CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS FUMIGAÇÃO TÉCNICAS E CUIDADOS



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Transcrição:

CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS FUMIGAÇÃO TÉCNICAS E CUIDADOS Engº Agrº Arnaldo Cavalcanti de Rezende 1 1. INTRODUÇÃO. Assumindo que as perdas de grãos durante o processo de armazenagem, segundo a FAO - 1995, em nível mundial, é da ordem de 30% e que a correspondente, causada pelo ataque de pragas é de 10%, podemos ter a certeza de que já deveríamos estar mais conscientes em tentar buscar medidas mais consistentes, de modo a permitir, pelo menos, minimizar esses percentuais. Para o Brasil, acreditamos que os níveis de perdas totais, incluindo aquelas de responsabilidade das pragas estejam em igual situação, embora não existam estatísticas oficiais. É muito dinheiro alimentando pragas. Possivelmente, essas perdas estariam alimentando os milhões de famintos de nosso país. Por outro lado, existem ainda as perdas decorrentes do mau uso dos praguicidas, nem sempre identificadas a tempo, através das contaminações das matérias primas, perdas provocadas durante o transporte, além daquelas ocorridas em todas as etapas da cadeia produtiva. As perdas, portanto, representam importante fator de segurança nacional que devemos começar a refletir, em nosso caso, no que se refere ao Controle das Pragas. Nesse sentido o moderno conceito de Controle de Pragas tem na integração de medidas auxiliares a resposta mais adequada e eficiente para esse processo, hoje denominado Conceitualmente, consiste na associação de medidas em que a aplicação de praguicidas é apenas uma parte de todo o processo. Isto é, o Controle Integrado de pragas é um Processo. 2. CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS Os praguicidas utilizados ao longo dos anos apresentavam moléculas extremamente eficientes, com resultados excelentes, inclusive em baixas dosagens. Com o passar dos anos notou-se que as pragas começavam a apresentar dificuldades (defesas) para a sua eliminação. Iniciava-se o processo de resistência das pragas aos praguicidas. Os termos resistência e tolerância, de conceituação muito ampla, não serão discutidos aqui. Entretanto, temos que ter em mente que apenas mediante o uso racional e técnico dos praguicidas, associado a medidas auxiliares de controle, teremos respostas mais eficazes, de menores custos, além de reduzirmos os riscos das contaminações acidentais. 1 Diretor Técnico da (11 99628117) 1

O Controle (ou Manejo) Integrado de Pragas se apresenta como um processo, em que medidas auxiliares e coadjuvantes são inseridas no controle das pragas e, a utilização dos praguicidas passa a ser uma etapa interveniente neste processo, não mais fator essencial. Com efeito, para sustentar um programa de controle integrado de pragas em grãos armazenados, temos que assumir que os mesmos fazem parte de uma cadeia produtiva, como matéria-prima para a indústria de alimentos, não mais devendo ser visto apenas como uma commodity. Portanto, dentro deste programa de controle integrado de pragas de grãos armazenados temos que interagir todos os conceitos do Manejo Integrado de Pragas, das Boas Práticas de Fabricação (GMP), Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), entre outros, levando-os para as plantas de armazenamento e processamento de grãos, de modo que os benefícios serão visíveis, sejam no plano econômico, seja no plano das perdas, propriamente ditas. Dentro da conceituação de controle de pragas fazer parte de um processo, atualmente é recomendado o desenvolvimento de medidas que busquem controlar as pragas através da intervenção, de alguma forma, em seu habitat, agindo diretamente nos três fatores da vida água, alimento e refúgio, promovendo o desequilíbrio destes fatores para criar situações de stress, auxiliando o controle dos insetos. É verdade, entretanto, que em estruturas de armazenamento o manejo daqueles fatores não é tão simples em razão das condições operacionais a que são submetidas, diferentemente de plantas de processamento de alimentos, onde as características apresentam comportamentos diferentes. Porém, deve-se ter em mente, por exemplo, que simplesmente a manutenção da limpeza destas estruturas garantem uma redução drástica dos insetos presentes. 2.1. ETAPAS DO CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS 2.1.1. DIAGNÓSTICO Etapa inicial do processo do controle integrado de pragas que tem por objetivos localizar, identificar e quantificar as infestações presentes. Nesta etapa, oportunamente se avaliam ainda os procedimentos que estão sendo adotados, as interfaces com vizinhos e seus possíveis focos de infestações, possibilidades de instalação de barreiras físicas, entre outras medidas. O resultado da etapa de diagnóstico nos permitirá decidir pelos caminhos e medidas a serem adotadas. 2.1.2. HOUSEKEEPING Esta etapa busca através da implementação dos procedimentos dos 5 S (5 sensos), a eliminação dos focos crônicos de infestação, além de mostrar as imperfeições dos trabalhos desenvolvidos. ORGANIZAÇÃO LIMPEZA DISCIPLINA ARRUMAÇÃO PADRONIZAÇÃO 2

