SITUAÇÃO ACTUAL DA GESTÃO DO REGULAMENTO DE DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS INDUSTRIAIS DO MUNICÍPIO DE LOURES



Documentos relacionados
A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ÁGUA EM LISBOA PELA VALORIZAÇÃO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS DAS SUAS ETAR

ELEMENTOS NECESSÁRIOS À INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS

Regulamento relativo ao lançamento, liquidação e cobrança de taxas e tarifas devidas pela realização de serviços prestados na área de saneamento

Regulamento de Apoio ao Movimento Associativo

DECRETO-LEI Nº 207/94 DE 6 DE AGOSTO

ÍNDICE. 1 - Disposições Gerais Ensino Básico Ensino Secundário Alunos com Necessidades Educativas Especiais...

Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e das Finanças, do Ambiente, do Ordenamento do

Divisão de Assuntos Sociais

PLANO DE GESTÃO DE RESIDUOS ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO IDENTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS PRODUZIDOS MODO OPERATIVO RESPONSABILIDADES...

REGULAMENTO DE ATRIBUIÇÃO DE APOIO FINANCEIRO ÀS ASSOCIAÇÕES AMBIENTAIS, CÍVICAS, CULTURAIS, DESPORTIVAS E JUVENIS DO MUNICÍPIO DA LOUSÃ

PROJECTO DE REGULAMENTO MUNICIPAL DE VENDA DE LOTES DE TERRENO PARA AS NOVAS ZONAS E LOTEAMENTOS INDUSTRIAIS. Nota justificativa

REGULAMENTO programa de apoio às pessoas colectivas de direito privado sem fins lucrativos do município de santa maria da feira

REGULAMENTO DE ATRIBUIÇÃO DE APOIOS PELO MUNÍCIPIO DE MORA. Nota justificativa

VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA (VAE) (2ºano MEAmbi) Mestrado Integrado em Engª do Ambiente (2015/2016) Sala QA1.4

PLANO DE PORMENOR DA CASA PIDWELL REGULAMENTO

Enquadramento. Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores SIDER

NOVO REGIME JURÍDICO DA REABILITAÇÃO URBANA. Decreto-Lei n.º 309/2007, de 23 de Outubro Workshop IHRU 12 Abril 2010

HISTÓRICO DE REVISÕES REVISÃO DATA SÍNTESE DA REVISÃO

MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES GUIA DE ORGANIZAÇÃO E DE FUNCIONAMENTO DOS ESTÁGIOS

REGULAMENTO MUNICIPAL DE INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE RECINTOS DE ESPECTÁCULOS E DIVERTIMENTOS PÚBLICOS

BREVE INTRODUÇÃO AO SISTEMA DA GESTÃO DE DOCUMENTOS DA CÂMARA MUNICIPAL DE MACAU PROVISÓRIA

MUNICÍPIO DE CONDEIXA-A-NOVA REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE LOTES DA ZONA INDUSTRIAL LIGEIRA

MUNICÍPIO DE CONDEIXA-A-NOVA Página 1 de 11

REGULAMENTO MUNICIPAL DE APOIO ÀS ENTIDADES DESPORTIVAS

PROJECTO DE NORMA REGULAMENTAR. Relatório de auditoria para efeitos de supervisão prudencial das empresas de seguros

PORTAL DA EMPRESA DOCUMENTOS INSTRUTÓRIOS. Estabelecimento industrial tipo 1 - autorização prévia para instalação. 29_10_2011 Página 1 de 5

Consulta pública. Sistema de Cobertura do Risco de Fenómenos Sísmicos

As áreas temáticas visadas na construção da síntese de diagnóstico apresentam-se no Quadro 2.77

CONSELHO LOCAL DE ACÇÃO SOCIAL DE OURÉM - CLASO -

PREÂMBULO. Artigo 1.º Competências para o tratamento da rede de efluentes

Projeto de REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE APOIO ÀS FREGUESIAS. Nota Justificativa

Ministério dos Petróleos

ACEF/1112/20967 Relatório final da CAE

PROJECTO DE REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE APOIOS FINANCEIROS E NÃO FINANCEIROS. Nota justificativa

PRINCÍPIOS ORIENTADORES DO PLANO DE REQUALIFICAÇÃO DOS EDIFÍCIOS DOS TRIBUNAIS (2012 / 2015)

MUNICÍPIO DE AZAMBUJA REGULAMENTO PARA INSPECÇÃO DE ASCENSORES, MONTA-CARGAS, ESCADAS MECÂNICAS E TAPETES ROLANTES, TAXAS E REGIME SANCIONATÓRIO

FORMULÁRIO PROGRAMA DE APOIO A PROJECTOS NO PAÍS

Município de Vila Nova de Poiares Câmara Municipal. Regulamento de Beneficiação de Pequenos Espaços do Domínio Público

Regulamento do Programa de Incentivos à "Recuperação de Habitações na Zona Histórica da Vila"

Regulamento Municipal de Inspecção e Manutenção de Ascensores, Monta-Cargas, Escadas Mecânicas e Tapetes Rolantes

FEUP RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO

REGULAMENTO PARA A GESTÃO DE CARREIRAS DO PESSOAL NÃO DOCENTE CONTRATADO NO ÂMBITO DO CÓDIGO DO TRABALHO DA UNIVERSIDADE DO. Capítulo I.

