Curso Avançado em Redação de Patentes



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Transcrição:

Curso Avançado em Redação de Patentes Parte II Preparando um Pedido de Patente Rodrigo B. Ferraro, Ph.D Examinador de Patentes Divisão de Biotecnologia - DIRPA 02 a 06 de março / Cuiabá - MT 1

Preparando um Pedido de Patente 2

Preparando um Pedido de Patente Segundo a WIPO, a patente corresponde a um acordo entre o inventor e o governo. Por conseguinte, patente é análoga a um contrato. Redigir um pedido de patente de alta qualidade semelhante a redigir um contrato de alta qualidade. é Redigir um pedido de patente tem algumas semelhanças com o redigir de um artigo técnico ou científico. 3

Preparando um Pedido de Patente Ao preparar um pedido de patente: Obter todos os detalhes da invenção, para identificar os que irão compor a invenção. Identificar os diferentes aspectos da invenção que possam vir a ser protegidas (invenção principal e invenções acessórias). 4

Invenção principal (produto químico tipo enzima, fármaco, ácido nucléico, polímero; aparelho; dispositivo médico; composição inseticida; etc...) novidade atividade inventiva aplicação industrial suficiência descritiva Invenções Acessórias (uso do produto químico; processo para produção do produto químico; uso do aparelho; uso do dispositivo médico; composição; método para eliminar nematódeos de plantas; etc...) 5

Preparando um Pedido de Patente Ao preparar um pedido de patente: Verifique os documentos do estado da técnica referentes ao campo da invenção para adequar o pedido de patente frente a estes documentos. Identifique detalhes da matéria objeto de proteção poderão constar nas reivindicações dependentes. que 6

Preparando um Pedido de Patente Ao preparar um pedido de patente: Descreva a invenção de maneira suficiente para que um técnico da arte possa reproduzir a mesma. - Nunca assuma que o inventor conhece o real significado da sua invenção. - Pesquisadores tipicamente pensam em termos de produtos ou problemas nunca em invenções. 7

Entendendo a Invenção O agente de propriedade intelectual deve entender suficientemente bem a invenção para poder estruturar as reivindicações de forma a evitar limitações indesejadas. O agente de propriedade intelectual deve reconhecer quais elementos da invenção que não necessitam estar incluídas nas reivindicações mais abrangentes (independentes). O agente de propriedade intelectual deve entender quão abrangente deve ser a descrição da invenção. O agente de propriedade intelectual deve esforçar-se ao máximo para obter um claro entendimento da invenção, como se ele mesmo fosse o inventor. 8

Entendendo a Invenção Entendimento da invenção também significa que o agente de propriedade intelectual deverá entender a invenção suficientemente para redigir um pedido de patente de forma que: Forneça informação técnica suficiente para que um técnico do assunto entenda a invenção de forma a poder repetir a mesma. 9

Entendendo a Invenção Entendimento da invenção também significa que o agente de propriedade intelectual, ao receber um documento do estado da técnica tal como um documento que foi usado por um Escritório de Patente como base para rejeição de reivindicações: ser capaz de explicar as diferenças entre o objeto de proteção e o estado da técnica e/ou ser capaz de modificar as reivindicações em pendência para ressaltar essas diferenças de uma forma tal que minimize uma possível redução no escopo de proteção das ditas reivindicações. 10

Entendendo a Invenção Se num questionamento feito pelo agente de propriedade intelectual ao inventor, sobre a sua invenção, as questões não puderem ser respondidas pelo mesmo, deve ser considerada a possibilidade do inventor ter mais algum tempo para pesquisa adicional e/ou considerar alternativas dentro dos resultados originais da pesquisa. Se o agente de propriedade intelectual não tiver certeza sobre as respostas para qualquer uma das questões que tiverem sido feitas por ele para o inventor, o dito agente deverá usar o seu melhor julgamento profissional para lidar com a incerteza. 11

Entendendo a Invenção Uma vez tendo o agente de propriedade intelectual entendido a invenção e considerando que a mesma já contenha todos os elementos necessários para ser candidata a uma patente, o dito agente pode começar a preparar o pedido de patente. Uma vez tendo preparado o pedido de patente, o agente de propriedade intelectual pode ainda verificar se o pedido, como tal, e mais particularmente a matéria definida nas reivindicações, descreve a invenção de forma mais acurada possível. 12

