ProUni: Análise de Teses e Dissertações do ano de 2012 do banco de dados da CAPES

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ÍNDICE. Esta publicação destina-se à leitura on-line, e visa informar sem poluir, podendo ser impressa de acordo com a preferência individual.

Transcrição:

ProUni: Análise de Teses e Dissertações do ano de 2012 do banco de dados da CAPES Práticas para reduzir o abandono: acesso a educação superior, integração às instituições e intervenções curriculares SANTOS, Guilherme Mendes Tomaz dos 1 MARCUZZO, Denise Lemos 2 FELICETTI, Vera Lucia 3 UNILASALLE - BRASIL e-mail: mendes.guilherme234@gmail.com Resumo. O governo federal brasileiro por meio de ação afirmativa destina bolsas de estudos integrais e parciais em instituições privadas objetivando o acesso ao Ensino Superior via o Programa Universidade para Todos (ProUni). Essas bolsas são destinadas aos estudantes que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e que cursaram este nível de ensino integralmente em escola pública ou na condição de bolsista integral em instituições particulares; para docentes em exercício e sem formação de nível superior atuantes na rede pública, independente de sua renda; e nos termos da lei, para portadores de deficiência. Este artigo apresenta uma pesquisa analítica das teses de Doutorado e das dissertações de Mestrado brasileiras apresentadas no banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) defendidas no ano 2012, a fim de identificar como a temática ProUni vem sendo estudada na pós-graduação brasileira. A metodologia teve abordagem qualitativa com enfoque na análise de conteúdo. Os trabalhos foram lidos e analisadas na íntegra os quais foram obtidos em sites como: Google Acadêmico e Scielo, banco de teses e dissertações das Universidades, por e-mails com Instituições de Ensino Superior (IES) e algumas com os próprios autores e seus orientadores. Foram encontradas vinte produções no banco da CAPES, sendo quinze dissertações e cinco teses, nas diferentes áreas do conhecimento, a saber: Administração, Economia, Educação, Direito, Psicologia, Reabilitação e Inclusão e Sociologia. Todavia, mesmo após os contatos e buscas realizados, não se encontrou em nenhuma plataforma e também não foram disponibilizadas pelos autores, 01 tese e 07 dissertações; sendo que dessas, algumas estão disponibilizadas somente no formato físico. Nesses 8 trabalhos foram analisados apenas os resumos disponibilizados no Banco da CAPES. Da análise realizada, emergiram duas categorias. A primeira denominada Abordagem documental e a segunda Bolsistas como sujeitos da pesquisa, sendo que na última categoria emergiram duas subcategorias: a) bolsistas: a perspectiva do beneficiado; b) bolsistas: o viés do egresso e do mercado de trabalho. Além disso, se percebeu a necessidade de estudos em âmbito maior no que concerne aos egressos prounistas. 1 Mestrando em Educação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação do Centro Universitário La Salle UNILASALLE. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul em convênio com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (FAPERGS/CAPES) - Brasil. 2 Acadêmica do 4º semestre do Curso de Licenciatura em Matemática do Centro Universitário La Salle UNILASALLE Brasil. 3 Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS. Professora do Mestrado em Educação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação do Centro Universitário La Salle UNILASALLE Brasil.

