Sistemática dos seres vivos
O mundo vivo é constituído por uma enorme variedade de organismos. Para estudar e compreender tamanha variedade, idd foi necessário agrupar os organismos de acordo com as suas características comuns, ou seja, classifica los.
A necessidade de classificar os seres vivos é muito antiga. No entanto, tal não significa que classificar seja um assunto simples. Qualquer sistema de classificação, biológico ou não, envolve dois tipos de procedimentos: Observação, definição e descrição dos elementos a ser classificados, para descoberta das suas diferenças e semelhanças; Agrupamento dos elementos num esquema de classificação.
A classificação é um meio de tornar inteligível a complexidade do mundo vivo, agrupando os organismos em categorias, segundo critérios preestabelecidos. Sistemática estudo da diversidade, descrição dos organismos, incluindo a sua filogenia; Taxonomia estudo da classificação, incluindo nomes, normas e princípios; i Classificação ordenação dos seres vivos em grupos, com base em parentesco, semelhança morfológica, entre outros, e sua hierarquização.
Classificações práticas Agrupamento de seres vivos de acordo com o seu interesse ou utilidade para o Homem. Esta classificação não era racional pois agrupavam se organismos que não apresentavam nenhuma relação: apenas preenchiam uma determinada propriedade (eram saborosos ou perigosos, por exemplo). São empíricas pois não seguem um raciocínio científico, não utilizam caracteres observáveis pertencentes aos organismos (ser saboroso depende de quem classifica, não é uma propriedade inerente ao organismo, como seria a cor verde, por exemplo), apenas servem necessidades humanas básicas, como a alimentação e a defesa.
Classificações racionais Agrupamentos de seres vivos de acordo com as características que apresentam. Podem ser horizontais ou verticais.
Classificações horizontais Não consideram o factor tempo, nem a evolução dos organismos. São estáticas. Podem ser: Atifii Artificiais: i baseavam se num pequeno número de características, com poucos grupos e muito ht heterogéneos. Naturais: utilizavam todas as informações disponíveis sobre os seres vivos, reflectindo as suas afinidades naturais.
Aristóteles foi o p primeiro naturalista a classificar os organismos vivos de acordo com as suas características morfológicas, g, anatómicas e fisiológicas, obtendo, por exemplo, p, nos animais,, dois ggrupos: p Enaima animais de sangue vermelho, ovíparos e vivíparos; Anaima animais sem sangue vermelho. Aristóteles (384 322 a. C.) Aristóteles (384 322 a C ) A moderna classificação biológica teve início com Lineu (séc. XVIII), cujos trabalhos produziram uma classificação, pelo menos a nível dos animais, não muito diferente da de Aristóteles. Lineu (1707 1778)
As classificações de Aristóteles e de Lineu, embora afastadas no tempo, são muito idênticas: Resolva a actividade 7 da página 148 do manual São racionais pois baseiam se em características inerentes aos seres vivos. São horizontais porque não consideram o factor temponem a evolução dos organismos. São artificiais pois baseiam se num reduzido número de caracteres, por vezes apenas um, originando grupos extremamente heterogéneos. Esses caracteres são escolhidos arbitrariamente, i ignorando outras características, reunindo na mesma categoria organismos pouco relacionados entre si (grupos de animais que voam, plantas que tinham um certo tamanho, etc.).
Com os descobrimentos, a enorme quantidade e variedade de organismos novos levou à necessidade d de uma classificação baseada num maior número de caracteres classificação natural. No entanto, estas classificações continuavam a ser fixistas continuavam a não considerar nem factor tempo nem a evolução dos seres vivos. Em 1859, com a Teoria da Evolução de Darwin, os sistemas de classificação passaram a ter em conta a história evolutiva dos organismos.
Classificações verticais Baseiam senasrelaçõesevolutivasentreos organismos, considerando o factor tempo. São dinâmicas.
Et Estas classificações (filogenéticas ou evolutivas) pretendem traduzir a posição de cada organismo em relação aos seus antepassados, bem como as relações genéticas entre os diferentes organismos actuais. Como consideram o factor tempo são classificações verticais. Utilizam as árvores de evolução ou árvores filogenéticas para representar as relações de parentesco entre as espécies. Ograudesemelhança entre os grupos reflecte o tempo em que a divergência ocorreu, sendo essa divergência tanto maior quanto maior for o tempo que decorreu.
