Isaías 49-50. I. A obra do Servo (Is 49.1-13) Introdução: A. A tarefa do Servo (Is 49.1-6). O livro do Servo.



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DAVI, O REI (PARTE 1)

Transcrição:

Isaías 49-50 O livro do Servo. 12 Introdução: No estudo anterior, abordamos a vida do rei Ciro, como servo do Senhor (Is 45), e sua missão na libertação dos exilados da Babilônia e a restauração de Jerusalém (Ed 1). Agora, os capítulos (49-50) tratam principalmente do Messias/Servo cumprindo Seu ministério de restauração do povo da aliança. A palavra servo ocorre cerca de 20 vezes nessa passagem que exalta Jesus com o Cordeiro de Deus que foi morto para redimir os eleitos de Deus. Esta seção está organizada em três partes (Is 49.1-50.3; 50.4-52.12; 52.13-54.17), cada uma das quais começa com uma canção do Servo. 168 Porém, entre as canções, há um discurso que descreve o desânimo de Sião durante o tempo do seu cativeiro. A doutrina da vinda Servo foi a resposta de Deus ao desânimo de Sião. 169 I. A obra do Servo (Is 49.1-13) A segunda canção do Servo se concentra no trabalho e o sucesso do Servo de Deus. Ele é o orador nos versículos 1-5; Deus se dirige a Ele no versículo 6. A. A tarefa do Servo (Is 49.1-6). Ouvi-me, terras do mar, e vós, povos de longe, escutai! O SENHOR me chamou desde o meu nascimento, desde o ventre de minha mãe fez menção do meu nome (s 49.1) Com zelo missionário, o Servo clamará ao mundo inteiro para que todos ouçam Sua voz. O Servo sabe de Sua vocação. Ele declara que foi chamado antes mesmo de nascer, e separado por Deus (ou seja, reivindicado por Ele), imediatamente após o Seu nascimento. Deste modo, o Messias/Servo será um ser humano, nascido como todos os demais de uma mulher, e de mulher ainda virgem (cf. 7.14; Lc 1.30-33). fez a minha boca como uma espada aguda, na sombra da sua mão me escondeu; fez-me como uma flecha polida, e me guardou na sua aljava... (v. 2) O principal instrumento para realizar a obra do Servo é a palavra proclamada por Ele (Is 49.2). Sua boca seria como uma espada afiada (cf. Mt 10.34). Seu ministério seria uma flecha polida (afiada). Isto é, Sua palavra é sempre eficiente (Is 55.11; Ef 6.17; Hb 4.12). Sua boca era como uma espada afiada, ou seja, era uma arma para destruir os 168 Chisholm, R. B. (1998). The Major Prophets. In D. S. Dockery (Org.), Holman concise Bible commentary (p. 285 286). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers. 169 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 49.1 50.9). Joplin, MO: College Press. 91

desobedientes (cf. 1.20; Ap 1.16; 19.15). Além disso, o Servo seria protegido em todo o Seu ministério pela sombra da mão do Todo-Poderoso. O Messias estava escondido junto de Deus, pronto para aparecer no momento preciso (cf. Gl 4.4-5). e me disse: Tu és o meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado (Is 49.3) Por que o Servo aqui é chamado de Israel? Isso não pode se referir à nação porque o Servo foi chamado para conduzir a nação de Israel de volta ao Senhor. O Messias é chamado de Israel, porque Ele cumpre o que Israel deveria ter feito. Em Sua pessoa e obra Ele simboliza a nação. 170 Ele seria totalmente comprometido com a vontade de Deus. Ele seria um novo Israel, o chefe de uma nação. Tudo o que Ele fizer refletirá a glória de Deus (Is 49.2-3). Mas eu pensei: Todo o meu trabalho não adiantou nada; todo o meu esforço foi à toa. Mesmo assim, eu sei que o SENHOR defenderá a minha causa (Is 49.4, NTLH) O Servo antecipou a rejeição, mas Ele deixou toda a questão nas mãos de Deus. Ele sabia que seu trabalho fiel seria recompensado. O Servo não deveria apenas conduzir o povo de Israel de volta a Deus, ele também será uma luz para as nações (49.4-6). Quando Jesus Cristo ministrava, especialmente, ao próprio povo de Israel, houve momentos em que Sua obra parecia em vão (Is 49.4). Os líderes religiosos se opuseram a Ele, os discípulos nem sempre o compreenderam, e aqueles que foram ajudados por Ele, nem sempre o agradeceram. Ele viveu e trabalhou pela fé, e Deus lhe deu sucesso. 171 Os dois cânticos finais do Servo também enfatizam o seu sofrimento (Is 50.4-11; 52.13-53.12). Porém, embora rejeitado pelos homens, o Servo manifesta a firme segurança de que está realizando a obra de Deus e que será plenamente recompensado. Esse versículo é citado no Novo Testamento como justificativa para pregar o Evangelho em todo o mundo (At 13.47). B. O triunfo do Servo (Is 49.7-13). Assim diz o SENHOR, o Redentor e Santo de Israel, ao que é desprezado, ao aborrecido das nações, ao servo dos tiranos: Os reis o verão, e os príncipes se levantarão; e eles te adorarão por amor do SENHOR, que é fiel, e do Santo de Israel, que te escolheu (Is 49.7) O Servo será desprezado pelos homens, detestado pelas nações e os governantes olharão para Ele com desdém. No entanto, o tempo virá em que os reis e príncipes se prostrarão diante do Servo de Deus. Em sua primeira vinda, Jesus Cristo foi rejeitado pelo Seu próprio povo (Jo 1.10-11), mas na Sua segunda vinda todos se dobrarão diante dele (cf. 55.12; Fp 2.10-11). 172 170 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1103). Wheaton, IL: Victor Books. 171 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 121). Wheaton, IL: Victor Books. 172 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1103 1104). Wheaton, IL: Victor Books. 92