2.1.3. MONITORAMENTO A etapa do monitoramento tem como objetivos acompanhar a eficiência do processo de controle de pragas, identificar a evolução da infestação presente, determinando o momento das intervenções, avaliar a incidência de reinfestações, identificar as infestações e determinar novos rumos a serem dados ao processo. As armadilhas são os meios utilizados nesta etapa do controle integrado de pragas, devendo ser utilizadas como método auxiliar no processo e, eventualmente, como medida complementar ao próprio controle. Seu uso, entretanto, deve ser visto com cautela, tendo em vista possíveis efeitos inversos nos casos de descuidos, podendo haver a possibilidade da atração indesejada dos insetos. 2.1.4. BARREIRAS FÍSICAS Durante a etapa de diagnóstico, entre outros aspectos, avaliam-se as condições de acessibilidade e desenvolvimento das pragas. A partir destas informações podem-se implementar medidas de instalação de barreiras físicas, tendo em vista conter ou reduzir o acesso e desenvolvimento dos insetos. 2.1.5. CONTROLE QUÍMICO PRAGUICIDAS Utilizados como auxiliares no processo de controle integrado de pragas, devem ser adequadamente aplicados, sob pena de apresentarem resultados indesejados como a redução aparente dos focos de infestação, acidentes com o pessoal envolvido, aumento dos custos de tratamento, possibilidade de resistência dos insetos aos inseticidas, entre outros. 3. TÉCNICAS DO CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS CONTROLE QUÍMICO: FUMIGAÇÃO. Constituindo uma operação em que envolve riscos, esta deve conter todo sentimento de profissionalismo, onde a capacitação e a consciência da atitude, são fatores determinantes para que a fumigação transcorra com eficiência e sem acidentes. 3.1. CUIDADOS INICIAIS 3.1.1. Formação da Equipe. A equipe de fumigação, coordenada por um elemento experiente, deverá ser reunida para receber as orientações da operação de expurgo, bem como as responsabilidades individuais de cada elemento naquele procedimento. A leitura atenta do Manual do Fabricante é obrigatória para toda a equipe. 3

Os elementos que compõe a equipe de fumigação não poderão ter histórico de doenças hepáticas, estarem bem nutridos, não estarem sob efeitos de medicamentos, além de serem capacitados. 3.1.2. Equipamentos de Proteção Individual. Os EPI s devem ser constituídos de macacão, dotados de calças e mangas compridas, botas e luvas de PVC, capacetes, máscara e filtros adequados. Para as máscaras recomendamos as do tipo panorâmicas e os filtros, os combinados para gases ácidos e vapores orgânicos. Entendemos importante salientar que os EPI s deverão estar rigorosamente em condições adequadas de uso, particularmente os filtros e máscaras, para que permitam total segurança na operação. O Coordenador da Equipe e o Técnico de Segurança serão responsáveis pela manutenção e a limpeza dos EPI s (as máscaras devem ser imersas em solução de Milton a 20%, por 15 minutos). Observar que cada fabricante estabelece o tempo de uso para os filtros. Entretanto, considerando as variações das concentrações de fosfina a que são submetidas, recomendamos que se avalie a sua eficiência a partir da percepção de odor de amônia, partindo da premissa que o respirador está corretamente fixado à face. 3.2. CUIDADOS GERAIS PARA A OPERAÇÃO DE FUMIGAÇÃO 3.2.1. Com antecedência de 24 horas toda a indústria ou unidade armazenadora deve ser notificada da data e local da operação de expurgo, bem como o período em que a mesma irá ocorrer. 3.2.2. Promover a sinalização da área e local com uso de bandeiras de sinalização. 3.2.3. Certificar-se da ausência de pessoas não autorizadas no local de fumigação e, se necessário, evacuar o local. 3.2.4. Preparar a equipe e checar responsabilidades e EPI s. 3.2.5. Não fumar, beber ou comer durante a operação de fumigação. 3.2.6. Ler atentamente o Manual do Fabricante, observando criteriosamente suas recomendações. 3.2.7. Cuidados na abertura das embalagens de Fosfeto de Alumínio. Em se tratando de um inseticida que libera gás, o armazenamento inadequado, sob alto calor, poderá acarretar a pressurização da embalagem diante do aumento da pressão interna. 4