Palavras-chave: Acesso ao Ensino Superior. Banco de Teses e Dissertações. Egressos no Mercado de Trabalho. CAPES. ProUni. 1. INTRODUÇÃO A Educação Superior no Brasil tem suas primeiras instituições em 1808, devido à chegada da corte portuguesa no Brasil. Já as universidades surgem após 1910. Além de ter um início tardio, a Educação Superior tinha um caráter colonialista, classista, seletivo e distante da realidade brasileira, o que proporcionava, segundo Rossato (2006), o acesso para poucos. Observa-se, que a Educação Superior brasileira é recente e que a problemática acerca do acesso permeia esse contexto, da origem até os dias atuais. Em 1808 haviam 14 estabelecimentos de Educação Superior no Brasil e passados 159 anos, ou seja, em 1967 esse número foi para 671 (Teixeira,1968). Ao longo dos anos a quantidade de instituições foi crescendo e, concomitante, o descompasso entre a quantidade de instituições públicas e privadas. O número de instituições privadas cresceu muito mais que o número de públicas, e em 2011 as primeiras representavam 88% das instituições de Educação Superior no Brasil (MEC/INEP/DEED, 2011). Junto ao aumento das instituições tem-se o aumento de vagas, porém o número de candidatos por vaga oferecida ainda é maior. Mas contraditoriamente, o número de ingressantes é menor que o número de vagas oferecidas, como por exemplo, no ano de 2011, no qual o número de inscritos em instituições públicas foi de 5.138.136 candidatos para 484.943 vagas ofertadas e 426.597 ingressantes, já em instituições privadas o número de inscritos no mesmo ano correspondeu a 2.743.728 para 4.028.451 ofertadas e 1.260.257 de ingressantes (INEP, 2011). Estes dados permitem observar uma maior quantidade de candidatos que almejam o ingresso em instituições públicas, isso pode ser justificado pelo quesito financeiro, já que nelas não há mensalidades ou semestralidades a pagar, o que não ocorre nas instituições privadas. Também se observa que embora o número de candidatos seja maior que o número de vagas, estas ainda não são ocupadas na totalidade, tanto no público quanto no privado. Em meio ao panorama acesso, candidatos, vagas oferecidas, ocupadas e ociosas têm-se os programas de ações afirmativas. Estes surgem no contexto da Educação Superior brasileira como possibilidade de ampliar o acesso a esse nível de ensino para pessoas pertencentes a grupos minoritários (alunos egressos do ensino público, afrodescendentes, indígenas, portadores de deficiência física e outros), uma vez que ação afirmativa é definida como: forma ou modelo de combate à discriminação que, por meio de normas que estabelecem critérios diferenciados de acesso a determinados bens, opõe-se à exclusão causada às pessoas pelo seu pertencimento a grupos vulneráveis, proporcionando uma igualdade real entre os indivíduos. (Brito Filho, 2012, p.62-63). Nessa direção, as ações afirmativas envolvem programas como o de cotas na Educação Superior e o Programa Universidade para Todos - ProUni. O programa de cotas reserva parte das vagas disponíveis para serem preenchidas por integrantes dos grupos minoritários, e o ProUni é voltado à concessão de bolsas de estudo integrais ou parciais para estudantes que realizaram o Ensino Médio na íntegra em escola pública ou com bolsa integral em escola privada, para cursarem a graduação em instituições privadas de Ensino Superior, com ou sem fins lucrativos (Brasil, 2005). O Programa Universidade para Todos foi criado em 10 de setembro de 2004 como Medida Provisória a qual foi convertida na

Lei n o 11.096, de 13 de janeiro de 2005, sob a gestão do Ministério da Educação (Brasil, 2005). A seleção dos candidatos a bolsa ProUni ocorre via um sistema informatizado e impessoal, oferecendo assim, segurança e transparência ao processo. A seleção para a bolsa ProUni está associada à nota adquirida no Exame Nacional de Ensino Médio - ENEM conjugando o mérito dos estudantes que tiveram melhores desempenhos. As bolsas ProUni são concedidas para brasileiros que ainda não têm curso superior, e correspondem às anuidades ou semestralidades na universidade. As bolsas integrais são destinadas a estudantes com renda familiar per capita mensal de até 1 (um) salário-mínimo e 1/2 (meio), e as bolsas parciais (50%) àqueles cuja renda familiar mensal per capita não exceda o valor de até 3 (três) salários-mínimos. O ProUni, de acordo com os dados apresentados no SisProUni (1º/2013), já ofereceu desde sua criação em 2005 até o primeiro semestre de 2013 o total de 1.830.267 bolsas. Destas 1.036.005 são integrais e 794.262 são parciais. O SisProUni não apresenta dados acerca dos bolsistas já graduados. No entanto, de acordo com o apresentado na Revista do ProUni, o sucesso de muitos egressos já se consolida no mercado de trabalho, no qual [...] não há há crise para os profissionais bem preparados, segundo especialistas na área da empregabilidade. (MEC, 2008, p. 25). Com o olhar no egresso ProUni, este trabalho objetivou, via análise de dissertações e teses defendidas em 2012 disponíveis no banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) identificar quais trabalhos envolveram egressos ProUni como sujeitos nas investigações. Assim, na sequência este artigo apresenta a metodologia usada; a análise dos dados; as considerações finais e por fim as referências. 2. METODOLOGIA A metodologia utilizada neste artigo teve abordagem qualitativa, fez uso da pesquisa bibliográfica exploratória com enfoque na análise de conteúdo. É importante destacar que o objetivo da ciência é ter um conhecimento científico cada vez mais amplo acerca do nosso mundo, mas que para isso possa ocorrer é importante o ato de pesquisar, ou seja, que haja constantemente processos de investigações acerca das realidades das quais vivenciamos (Köche, 2008). Nesta direção, Marconi e Lakatos (2009) destacam que a pesquisa qualitativa é um tipo de pesquisa em que se pode compreender o que emerge dos dados de uma forma mais profunda e interpretativa. A análise de conteúdo tem por objetivo apresentar por meio da interpretação o que os dados mostram, podendo-se explorar possibilidades de análises para compreensão dos resultados, ou seja, ser um arqueólogo na busca de explicações (Bardin, 2012). Neste caso, os dados foram referentes ao ProUni. Para tanto, captou-se todas as dissertações de mestrado e teses de doutorado que tiveram como fenômeno de investigação o ProUni constantes no banco de Teses da CAPES e que foram defendidas por seus respectivos autores no ano de 2012. Foram encontrados 20 trabalhos, dos quais 15 correspondiam a dissertações e 5 a teses. Após a identificação dos autores buscou-se os trabalhos na íntegra em sites como: Google Acadêmico e Scielo, banco de teses e dissertações das Universidades, por e-mails com as Instituições de Ensino Superior (IES) onde foram defendidas e algumas com os próprios autores e seus orientadores. Entretanto, após essa busca não foram encontradas na íntegra, 01 tese e 07 dissertações; sendo que dessas, algumas estão disponibilizadas somente no formato físico. Nesses 8 trabalhos foram analisados apenas os resumos disponibilizados no Banco da CAPES.

3. ANÁLISE DOS DADOS Observou-se que das 15 dissertações defendidas no ano de 2012 tendo o ProUni como objeto de investigação, 06 eram da área da Educação, 07 das Ciências Sociais e Aplicadas e 01 da Saúde. Das 05 teses, identificou-se que 03 trabalhos foram desenvolvidos na área da Educação, 01 na Sociologia e 01 no Direito. Desta forma, pode-se perceber a pluralidade de áreas do conhecimento nas produções em nível de Mestrado e a prevalência de estudos na área de Educação em nível de Doutorado. Esta diversidade é positiva para o estudo do ProUni, uma vez que são dados diversos enfoques e olhares para o Programa, tais como legislação, acesso, permanência, empregabilidade, etc, possibilitado pelas diferentes correntes epistemológicas. Em relação a metodologia utilizada nos trabalhos analisados verificou-se que das dissertações 08 tiveram abordagem qualitativa, 02 quantitativas e 01 mista; das teses 04 utilizaram abordagem qualitativa e em 05 casos não foi possível identificar a metodologia, pois, esta não constava nos resumos disponibilizados no banco de teses da CAPES. Da análise realizada emergiram duas categorias, a saber: 1) Abordagem documental; 2) Bolsistas como sujeitos da pesquisa, sendo que nesta categoria emergiram duas subcategorias: a) bolsistas: a perspectiva do beneficiado; b) bolsistas: o viés do egresso e do