REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N º, DE 2015 (Do Sr. Lobbe Neto) Solicita informações ao Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Educação, referentes à continuidade do Programa Ciência Sem Fronteiras a partir de 2015. Senhor Presidente, Com fundamento no art. 50, 2, da Constituição Federal, combinado com os arts. 115 e 116 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, requeiro que, ouvida a Mesa, sejam solicitadas ao Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Educação, as seguintes informações, referentes à continuidade do Programa Ciência Sem Fronteiras a partir de 2015: 1. O Programa Ciência Sem Fronteiras até 2014 garantiu 101.446 bolsas no Programa. Na Mensagem da Presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional, teremos mais 100 mil bolsas de 2015 a 2018. Como está prevista a execução desta Meta, ano a ano, de 2015 a 2018? 2. Como está sendo desenvolvido o programa Idiomas sem Fronteiras (IsF) que tem como principal objetivo incentivar o aprendizado de línguas nas universidades do País, em termos de universidades parceiras e em termos de estatística dos estudantes atendidos? 3. Quantos estudantes se mantiveram com as bolsas no exterior em 2015, em que países e áreas? 4. Como se organizam/sistematizam as contribuições no desenvolvimento
da ciência, tecnologia e inovação no egresso dos estudantes no Brasil? 5. Quais serão as áreas do conhecimento prioritárias nos intercâmbios futuros contemplados pelo programa? Quais serão os países parceiros? 6. Frente aos cortes orçamentários que zeraram as vagas em 2015, que outras alternativas estão sendo pensadas para não haver retrocesso no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no País? Na pósgraduação? E no intercâmbio internacional? JUSTIFICAÇÃO Conforme Mensagem da Presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional 2015 acerca do Programa Ciência Sem Fronteiras: O Ciência sem Fronteiras garantiu bolsas de estudo nas melhores universidades do mundo para 101.446 jovens brasileiros, que têm voltado dessa experiência mais bem preparados para produzir ciência, tecnologia e inovação no Brasil. No período 2015-2018, serão mais 100 mil bolsas, que continuarão sendo concedidas com base no mérito dos estudantes, medido pela nota no Enem e por seu desempenho acadêmico. (...) Soma-se a esses esforços, o Programa Ciência sem Fronteiras, com o objetivo, em sua primeira fase, de conceder 101 mil bolsas para jovens brasileiros estudarem em universidades estrangeiras com alto padrão acadêmico, sendo 75 mil custeadas com recursos do Governo Federal. Na segunda fase do Programa, lançada em junho de 2014, o objetivo é fornecer mais 100 mil bolsas de estudo a partir de 2015. O Programa é consenso de todos pela importância, no entanto, surpreendeu a toda a sociedade e principalmente, afetou o sonho de nossos jovens a não abertura do programa em 2015.
23/09/2015: Conforme reportagem editada no Jornal Estado de São Paulo em Governo suspende abertura de vagas no Ciência sem Fronteiras JAMIL CHADE E VICTOR VIEIRA - CORRESPONDENTE DE O ESTADO DE S. PAULO 23 Setembro 2015 http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,governo-suspende-aberturade-vagas-no-ciencia-sem-fronteiras-neste-ano,1767249 Anúncio foi feito em sabatina no Comitê para os Direitos das Crianças, na ONU; MEC nega cancelamento do programa GENEBRA E SÃO PAULO - O governo federal admitiu publicamente nesta terça-feira, 22, que suspendeu, por tempo indeterminado, a abertura de vagas para o Ciência sem Fronteiras (CsF), uma das principais bandeiras da presidente Dilma Rousseff. A declaração foi feita durante sabatina no Comitê para os Direitos das Crianças da Organização das Nações Unidas (ONU). Os alunos que já estão no exterior terão as bolsas mantidas. O programa não foi cancelado. Ele apenas não abriu neste momento novas vagas. Isso vai acontecer tão logo a situação financeira melhore, declarou ao Estado o assessor especial do Ministério da Educação (MEC), Alexey Dodsworth Magnavita de Carvalho. O congelamento também foi confirmado por outro representante do governo, que estava na ONU. A sabatina nas Nações Unidas, feita nesta segunda e terça-feira, avaliou políticas brasileiras para a área de infância. Um dos pontos levantados pelos peritos da ONU, e também por entidades sociais ouvidas pelos técnicos, foi o ajuste fiscal nos programas da Educação. Considerando a realidade econômica do País, o governo federal está fazendo a revisão das metas de seus programas, afirmou o MEC, em nota. Ao lado do Fies e do Pronatec - programas federais que financiam cursos superiores e técnicos -, o Ciência sem Fronteiras foi um dos mais afetados pelos cortes no orçamento neste ano.
Após conceder 101 mil bolsas no primeiro mandato, entre 2011 e 2014, a meta era enviar mais 100 mil alunos para o exterior até 2018. Mas não há prazo para a retomada de editais, que não foram abertos neste ano. Com a alta do dólar, que operava nesta terça-feira a mais de R$ 4, o envio de alunos ao exterior ficou ainda mais difícil. Nos primeiros quatro anos, o Ciência sem Fronteiras consumiu R$ 6,4 bilhões. Era previsto que a iniciativa privada bancasse parte das bolsas. A participação das empresas, porém, foi menor do que o esperado. O MEC também destacou que as bolsas dos 35 mil alunos que ainda estão no exterior serão mantidas. Os alunos (que estão fora do País) não serão chamados de volta, afirmou Carvalho. A pasta disse ainda que não há atraso nos pagamentos aos intercambistas ou às universidades participantes. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e corresponsável pelo programa, disse que o foco é cumprir todos os compromissos assumidos e implementar 22 mil bolsas no ano que vem. Segundo Carvalho, do MEC, a prioridade é a educação básica. Essa garantia foi dada após a ONU questionar as políticas para crianças em um cenário de crise no Brasil. Estamos cada vez mais preocupados com o impacto que os ajustes no orçamento possam ter no setor social, da Saúde e da Educação, disse Sara Oviedo, perita das Nações Unidas. Prejuízos. Presidente da Associação Brasileira de Educação Internacional (Faubai), José Celso Freire Junior lamentou que o governo não seja mais claro sobre os rumos do programa. Isso havia se tornado uma perspectiva concreta para os alunos, afirma ele, assessor de Relações Externas da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Representantes do MEC, diz ele, pararam de se reunir com os assessores de intercâmbio das universidades. Sobre a segundo fase do CsF, ainda há poucas sinalizações - uma delas é de que haverá mais vagas para a pós do que para a graduação, ao contrário do que ocorreu na primeira fase. As instituições pequenas, segundo Freire Junior, serão as mais prejudicadas. Muitas delas tinham no Ciência sem Fronteiras sua frente única de internacionalização. Já as grandes costumam ter outras parcerias, explicou.
As informações que solicitamos são de fundamental importância para acompanharmos a continuidade desse importante programa estratégico para a ciência, tecnologia e inovação no País. Sala das Sessões, 07 de outubro de 2015. Lobbe Neto Deputado Federal PSDB/SP