FUNDAMENTOS E PRÁTICAS NA EAD



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Transcrição:

CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO 03 FUNDAMENTOS E PRÁTICAS NA EAD O que é Educação a Distância Artemilson Alves de Lima

Governo Federal Ministério da Educação Projeto Gráfico Secretaria de Educação a Distância SEDIS EQUIPE SEDIS UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UFRN Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfico Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfica Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva

á r e v ê Voc... i u q a por A gora que você já sabe o que é e como evoluiu a tecnologia, já estudou sobre as TICs e viu como elas estão contribuindo para mudar a realidade, vamos estudar, nesta aula, uma modalidade de ensino que tem, cada dia mais, ganhado espaço nos sistemas de ensino do mundo todo: a Educação a Distância (EAD). Essa modalidade tem como aliados muito importantes essas tecnologias. Aprenderemos como se deu o processo de evolução da EAD no mundo, quais são os fundamentos básicos dessa modalidade de ensino e quais as diferenças entre ela e o ensino presencial no qual fomos todos formados. Agora, como aluno de um curso a distância, você tem a obrigação de conhecer como a EAD se estrutura e quais são os caminhos e os dilemas que essa modalidade de ensino enfrenta atualmente. A partir desta aula, trataremos exclusivamente dessas questões. Conhecer o conceito da EAD. Objetivo Perceber o processo de evolução da EAD no mundo e no Brasil. Identificar as principais características da Educação a Distância. 1

EAD? O que é isso? L embra como terminamos a nossa última aula? Falamos das tecnologias da informação e da comunicação e de sua importância para a transformação das relações entre os homens. Nesta aula, vamos tratar da Educação a Distância (EAD), modalidade de ensino que ganha cada vez mais espaço nos sistemas de ensino do mundo. Além desse curso, você já participou de algum curso a distância? Conhece ou já ouviu falar de alguém que tenha feito algum curso a distância? Pois bem... Você está na terceira aula de um curso tecnológico a distância e já está na hora de refletirmos sobre suas bases conceituais, de saber como essa modalidade evoluiu até hoje e quais as diferenças entre ela e o ensino presencial. Como todo conceito, o conceito de educação a distância passou por um período de amadurecimento. Primeiro, conceituou-se, por ser mais simples e direto, o que não era educação a distância. Porém, a partir das décadas de 1970 e 1980, passou-se a conceituar a EAD pelo que ela é, ou seja, a partir das características que determinam os seus elementos constitutivos. Nessa perspectiva, o conceito mais objetivo de Educação 2

a Distância é o de uma modalidade de ensino cujo funcionamento se dá através de um processo educativo sistemático e organizado. Sua característica fundamental é a separação físico-espacial entre professores e alunos, os quais interagem de lugares distintos, através de meios tecnológicos diversos possibilitando uma interação bidirecional, ou seja, uma interação de dupla via. O termo Educação a Distância, segundo Nunes (1997), incluiria um conjunto de estratégias referenciadas que são conhecidas diferentemente em alguns países: educação por correspondência, no Reino Unido; estudo em casa (home study), nos EUA; estudos externos (external studies) na Austrália; educacion a distância, em espanhol e tele-educação em português. Independentemente da diversidade de nomes, conforme a cultura de cada região, a educação a distância se apresenta hoje como uma alternativa poderosíssima para o combate das distorções provocadas pela incapacidade dos sistemas tradicionais de ensino presencial em atender demandas cada vez mais crescentes através da formação continuada. Por isso, o sistema educacional depende, cada vez mais, dos meios tecnológicos da informação e da comunicação. Para Kramer (1999), existe uma relação que é praticamente indissociável entre a EAD e as tecnologias da comunicação, pois essas últimas são os meios indispensáveis ao funcionamento do sistema, sem os quais a EAD não se realiza. EAD: modalidade, metodologia ou tecnologia? Desde as nossas primeiras referências à EAD que a tratamos como modalidade. Mas aqui caberia uma discussão feita por Niskier (2000) na qual ele defende que a Educação a Distância é uma modalidade que se afi rma cada vez mais como uma tecnologia, a tecnologia da esperança. O argumento central do Professor é o de que, com a expansão das tecnologias da informação e da comunicação, ampliou-se a noção de ensino, que hoje não se restringe apenas à precária sala de aula presencial. Essa dinamização tecnológica forçou também uma redefinição dos planejamentos com vistas a ampliar e aperfeiçoar métodos de gestão e de funcionamento dos sistemas de comunicação próprios do processo de ensino e aprendizagem. 3