Ministério dos Petróleos

Regulamento para a Concessão de Subsídios a Entidades e Organismos que Prossigam Fins de Interesse Público da Freguesia de Areeiro CAPÍTULO I

Página Web 1 de 1. Ana Oliveira

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º. Assunto:

Licenciamento de fossas séticas com sistemas de infiltração

REGULAMENTO DO CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ANIMAÇÃO DIGITAL

O ACOMPANHAMENTO TÉCNICO COMO CONTRIBUTO PARA A MELHORIA DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA EXTRACTIVA

Plano de Prevenção de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas

Regulamento de Descargas de Águas Residuais Industriais do Município de Mafra

SANEAMENTO AMBIENTAL I CAPTAÇÕES DE ÁGUA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA EDUARDO RIBEIRO DE SOUSA

Município de Valpaços

RELATÓRIO INTERCALAR (nº 3, do artigo 23º, da Decisão 2004/904/CE)

MUNICIPIO DE REDONDO NORMAS DE ALIENAÇÃO DE LOTES DA ZONA INDUSTRIAL DE REDONDO - 2ª FASE CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Síntese da Conferência

PROJECTO DE CARTA-CIRCULAR SOBRE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

FREGUESIA DE BOAVISTA DOS PINHEIROS Regulamento n.º 02/2010

REGULAMENTO DO CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM DESENHO

Sonae Sierra, Centro Colombo e NorteShopping recebem certificação ambiental

Estes cursos estão organizados de acordo com o Sistema Europeu de Transferência de créditos (ECTS).

MUNICÍPIO DE PAREDES DE COURA REGULAMENTO DE APOIO À HABITAÇÃO

Junta de Freguesia de Ançã

Condições Gerais de Acesso Forma de Cedência

INSTITUTO GEOGRÁFICO PORTUGUÊS

MINISTÉRIO DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E ENERGIA. Diário da República, 1.ª série N.º de novembro de

Regimento do Conselho Municipal de Educação

FORMULÁRIO DE CANDIDATURA programa de apoio às pessoas colectivas de direito privado sem fins lucrativos do município de santa maria da feira

EDITAL. Iniciativa OTIC Oficinas de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento

INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P.

Decreto-Lei n.º 478/99, de 9 de Novembro

UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Reitoria Gabinete do Reitor. Apreciação do anteprojecto de decreto-lei Graus académicos e diplomas do Ensino Superior

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA. Decreto-Lei n.º 128/2006 de 5 de Julho

REGULAMENTO DA ÁREA MÉDICA DOS SERVIÇOS SOCIAIS DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

MINISTÉRIO DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS E DO TRABALHO MINISTÉRIO DO AMBIENTE E DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO LICENÇA

PPDA DA REN GASODUTOS ANÁLISE DO RELATÓRIO DE EXECUÇÃO DO ANO GÁS

BRISA AUTO-ESTRADAS DE PORTUGAL, S.A.

TEXTO INTEGRAL. Artigo 1.º (Objecto)

ACÓRDÃO Nº 22 / JUN/1ª S/SS

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE RIO MAIOR

REGULAMENTO INTERNO CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Empresa Geral do Fomento e Dourogás, ACE

9.3 Descrição das ações nos Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

AVISO (20/GAOA/2015)

Programa de Unidade Curricular

Centro Cultural de Belém

PROTOCOLO ENERGIA POSITIVA CONTRA A OBESIDADE

GABINETE DO VICE-PRESIDENTE Praça do Município Fundão. REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE APOIOS ÀS FREGUESIAS Preâmbulo

Avaliação do Pessoal Não Docente SIADAP

Município de Cuba Tarifário dos Serviços de Abastecimento de Água, Saneamento de Águas Residuais e de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos.