Estrutura do Documento de Patente 13

Condições de patenteabilidade são os requisitos de cujo cumprimento depende a concessão e/ou a manutenção da patente. Os requisitos podem ser FORMAIS, quando dizem respeito ao modo pelo qual a invenção é submetida à análise do poder concedente, ou SUBSTANTIVOS, quando dizem respeito à invenção em si mesma. 14

Requisitos formais: O pagamento de taxas e anuidades Outras formalidades relativas ao pedido (formulário, procuração, assinatura, etc) Requisitos substantivos: Patente de Invenção (PI) Novidade Atividade Inventiva Aplicação Industrial Patente de Modelo de Utilidade (MU) Novidade Ato Inventivo Aplicação Industrial Melhoria funcional 15

Pedido de Patente O pedido de patente é um documento legal que deve ser redigido de forma clara, precisa e em um formato particular. Um pedido de patente completo consiste numa petição contendo dados do titular / inventor, relatório descritivo, resumo, reivindicações e guia de recolhimento. Se aplicável, desenhos e uma listagem de seqüências devem ser também incluídos. 16

Pedido de Patente ESTRUTURA DO DOCUMENTO DE PATENTE Relatório Descritivo Deve conter os dados do pedido/titular Reivindicações Resumo + Folha de rosto do depósito Formulário 1.01, Guia de recolhimento A estrutura e o formato de um pedido de patente são determinados por regras definidas pelo AN 127/97 e que devem ser obrigatoriamente respeitadas pelo agente de propriedade intelectual. Desenhos (se aplicável) Listagem de Seqüências (se aplicável) 17

REQUERIMENTO - FORMULÁRIO Formulário rio Modelo 1.01 para Depósito de pedido de patente ou de certificado de adiçã ção o de invençã ção 18

REQUERIMENTO - FORMULÁRIO Formulário rio Modelo 1.01 para Depósito de pedido de patente ou de certificado de adiçã ção o de invençã ção 19

Se a patente é originada de amostra de componente do patrimônio genético nacional! Medida Provisória 2.186-16 de 23 de agosto de 2001 Acesso e remessa de componente do patrimônio genético, pesquisa, bioprospecção; Acesso ao Conhecimento Tradicional Associado ao Patrimônio Genético; Repartição justa e equitativa dos benefícios gerados na exploração de ambos; Acesso e transferência da tecnologia. 20

MP nº 2.186-16/2001 16/2001 Capítulo VIII Das sanções administrativas Art. 30: 1º As infraçõ ções administrativas serão o punidas na forma estabelecida no regulamento desta Medida Provisória, ria, com as seguintes sançõ ções: [...] VIII - suspensão o de registro, patente,, licença a ou autorizaçã ção 21

MP nº 2.186-16/2001 16/2001 Capítulo IX Das disposições Finais Art. 31: A concessão de direito de propriedade industrial pelos órgãos competentes, sobre processo ou produto obtido a partir de amostra de componente do patrimônio genético, fica condicionada à observância desta Medida Provisória devendo o requerente informar a origem do material genético e do conhecimento tradicional associado, quando for o caso. 22

RESOLUÇÃO Nº 23, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2006 do CGEM Estabelece a forma de comprovação da observância da Medida Provisória nº 2.186-16, de 23 de agosto de 2001, para fins de concessão de patentes de invenção pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI Art. 2º Para efeitos de comprovação do atendimento do disposto na Medida Provisória nº 2.186-16 de 2001, o requerente do pedido de patente de invenção de produto ou processo resultante de acesso a componente do patrimônio genético realizado desde 30 de junho de 2000, depositado a partir da data de publicação desta Resolução, deverá declarar ao INPI que cumpriu as determinações da Medida Provisória, bem como informar o número e a data da Autorização de Acesso correspondente, sob pena de sujeição às sanções cabíveis. Art. 3º O requerente de pedido de patente de invenção de produto ou processo resultante de acesso a componente do patrimônio genético realizado entre 30 de junho de 2000 e a data de publicação desta Resolução deverá regularizar seu pedido junto ao INPI com vistas ao cumprimento desta Resolução. 23