Estaria em curso uma transformação dos sistemas de ensino, cuja principal virtude é a possibilidade de solução, através da educação a distância, da enorme defasagem da oferta de ensino no mundo todo, inclusive no Brasil. Praticando... 1 1. A partir dos conceitos que foram dados acima para defi nir educação a distância e com base na experiência que você está vivendo, formule com suas próprias palavras um conceito para EAD. Responda aqui Das cartas de São Paulo à e-tec Agora que você aprendeu o que é educação à distância, vamos conhecer um pouco da evolução histórica dessa modalidade. Há quanto tempo você acha que existe a EAD? Costuma-se dizer que a primeira forma de educação a distância foram as famosas cartas de São Paulo aos fi éis cristãos no século II a.d. Através dessas correspondências, o apóstolo Paulo teria educado cristãos dispersos nas mais diversas cidades da Grécia e perpetuado os ensinamentos que se constituem a essência do cristianismo. 4 A03

Mas, bem longe dessa remota origem, podemos localizar no final do século XVIII, meados do século XIX e princípios do século XX, algumas experiências com estudos feitos por correspondência. Entre o início do século XX e a Segunda Grande Guerra Mundial, várias experiências metodológicas, utilizando meios de comunicação de massa, foram realizadas. Nos EUA, e em alguns países da Europa, e mais tarde na Austrália, foram adotados alguns cursos por correspondência, usando os correios em 1905, 1914 e 1941. Porém, o verdadeiro salto só será dado a partir de meados da década de 60, com a institucionalização de várias ações nos campos da educação secundária e superior, começando pela Europa (França e Inglaterra) e se expandindo para os outros continentes. Atualmente, mais de 80 países adotam a educação a distância em todos os níveis de ensino: Reino Unido; Alemanha; Índia; Costa Rica; Venezuela; Espanha; Canadá; China Popular, entre outras, (NUNES, 1997). É interessante destacar que em quase todos os países da América Latina funcionam programas de Educação a Distância: México, Costa Rica, Argentina, Colômbia, El Salvador, Chile e Brasil. A trajetória da EAD no Brasil Você deve estar curioso para saber quais foram as experiências em EaD no Brasil, não é mesmo? Pois bem... No Brasil, as primeiras experiências em EaD datam do final da década de 30 com a fundação do Instituto Rádio-monitor,, em 1939, e, em seguida, com o Instituto Universal Brasileiro, em 1941. Este último, como uma das experiências na formação de profissionais para atuarem no mercado de trabalho nas áreas de eletrônica, contabilidade, língua inglesa, entre outros cursos. RÁDIO-MONITOR O rádio foi o principal meio de comunicação no Movimento de Educação de Base (MEB). Na década de 1960, destacam-se as experiências do Movimento de Educação de Base (MEB), ligado à Igreja Católica, que atuava na alfabetização de jovens e adultos e veiculava as aulas através do rádio, alfabetizando grande parte dessa clientela residente na zona rural e que estava excluída do sistema presencial de ensino. Também merece destaque o projeto SACI/SITERN, no Rio Grande do Norte, na década de 70, que pretendia desenvolver o ensino a distância através da instalação de um satélite para educação via TVs Universitárias do Nordeste. 5

Podemos ainda registrar várias iniciativas, como o Centro Educativo do Maranhão, o Instituto de Educação do Rio de Janeiro, A Fundação Padre Anchieta, o Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia, A Fundação Roberto Marinho e o Telecurso 2000, entre muitos. Como você pode perceber, as iniciativas no Brasil foram muitas, apesar de a maioria padecer da falta de continuidade dos projetos. Entretanto, na década de 90, muitas experiências governamentais, não-governamentais e privadas têm sido implementadas com sucesso, particularmente as experiências voltadas para a formação continuada de professores, com o programa Um Salto para o Futuro, a criação da Secretaria Nacional de Educação a Distância e o lançamento da TV Escola, além de várias experiências bem sucedidas como o LED, Laboratório de Educação a Distância da Universidade de Santa Catarina, e as Iniciativas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Praticando... 2 1. Com base no que estudamos até agora, justifi que a afi rmativa: a educação a distância não é uma novidade, nem pode ser entendida como um fenômeno passageiro. Responda aqui 6