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS

- REGIMENTO - CAPITULO I (Disposições gerais) Artigo 1.º (Normas reguladoras)

Eixo Prioritário III Valorização e Qualificação Ambiental e Territorial Equipamentos para a Coesão Local Equipamentos Sociais

Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra

MUNICÍPIO DE ALCOCHETE CÂMARA MUNICIPAL REGULAMENTO DE APOIO AO MOVIMENTO ASSOCIATIVO

Mod rev 0. Manual de Boas Práticas Ambientais. Prestadores de Serviços de Manutenção de Material Circulante

Transcrição:

SITUAÇÃO ACTUAL DA GESTÃO DO REGULAMENTO DE DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS INDUSTRIAIS DO MUNICÍPIO DE LOURES Ana M. da MATA(1); Carlos M. MARTINS(2); Maria Cristina CORTEZ(3) RESUMO Faz-se uma breve caracterização do Sistema Geral de Esgotos do Município de Loures, indicando as áreas de atendimento dos sub-sistemas, situação actual no que respeita às infra-estruturas físicas, nomeadamente das redes de drenagem e ETAR. Apresenta-se a contextualização das opções do município de Loures na concepção, construção e exploração do Sistema Geral de Esgotos, referindo particularmente a problemática das águas residuais industriais. Descrevem-se os aspectos mais relevantes do Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais nas redes dos colectores municipais do município de Loures (R.D.A.R.I.), dando nota dos principais procedimentos de gestão ao nível interno e das responsabilidades dos industriais aderentes ao sistema. É feita uma avaliação quantitativa ao longo do tempo da adesão dos industriais ao RDARI, por sub-sistema e por tipo de actividade. Procura-se caracterizar as principais dificuldades da gestão, bem como deixar algumas notas sobre a importância da articulação institucional entre o município e os organismos da Administração Central com responsabilidades neste domínio. PALAVRAS-CHAVE Loures, sistema geral de esgotos, águas residuais industriais, regulamento de descarga, gestão integrada de sistemas. (1) Licenciatura em Engenharia Química (IST), Chefe da Divisão de Tratamento e Análise de Águas Residuais nos Serviços Municipalizados de Loures, Loures, Portugal. (2) Licenciatura em Engenharia Civil (ISEL), Chefe de Divisão de Estudos e Cadastros nos Serviços Municipalizados de Loures e docente no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Portugal. (3) Licenciatura em Engenharia Química (IST), Divisão de Tratamento e Análise de Águas Residuais nos Serviços Municipalizados de Loures, Loures, Portugal.

SISTEMA GERAL DE ESGOTOS (S.G.E.) DESCRIÇÃO BREVE O S.G.E. do município de Loures é constituído pelos sub-sistemas de Beirolas, S. João da Talha e Frielas, assim designados em consonância com a localização das respectivas E.T.A.R. O sub-sistema de Beirolas engloba as freguesias de Moscavide, Portela, Prior Velho, Sacavém, Apelação, Camarate e Unhos do município de Loures e serve desde já uma população de cerca de 80 000 habitantes. As grandes obras de intercepção estão concluídas e os efluentes estão a ser tratados na E.T.A.R. de Beirolas nos termos do protocolo estabelecido com a Câmara Municipal de Lisboa. Está a decorrer um processo tendente à criação de um Sistema de Telegestão, que permitirá optimizar o funcionamento integrado de descarregadores, estações elevatórias e ETAR. O sub-sistema de S. João da Talha que engloba as freguesias de Bobadela, Sta. Iria de Azóia e S. João da Talha do município de Loures serve uma população de cerca de 40 000 habitantes e apresenta uma contribuição industrial, em carga poluente, muito superior à doméstica. As obras de intercepção e a ETAR encontram-se concluídas e em exploração. Estão em curso pequenas obras de beneficiação de colectores e foi realizada uma inventariação de situações anómalas de funcionamento visando a sua correcção (ligações indevidas, rejeições em linhas de água, ramais domésticos ligados indevidamente a redes pluviais) através de obras por administração directa. O sub-sistema de Frielas que engloba a maior parte da Bacia Hidrográfica do Trancão, englobando as restantes 15 freguesias do município de Loures e 11 freguesias de outros municípios limítrofes servirá uma população de 300 000 habitantes, dos quais 75 000 correspondem a populações dos municípios envolventes. A intercepção deste subsistema divide-se em 3 eixos: 1 - Eixo Amadora/Odivelas/Frielas, 2 - Eixo Lousa/Loures/Frielas; 3 - Eixo Bucelas/Tojal/Frielas. O interceptor do eixo Amadora/Odivelas/Frielas, o mais densamente povoado, está executado.