RESOLUÇÃO Nº 134/06, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2006 do INPI Normaliza os procedimentos relativos ao requerimento de pedidos de patentes cujo objeto tenha sido obtido em decorrência de um acesso a amostra de componente do patrimônio genético nacional Art. 2º O requerente de pedido de patente depositado a partir da data da entrada em vigor da Resolução nº 23, de 10 de novembro de 2006, do CGEN, deverá declarar ao INPI, no campo específico do formulário de depósito de pedido de patente ou do formulário PCT-entrada na fase nacional, conforme o caso, se o objeto do pedido de patente foi obtido, ou não, em decorrência de um acesso a amostra de componente do patrimônio genético nacional, realizado a partir de 30 de junho de 2000. Parágrafo único. Na hipótese do objeto do pedido de patente ter sido obtido em decorrência de um acesso a amostra de componente do patrimônio genético nacional, nos termos do caput, o requerente deverá declarar ao INPI, também, que foram cumpridas as determinações da Medida Provisória nº 2.186-16, de 2001, informando, ainda, o número e a data da Autorização do acesso correspondente, bem como a origem do material genético e do conhecimento tradicional associado, quando for o caso. Art. 3º Os requerentes de pedidos de patente cujo objeto tenha sido obtido em decorrência de um acesso a amostra de componente do patrimônio genético nacional, realizado a partir de 30 de junho de 2000, que estejam depositados no INPI na data da entrada em vigor da Resolução nº 23, de 10 de novembro de 2006, do CGEN, deverão declarar ao INPI, em formulário específico, instituído por este ato, isento do pagamento de retribuição, que foram cumpridas as determinações da Medida Provisória nº 2.186-16, de 2001, informando, ainda, o número e a data da Autorização do acesso correspondente, bem como a origem do material genético e do conhecimento tradicional associado, quando for o caso, independentemente de notificação por parte do INPI. 24

Formulário de patente (1.01) 25

Formulário de Fase Nacional PCT (1.03) 26

Título ESPECIFICAÇÕES GERAIS AN 127/97 item 15.3 O título deverá ser conciso, claro e preciso, identificando o objeto do pedido, sem expressões ou palavras irrelevantes ou desnecessárias (tais como "novo", "melhor", "original" e semelhantes), ou quaisquer denominações de fantasia, e ser o mesmo para o requerimento, o relatório descritivo e o resumo. 27

Relatório Descritivo PATENTE DE INVENÇÃO O Relatório Descritivo deverá: a) ser iniciado pelo título (AN 127/97, item 15.1.2.a); b) referir-se a uma única invenção, ou a um grupo de invenções interrelacionadas de maneira que constituam um só conceito inventivo (AN 127/97, item 15.1.2.b. e LPI art. 22); c) precisar o setor técnico a que se refere a invenção (AN 127/97, item 15.1.2.c). 28

Relatório Descritivo É constituído dos seguintes tópicos, na ordem de apresentação indicada a seguir: Título Campo da Invenção Fundamentos da invenção e Estado da técnica Sumário da Invenção Descrição da abordagem do problema técnico Listagem de figuras Descrição detalhada da Invenção Exemplos, se necessário 29

Título Deve ser curto, preciso e específico. Campo da Invenção (Setor Técnico) É uma declaração que indique o campo técnico relacionado com a invenção. Fundamentos da Invenção e Estado da técnica Cite as informações de cunho básico e descreva o estado da técnica que permita o entendimento, a busca e o exame da invenção, evidenciando os problemas existentes no estado da técnica. 30

Descrição da abordagem do problema técnico Discuta o problema técnico abordado pelo inventor e a solução técnica encontrada pelo mesmo em função do estado da técnica, descrevendo de forma clara, a solução proposta para o problema existente, bem como as vantagens da invenção em relação ao estado da técnica, ressaltando a novidade e o efeito técnico alcançado. Evidenciar a novidade e o efeito surpreendente da invenção frente ao estado da técnica. 31

