Dar o coração significa entregar a própria vida a Deus que nos dirigiu a sua Palavra e se deu a conhecer em Jesus Cristo. Ter fé não é somente conhecer algumas verdades ou praticar um rito. É, sobretudo, deixarse encontrar por Deus que se revelou a nós em Jesus Cristo e que nos convida a responder dando o coração. Crer é dar o coração ao Senhor para viver com Ele. São Paulo expressou muito bem essa entrega vital quando escreve: Para mim o viver é Cristo (Fl 1,21). Viver em Cristo e para Cristo, intimamente unido a Ele, numa relação pessoal que fundamenta a nossa existência e que lança luz sobre a nossa vida cotidiana. Ter fé é confiar em Deus com a mesma atitude de uma criança que confia e se deixa conduzir pelo pai e pela mãe. A fé nos leva a abandonarmo-nos nas mãos de Deus como o barro nas mãos do oleiro (cf. Jr 18,1-6). A confiança faz com que nos sintamos acolhidos, amados, perdoados, animados e protegidos por Deus. Ter fé significa obediência à vontade de Deus. Tem fé obediente quem ouve a Palavra de Deus e faz o que Ele fala. Assim disse Jesus: Felizes são os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática (Lc 11,28). Maria é um exemplo de fé obediente. Ela realizou de maneira perfeita a vontade de Deus. Maria disse ao anjo: Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38). Ela acreditou no mistério e acolheu prontamente a vontade de Deus. Sua fé obediente é modelo para todos nós. A fé é uma resposta pessoal e, ao mesmo tempo, comunitária, eclesial. Cremos com a Igreja. Recebemos a fé da Igreja e vivemo-la em comunhão com todas as pessoas com quem partilhamos a nossa fé. A fé é aquilo que uma pessoa tem de mais pessoal, mas não é um assunto privado (Youcat, n. 24). Quem crê deve poder dizer pessoalmente: eu creio e junto com os outros: nós cremos. Para crer, precisamos acolher as verdades da fé que a Igreja crê, celebra, vive e reza. Só há fé verdadeira onde há verdadeiro seguimento. Seguir Jesus é fazer o que Ele fez: dar a vida, entregá-la generosamente aos outros. Seguir Cristo é ter compreendido, contemplando o Crucificado, que só o amor é digno de fé, que só a vida doada é crível, que só a entrega sem limites nos convida a dar o coração (José M. Núñez. O que é crer? p. 59). Diante do mundo de hoje, precisamos renovar o entusiasmo de crer em Jesus Cristo, o único Salvador, reavivar a alegria de andar no caminho que Ele nos indicou e testemunhar de maneira concreta a força transformadora da fé. 2. Crescendo na maturidade da fé em Cristo A fé, acolhida como dom do amor de Deus, precisa ser cultivada, alimentada para que possa crescer, alcançar a maturidade e produzir bons frutos para o Reino de Deus. Temos muitos caminhos que nos ajudam a crescer na maturidade da fé em Cristo. Crescemos na maturidade da fé pelo acolhimento e escuta da Palavra de Deus. Por isso, somos convidados a um conhecimento, familiaridade e intimidade sempre maior com a Palavra de Deus, pois não se vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus (Mt 4,4). A escuta da Palavra leva-nos ao encontro e à adesão incondicional a Cristo: A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna (Jo 6,68).