Diante deste fato, recomendamos inicialmente proceder a sua despressurização no lado externo dos locais de expurgo, mediante a abertura parcial das garrafas de Fosfeto de Alumínio e posterior fechamento e, no caso das latas de sachet, proceder a um pequeno furo para o mesmo objetivo. 3.3. CUIDADOS NA OPERAÇÃO DE FUMIGAÇÃO 3.3.1. Seguir criteriosamente as recomendações de vedação necessárias para a eficiência e segurança da operação de fumigação. 3.3.2. A dosagem deve ser rigorosamente observada, segundo as instruções do fabricante. Atenção: As dosagens nunca devem ser alteradas, seja para compensar eventuais vazamentos (Neste caso, recomendamos a solução do problema ou não se realizar a operação de fumigação), seja para compensar altas infestações de insetos. 3.3.3 No caso de uso de lonas para expurgo, estas nunca devem ser de materiais reciclados (Lonas pretas), apenas será permitido a utilização de lonas de PVC ou Polipropileno, ambas específicas e recomendadas para a fumigação. 3.3.3. Durante a operação de fumigação não se recomenda o uso de pendentes de luz, apenas se os mesmos estiverem em reais condições adequadas e com protetores para lâmpadas. 3.3.4. Nenhum sistema de ventilação ou exaustão poderá estar ligado durante a operação de fumigação. Esta medida apenas deve ser adotada ao final da operação, com vistas à aeração do ambiente e, se necessário, do produto. 4. PRAGUICIDA: FOSFETO DE ALUMÍNIO INFORMAÇÕES TÉCNICAS O Fosfeto de Alumínio é um inseticida fumigante largamente utilizado, que libera o gás Fosfina, altamente tóxico, inodoro e incolor, com alta capacidade de expansão. ALP + H2O PH3 + Al (OH)³ Fosfeto de Água Fosfina Hidróxido de Alumínio Alumínio (Pó residual) A reação acima é catalisada pela umidade presente no ar atmosférico. Portanto, quanto maior o teor de umidade presente no ambiente de fumigação, maior a velocidade de liberação da Fosfina. Por outro lado, em se tratando de um gás, quanto maior a temperatura do material ou ambiente a ser fumigado, maior a velocidade de difusão da Fosfina. 5

