Teleprocessamento e Redes Universidade Católica do Salvador. Aula 04 - Estrutura de Redes de Comunicação. Objetivo : Roteiro da Aula :



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Teleprocessamento e Redes Universidade Católica do Salvador Aula 04 - Estrutura de Redes de Comunicação Objetivo : Nesta aula, vamos começar a entender o processo de interligação entre os equipamentos componentes de uma rede de comunicação de dados e os modelos de interligação física utilizados para o estudo. Roteiro da Aula : Definição de Rede : Quando falamos em rede, normalmente estamos considerando um conjunto de computadores autônomos e interconectados. Isto significa que não existe nenhum componente com a capacidade de gerenciamento dos outros, como era comum nos modelos mestre-escravo anteriores. Uma rede de computadores pressupõe que todos os seus elementos são igualmente capazes de processar, enviar e receber informações. Definição de Sistema Distribuído : Um ambiente distribuído é constituído de uma rede onde a existência de computadores autônomos é invísivel. Isto significa que, apesar das atividades executadas no ambiente estarem sendo realizadas simultaneamente por diversos componentes da mesma, para o usuário existe apenas um grande ambiente responsável por todas as atividades. É tarefa do ambiente operacional escolher o processador onde serão executadas as diversas tarefas, a impressora onde serão impressos os relatórios etc. Costuma-se inclusive dizer que a transformação de uma rede em um verdadeiro sistema distribuído é tarefa do software 1 Principais Objetivos de uma Rede (considerando a existência prévia dos equipamentos a serem interligados): Compartilhamento de Recursos - acaba a "tirania geográfica" Alta Confiabilidade - replicação de arquivos e substituição de equipamentos Economia Novo meio de comunicação? Classificação de Processadores interligados por escala : 0,1 m Placa Máquina de Fluxo de Dados 1 m Sistema Multiprocessador 10 m Sala Rede Local (LAN) 100 m Prédio " 1 km Campus " 10 km Cidade Redes de Longa Distância (WAN) 100 km País " 1000 km Continente Interconexão de Redes de Longa Distância 10.000 km Planeta " 1 Nos ambientes mais modernos, todo o desenvolvimento do software considera a existência de um sistema distribuído, onde cada equipamento é responsável pelas atividades nas quais cada um é especializado.

Na tabela anterior, podemos ver que a classificação considera tanto os equipamentos com múltiplos processados integrados até ambientes com múltiplos processadores espalhados por diversos continentes, todos eles considerando um processamento integrado e cooperativo. Nomenclatura Básica : Para cada um dos computadores interligados ao ambiente de rede, vamos dar o nome de host. O ambiente de comunicação envolvido na interligação dos hosts será chamado de sub-rede de comunicação, ou simplesmente de sub-rede. Esta separação simplifica bastante o estudo e avaliação de ambientes mais complexos. Para a análies de sub-redes mais complexas, a análise é dividada em dois elementos básicos : os circuitos ou canais de comunicação e os elementos comutadores. Seguindo a mesmo terminologia adotada por nosso livro-texto, chamaremos estes elementos comutadores de IMP (Interface Message Processors). Tipos de Sub-Rede : Sub-Rede Ponto a Ponto : neste tipo de projeto, existem diversas linhas de comunicação, cada uma interligando um par de IMPs. Se dois IMPs que não compartilham um cabo desejarem se comunicar, terão que fazê-lo através de outros IMPs, ou seja, indiretamente. Desta forma, é necessário que cada IMP seja suficientemente inteligente para receber uma mensagem (normalmente chamada de pacote no contexto da sub-rede), armazená-la e enviá-la para o outro IMP assim que a linha de saída estiver disponível. Estas subredes são normalmente chamadas de sub-rede ponto a ponto, store-and-forward ou sub-rede de pacotes comutada (packet switching). Praticamente todas as redes de longa distância são assim. Sub-Rede por Difusão (broadcasting) : neste tipo de sub-rede, existe apenas um canal de comunicação, que é compartilhado por todas as estações. Desta forma, um pacote enviado por uma estação é recebido por todas as outras. Ao receber um pacote, a estação deve ser capaz de analisar o endereço de destino para verificar se o pacote pertence a ela. O endereçamento é um ponto essencial para um funcionamento de uma sub-rede por difusão. Uma das características interessantes de uma sub-rede por difusão é a possibilidade de envio de um pacote a todas as destinações através do uso de um código especial no campo endereço (broadcasting). Alguns sistemas permitem inclusive que sejam enviados pacotes para conjuntos determinados de estações, em um esquema conhecido como multicasting. Uma técnica comum é fazer com que todos os endereços com o bit de mais alta ordem igual a 1 sejam reservados para multicasting. Os n-1 bits restantes formam um mapa de bits correspondendo a n-1 grupos. Exemplo : imaginando que o segmento de endereço do pacote seja formado por um único byte, podemos considerar que o bit de mais alta ordem do byte indica a utilização de endereços multicasting para valores iguais a 1. Se associarmos os sete bits restantes a sete diferentes grupos de estações, poderemos enviar um determinado pacote para qualquer combinação de grupos de estações. Para isto, basta ativar os bits correspondentes aos grupos para os quais desejamos enviar o pacote. O formato da interligação entre as estações na sub-rede define a topologia. Como existem dois conceitos bastante diferentes diretamente relacionados a esta interligação, é importante diferenciá-los bem : o conceito da topologia física e o conceito do método de acesso ao meio. Estes são bastante confundidos. A topologia física nada mais é do que a representação física da interligação dos equipamentos. Esta topologia pode ser muitas vezes reconhecida pelo simples exame da disposição dos cabos e equipamentos de comunicação. Já o método de acesso ao meio define o protocolo utilizado para acesso ao meio. Desta forma, podemos ter redes com topologia física diversas para o mesmo método de acesso. Um exemplo comum são as redes Ethernet 10BaseT, que embora possuam topologia física em estrela, tem método de acesso claramente inspirado nas redes em barramento. Página 2 de 7