Descrição detalhada da Invenção Descreva a invenção em detalhes de maneira suficiente para reprodução da mesma. Em sendo um aparelho, descreva cada parte do mesmo e como as partes interagem uma com a outra. Em sendo um composto químico, descreva o dito composto pela sua identidade química, indicando o melhor processo que leva à produção do mesmo. Em sendo uma composição química, descreva os seus constituintes quali e quantitativamente. Em sendo a invenção um processo, descreva o material de partida, o produto obtido e as etapas envolvidas na transformação do primeiro no segundo. Se a invenção tiver vários aspectos, descreva cada um dos ditos aspectos, indicando claramente a relação entre os mesmos. 32

Descrição detalhada da Invenção Descreve a invenção em detalhes de maneira suficiente para reprodução da mesma, citando também todas as alternativas possíveis relacionadas com a mesma, tais como os materiais, finalidades de uso e metodologias envolvidas na invenção. Exemplos Se necessário, deve ser fornecido pelo menos um exemplo de concretização da invenção. 33

Relatório Descritivo PATENTE DE MODELO DE UTILIDADE Referir-se a um único modelo principal, que poderá incluir uma pluralidade de elementos distintos adicionais ou variantes construtivas ou configurativas, desde que mantida a unidade técnico-funcional e corporal do objeto; Descrever o modelo de forma consistente, precisa, clara e suficiente, com as possíveis variantes, fazendo remissão aos sinais de referência dos desenhos. Melhoria funcional, no caso de circuito elétrico: apresentar o diagrama esquemático do circuito e todos os elementos de conexão e de enlace responsáveis pela melhor utilização. 34

Reivindicações Base legal da proteção patentária. Os termos e a estruturação das reivindicações definem os limites de proteção conferidos por uma patente. Formam uma linha que delimita a proteção, evidenciando infrações dos direitos por terceiros. 35

Funções das reivindicações: Para o Requerente: Determinar o escopo de exclusividade. Para o Público: Estabelecer a fronteira entre monopólio privado e domínio público. Para o Escritório de Patente: Saber para qual matéria objeto de proteção deverá ser feita a pesquisa do estado da técnica. 36

Reivindicações Art. 25/LPI As reivindicações deverão ser fundamentadas no relatório descritivo, caracterizando as particularidades do pedido e definindo, de modo claro e preciso, a matéria objeto da proteção. Art. 41/LPI A extensão o da proteçã ção o conferida pela patente será determinada pelo teor das reivindicaçõ ções, interpretada com base no relatório rio descritivo e nos desenhos. 37

Categorias de Reivindicações Produto: Aquelas que se relacionam a OBJETOS FíSICOS (produto, composto, composição, aparelho, máquina, dispositivo, etc.) Processo: Aquelas que se relacionam a ATIVIDADES (processo, uso, aplicação, método, etc.) 38

Tipos de Reivindicações Reivindicação independente: É aquela que define componentes específicos da invenção ou criação em seu conceito integral, em sua forma mais ampla. Para fins de interpretação, não necessitam ser lidas com outras reivindicações. Reivindicação dependente: Inclui características de outras reivindicações anteriores e define detalhamentos destas características e/ou características técnicas adicionais, definindo precisamente a dependência a estas reivindicações. Deve ser lida em conjunto com as reivindicações as quais são dependentes. 39

Regras das Reivindicações Estruturação: clareza de expressão. Cada reivindicação independente é consistida de 03 partes: Preâmbulo + CARACTERIZADO POR + parte caracterizante Assinala se a invenção é um produto, composição, dispositivo, processo ou uso. Termo de transição Onde são listadas as características técnicas da invenção de forma ordenada e lógica; parte onde a invenção é de fato pleiteada. 40

Linguagem em Reivindicações Termo aberto O uso do termo compreendido de ou (...por ) ou (...pela ) numa reivindicação torna o escopo de proteção da mesma mais amplo. Exemplo 1: Ácido nucléico caracterizado por compreender a seqüência de nucleotídeos SEQ ID No 1. Exemplo 2: Composição caracterizada por compreender os corantes A, B e C. A + B + C é a combinação de A + B + C e mais qualquer outro composto. 41