Os outros dois eixos, nomeadamente na zona norte do Município, Lousa/Loures/Frielas e Bucelas/Tojal/Frielas ainda não se encontram concluídos. As redes de colectores das povoações estejam executadas bem como alguns troços de emissários, aguardando-se a execução dos interceptores, obras que aguardam decisões quanto ao financiamento através do Fundo de Coesão. A E.T.A.R., que constitui uma peça essencial do SGE entrará em funcionamento no 1º semestre de 1998. OPÇÕES DO MUNICÍPIO DE LOURES As actuais opções do Município em relação ao Sistema Geral de Esgotos assentam nas seguintes vertentes: a) Gestão dos sistemas no âmbito das bacias de drenagem A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Beirolas, propriedade da Câmara Municipal de Lisboa, recebe as águas residuais de duas bacias do Município de Loures, num âmbito de bacia de drenagem e ultrapassando as fronteiras administrativas. Por outro lado, o sistema de intercepção e tratamento de Frielas está dimensionado para receber (nalguns casos já recebe) esgotos provenientes dos municípios de Lisboa, Amadora, Sintra Mafra, Arruda dos Vinhos e Vila Franca de Xira que drenam naturalmente para o Município de Loures. Com a Câmara Municipal de Lisboa está estabelecido um protocolo fixando as condições em que se processa a troca de águas residuais entre os dois Municípios. A utilização de infra-estruturas de intercepção e tratamento por outros Municípios será regulada por protocolos a estabelecer. b) Gestão Integrada das Águas Residuais produzidas ou afluentes ao Município No Município de Loures a poluição de origem industrial tem um peso significativo, quer em caudal quer em cargas poluentes. Numa perspectiva de gestão integrada e indo muito além das suas atribuições, o Município tem concebido e dimensionado as novas infra-estruturas, em particular a ETAR de S. João da Talha e a nova ETAR de Frielas, para receber, além das águas residuais comunitárias, as águas residuais industriais que sejam compatíveis ou compatibilizáveis, mediante um pré-tratamento, com o sistema municipal.

A concepção do Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais nas Redes de Colectores Municipais do Município de Loures, em vigor, promove a opção de ligação à rede municipal e visa contribuir para esta estratégia de optimização, traduzindo-se ainda numa redução de custos (quer para as empresas quer para o Município) e do número de pontos de descarga de efluentes, mesmo que tratados, no meio receptor. Para a concretização deste objectivo de gestão integrada é instrumento importante o levantamento industrial e consequente avaliação de cargas poluentes industriais, efectuado segundo as prioridades acordadas entre o Projecto Tejo e os Serviços Municipalizados de Loures, em 1989, tendo em atenção as obras em curso. c) Adequação das condições de descarga das ETAR aos objectivos de qualidade da água pretendida para o meio receptor Para além do cumprimento das normas de descarga previstas na legislação, o esquema de tratamento e de destino final das novas ETAR foi concebido para garantir os objectivos de qualidade da água na Bacia Hidrográfica do Trancão e no Estuário do Tejo e assegurar ainda a qualidade das lamas produzidas. A ETAR de S. João da Talha prevê, numa segunda fase, a remoção de nutrientes e a desinfecção. Na nova ETAR de Frielas, para além da desinfecção e remoção de azoto, prevê-se um tratamento que permita a reutilização da água em usos que requerem uma certa exigência de qualidade, caso da rega de produtos hortícolas. d) Contribuição para a gestão correcta do ciclo urbano da água Para além de acções de informação e sensibilização dos munícipes para uma utilização mais racional da água e de medidas para melhorar a forma como é gasta pelo próprio Município (Câmara Municipal, Serviços Municipalizados e Juntas de Freguesia), as medidas e acções previstas no âmbito do Sistema Geral de Esgotos visam também contribuir para uma gestão mais correcta do ciclo urbano da água. Neste aspecto, é de destacar o Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais nas Redes de Colectores Municipais do Município de Loures que pretende o incentivo à redução de caudais e de cargas poluentes nas unidades industriais, através da aplicação de um sistema tarifário por escalões em função da quantidade e qualidade das descargas, bem como a nova ETAR de Frielas, onde está previsto um tratamento de afinação de forma a que o efluente tratado possa ser reutilizado na rega da Várzea de Loures e em usos industriais e urbanos compatíveis com a qualidade do efluente, tais como a rega de zonas verdes, lavagem de ruas e de contentores, criação de zonas de amenidade.

REGULAMENTO DE DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS INDUSTRIAIS NAS REDES E COLECTORES MUNICIPAIS DO MUNICÍPIO DE LOURES (R.D.A.R.I.) Este regulamento surgiu em consequência da opção do Município de Loures pela gestão integrada das Aguas Residuais Industriais no sistema Municipal desde que sejam compatíveis ou compatibilizáveis mediante um pré-tratamento. Como instrumento fundamental para a sua gestão, foi realizado pelos S.M.A.S. de Loures e pelo Projecto de Gestão de Recursos Hídricos/Bacia Hidrográfica do Trancão um levantamento industrial, cobrindo praticamente toda a área do município. Este levantamento fornece três níveis de informação: Localização geográfica (escala 1/2000) Actividade económica Estimativa de caudais e cargas dos efluentes Para a elaboração do R.D.A.R.I., recorreu-se a uma equipa técnica externa, tendo sido criada uma comissão de acompanhamento constituída por técnicos dos S.M.A.S., contando ainda com a colaboração de um jurista. Foi adoptada a seguinte metodologia para a sua elaboração: promoção de contactos com os industriais, a nível individual e de associações reuniões e pareceres do P.G.R.H./B.H.T, que recebeu opiniões de outros organismos da administração central, nomeadamente D.G.R.N., D.G.Q.A. e D.G.I.. realização de um painel sobre o regulamento, no Encontro Técnico sobre a despoluição do Trancão, organizado pelos S.M.A.S. de Loures, onde foram apresentadas várias sugestões por parte de técnicos e participantes convidados. E apresenta as seguintes vantagens: diminuir o número de pontos de descarga dos efluentes, mesmo que tratados, no meio receptor, permitindo um melhor controlo, trazer benefícios aos industriais, dando-lhes a possibilidade de optarem por uma alternativa mais económica do que a construção e exploração de uma E.T.A.R., retirando-lhe, total ou parcialmente, a preocupação em relação aos esgotos, trazer benefícios ao Município e aos Munícipes, não apenas pela diminuição de pontos de descarga de efluentes no ambiente, mas pela economia de escala conseguida pela introdução no sistema das águas residuais industriais, traduzida num custo unitário de tratamento inferior e consequentemente numa tarifa de saneamento mais baixa.