mercado de trabalho 3.1 Abordagem documental Carvalho (2012) objetivando estudar os processos e os procedimentos burocráticos e normativos que regulam a seleção e ingresso no Ensino Superior através do PROUNI Programa Universidade para todos, trata de verificar as evidências que revelam indicações das limitações e das imperfeições destes procedimentos, bem como seus impactos nos processos de inclusão ou de exclusão por meio de um estudo qualitativo por meio de revisão bibliográfica e análise documental. Para tanto, analisou o dossiê de dezesseis bolsistas ProUni da instituição em qual trabalha, observando os pontos sobre exclusão e inclusão. Realizando a análise dos dados por meio da análise de conteúdo, obteve como resultados que: a) o ProUni gera inclusão para os estudantes na medida que possibilita a inserção de grupos minoritários ao Ensino Superior; b) gera exclusão quando delimita o limite de renda per capita para participação no Programa, o qual acredita o autor ser uma regra injusta, bem como a reprovação do bolsista por não formação de turma na instituição selecionada; c) o Programa melhora as condições socioeconômicas das famílias e do aluno beneficiário. Já Castilho (2012) ao estudar a perspectiva de oito IES do Estado do Paraná, enfatizou na legislação do acesso pela Educação Especial para estudantes portadores de necessidades especiais. Neste estudo, a autora pautou-se como fundamento epistemológico nos pensamentos Skinner, uma vez que ela que, assim como o pesquisador que as interações sociais e de aprendizagem ocorrem por meio da repetição e dos reforços. No entanto, a temática ProUni acaba por ser apenas uma faceta do trabalho, não sendo o foco central deste estudo. Todavia, o que pode ser identificado é que o Programa possibilitou o acesso dos estudantes no Ensino Superior. No entanto, Ferreira (2012) analisando a efetividade do Programa Universidade para Todos (ProUni) bem como o bolsista enquanto sujeito beneficiado desta ação afirmativa, pode, por meio de uma abordagem quantitativa verificar os fatores que influenciam na qualidade da educação por meio do Programa. Desta forma, a autora afirma que esta política de assistência estudantil possibilita o acesso do estudante no Ensino Superior, bem como o sucesso ou ao fracasso do aluno por meio de medidas regulatórias de desempenho acadêmico. Destaca ainda, que os dados apresentados

pelo SisProUni mostra que a expansão das vagas por meio do benefício se deu a partir das políticas do ampliação do Ensino Superior e que os acadêmicos bolsistas e financiados pelo FIES, tiveram melhor desempenho acadêmico no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE). Gaspar (2012) ao investigar a trajetória dos estudantes prounistas, ou seja, bolsistas ProUni, via pesquisa bibliográfica, pode perceber que pelo viés da Sociologia e do Direito, que mesmo esta ação afirmativa proporcionando o acesso dos grupos minoritários no Ensino Superior, ela acaba gerando uma opressão - exclusão, em relação aos demais acadêmicos. Além disso, analisando o perfil dos alunos beneficiários, pode identificar por meio de um exame de estado da arte que há um expressivo número de jovens no contexto ProUni. Por fim, sintetizando-se as ideias cernes do autor, cabe ressaltar que esta política estudantil contribuiu para a mudança positiva na trajetória pessoal dos estudantes, bem como na condição socioeconômica dos mesmos, todavia torna-se relevante destacar que a permanência ainda não é o foco ProUni e que a conciliação entre trabalho e estudo acaba, segundo Gaspar (2012) prejudicando os bolsistas em relação aos outros estudantes que não exercem atividade laborativa. Borges (2012) analisando as políticas de financiamento do Ensino Superior privado objetiva identificar o ProUni e o FIES no cenário nacional por meio das repercussões de estudantes de baixa renda que são beneficiados pela ação afirmativa e os impactos ocasionados nas Instituições de Ensino Superior por meio de pesquisa bibliográfica. Obteve como resultados da pesquisa que os alunos financiados (FIES) tiveram uma evasão maior e foram mais inadimplentes em relação aos bolsistas parciais ProUni. Além disso, percebeu que há uma dialética entre o público que é beneficiado pelos programas na instituição investigada em relação aos demais estudantes da IES. Destaca também que essas políticas possibilitaram o acesso de um maior número de ingressantes neste nível de ensino, porém não garante que os mesmos concluam os cursos nos quais estão realizando. Após elucidarmos as principais ideias de alguns pesquisadores, avançamos na categorização pelo viés do bolsista. 