... No tempo aceitável, eu te ouvi e te socorri no dia da salvação... (Is 49.8) Deus responderá ao grito do Servo por libertação. Isso inaugurará o dia da salvação. À luz do uso de Paulo dessa passagem (2Co 6.2), o tempo de Deus é o período do Evangelho. Neste período, o Servo se tornará um mediador da aliança, isto é, o mediador de um pacto. O servo (1) Estabelecerá a terra, o reino messiânico; (2) Liberará os cativos; (3) Fornecerá luz; e (4) Preservará aqueles que o seguem (49.8-10). Ele construirá estradas para o Seu povo, mesmo em terrenos difíceis, de modo que possam retornar a Sião (v. 12). 173 As pessoas correrão para o reino do Servo de todas as regiões, mesmo distante Sinim (Outra tradução possível: Assuã ou Sevene. Cf. Ez 29.10; 30.6). A obra do Servo trará conforto aos aflitos. Por esta razão o povo de Deus cantará de alegria (49.11-13). Alguns estudiosos têm defendido que a região de Sinim é uma referência a China, mas o máximo que podemos dizer com segurança é que versículo 12 prevê a conversão de pessoas de terras distantes, dos quais Sinim era, evidentemente, um exemplo notável. 174 II. O desânimo de Sião (Is 49.14-50.3) O trabalho inicial do Servo será restaurar as tribos de Jacó e tornar a trazer os remanescentes de Israel (Is 49.6). Porém, o estado espiritual e emocional do povo de Deus depois do exílio na Babilônia é descrito na última metade do capítulo 49. O povo se sentiu abandonado por Deus, então, o Senhor lhes assegura do Seu amor ao se comparar com uma mãe compassiva (v. 14-23), um guerreiro corajoso (v. 24-26) e um amante constante (50.1-3). 175 A. A queixa de Sião e a resposta do Senhor (Is 49.14-20). Mas Sião diz: O SENHOR me desamparou, o Senhor se esqueceu de mim... (Is 49.14) O povo de Sião se queixa de que Deus o havia abandonado. No entanto, Deus respondeu que Ele certamente não havia se esquecido do Seu povo: Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti (Is 49.15). No entanto, como uma criança de peito, totalmente dependente, o Senhor jamais se esquece dos Seus filhos. Uma mãe pode até se esquecer do filho ainda mama, porém, o Senhor jamais se esquece do Seu povo. Deus é misericordioso e nos consola como uma mãe conforta os seus filhos (Is 66.15). Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim (Is 49.16) Além disso, a nação estava gravada, por 173 Watts, J. D. W. (1998). Isaiah 34 66 (Vol. 25, p. 188). Dallas: Word, Incorporated. 174 Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible commentary: 21st century edition (4th ed., p. 661). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter- Varsity Press. 175 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 122 123). Wheaton, IL: Victor Books. 93