A Gestão do Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais envolveu uma alteração nos procedimentos e inter-relações entre Serviços e do relacionamento com os utentes industriais. Assim, a coordenação global do processo de emissão das autorizações de ligação às redes de colectores municipais é efectuada pela Divisão de Tratamento e Análise de Águas Residuais (D.T.A.A.R.), bem como o acompanhamento do auto-controlo das indústrias e as inspecções. Os contactos entre os Serviços Municipalizados e os requerentes, são também efectuados por esta Divisão. Os procedimentos internos obedecem à seguinte rotina: apresentação do requerimento nos S.M.A.S. em impresso próprio, análise administrativa da conformidade do regulamento na D.T.A.A.R., comunicação ao requerente no caso do requerimento se encontrar incompleto, aguardando-se a entrega dos restantes elementos, paralelamente junção de planta de localização para envio à Divisão de Estudos e Cadastros (D.E.C.) e informação sobre a existência de colector municipal e indicação do ponto de ligação pela D.E.C., informação das condições de funcionamento da rede existente e elaboração de orçamento se houver lugar à execução de prolongamento de rede ou ramal de ligação pela Divisão de Esgotos (D.E.), comunicação ao requerente das condições de descarga, do custo do ramal e das tarifas aplicáveis pela D.T.A.A.R., cobrança das tarifas pela Divisão Comercial (D.C.). De acordo com o definido no nº 2 do artº 11º do R.D.A.R.I., Um requerimento não conforme com o correspondente modelo do apêndice 3 é considerado, para todos os efeitos de contagem de prazos e da aplicação de sanções como inexistente, bem como a ausência de pagamento de orçamentos de prolongamentos da rede ou ramais suspende o processo da emissão de autorização de ligação às redes de colectores municipais. Uma aplicação informática (INFORIND), apoia o acompanhamento do processo e permite definir as condições específicas de descarga.

BREVE DESCRIÇÃO DO R.D.A.R.I. Este Regulamento apresenta-se em 10 capítulos, contendo 34 artigos e ainda 5 apêndices, estipulando as condicionantes existentes relativamente às descargas de águas residuais industriais nas redes de colectores municipais, assim como o processo de autorização e a adequação dessas descargas. PREÂMBULO CAPITULO I - Disposições Gerais CAPITULO II Condicionamentos relativos às descargas de águas residuais nas redes de colectores Municipais Protecção da saúde do pessoal operador; preservação dos colectores e a não afectação das condições do escoamento; Não afectação das condições de exploração das E.T.A.R., da qualidade dos efluentes, da ecologia dos meios receptores e destino final das lamas produzidas; Restrições de descargas de substâncias perigosas; Descargas acidentais. CAPITULO III - Processo de autorização de descargas de águas residuais industriais nas redes de colectores Municipais Apresentação do requerimento Apreciação e decisão sobre o requerimento apresentado CAPITULO IV - Adequação das descargas de águas Residuais nas redes de colectores Municipais Pré-tratamento Intervenção da Autoridade Municipal CAPITULO V - Verificação das condições de descarga de águas Residuais nas redes de colectores Municipais Auto-controlo Inspecção CAPITULO VI - Métodos de colheita, de amostragem, de medição de caudais e de análises Colheitas e amostras Colheitas e amostras

Medição de Caudais Análises CAPÍTULO VII - Tarifas Fórmulas Tarifárias Valores das tarifas Cobrança CAPITULO VIII - Custos Requerimentos Inspecção CAPITULO IX - Sanções Conteúdo Processo de advertência Sanções acessórias Montante das coimas Responsabilidade civil e criminal Competência para aplicação de sanções Produto das coimas Recurso CAPITULO X - Entrada em vigor e regime transitório Entrada em vigor Caducidade de autorizações concedidas de ligação às redes de colectores Municipais Período de transição ADESÃO AO R.D.A.R.I. No R.D.A.R.I., apêndice 5, estão as industrias que pela sua dimensão ou tipo de actividade se enquadram no modelo tipo A e que correspondem a situações em que as águas residuais apresentam características próximas dos efluentes domésticos. As industrias que não constam dessa listagem, preenchem o modelo B e correspondem a situações mais gravosos do ponto de vista da poluição industrial pela via das águas residuais. Até esta data entregaram 286 requerimentos de ligação às redes de colectores municipais, 159 modelo A e 127 modelo B.