3.2 Bolsistas como sujeitos da pesquisa 3.2.1 Bolsistas: a perspectiva do beneficiado Oliveira (2012) ao estudar a percepção dos estudantes de uma IES privada tem por objetivo identificar qual é o perfil do estudante beneficiado pelo ProUni, bem como as dificuldades acadêmicas e financeiras enfrentadas pelos bolsistas ao longo da trajetória acadêmica de cada um. Para tanto, realizou um estudo qualitativo descritivo exploratório por meio de questionários online com 209 estudantes ProUni de uma IES privada, de um universo de 1087 alunos bolsistas, destes consideram-se os ingressantes e concluintes. Para a escolha dos sujeitos utilizou uma amostra nãoprobabilística por conveniência. Assim, obteve como resultados da investigação que os acadêmicos ingressantes associam ao ProUni uma ótima oportunidade para o ingresso no Ensino Superior, bem como o desenvolvimento de uma formação e condições de um futuro mais promissor por meio de um curso superior, além de um nível de exigência alto, visto a regularidade no desempenho acadêmico para manutenção do benefício; ao passo que os concluintes percebem o Programa como uma porta de entrada para a inserção profissional no mercado de trabalho, porém enfatizam a necessidade de políticas de permanência para o bom desenvolvimento do estudante no curso, uma vez que há um alto custo para os materiais, segundo os sujeitos das pesquisa. Na mesma direção, Ferreira (2012) ao investigar um total de cento e quarenta

bolsistas ProUni de uma IES Privada por meio do sujeito e pensamento complexo de Edgar Morin, pode perceber, neste estudo qualitativo que a ação afirmativa em foco proporcionou uma maior inclusão social dos estudantes no Ensino Superior e na realização de um curso nesta etapa educacional. Além disso, o autor evidencia que o Programa para a vida dos bolsistas foi um avanço econômico para a vida pessoal deles, além de um reconhecimento familiar por poder estar cursando uma graduação e a possibilidade de planejamento profissional a partir de uma nova perspectiva: a da ciência enquanto facilitadora para o ingresso no mercado de trabalho. 3.2.2 Bolsistas: o viés do egresso e do mercado de trabalho Almeida (2012) ao realizar um estudo qualitativo por meio de entrevistas com dezesseis estudantes de diferentes cursos superiores de distintas IES, além do preenchimento de trinta e quatro questionários, pode por meio de cruzamento dos dados obter diferentes perspectivas dos estudantes bolsistas a fim de traçar de a característica do beneficiário e por conseguinte, aspirações dos futuros egressos por meio de uma abordagem sociológica. Ao traçar o perfil do estudante pelo caráter familiar, pode identificar a predominância do baixo status profissional dos pais no que tange as atividades exercidas por eles, bem como educacional, visto a baixa escolaridade. Observou que muitos dos sujeitos da pesquisa eram os primeiros a estarem realizando um curso superior. Além disso, obteve como resultados da pesquisa que o ProUni melhorou a qualidade de vida dos estudantes e familiares, além de contribuir para que pudessem assumir cargos de trabalho com melhor remuneração. Outra característica de destaque nas conclusões do autor é que os bacharelandos estão muito melhores posicionados no que refere-se a condição social e postos de trabalho em relação aos alunos dos cursos de tecnólogo e licenciatura. Nesse sentido, deixa-se dois questionamentos para futuras reflexões: Quem são os ingressantes aos cursos de licenciatura na atualidade? Qual o perfil do estudante que opta em realizar um curso superior de curta duração e o por quê da escolha do curso? Costa (2012) ao investigar a inserção do egresso ProUni no mercado de trabalho realizou um estudo de cunho qualitativo por meio de questionários online no qual teve cento e quarenta e seis respondentes na primeira aplicação, trinta e três na