A partir de 1920, com a descoberta da teoria da hereditariedade cromossómica, os microscópios electrónicos, etc., surge a sistemática que faz a classificação usando todos os novos dados, não se limitando à morfologia. O conceito depopulação e de fundo genético também tiveram grande importância no desenvolvimento da sistemática. Nos anos 60 passou a recorrer se, também, à bioquímica para determinar as relações filogenéticas, sendo, actualmente, a genética molecular uma das principais bases da classificação de organismos.
Os computadores, com a sua capacidade d de comparar em tempo útil centenas de caracteres, tornaram se fundamentais, de tal modo que deram origem à chamada taxonomia numérica. Mas nas classificações evolutivas também existem limitações. Alguns taxonomistas referem que elas são subjectivas, pois baseiam se nas interpretações de factos utilizando hipóteses sobre relações de parentesco para estabelecer bl filogenias.
Qualquer sistema de classificação reflecte, em cada época, o grau de conhecimento científico, não havendo, consequentemente, nenhuma classificação definitiva.
Hierarquia das categorias taxonómicas Os grupos hierárquicos (taxa) estabelecidos por Lineu no seu sistema de classificação Systema Naturae ainda hoje são usados.
No sistema de classificação de Lineu os organismos estavam divididos em dois grandes reinos: Plantas e Animais. Cada um destes reinos subdivide se se em categorias progressivamente menos abrangentes (Classes, Ordens, Géneros e Espécies). Podedizer se que o sistema de classificação de Lineu é um sistema hierárquico, em que as Espécies se agrupam em Géneros, os Géneros em Ordens, as Ordens em Classes e as Classes em Reinos.
Actualmente, esta hierarquia taxonómica inclui i um grupo maior de categorias taxonómicas, também designadas taxa (no singular: taxon). Resolva a actividade 8 da página 153 do manual
Osprincipais p taxa utilizados nas classificações actuais são: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Género e Espécie. Estas categorias taxonómicas são universais. É de salientar que nas plantas alguns taxonomistas costumam usar a designação Divisão em vez de Filo.
Além destas sete categorias principais de taxa usadas em classificação, os taxonomistas têm, por vezes, necessidade de considerar categorias intermédias. Para as distinguir usam prefixos como super, sub e infra.
A Espécie, a unidade d básica da classificação, é constituída por um conjunto de indivíduos que partilham um mesmo fundo genético, que lhes permite cruzarem se entre si e originar descendência fértil. Os indivíduos que pertencem a uma determinada Espécie estão em isolamento reprodutivo relativamente a indivíduos de Espécies diferentes.
Enquanto que a Espécie é um grupo natural, as restantes categorias taxonómicas tentam agrupar taxa inferiores semelhantes. Desta forma, Espécies semelhantes agrupam se para constituir um Género. De igual modo, os Géneros mais relacionados estão agrupados em Famílias e assim sucessivamente.
Dois seres vivos são tanto mais próximos quanto maior for o número de taxa comuns a que pertencem, isto é, quanto mais restrito for o nível do taxon.
Nomenclatura regras básicas Em ciência, o uso do nome vulgar dos organismos dificulta a comunicação, pois, muitas vezes, é variável de região para região e de país para país. Numa tentativa de universalizar os nomes atribuídos, os cientistas procuraram criar uma nomenclatura internacional para a designação dos seres vivos, estabelecendo regras para a atribuição de nomes científicos aos diferentes grupos taxonómicos.
Desde a Idade Média que o latim foi utilizado para escrever o nome dos organismos, pois era a língua utilizada nas escolas. Actualmente, continua a utilizar se o latim por ser uma língua morta, não estando assim sujeita a evolução.
é XVII Æ John h Ray Séc. Nomenclatura polinominal em latim Exemplo: ver nome da abelha (pág. 156) Séc. XVIII Æ Lineu Desenvolveu a nomenclatura binominal para designar as espécies Resolva a actividade 9 da página 156/7 do manual
Muitas áreas da Biologia dependem das classificações, o que requer que todos os investigadores mencionem cada espécie pelo seu nome científico. Resolva a actividade 10 da página 158 do manual