SUB-SISTEMA DE S. JOÃO DA TALHA Em 1996, considerou-se como principal prioridade o subsistema de S. João da Talha, pretendendo-se que 90% das indústrias ficassem com a situação das suas águas residuais resolvida quer em termos de adesão ao regulamento quer em termos de ligação ao colector municipal. Neste sistema já aderiram ao R.D.A.R.I. 73 utentes industriais. Até 1997, conseguiu-se que grande parte das indústrias, sobretudo as que têm uma maior contribuição, quer em caudal quer em carga poluente, aderissem ao Regulamento de Descarga de Aguas Residuais Industriais e se ligassem à rede de esgotos. Foram solicitados 11 projectos de separação de rede a indústrias neste sub-sistema. Foram solicitados 18 projectos de ligação ao colector municipal. SUB-SISTEMA DE FRIELAS Neste subsistema já aderiram ao R.D.A.R.I., 137 utentes industriais. Neste subsistema o maior problema consiste no atraso para execução dos colectores, concretamente na Zona Norte, eixos Bucelas, Lousa e Fanhões. Nesta situação estão 22 indústrias que já aderiram ao Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais R.D.A.R.I., mas que ainda não puderam ligar os seus efluentes aos colectores visto a construção das infra-estruturas de intercepção nesta zona ainda não estar executada. A adesão ao regulamento tem sido satisfatória neste sub-sistema, tendo ocorrido contudo alguns contratempos: inundações na zona de Frielas, que provocaram um atraso substancial na referida adesão; situações de estabelecimentos industriais que já se encontram ligados ao colector municipal. Nestes casos há mais dificuldade na sensibilização para a entrega do Requerimento; existem muitas indústrias com fossas sépticas e que apesar de terem aderido ao R.D.A.R.I. e por não haver colector no local onde possam descarregar os seus efluentes requerem junto dos Serviços Municipalizados a limpeza das respectivas fossas. Foram solicitados 7 projectos de separação de redes. Foi solicitado 1 projecto de ligação ao colector municipal.

SUB-SISTEMA DE BEIROLAS Neste sistema já aderiram ao R.D.A.R.I. 76 utentes industriais. Foi objectivo destes Serviços Municipalizados, que até ao final do 1º semestre deste ano 90% das indústrias do subsistema de Beirolas tivessem a sua situação resolvida, quer em termos da adesão ao Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais, quer em termos de ligação dos seus efluentes aos Colectores Municipais. Conseguiu-se que a maior parte das indústrias com uma contribuição em caudal e carga mais significativa aderissem. Contudo neste sub-sistema existem várias Indústrias com situações não resolvidas e que ainda estão a descarregar os seus efluentes directamente na Foz do Trancão. Algumas apresentaram os projectos de ligação mas ainda não iniciaram as obras de ligação. Existem indústrias com efluentes susceptíveis de causar problemas que apresentam efluentes com necessidade de correcção de ph e de óleos e gorduras. Foram solicitados 4 projectos de separação de redes. Foram solicitados 9 projectos de ligação ao colector municipal. NOTAS QUALITATIVAS Ao nível qualitativo, poder-se-á estimar que com as opções tomadas, foi possível deixar de lançar directamente no Trancão e no Estuário do Tejo cerca de 20 000 hab/eq no sub-sistema de Beirolas e de 86 000 hab/eq no sub-sistema de S. João da Talha, o que representa neste caso um valor próximo dos 90% da carga poluente de origem industrial ao nível das águas residuais industriais. TARIFÁRIO Embora sem dados históricos que permitam uma reflexão mais profunda, importa referir que um sistema tarifário com as vertentes da quantidade e da qualidade implica uma cuidadosa implementação no sentido de manter a equidade, sem beneficiar ou prejudicar os industriais para além daquilo que é a economia de escala de um sistema integrado.