segunda aplicação e seis sujeitos ao realizar entrevistas estes bolsistas. Identificou que 75% dos respondentes egressos da graduação eram mulheres e, a partir da emergência deste dado, reflete acerca do papel da mulher na sociedade atual brasileira. Quanto a conclusão, teve-se com resultados um maior de número de conclusões (64,4%) em 2011 comparando-se com as de 2010 (35,6%). Nesse sentido, pode-se pensar que a maior oferta de bolsas de estudos a cada ano que passou possibilitou um maa autoior número de ingressantes e que refletiu nas conclusões dos sujeitos analisados. Seguindo nesta perspectiva, Costa (2012) ainda reflete que muitas vezes, a busca pela formação superior reflete-se a partir da cultura na qual o sujeito vivenciou, ou seja, busca aproximar-se nas profissões mais relacionadas com a sua história de vida, como por exemplo, pessoas de origem mais humilde, buscarem profissões de baixo prestígio social ou de fácil acessibilidade no Ensino Superior. Quanto ao aspecto do trabalho, a autora analisa que a grande maioria dos sujeitos estão trabalhando (85%), sendo com a atividade formal (carteira assinada) de maior proporção em relação às demais opções (64,4%). Um ponto que chama a atenção que apenas 0,7% dos estudantes estão exercendo a atividade docente enquanto professores, o que nos remete àquele questionamento realizado anteriormente sobre a profissão professor.

Costa (2012) obteve como resultados finais da investigação que a grande maioria dos egressos está obtendo ganhos financeiros na faixa mensal de 1 a 2 salários mínimos (33,9%) seguido de 2 a 3 salários mínimos (27,1%) após a conclusão do curso superior. Além disso, cerca de 34,9% dos sujeitos afirmam que o ProUni aumentou a renda per capita em 40% após a conclusão da graduação. Por fim, pode-se concluir a ação afirmativa investigada contribuiu para a melhoria da condição socioeconômica dos bolsistas, assim como para a realização de um sonho. Desta forma, partimos para as considerações finais deste estudo após a realização do exame de estado da arte das teses e dissertações produzidas no ano de 2012. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A preocupação sobre o ingresso do estudante no Ensino Superior é pertinente, uma vez que há altos índices de evasão nesse nível de ensino. No entanto, as políticas afirmativas e de financiamento estão fazendo com que cada vez mais pessoas consigam ingressar no Ensino Superior, visto a concessão de bolsas de estudos parciais e integrais. Nesse sentido, baseado nas análises, pode-se perceber as dificuldades e angústias enfrentadas para a realização do curso é algo relevante, bem como a utilização das tecnologias que, acabou sendo um obstáculo às estudantes. Não obstante, percebe-se, também, o quão profícuo impulsionamento e inserção de egressos para mercado de trabalho que as ações afirmativas puderam proporcionar. Nesta direção, pode-se concluir que está havendo uma maior difusão do programa pelo país e adesão dos estudantes para ingressarem em um curso superior via ProUni. Um ponto a reiterar é a maior dedicação dos estudantes bolsistas durante a realização do curso superior. Muitas vezes, o sucesso acadêmico acaba por ter que cumprir uma medida regulatória imposta pelo Programa: o bom desempenho acadêmico. Isso faz com que o beneficiado possa manter o benefício ou não dependendo do resultado ao final de cada semestre, podendo, dependendo da análise do setor responsável, a concessão de apenas uma nova oportunidade para a continuação da bolsa. Nesta perspectiva pode-se perceber que este pré-requisito faz com que o aluno ProUni seja mais comprometido com a sua aprendizagem, fazendo com que os mesmos busquem as estratégias necessárias para continuarem no Ensino Superior via ação afirmativa. Outro ponto importante a destacar neste estudo é o ponto comum no que tangenciou o mercado de trabalho e a inserção dos bolsistas enquanto egressos neste contexto. Foi evidenciado pelas pesquisas que muitos estudantes melhoraram sua qualidade de vida e condição social e da sua família por meio da realização de um curso superior via bolsa de estudos. A conclusão do curso e a inserção em um posto de trabalho de acordo com a formação adquirida pode fazer com que o egresso