A seguir descreveremos cada uma das topologias físicas mais comuns, junto com suas características positivas e negativas : ESTRELA : Utilizada nos primeiros computadores que permitiram acesso multiusuário, o modelo em estrela considera a interligação de todos os pontos a um equipamento central, que pode ser composto por um dos hosts ou por um equipamento especial, conhecido como concentrador. Meio Físico independente por nó Flexibilidade DES Dependência do ponto central Quantidade de cabo Página 3 de 7

BARRAMENTO : O barramento compartilha um único meio físico por todas os hosts conectados. Meio Físico único (menor custo?) Independência em relação aos pontos DES Dependência total quanto ao meio físico Método de acesso complexo ANEL : Método de Acesso Simplificado DES Dependência dos hosts Dependência relativa quanto ao meio físico Página 4 de 7

MALHA ou mesh : Esta topologia é raramente encontrada em redes locais, sendo mais comum em redes de longa distância (WANs). As conexões são feitas de ponto a ponto, usualmente não interligando todas os hosts. Desta forma, as estações intermediárias precisam ser capazes de "rotear" pacotes de comunicação para as estações interligadas indiretamente : Meios Físicos independentes DES Necessidade do Roteamento Possível independência em relação ao meio físico, graças ao roteamento. Analisando mais detalhadamente uma das topologias quanto ao método de acesso, vamos ao caso mais clássico, que é o barramento. Cada estação, ao transmitir, se torna "proprietária" do meio físico único, impedindo que as demais estações o utilizem, a não ser que seja para a escuta dos pacotes enviados. Para que isto funcione, é necessário um mecanismo de arbitragem para resolver eventuais conflitos quando duas ou mais máquinas desejam transmitir simultaneamente. O mecanismo de arbitragem, também conhecido como alocação do canal, pode ser centralizado ou distribuído. Figura 4.1 - Em um barramento, quando a estação A transmite, todas as outras devem ficar impedidas de transmitir. Um outro caso comum de topologia em barramento é um sistema por satélite ou estações terrestres de rádio. Cada IMP tem uma antena através da qual pode transmitir ou receber. Todos os IMPs podem escutar as Página 5 de 7

transmissões do satélite, e em alguns casos, podem também escutar a transmissão de outros IMPs para o satélite. Figura 4.2 - Difusão através de satélite. Outras topologias, como o anel e a estrela, admitem sistemas de difusão, através do uso de técnicas especiais. De qualquer sorte, como em qualquer outro sistema por difusão, sempre são necessárias regras para que o acesso ao meio físico seja coordenado. As diversas regras utilizadas em sistemas por difusão serão discutidas no decorrer deste curso. Alocação de canal : Como já vimos, um dos fatores importantes é o tipo de alocação do canal de comunicação. Em sistemas determinísticos, normalmente se divide o tempo em intervalos discretos, permitindo que cada estação utilize o meio físico na sua abertura de tempo. Este tipo de alocação é conhecida como alocação estática. Apesar de sua simplicidade, ela implica no desperdício da capacidade do canal (que mais tarde vamos identificar como largura de banda) quando uma estação não tem nada a transmitir durante a sua abertura. Este desperdício implica na utilização da alocação dinâmica, comum em sistemas estatísticos. A alocação dinâmica pode ser centralizada ou descentralizada. No método de alocação centralizada, existe uma entidade responsável pela coordenação do meio físico, disponibilizando o mesmo para as estações que desejam transmitir. Para tanto, esta entidade identifica as estações que possuem informações a serem transmitidas e decide quem ficará com o canal em função de decisões tomadas com base em seu algoritmo interno. Na alocação descentralizada, não há entidade central; cada máquina deve decidir por si só se deve ou não transmitir. Para tanto foram desenvolvidos algoritmos especiais que controlam estas situações. Exercícios : 1. Quais dos exemplos abaixo representam uma rede? Porque? a) Computador de grande porte do banco e terminais de saque/depósito automático. Considere que apenas as operações de saque necessitam de confirmação de saldo no computador central. b) Sistema de Terminais para reserva e venda de passagens aéreas. c) Computadores ligados à Internet 2 em todo o mundo. 2 Caso tenha dúvidas acerca de Internet, consulte o material distribuído em sala sobre a mesma. Página 6 de 7

2. Graças à utilização de sistemas distribuídos, conjuntos de computadores podem ser utilizados como apenas um processador virtual único por determinado usuário do ambiente. Para que se tenha um sistema distribuído, é necessária a existência de uma rede? Porque? 3. Dentre as características de funcionamento de uma rede ponto-a-ponto, qual delas implica na necessidade de armazenamento dos IMPs? 4. Pode se considerar que uma rede com topologia física em anel tem maior independência em relação ao meio físico do que uma rede com topologia em barramento? Porque? 5. Porque o endereçameno é essencial em uma rede por difusão? 6. Considere n IMPs interligados pelas seguintes topologias : a) Estrela (considere que o nó central é apenas um comutador, não um IMP). b) Anel. c) Interconexão Completa. Para cada uma delas, dê o número médio de saltos IMP-IMP (sem tráfego para si próprio). Qual a conclusão que se chega a partir deste cálculo? Página 7 de 7