assim dizer, em Suas mãos. Portanto, sempre que Ele, figurativamente falava e levantava Suas mãos, o Senhor vê o nome do Seu povo. O sumo sacerdote trazia os nomes das tribos de Israel em seus ombros e sobre o coração (Êx 28.6-9), gravado em joias; mas Deus tem gravado o nome dos Seus filhos em Suas mãos. É interessante notar que, a palavra gravei (chaqaq, em hebraico) significa cortar em referência a sua permanência. Deus jamais se esquecerá de Sião. 176 Moisés ao falar da necessidade da meditação constante sobre a Lei, declarou: Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos (Dt 6.8). O Senhor agora faz uso da mesma base de comparação. É verdade, de fato, que Deus não tem nem mãos, nem forma física; mas a Escritura se acomoda à nossa capacidade fraca, de modo a expressar a força do amor de Deus para conosco. 177 Mães podem abandonar seus bebês; mas Deus não pode se esquecer dos Seus filhos ou deixá-los no desespero. Às vezes nos sentimos abandonados, desamparados ou órfãos. No entanto, Deus jamais se esquece dos Seus filhos. A maior prova do Seu amor foi cravado na cruz. Estávamos desamparados em nossos pecados e por eles merecíamos a condenação eterna. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Ef 2.5-6). Isso é o que pode nos dar coragem e resistência neste mundo, e no mundo vindouro, a vida eterna com Ele! 23). B. A perplexidade de Sião e o compromisso do Senhor (Is 49.21- Sião se sentia como uma criança abandonada e também, como uma mulher estéril (v. 21). Porém, ela será tão abençoada por Deus que não haverá espaço para tantos filhos! Eles serão como belos ornamentos de noivas, e não refugiados decrépitos do cativeiro. Mais uma vez, o profeta olhou para frente até o fim dos tempos, quando os gentios se prostrarão diante do Senhor. 178 Sião ficará perplexa com o aumento populacional. Então você pensará assim: Quem me fez mãe destes filhos? Eu, uma mulher que não podia ter filhos, abandonada, rejeitada e prisioneira quem criou esses filhos para mim? Eu estava sozinha de onde vieram todos eles? (Is 49.21) Israel não produziu filhos durante o exílio. Então, como pode sua população crescer? A resposta para isso é simples, mas gloriosa. O próprio Deus levantará a mão e dará um sinal de comando aos povos para que tragam de volta a Jerusalém os filhos e as filhas de Jerusalém. Reis estrangeiros cuidarão das suas crianças, e rainhas serão as suas babás (Is 49.22-23). Então, todos saberão que, aqueles que esperaram no Senhor, jamais serão envergonhados (v. 23). 176 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 123). Wheaton, IL: Victor Books. 177 Calvin, John Calvin. Commentary on Isaiah - Volume 4, Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library, p. 22. 178 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 123). Wheaton, IL: Victor Books. 94

C. A incredulidade de Sião e a garantia do Senhor (Is 49.24-26). Será que alguém pode tirar de um soldado as coisas que ele carrega depois da batalha? Ou será que alguém pode pôr em liberdade os que estão sendo levados como prisioneiros por um rei cruel? (Is 49.24) Sião simplesmente não conseguia acreditar que pudessem ser libertados das mãos de um poderoso tirano, como a Babilônia. O Senhor lhe assegura que Ele mesmo efetuará a salvação. Qualquer pessoa que interferir, entrará em guerra contra Deus. A estratégia divina seria levantar os opressores um contra o outro. Assim, através da liberação de Israel, os judeus e gentios, saberão que o Senhor é o Redentor (v. 26). D. A depressão de Sião e o poder do Senhor (Is 50.1-3). O SENHOR Deus diz ao seu povo: Será que vocês acham que eu os mandei embora como um homem manda embora a sua mulher? Então onde está o documento de divórcio? Ou acham que eu os vendi como escravos a fim de pagar as minhas dívidas? Não! Vocês foram levados prisioneiros por causa dos seus pecados; eu os mandei embora por causa das suas maldades (Is 50.1, NTLH) Sião se sentia como se o Senhor os estivesse abandonado. Então, o Senhor assegura a Sua fidelidade: Quando Deus pergunta: Então onde está o documento de divórcio? (v. 1), parece uma referência à situação apresentada pelo profeta Oséias, o qual compara o relacionamento de Deus e Seu povo como um marido que procura reconciliar-se com sua esposa, ainda que esta seja uma meretriz (Os 1-2). A segunda pergunta de Deus: Ou acham que eu os vendi como escravos a fim de pagar as minhas dívidas? (v. 1), lembra a situação da viúva que estava prestes a perder os filhos a fim de saldar uma dívida do marido (2Rs 4.1-7). Essas perguntas são retóricas. Deus jamais se divorciou do Seu povo, e nunca os vendeu (Is 48.8-11; 49.15). O exílio ocorreu por causa dos pecados do povo (50.1b). Mas Deus os busca e os auxilia (50.2-3). 179 Como poderia o povo dizer que foram esquecidos e abandonados, quando o Senhor trata o Seu povo como uma mãe compassiva, um guerreiro corajoso e um cônjuge presente? Ele é fiel à Sua Palavra, mesmo quando somos infiéis (2Tm 2.11-13). Ele é fiel para disciplinar quando nos rebelamos (Hb 12.1-11), mas Ele também é fiel para perdoar quando nos arrependemos e confessamos nossos pecados (1Jo 1.9). A mensagem do Servo para os gentios era de esperança e de bênção. Ele lidará com o Seu povo, para que eles, por sua vez, possam compartilhar da bênção de Deus com os gentios. 180 179 ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2010, p. 872. 180 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 124). Wheaton, IL: Victor Books. 95