Uma forma importante para escutar a Palavra de Deus é a chamada leitura orante da Palavra de Deus, com seus quatro passos: leitura, meditação, oração e contemplação/ação. Ela favorece o encontro pessoal com Jesus Cristo (DAp 249). A leitura orante ajuda a fazer com que a Palavra de Deus seja alimento espiritual para a nossa vida, lâmpada para os nossos passos e luz para os nossos caminhos (cf. Sl 119(118),105). A liturgia é a grande fonte de crescimento na fé, pois é um modo admirável de nos encontrarmos com Deus e com Aquele que Ele enviou, Jesus Cristo (cf. Jo 17,3). A liturgia nos orienta para Deus e nos faz participar de sua obra de salvação culminada e realizada pela morte e ressurreição de Jesus Cristo. O mistério da morte e ressurreição de Cristo, que traz a salvação, se torna atual para nós, hoje, na ação de Cristo através da Igreja, na liturgia, em particular no Sacramento da Eucaristia, que torna presente a oferta do sacrifício do Filho de Deus, que nos redimiu; no Sacramento da Reconciliação, no qual se passa da morte do pecado à vida nova; e nos outros sacramentos que nos santificam (Bento XVI. In: Dariva, N. Celebrando o Ano da Fé, p. 41). Fonte privilegiada de crescimento na fé é a participação frequente na Eucaristia. Ela nos une intimamente a Cristo, como Ele mesmo disse: Quem consome a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele (Jo 6,56). Na celebração eucarística, Cristo se torna realmente presente para nos dar, no pão e no vinho consagrados, seu Corpo e Sangue como comida e bebida que nos faz entrar em comunhão profunda com Ele. Fortalecidos na fé pela comunhão eucarística, somos enviados para dar testemunho do amor que nos salva. Fundamental para o crescimento na fé é também o sacramento da reconciliação. Através dele, acontece um encontro especial com Jesus Cristo, que se compadece de nós e nos dá o dom de seu perdão misericordioso. Como aquela mulher pecadora do Evangelho (cf. Lc 7,36-50), ouvimos de Jesus: Teus pecados estão perdoados... Tua fé de salvou. Vai em paz! Com o coração transbordando de alegria pelo perdão recebido, somos chamados a anunciar o amor de Cristo que nos acolhe, abraça e nos dá a verdadeira paz. Um caminho imprescindível para o crescimento na maturidade da fé é a oração pessoal e comunitária. Na oração cultivamos nossa relação de amizade com Jesus Cristo: Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós (Jo 15,4). Pela oração sintonizamos o nosso coração com o coração de Jesus. A oração nos faz ver e escutar a vida, o mundo, as pessoas, as alegrias e tristezas, os acontecimentos com os olhos e os ouvidos de Jesus. E, a partir disso, nasce o desejo de sermos fiéis e de realizarmos a sua vontade, que é a vontade do Pai. Na oração, contemplamos o rosto de Jesus e nos comprometemos com o seu Evangelho de vida e salvação. É bom ter presente que a primeira escola para a oração é a Palavra de Deus. A Sagrada Escritura é um permanente diálogo entre Deus e o homem, um diálogo progressivo no qual Deus se mostra sempre mais próximo, no qual podemos conhecer sempre melhor a sua face, a sua voz, o seu ser; e o homem aprende a aceitar conhecer a Deus, a falar com Deus (Bento XVI. In: Dariva, N. Celebrando o Ano da Fé, p. 39). Pelo Batismo, fomos inseridos na comunidade cristã, que é a Igreja de Cristo. Nela, nos encontramos com Cristo: Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles (Mt 18,20). A comunidade nasce do coração de Jesus, de sua vontade. Para Ele, a vida só pode ser mais humana, solidária, fraterna e feliz se for vivida em comunidade. Por isso, Jesus reúne pessoas e com elas forma uma comunidade de fé, esperança, amor e missão (cf. Mc 3,13-19). Assim, só podemos crescer na maturidade da fé pela participação ativa em nossa comunidade colocando nossos dons a seu serviço. Colocamo-nos a serviço da comunidade participando de atividades, assumindo funções e ministérios. Entre os vários ministérios, destaca-se o ministério de catequista. Ele exerce um verdadeiro ministério da Palavra, pois tem a missão de comunicar a Palavra de Deus. Hoje, precisamos descobrir e nos encantar com a beleza de servir, de doar-se, de partilhar dons, de alegrar-se com a vida de comunidade. Precisamos vibrar com a nossa comunidade e ajudá-la a ser cada vez mais viva e atuante, como um centro de irradiação da vida em Cristo.