Figura 1 - EVOLUÇÃO DA ADESÃO AO RDARI 300 286 250 200 172 150 100 73 99 114 50 0 41 26 32 6 6 1993 1994 1995 1996 1997 Total TOTAL ACUMULADO Quadro 1 - ADESÃO AO RDARI POR SUB-SISTEMA SUB-SISTEMA BEIROLAS S.J.TALHA FRIELAS TOTAL MOD. A MOD. B TOTAL MOD. A MOD. B TOTAL MOD. A MOD. B TOTAL MOD. A MOD. B TOTAL Entregaram Requerimento 33 43 76 39 34 73 87 50 137 159 127 286 Ligados ao colector 9 22 31 29 15 44 30 25 55 68 62 130 Não ligados 4 12 16 7 17 24 5 7 12 16 36 52 Pendentes ( * ) 20 8 28 1 1 2 44 3 47 65 12 77 Encerrados 1 1 1 1 2 1 2 3 Mudaram de instalação 1 1 1 1 Em construção 1 1 1 1 Situação transitória 8 14 22 8 14 22 ( * ) Falta de informação

Figura 2 - REQUERIMENTOS ENTREGUES POR TIPO DE ACTIVIDADE AGROPECUÁRIA EXTRACÇÃO DE ROCHAS 3 27 2 3 INDÚSTRIA TRANFORMADORA 47 ELECTRICIDADE, GÁS E ÁGUA CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS OFICINAS DE REPARAÇÃO 1 COMÉRCIO POR GROSSO 203 SERVIÇOS TRANSPORTE E ARMAZENAGEM ACTIVIDADES MAL DEFINIDAS Figura 3 - ADESÃO POR ACTIVIDADE NO SUB-SISTEMA DE BEIROLAS AGRICULTURA EXTRACÇÃO DE ROCHAS 60 51 INDÚSTRIA TRANFORMADORA Indústria Alimentar 50 indústria Têxtil Indústria da Madeira Indústria do Papel 40 Indústria Química Indústria de Produtos Minerais 30 Indústria Metalúrgica Fabrico de Produtos Metálicos Outras Indústrias Transformadoras 20 10 12 2 12 15 2 7 1 1 2 9 13 ELECTRICIDADE, GÁS E ÁGUA CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS COMÉRCIO POR GROSSO TRANSPORTE E ARMAZENAGEM SERVIÇOS 0 Nº ESTABELECIMENTOS OFICINAS DE REPARAÇÃO ACTIVIDADES MAL DEFINIDAS

Figura 4 - ADESÃO POR ACTIVIDADE DO SUB-SISTEMA DE S. JOÃO DA TALHA 60 57 AGRICULTURA EXTRACÇÃO DE ROCHAS INDÚSTRIA TRANFORMADORA 50 Indústria Alimentar indústria Têxtil Indústria da Madeira 40 Indústria do Papel Indústria Química Indústria de Produtos Minerais 30 21 Indústria Metalúrgica Fabrico de Produtos Metálicos Outras Indústrias Transformadoras 20 13 10 ELECTRICIDADE, GÁS E ÁGUA CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS COMÉRCIO POR GROSSO 10 4 5 5 6 1 1 1 4 1 TRANSPORTE E ARMAZENAGEM SERVIÇOS OFICINAS DE REPARAÇÃO 0 1 Nº ESTABELECIMENTOS ACTIVIDADES MAL DEFINIDAS Figura 5 - ADESÃO POR ACTIVIDADE NO SUB-SISTEMA DE FRIELAS 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 3 95 23 2 3 22 20 18 4 2 1 Nº ESTABELECIMENTOS 14 24 1 AGRICULTURA EXTRACÇÃO DE ROCHAS INDÚSTRIA TRANFORMADORA Indústria Alimentar indústria Têxtil Indústria da Madeira Indústria do Papel Indústria Química Indústria de Produtos Minerais Indústria Metalúrgica Fabrico de Produtos Metálicos Outras Indústrias Transformadoras ELECTRICIDADE, GÁS E ÁGUA CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS COMÉRCIO POR GROSSO TRANSPORTE E ARMAZENAGEM SERVIÇOS OFICINAS DE REPARAÇÃO ACTIVIDADES MAL DEFINIDAS