Linguagem em Reivindicações Termo fechado O uso do termo consistido de ou (...por) ou (...pela) numa reivindicação limita a invenção em suas características técnicas. Exemplo 1: Ácido nucléico caracterizado por ser consistido da sequência de nucleotídeos SEQ ID No 1. Exemplo 2: Composição caracterizada por estar consistida dos corantes A, B e C. A + B + C Consiste somente na combinação de A + B + C 42

Linguagem em Reivindicações Termo parte aberto, parte fechado O uso do termo consistido essencialmente de ou (...por ) ou (...pela ) exclui componentes adicionais não especificados que poderiam afetar as características do produto da invenção. Exemplo 1: Ácido nucléico caracterizado por ser consistido essencialmente da sequência de nucleotídeos SEQ ID No 1. Exemplo 2: Composição caracterizada por ser consistida essencialmente pelos corantes A, B e C. A + B + C Consiste essencialmente na combinação de A + B + C mas também de A + B + C + D se D não for de importância vital para a dita combinação. 43

Linguagem em Reivindicações Deve ser evitado o uso de termos indefinidos na estruturação das reivindicações que induzam terceiros a especular sobre os limites de proteção da matéria definida pelas reivindicações. - a maior parte - substancialmente - tal como - aproximadamente - cerca de - por exemplo - mais ou menos - quando requerido - e/ou - uma quantidade suficiente - uma quantidade sinergística 44

Linguagem em Reivindicações Compreendido de Consistido de Consistido essencialmente de Termos de ligação Descrevem como as características técnicas da invenção estão relacionadas com a categoria da invenção, sendo importantes para definirem o escopo de proteção da reivindicação em sua natureza que pode ser mais restritiva ou mais ampla. 45

Reivindicações Lembre-se: Mesmo que uma das reivindicações venha a ser recusada, isto não significa que as reivindicações restantes sejam inválidas. Cada reivindicação é avaliada pelo seu próprio mérito. Logo, é importante construir reivindicações para os vários aspectos presentes na invenção a fim de assegurar que a invenção receberá a maior proteção possível. 46

Exemplo de Reivindicações Falta o caracterizado por 47

48

49

Falta o caracterizado por 50

Desenhos São representações dos aparelhos, peças e acessórios, esquemas elétricos, diagramas de bloco etc., que sejam imprescindíveis para a compreensão da invenção. No caso dos modelos de utilidade (MU), definem o escopo da invenção. MU PI 51

Resumo Sumário do exposto no relatório descritivo, nas reivindicações e nos desenhos; Define o setor técnico; Instrumento eficaz para fins de pesquisa; Sinais de referência constantes dos desenhos. 52

53

Modificações no Pedido de Patente - Retificações de erros datilográficos ou de tradução. - Correções de irregularidades formais. - Modificações de conteúdo. Modificações do quadro reivindicatório: - Espontâneas prazo até o requerimento do exame (art. 32). - Decorrentes de exame técnico. Ambas estão limitadas pelo conteúdo inicialmente revelado no pedido. O pedido de patente deve ser preparado de forma a ter uma descrição o mais completa possível da invenção para evitar a omissão de dados relevantes, evantes, uma vez que nenhuma informação nova pode ser introduzida no dito pedido, após a sua data de depósito. (possibilidade do uso da prioridade interna) (em caso de dúvidas, possibilidade de pedir ajuda profissional) 54

Exemplo - PI BANHO ÁCIDO PARA GALVANIZAÇÃO (Título) A presente patente de invenção compreende um banho ácido diluído para galvanização, contendo uma adição de sais solúveis de zinco e sais condutores de um ou mais agentes abrilhantadores orgânicos. (Descrição sumária; do setor técnico e uma única unidade de invenção) 55