EAD X Ensino presencial Antes de começar a estudar essa sessão, comece refletindo sobre as características do ensino presencial, uma vez que você já o conhece bastante. Em seguida, analise o que você vivenciou até agora nesse curso a distância e compare com o ensino presencial. Liste algumas das diferenças que você identificou a partir da sua reflexão. Agora, vejamos como essa questão é tratada pelos teóricos da EaD. Com certeza, a diferença mais visível e que está na base dessa refl exão, é a separação espacial de professores e alunos. Ao contrário da educação presencial, a EaD é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal na sala de aula entre professor e aluno como meio preferencial de ensino pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e o apoio de uma organização e tutoria que propiciam uma aprendizagem independente e flexível. (ARETIO, 1999 apud RODRIGUES, 2007, p. 1). Observe que a característica central desse conceito é a separação entre professores e alunos, mas, ao mesmo tempo, o estabelecimento de uma comunicação bidirecional, por meio de recursos didáticos e tecnológicos que compensariam as prováveis dificuldades causadas pela separação entre professores e alunos. E essa, talvez, seja a maior diferença entre a EaD e o ensino presencial, de onde decorre uma série de outras, tais como: o estabelecimento de uma comunicação predominantemente assíncrona entre professores e alunos; a necessidade de um planejamento didático mais rigoroso; a necessidade de materiais didáticos produzidos especialmente para esse tipo de ensino e aprendizagem, visando ao auto-aprendizado do aluno; o estabelecimento de soluções interativas que minimizem a perda da afetividade que é criada naturalmente no contato presencial, entre outros. ASSÍNCRONA Comunicação assíncrona é aquela em que a interação não se dá em tempo real, como por exemplo, através de cartas, e-mails, chats, fax, mensagens no celular etc. Entretanto, a posição mais correta nessa discussão que estamos fazendo, talvez seja a de Kramer (1999), quando afi rma que, quando se analisa a EaD, o mais razoável é fugirmos da tendência de compararmos situações que ocorrem na EaD, com as que ocorrem na sala de aula presencial. Ou seja, por mais que existam possibilidades de estabelecermos semelhanças com os sistemas tradicionais, temos que encarar a EaD como um sistema que se organiza de maneira diferente e original para superar as difi culdades decorrentes do distanciamento entre professor e alunos. (KRAMER, 1999, p. 36). 7

Como você pôde perceber, o mais importante é compreender a EAD como uma modalidade com características próprias que muitas vezes não podem ser comparadas com o ensino presencial. Podemos ver também que não é um sistema tão novo, embora, no Brasil, só tenha se consolidado muito recentemente. Leitura Complementar MORAN, José Manuel. O que é EAD. Disponível em: <http://www.escolanet.com.br/ sala_leitura/oqead.html>. Acesso em: 11 mar. 2009. O breve texto do professor Manuel Moran vai reforçar os seus conhecimentos sobre o conceito de Educação a Distância, numa perspectiva mais abrangente. Leia-o e comparare com a nossa aula. Nesta aula, conhecemos que o conceito de EaD, como todo conceito, passou por um processo de amadurecimento até se consolidar tal qual é mais aceito atualmente. Também vimos que essa modalidade pode ser considerada uma tecnologia, assim como a escola é uma tecnologia da educação; além disso, estudamos e aprendemos sobre as origens e a evolução da EaD no mundo e no Brasil e vimos as principais iniciativas. Por fi m, aprendemos a diferenciar a educação presencial da EaD e vimos como a Educação a Distância tem especifi cidades que não são passíveis de comparar com a educação presencial. Depois de estudar sobre o que é Educação a Distância, identifi que e descreva as várias etapas da EAD ao longo da história, especialmente no Brasil. A partir da experiência que você está vivenciando nesse curso, elabore um quadro comparativo das diferenças e semelhanças entre a EAD e o ensino presencial. 8

Referências KRAMER, Érika A. et. al. Educação a distância: da teoria à prática. Porto Alegre: Alternativa. 1999. MORAN, José Manuel. O que é EAD. Disponível em: <http://www.escolanet.com.br/sala_l eitura/conc_fundam.html>. Acesso em: 11 mar. 2009. NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança. São Paulo: Ed. Loyola. 2000. NUNES, Ivônio Barros. Noções de educação a distância. Brasília, 1997. Mimeo. RODRIGUES, Rosângela Schwarz. Conceitos e fundamentos. Florianópolis: UFSC, 1998. Trechos de dissertação de mestrado. Disponível em: <http://www.escolanet.com.br/ sala_l eitura/conc_fundam.html> Acesso em: 11 mar. 2009. Anotações 9

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