ASPECTOS DE METODOLOGIA INTERNA EM ANÁLISE Verifica-se que existe ainda grande falta de informação por parte dos industriais, com reflexos nomeadamente no que concerne à entrega de valores de caudal, autocontrolos e plantas cotadas das redes internas. Das 129 indústrias tipo B, apenas 66 entregaram autocontrolo. Pela falta de informação já referida e situações por corrigir, apenas se emitiram 44 autorizações genéricas de ligação. As indústrias com maior contribuição quer em caudais quer em cargas poluentes já aderiram ao Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais. Contudo para se conseguir melhores resultados, quer em termos de entrega de requerimentos quer na veracidade dos elementos fornecidos por parte das indústrias, é fundamental: criação de um grupo de trabalho com maior autonomia de actuação, constituído por elementos da D.T.A.A.R., D.E.C., D.E., Divisão de Águas (D.A.), D.C., Gabinete de Apoio Jurídico (G.A.J.), a reunir periodicamente pelo menos uma vez por mês, de preferência em dia fixo, afim de analisar situações e propostas de resolução; definição de metodologias de actuação e aferição de circuitos de informação. iniciar as inspecções às unidades industriais, o mais rapidamente possível, de acordo com o previsto no artº 15º do Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais. articular com a D.E.C., a hipótese de quando os traçados de esgotos referentes a instalações industriais, prevendo a ligação ao colector municipal, derem entrada nos S.M.L., ser logo anexado o requerimento de ligação das Águas Residuais Industriais às redes de colectores municipais, a preencher e entregar em simultâneo. articular com a D.A. os pedidos de ramais de águas para as indústrias. articular com o G.A.J., todos os casos de indústrias que estando ligadas ao colector municipal, não querem entregar o requerimento de adesão; de indústrias que não entregam os autocontrolos que não adequam as suas condições de descarga, etc.. articular com a D.E., a fiscalização e o acompanhamento das novas instalações industriais desde o início da execução. articular com a D.C. e para as instalações existentes com abastecimento de água dos Serviços Municipalizados de Loures, o envio de um mailing aos consumidores comércio/indústria de divulgação do Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais, solicitando o preenchimento de um pequeno formulário com a indicação da actividade económica,

denominação social correcta, nº de instalação, morada actualizada e outros elementos que se julgarem convenientes. Com base nos elementos enviados pelos consumidores analisar os mesmos por actividade e por consumo de água, fazer um contacto directo com as indústrias mais representativas quer em caudal quer em actividade poluente e envio de requerimento para preenchimento às indústrias de menor dimensão. melhorar a articulação já existente com as Juntas de Freguesia, no sentido de resolução dos problemas de poluição industrial. melhorar a articulação com o grupo de trabalho - Despoluição da Bacia Hidrográfica do Rio Trancão formado por elementos da Direcção Regional do ambiente, S.M.L., Gabinete de Inspecção e Auditoria Ambiental da D.G.A., D.R.E.L.V.T., Gabinete de Planeamento e Políticas Agro-Alimentares, Direcção Geral de Energia, Direcção Regional de Agricultura de Ribatejo e Oeste e Serviço de Saúde Pública do Centro de Saúde de Loures no sentido de maior eficiência na resolução de situações de indústrias que descarregam os seus efluentes directamente em linhas de água REFLEXÕES NO DOMÍNIO INSTITUCIONAL Algumas situações apontam para a necessidade de uma maior articulação com e entre o Ministério do Ambiente e Ministério da Indústria no que respeita à fiscalização e licenciamento respectivamente. Os acordos voluntários, estabelecidos com o Ministério do Ambiente, permitem o alargamento de prazos para cumprimento das condições de descarga, desde que os industriais estabeleçam e cumpram uma dada calendarização. Estes acordos ao terem âmbito nacional não tem em conta a gestão ao nível de bacia hidrográfica e podem introduzir algumas disfuncionalidades ao nível dos objectivos. Ainda que compreensíveis estas medidas acabam por conferir aos industriais um papel essencial na caracterização e nas soluções, situação que pode ter alguns efeitos perversos. O sistema de apoio financeiro destinado a investimentos ambientais, não tem em conta se o industrial está ou não localizado em sistemas concebidos para a solução integrada da água residuais. Torna-se evidente a necessidade de funcionamento de uma estrutura de gestão a nível de Bacia Hidrográfica, neste caso particular, do Trancão, que articule inclusive a recuperação e requalificação ambiental.

BIBLIOGRAFIA A.FIGUEIREDO, C.M.MARTINS e A.M.MATA, Município de Loures - Sistema Geral de Esgotos, 4ª Conferência Nacional da Qualidade do Ambiente, Lisboa, 1994. A.FIGUEIREDO, C.M.MARTINS, A.M.MATA, e M.V.R.BOTO, Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais nas Redes de Colectores Municipais do Concelho Loures - sua implementação, 4ª Conferência Nacional da Qualidade do Ambiente, Lisboa, 1994. SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS DE LOURES - A Nova ETAR de Frielas na Solução de Lamas Actividades - Estudo Prévio, Loures, 1993. SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS DE LOURES, ETAR de S. João da Talha - Estudo Prévio, Loures, 1993. SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS DE LOURES, Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais nas Redes de Colectores Municipais do Concelho de Loures, Loures, 1993. SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS DE LOURES, INFORIND - Software de Apoio ao Regulamento de Descarga de Águas Residuais Industriais nas Redes de Colectores Municipais do Concelho de Loures - Manuel do utilizador, Loures, 1995. A.MATA, C.M.MARTINS, Gestão Integrada das Águas Residuais do Concelho de Loures - Software de Apoio, II Jornadas Ibéricas dos Distribuidores de Água, Tomo II, pag. 173 a 218, Vitória, Espanha, 1995.