Nos processos de eletrodeposição para polimento de revestimentos de zinco polidos já é conhecido o emprego de um ácido fraco, isento de cianetos nos banhos. Esses métodos ganharam importância do ponto de vista da utilização das águas servidas. (Descrição do Estado da Técnica) Porém, por outro lado tais métodos aumentaram consideravelmente outros problemas, particularmente em relação a qualidade do revestimento de zinco depositado. Os grãos dos cristais de zinco depositados a partir de banhos ácidos clássicos para a eletrodeposição de zinco são relativamente ásperos e o brilho do revestimento é moderado ao menos que sejam tomadas outras medidas. (Problemas Técnicos) 56

Para solucionar tal problema destaca-se a DE 11111, que descreve a adição de... "X"... como agente abrilhantador, em banhos ácidos para eletrodeposição de zinco e a GB A- 222222 que trata do uso de... "Y"... para o mesmo propósito. (Descrição do documento que reflete o Estado da Técnica) Embora esses banhos sejam empregados com sucesso no que tange ao brilho do zinco depositado, por outro lado eles são insatisfatórios em relação a potência de revestimento do banho no caso de uma superfície irregular e a ductilidade. A invenção se propõe melhorar tais caracteristcas modificando para tal os banhos já conhecidos. (Problema Técnico) 57

De acordo com a invenção, o problema é solucionado por meio de um banho ácido diluído para a galvanização, compreendendo 0,1 a 30 g/l de um ou mais compostos da fórmula... A... adicionado como agente abrilhantador.(descrição da Invenção) Os banhos de zinco de acordo com a invenção podem ser usados com maiores densidades de corrente. Eles conferem uma melhor potência de revestimento em superfície irregular e ductilidade, e podem ainda ser usados em cargas de leito de galvanoplastia e na produção seriada de artigos, por exemplo galvanoplastia em tambor. (Solução e Vantagens) 58

A quantidade de agente abrilhantador adicionada é preferivelmente de 0,5 a 5 g/l. Dos compostos de fórmula... A... o composto... A 1..., em particular, é preferido. (Melhor forma de execução) A composição básica do banho corresponde a prática usual. A solução de cloreto de zinco ou sulfato de zinco e cloreto de amônia são geralmente usadas como eletrólito. A quantidade de sal de zinco presente sendo de 50 a 200 g/l e a de cloreto de amónia de 50 a 300 g/l. Outros sais de zinco utilizados são os acetatos de zinco, os fluorboratos de zinco e/ou o sulfamato de zinco. O cloreto de amônia pode ser total ou parcialmente substituído por sulfato de amônia. É também possível usar outros sais condutores ou sais neutros. O ph do banho permanece no patamar de 2,5 a 5,5, preferiveimente entre 3 e 5. É melhor trabalhar na temperatura ambiente, por exemplo entre 10 a 45 C. A densidade de corrente permanece na faixa de 0.1 a 10 A/dm 2. (Descrição detalhada da Invenção) 59

O exemplo a seguir explica a invenção: Composição do banho: 70 g/l de cloreto de zinco 180 g/i sulfato de amônia 4 g/l composto a ph do banho 5,2 a 5,5 Densidade de corrente 3 A/dm 2 Temperatura 25 º C Exemplos refletem as concretizações da invenção. São um retrato da invenção, particularmente, na química. Um revestimento de zinco completo, dúctil e brilhante foi aplicado sobre uma superfície metálica. (Exemplo) 60

1) Banho ácido diluído para eletrodeposíção de revestimento de zinco, contendo uma adição de sais solúveis de zinco e sais contendo um ou mais agentes abrilhantadores caracterizado por ser adicionado 0.1 a 30 g/l de um ou mais compostos de fórmula..."a"... como agente abrilhantador. 2) Banho ácido diluído para eletrodeposíção, de acordo com a reivindicação n 1 (reivindicação dependente), caracterizado pela quantidade adicionada do agente abrilhantador ser de 0.5 a 5 g/l. 3) Banho ácido diluído para eletrodeposição, de acordo com as reivindicações n 1 ou 2 (reivindicação dependente múltipla), caracterizado por ser adicionado o composto..."a"... como agente abrilhantador. 61

Modelo de Utilidade MU Reivindicação Cada pedido deverá conter uma única reivindicação independente que descreva o modelo, definindo integralmente todas as características de forma ou disposição introduzidas, essenciais à obtenção da melhoria funcional. 62

Continua na parte III... 63