E. A confiança do Servo (Is 50.4-9). Em seguida, Isaías apresenta a terceira canção do Servo, que tornando a falar, descreve como é instruído, disciplinado e fortalecido para sua missão. O SENHOR Deus me ensina o que devo dizer a fim de animar os que estão cansados. Todas as manhãs, ele faz com que eu tenha vontade de ouvir com atenção o que ele vai dizer (Is 50.4) Se o povo de Sião não tinha confiança no programa de Deus, o Servo não. O Servo proclama sua confiança em três áreas. Em primeiro lugar, o Servo estava confiante de sua preparação. Ele estava certo de que havia recebido uma revelação constante de Deus. Ele estava igualmente certo de que possuía a habilidade dada por Deus para comunicar o que havia recebido de tal forma a sustentar as almas cansadas (Is 50.4). O apóstolo João escreve muito sobre a obediência de Jesus a Deus em cumprimento da Sua vontade (Cf. Jo 5.19, 36; 6.38; 7.16, 29; 12.49-50). Em segundo lugar, o Servo estava confiante no plano de Deus. Assim, Ele voluntariamente submeteu seu coração, mente e corpo à obediência (Is 50.5). Jesus, antes de ser crucificado, foi espancado, escarnecido e cuspido (Mc 14.65; 15.16-20). Finalmente, o Servo estava confiante do cuidado de Deus. Ele permaneceu firme apesar da perseguição. Ele sabia que poderia enfrentar qualquer desafio. Seus inimigos e acusadores não terão sucesso (Is 50.7-9). Jesus demonstrou essa determinação ao dirigir-se a Jerusalém para ali ser crucificado (Lc 9.51). Conclusão: A canção do Servo termina com uma imagem poderosa:... Aquele que andou em trevas, sem nenhuma luz, confie em o nome do SENHOR e se firme sobre o seu Deus (Is 50.10). Ou seja, aqueles que confiam no Senhor muitas vezes sentem que andam na escuridão, sem nenhuma luz. Todavia, em tais circunstâncias, precisam continuar confiando em o nome do Senhor e andando a luz da Sua palavra, que indica o caminho que deve ser seguido (Is 50.10; Sl 11.105). Eles não devem buscar outras fontes de luz, pois estas são apenas tochas que em breve se apagarão, mas não antes de queimarem aqueles que as procuram (Is 50.11). 181 Além disso, Isaías utiliza a imagem de um joalheiro. Todos os exilados voltarão para casa, os exilados serão restaurados: Olhe para todos os lados e veja o que está acontecendo! Os seus moradores estão voltando; eles estão chegando! Juro pela minha vida que todos eles são como jóias que você usará com orgulho, assim como uma noiva se enfeita com as suas jóias (Is 49.18). Como um joalheiro, Deus surpreenderá o Seu povo com a beleza do resultado final. 181 ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2010, p. 873. 96

Um dia, também temos a certeza de que Deus vai colocar diante de nós em esplêndida gama de suas muitas e muitas bênçãos. E elas enfeitarão nossas vidas como ornamentos. Então, por que você não coloca a sua confiança em um Deus assim? As mães podem esquecer - elas são humanas. Os cônjuges, lamentavelmente, podem até abandonar a família. Porém, Deus nunca se esquece dos Seus filhos. Ele sempre vai trazer beleza e alegria ao Seu coração. Essa é a maneira como Ele trabalha, e é por isso que devemos colocar nossa confiança nele. 97