Em condições de temperatura de 25ºC a 28ºC e umidade relativa do ar entre 60% e 65%, a liberação da Fosfina se inicia por volta de duas horas após a abertura da sua embalagem, quando em contato com o ar. Por ser inodoro, o odor que se sente inicialmente é a da amônia, adicionada para, entre outras funções, servir como gás de alerta. Desta forma, os cuidados de segurança são exigidos desde o início da operação. O Manual Técnico do Fabricante fornece todas as orientações a serem observadas em casos de emergência, bem como os níveis (em ppm) de criticidade das concentrações de Fosfina. Após a reação do Fosfeto de Alumínio, é formado um pó residual composto basicamente por Hidróxido de Alumínio, que deverá ser descartado segundo as recomendações a seguir detalhadas, conforme instruções do fabricante. 5. DESCARTE EMBALAGENS, SACHET E PÓ RESIDUAL. As latas (Sachet) e garrafas jamais devem ser reutilizadas, por conterem resíduos de Fosfina. Após o uso, essas embalagens devem ser furadas, amassadas e, juntamente com os demais componentes, serem encaminhadas para um Posto de Recepção de Praguicidas. O pó residual remanescente da reação dos comprimidos e pastilhas de Fosfeto de Alumínio, bem como o sachet, devem ser desativados conforme a seguir demonstrado: O pó residual e o sache, devem ser colocados em uma vasilha com água e detergente, na proporção de 20% e ficarem submersos pelo tempo mínimo de 36 horas. Posteriormente, a água residual poderá ser eliminada no esgoto e o sachet ser encaminhado para um Posto de Recepção de Praguicidas. Nas embalagens de sache (Latas) existe um sache de coloração amarela que não deve ser umedecida, em hipótese alguma, tendo em vista o risco de ignição espontânea. Seu descarte será feito juntamente com os saches utilizados na fumigação. 6. FUMIGAÇÃO TÉCNICAS DA OPERAÇÃO Consiste na aplicação de inseticidas na forma sólida (Fosfina) ou líquida (Brometo de Metila), que em contato com o ar transforma-se em gás, promovendo a eliminação dos insetos, em todos os seus estágios de desenvolvimento, agindo no seu sistema respiratório. A operação de fumigação apesar de simples deve ser sempre entendida como uma ação técnica onde parâmetros de temperatura do ar e do ambiente, umidade relativa do ar, nível e tipo de infestação, cálculo da dosagem, material para vedação e possibilidade efetiva de vedação, devem ser considerados para o seu sucesso e segurança. Procurando atender as expectativas de eficiência total nas operações de fumigações, três condições básicas são necessárias: DOSAGEM VEDAÇÃO TEMPO DE EXPOSIÇÃO 6

Ressaltamos que estes três fatores não agem isoladamente, interagem entre si. DOSAGEM A Fosfina (PH3) é um gás de extrema capacidade de difusão, sobretudo em nossas condições climáticas, expandindo-se por todo o ambiente fumigado. Desta forma o cálculo da dosagem deve sempre ser considerado em relação ao volume de produto ou do espaço a ser fumigado, independentemente de estar completo ou não. Obedecidos rigorosamente os fatores de vedação e tempo de exposição, a dosagem recomendada será sempre de 3 gramas do produto comercial (2 gr de ingrediente ativo - PH3), por metro cúbico de produto ou espaço fumigado. VEDAÇÃO Em se tratando de uma operação de controle de pragas através do uso de gás, a fumigação tem como um de seus fatores limitantes a vedação, que deverá ser rigorosamente observada e atendidos os seus cuidados máximos, de modo a não permitir qualquer fuga de Fosfina, trazendo conseqüências de subdosagem, resistências de insetos, riscos de acidentes e, naturalmente, insucesso da operação. Nas operações de fumigação todos os cuidados devem ser considerados, desde a avaliação de possíveis riscos de fuga de Fosfina causados por trincas, fissuras, rachaduras em pisos e paredes, calafetação das chapas dos silos metálicos, lonas plásticas inadequadas e rasgadas, cobras de areia mal posicionadas, ralos sob pilhas de sacos, bem como outras medidas observadas no momento da operação. Passadas três a quatro horas do início da fumigação, tendo em vista verificar possíveis falhas de vedação, recomendamos uma checagem através do uso de aparelhos próprios (Detectores de gás) ou mesmo com auxílio de uma solução de Nitrato de Prata a 10%, embebida em papel de filtro (A coloração deve variar do marrom bem claro ao mais escuro. Neste caso, quanto mais escurecida estiver indicando, maior está ocorrendo à fuga de fosfina), permitindo a correção do vazamento identificado. Para a fumigação de ambientes ou espaços vazios, considerando que nem todas as estruturas foram construídas adequadamente, devem-se observar maiores cuidados na vedação, de maneira a criar uma câmara de expurgo, obtendo a situação de tudo fechado por fora, tudo aberto por dentro. TEMPO DE EXPOSIÇÃO Embora a Fosfina apresente excelente capacidade de expansão, ela necessita de tempo para penetrar por todo local a ser fumigado, além de sua exposição direta aos diversos estágios de desenvolvimento dos insetos, permitindo a efetiva eliminação dos insetos em todos os seus estágios de desenvolvimento. Portanto, também um fator determinante no sucesso da fumigação. 7