se sentisse satisfeito com a escolha da profissão e poder associar os conhecimentos adquiridos na prática do labor. Além disso, melhores salários foram proporcionados aos estudantes, além da expectativa da realização de formação continuada para o aperfeiçoamento profissional na área escolhida. Cabe ressaltar que o ProUni não focaliza na permanência do estudantes no Ensino Superior, mas sim o acesso dele a este nível de ensino. Todavia, ressalta-se que, também cabe ao aluno buscar os meios para que isso aconteça, ou seja, ele possa protagonista do seu fazer discente ao longo curso, buscando alternativas para a sua manutenção e permanência do Ensino

Superior. Lembra-se que os alunos não ProUni provém a permanência via pagamento das mensalidades e trabalho, além de outras estratégias por eles desenvolvidas, assim cabe o bolsista ProUni também buscar algumas para o seu desenvolvimento, tais como a participação de atividades extracurriculares dentro e fora da instituição, realização de estágios remunerados, etc. Por fim, destaca-se que a ação afirmativa ProUni está possibilitando o maior acesso dos grupos minoritários no Ensino Superior, além da sua função social com o país, pois está proporcionando melhor desenvolvimento acadêmico das comunidades e desta forma, pressupõe-se um avanço cultural, social e tecnológico do país em que vivemos. Não afirmamos que o ProUni é a melhor alternativa para a realização de um curso superior, todavia, até o momento tem se mostrado a ação afirmativa mais eficaz até então desenvolvida em nosso país e com os resultados mais positivos. O Programa necessita sim de melhorias, assim como qualquer política de desenvolvimento social, porém pode ser percebido o avanço dado desde a sua implementação, em 2005, na realidade nacional e os impactos sociais positivos gerados por ele Esperamos que este trabalho possa contribuir para futuras pesquisas relacionas com a temática, além de desenvolver múltiplos olhares acerca desta ação afirmativa, fazendo com que seja proporcionado maiores estudos, não só para os que estão fazendo o usufruto da bolsa, mas os que dela já fizeram, ou seja, o egresso e qual a sua real situação após a passagem pelo Programa. Focalizando-se no egresso será possível perceber os impactos para o Ensino Superior, comunidade, bem como na trajetória pessoal e profissional do bolsista. Referências ALMEIDA, W. M. Ampliação do acesso ao ensino superior privado lucrativo brasileiro: um estudo sociológico com bolsistas do Prouni na cidade de São Paulo. 294 f. Tese (Doutorado em Sociologia) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. BORGES, F. C. E. Financiamento público e ampliação do acesso ao Ensino Superior no Brasil: Repercussão em instituições particulares de ensino. 183 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Cidade De São Paulo, São Paulo, 2012. BRASIL. Lei no 11.096, de 13 de janeiro de 2005. Institui o Programa Universidade para Todos - PROUNI, 2005. Presidência da República. Brasília, DF: Diário Oficial da União. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11096.htm > Acesso em: 22 de ago 2013. CARVALHO, A. G. C. Acesso à Educação Superior: inclusão/ exclusão na Educação através da bolsa de estudo PROUNI- Programa Universidade para Todos. 58 f. Dissertação (Mestrado em Reabilitação e Inclusão), CentroUniversitário Metodista IPA, Porto Alegre, 2012. CASTILHO, A. M. C. Caracterização das condições de acessibilidade previstas para o acadêmico com necessidades educacionais especiais nas Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado do Paraná. 112 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2012. COLLEONI, C. A Educação Superior No Contexto Do Prouni. 93 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade do Oeste do Paraná, Cascavel, 2012. COSTA, F. S. O ProUni e seus egressos: uma articulação entre educação, trabalho e juventude. 201 f. Tese (Doutorado em Educação: Currículo) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012. COSTA, R. A. Um Estudo das Políticas Públicas de acesso e Permanência de Indígenas no ensino Superior em Rondônia: O Caso da Licenciatura Intercultural Indígena da Universidade Federal de Rondônia em

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