2,5. A Resolução n 009 do CONAMA e o licenciamento ambiental na Extração de Minerais das classes I, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX



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Transcrição:

2,5 A Resolução n 009 do CONAMA e o licenciamento ambiental na Extração de Minerais das classes I, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX Ainer da Silva Souza, Emanuel de Oliveira Lima, Ney José Trindade Leite, Tamires Teixeira de Souza, Vitor França Leite Gama e Wilquer Dias do Nascimento. Professor Orientador: Acimarney Correia Silva Freitas RESUMO: Este trabalho de pesquisa busca analisar um importante instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, o qual estabelece normas específicas para o Licenciamento Ambiental relativo a extração mineral das classes I, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX. Editada em 06 de dezembro de 1990 e publicada no D.O.U. em 28 de dezembro do mesmo ano, a Resolução do CONAMA 09, é definida como um procedimento administrativo em que o órgão ambiental competente licencia a implantação, ampliação e operação de empreendimentos potencialmente causadores de degradação ambiental. É uma importante ferramenta na defesa do Meio Ambiente sadio e equilibrado, onde nota-se uma maior atuação do poder de polícia do Órgão Ambiental competente. Assim, objetiva-se aprofundar no estudo do Licenciamento Ambiental, focando todas as etapas do processo de licenciamento, os documentos necessários para se obter as licenças, comentando também sobre a Autorização Ambiental de Funcionamento, Licença Ambiental Simplificada e Declaração de Despensa de Licenciamento Ambiental Estadual, tipos simplificados de licenciamento que não requer estudos aprofundados, no entanto requer uma manutenção constante. Palavras-chave:1. Licença Ambiental 2. Meio Ambiente 3.Processo de licenciamento. 1

1 - INTRODUÇÃO Por se tratar de uma atividade de natureza e características bem especificas que a diferencia das demais atividades produtivas, a mineração tem recebido uma atenção especial por parte do Governo Federal. A atividade mineral, através do decreto Lei 3.365/41, recebeu importante destaque, refletido na resolução do CONAMA 369/06, sendo posta lado a lado com as atividades essenciais ao funcionamento do Estado como também para o bem estar da sociedade. A mineração se apresenta como uma atividade indispensável à evolução sustentável do país, sendo impensável a vida sem os minerais, essenciais para a vida das plantas, dos animais e dos seres humanos. Atividades como agricultura, habitação, saneamento básico, obras de infraestrutura, transportes e comunicação, dependem diretamente da mineração. No entanto, não existe uma atividade de extração mineral sem causar danos aos recursos naturais. Daí a necessidade de um sistema jurídico mais rigoroso e atuante, que estabeleça condições para o seu exercício de forma a minimizar estes impactos. A resolução n o 009 do CONAMA surge para estabelecer normas que regulamentam sobre a concessão de licenças ambientais para o setor da mineração. 2 - METODOLOGIA Este artigo foi constituído a partir de estudos da Resolução 009 do CONAMA, bem como por pesquisas em artigos disponibilizados na web e sítios especializados. 3 - DESENVOLVIMENTO A Resolução CONAMA n o 009 de 6 de dezembro de 1990, em seu artigo 1º, parágrafo único, estabelece que: O empreendedor deverá requerer ao órgão ambiental competente a licença de operação para pesquisa mineral, nos casos previstos no caput deste artigo, apresentando o plano de pesquisa mineral, com a avaliação do impacto ambiental e as medidas mitigadoras a serem adotadas. Para que o empreendedor possa exercer atividades de extração e/ou beneficiamento mineral das classes I, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX, ele deverá submeter seu pedido de licenciamento ao órgão estadual de meio ambiente ou ao IBAMA, quando for o caso, prestando todas as informações técnicas sobre o respectivo empreendimento, conforme prevê a legislação ambiental vigente, bem como atender ao disposto na Resolução acima mencionada. Excetuasse desta regra o regime de permissão de lavra garimpeira. 2

As classes de minerais que tratam esta Resolução são as seguintes: Classe I - jazidas de substâncias minerais metalíferas; Classe III - jazidas de fertilizantes; Classe IV - jazidas de combustíveis fósseis sólidos; Classe V - jazidas de rochas betuminosas e pirobetuminosas; Classe VI - jazidas de gemas e pedras ornamentais; Classe VII - jazidas de minerais industriais, não incluídas nas classes precedentes; Classe VIII - jazidas de águas minerais Classe IX jazidas de águas subterrâneas. Quando na apresentação do Relatório de Pesquisa Mineral ao DNPM, o empreendedor deverá orientar-se junto ao órgão ambiental competente sobre os procedimentos para a habilitação ao licenciamento ambiental. São três os tipos de licenças necessários para a concessão de autorização para extração de minerais: Licença Prévia LP, Licença de Instalação LI e Licença de Operação LO. Quanto à solicitação das licenças, estas devem ser acompanhadas de documentos específicos, conforme estabelecidos nos anexos I, II e III da Resolução n o CONAMA, conforme relacionado abaixo: LICENÇA PRÉVIA - LP (fase de planejamento e viabilidade do empreendimento) 1 - Requerimento da L.P. 2 - Cópia da publicação do pedido da L. P. 3 - Certidão da Prefeitura Municipal 4- Estudos de Impacto Ambiental - EIA e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, conforme Resolução/conama/nº 01/86 3

LICENÇA DE INSTALAÇÃO LI ( fase de desenvolvimento da mina, de instalação do complexo minerário, inclusive a usina, e implantação dos projetos de controle ambiental 1 - Requerimento da LI 2 - Cópia da publicação do pedido da LI 3 - Cópia da publicação da concessão da LP 4- Cópia da comunicação do DNPM julgando satisfatório ao PAE - Plano de Aproveitamento Econômico 5 - Plano de Controle Ambiental 6- Licença para desmate expedida pelo órgão competente, quando for o caso LICENÇA DE OPERÇÃO - (fase de lavra, beneficiamento e acompanhamento de sistemas de controle ambiental) 1 - Requerimento da LO 2 - Cópia publicação do pedido de LO 3 - Cópia da publicação da concessão da LI 4 - Cópia autenticada da Portaria de Lavra Após seguidas todas as etapas, o órgão ambiental competente concederá ou não a licença para operação da lavra. No caso de indeferimento, o órgão comunicará o fato ao empreendedor e ao DNPM por escrito, detalhando os motivos da negativa. Conforme o artigo 9º da Resolução, O não cumprimento do disposto nesta Resolução acarretará aos infratores as sanções previstas nas Leis nº 6.938, de 31/08/81 e 7.805, de 18/07/89, regulamentadas pelos Decretos nº 99.274, de 06/06/90 e no 98.812, de 09/01/90, e demais leis específicas. 4 - CONCLUSÃO 4

Sobre licenciamento ambiental, verificou-se que consiste no principal instrumento do Governo de defesa do meio ambiente sendo este o processo administrativo para a concessão da licença ambiental. Concluiu-se ainda que a mineração não causa, exclusivamente, impactos ambientais negativos, devendo ser esses contrabalanceados com os impactos ambientais positivos e os benefícios econômicos e sociais oriundos da extração. Quando o órgão ambiental competente analisa o pedido de licenciamento protocolado pelo minerador ele deve considerar todas estas possibilidades. Afinal, a análise dos impactos não deve restringir-se ao meio ambiente natural, sendo indispensável, ainda, a apreciação do meio ambiente cultural, do trabalho e artificial. 5 - REFERÊNCIAS http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res90/res0990.html http://www.dnpm-pe.gov.br/legisla/rcm_02.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/d62934.htm http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12009&revista_cadern o=5 5