A seguir apresentamos uma tabela de Tempo de Exposição, considerando a temperatura. Acima de 25ºC Entre 15ºC e 25ºC Inferior a 15ºC Sementes em geral Grãos ou sementes de feijão 96 h 72 h Grãos armazenados, Ensacado 120 h farinhas, cacau, fumo, Silos metálicos 240 h algodão em pluma. Graneleiros 240 h Aumentar o tempo acima sugerido em 20%, exceto para sementes Fica impossibilitada a fumigação Salientamos que eventual (e não recomendado) aumento da dosagem não significa que possamos reduzir o tempo de exposição. Maiores tempos de exposição garantirão melhores respostas da fumigação, sobretudo em níveis mais elevados de infestações e em algumas espécies de insetos. Dentro deste entendimento, podemos afirmar que o tempo de exposição poderá compensar eventuais adversidades nos teores de umidade e temperatura, na ação efetiva sobre todas as formas de desenvolvimento dos insetos e também na ação sobre grandes volumes de produtos a serem fumigados. Finalizada a fumigação e terminado o tempo de exposição, recomendamos que o produto ou espaço fumigado seja aerado por algumas horas (aproximadamente 4 horas), antes da sua eventual manipulação ou acesso às estruturas e que, a efetiva utilização ou consumo do produto se dê após 4 dias de carência (Período de carência). Embora na fumigação com Fosfeto de Alumínio, normalmente após análise cromatográfica, não sejam encontrados resíduos perniciosos de fosfina que possam afetar a qualidade dos grãos, farinhas, etc., a legislação em vigor estabelece respectivamente os limites de 0,01 mg/kg para alimentos processados e de 0,1 mg/kg para grãos (FAO). 7. TRATAMENTO ESPACIAL E/OU RESIDUAL Como vimos, a fumigação é uma operação de controle de pragas que apesar da aplicação de um praguicida não deixa resíduos nos produtos e ambientes tratados, agindo exclusivamente nas infestações presentes. Desta forma, para uma efetiva proteção dos produtos (Desde que não sejam utilizados imediatamente e respeitados os limites de carência) e do ambiente, devemos complementar a fumigação com o tratamento espacial (residual). Neste tratamento adotaremos a pulverização ou a atomização como mecanismos para a aplicação de praguicidas, de maneira a formar uma camada protetora, evitando as reinfestações possíveis de ocorrerem, bem como controlar eventuais focos de infestações nas estruturas de armazenagem e/ou de processamento. 8

Para um eficiente processo de manutenção e prevenção contra as reinfestações, além das medidas preconizadas de, recomendamos ainda que as pulverizações ou atomizações, sejam realizadas em períodos regulares e intercaladas de 30 dias. Assim, as áreas e produtos estarão protegidos contra as pragas. Mais recentemente tem sido utilizada a Terra de Diatomácea, como medida auxiliar de proteção para pisos e paredes e, eventualmente sobre a massa de grão. Produto inerte, com alta capacidade de absorção de umidade e, formado por pequenos cristais que penetrando no corpo dos insetos promove a usa morte pela desidratação. Extremamente eficiente para locais secos. Salientamos que no controle de pragas, a escolha dos praguicidas, das técnicas de aplicação e, sobretudo, com a segurança da operação, são fatores preponderantes para o sucesso esperado, além de todo o envolvimento técnico necessário. Por fim, gostaríamos de reiterar que as medidas aqui propostas devem sempre ser implementadas de forma integrada. A perfeita harmonia entre nós e as pragas representam a conclusão esperada para o nosso trabalho. A tecnologia está disponível. Entretanto, se mal utilizada, colocaremos em risco o seus resultados. Como dizia o Pe. Antonio Vieira: Não sei se consegui convencê-los, mas, desculpem-me se os fatiguei. Obrigado. 9