Crescemos em nossa fé quando colocamos a nossa vida a serviço dos irmãos, sobretudo dos pobres, aflitos e enfermos. Neles encontramos o rosto de Cristo: Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes! (Mt 25,40). A caridade, isto é, o amor e a ajuda generosa e gratuita, é uma dimensão constitutiva de nossa fé em Jesus Cristo (DAp 257). Dom Luciano Mendes de Almeida afirmou: A palavra mais bonita do cristianismo é ajudar (Revista Mundo e Missão, novembro de 2006, p. 23). Jesus nos chama e nos envia para fazermos de nossa vida um dom de amor aos outros. Se assim vivermos, é sinal de que já estamos sendo maduros na fé. A fé também precisa ser aprofundada através de encontros de formação. Por isso, somos convidados a participar da formação oferecida pela paróquia e por outras instâncias da diocese. Mas também devemos buscar a formação por meio de leituras e outras formas de aprofundamento. 3. A alegria de dar testemunho de nossa fé No dia da sua ascensão ao Pai, Jesus ordenou aos discípulos: Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado (Mt 28,19-20). Como batizados e crismados, temos a missão de anunciar Jesus Cristo, de proclamar o seu Evangelho com palavras e ações. Temos a responsabilidade de ajudar as pessoas a fazer a experiência de Deus, a conhecer a verdade e a optar livremente por Cristo. Para explicar isso, podemos usar uma metáfora de Madre Teresa: É frequente observares fios elétricos ao longo da estrada. Se a corrente não passa por eles, não há luz. O fio é o que somos tu e eu. A corrente elétrica é Deus. Temos o poder de a deixar passar através de nós e, assim, fornecer ao mundo a Luz, que é Jesus, ou de recusarmos que Ele Se sirva de nós, permitindo, com isso, que a escuridão se alastre (In: Youcat, n. 11). Portanto, a transmissão da fé não cabe somente a especialistas, como: catequistas, sacerdotes, irmãs, missionários, mas é missão de cada um de nós. O Senhor precisa de nós para ajudá-lo a abrir a porta do coração das pessoas para que Ele, mais facilmente, possa entrar e nele fazer a sua morada. Foi por amor a Cristo e a nós que muitas pessoas nos transmitiram a fé e nos conduziram ao encontro do Senhor Jesus. Hoje, esse mesmo amor, nos impulsiona a falar de Jesus Cristo às outras pessoas porque também queremos que elas se encontrem com o único Salvador e descubram a beleza de nossa fé. É uma grande alegria poder testemunhar e partilhar o dom da fé com os outros. Assim nos diz o Documento de Aparecida, n. 29: Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria. As palavras e atitudes de Jesus devem ecoar em nossa vida. Somos chamados a fazer brilhar no mundo, com a nossa própria vida, o Evangelho que o Senhor Jesus nos deixou. Foi por isso que Ele nos disse: Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo... (Mt 5,13-14). É o nosso testemunho de vida cristã que dá credibilidade ao anúncio de Jesus Cristo e abre o coração das pessoas para o dom da fé. A alegria do testemunho nos leva a recordar os nossos beatos Manuel e Adílio, os mártires da fé. Eles foram mortos por aqueles que odiavam a fé e as boas obras realizadas em nome de Cristo. O Papa Bento XVI, na Carta Apostólica Porta Fidei, n. 13, afirma: pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho. O martírio é sempre um gesto supremo de amor, pois, por ele, a pessoa tem o seu sangue derramado por amor a Cristo e às pessoas. Com esse gesto, o mártir se assemelha ao próprio Cristo que aceitou morrer na cruz pela nossa salvação. Com a beatificação dos mártires Manuel e Adílio, a Igreja nos diz que eles encarnaram o verdadeiro cristianismo. Agora, são para nós, modelos de amizade com Deus, de seguimento a Jesus Cristo e de fidelidade ao Evangelho. Com os beatos, descobrimos a alegria de ser discípulos missionários do Cristo ressuscitado. Hoje, é a nossa vez de anunciar, como o apóstolo André: Encontramos o Cristo! (Jo 1,41). Do encontro com Jesus Cristo nasce o desejo de falar dele e de conduzir as pessoas até Ele. Mas, para

anunciar a pessoa de Jesus Cristo com mais alegria, coragem e convicção, precisamos ser perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações (At 2,42). Mais do que as palavras, é o nosso testemunho que toca o coração das pessoas. Concluir o encontro com uma oração. Texto elaborado pelo Mons. José Wilmar Dalla Costa