MATERIAL DE APOIO PROFESSOR. REDE DE ENSINO LFG Profª MS. Sônia Maria de Sousa Santa Cruz



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Transcrição:

RETA FINAL DELEGADO CIVIL RJ/MT/PA Disciplina: Geografia Prof. Luciane Sônia Maria Data: 27.08.09 Aula nº 01 MATERIAL DE APOIO PROFESSOR REDE DE ENSINO LFG Profª MS. Sônia Maria de Sousa Santa Cruz CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGO EFETIVO DE DELEGADO DE POLÍCIA DO ESTADO DE MATO GROSSO 2009 Geografia de Mato Grosso Fonte: www.members.virtualtourist.com-acesso em 27/08/2009 1.1 Mato Grosso e a região Centro-Oeste Em 1941, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fez a primeira divisão regional do Brasil a pedido do governo federal, uma das regiões era a Centro-Oeste que então compreendia os estados de Mato Grosso e Goiás. Em 1969, o IBGE reformulou a divisão porque o Brasil tinha mudado muito desde o início dos de 1940 e a região Centro-Oeste passou a integrar uma nova unidade político-territorial-o Distrito Federal, fundado em 1960, quando da transferência da capital federal do Rio de Janeiro para o Brasil. Em 1979, o mapa da região Centro-Oeste foi novamente modificado com a criação do Estado do Mato Grosso do Sul como conseqüência do desmembramento da parte meridional do Estado de Mato Grosso. Em 1989, o Estado de Goiás foi também desmembrado de parte de seu território situada ao norte e formou o estado de Tocantins, integrado à região Norte do Brasil. A região Centro-Oeste é formada por quatro unidades político-administrativas: Mato Grosso (MT), a capital é Cuiabá, Mato Grosso do Sul (MS), capital é Campo Grande, Goiás (GO) com capital em Goiânia e

o Distrito Federal onde está localizada a capital federal, Brasília. A região é a segunda maior região brasileira tendo uma extensão de 1.604.852 Km² o que equivale a 19% do território brasileiro. Algumas das suas características importantes são as seguintes: 1. Limita-se com as outras quatro regiões brasileiras: Norte, Nordeste, Sudeste e Sul e com dois países da América do Sul: Bolívia e Paraguai; 2. Área mais tipicamente tropical do Brasil; 3. Sua vegetação característica é a do Cerrado; 4. Sua ocupação iniciou-se no século XVII, com a vinda de um grande contingente de lusobrasileiros interessados nas suas riquezas. O apogeu do Ciclo do Ouro foi no século XVIII e surgiram vários aglomerados urbanos como Cuiabá, Vila Bela e Goiás. A decadência da mineração trouxe para a região um grande período de estagnação que se modificou a partir dos anos de 1940. Nos anos de 1940 e 1950, a região sofreu os efeitos da expansão da atividade agropecuária paulista que levou a profundas mudanças nas relações econômicas da parte meridional do Centro-Oeste. Nos anos de 1950 e 1960, a região sofreu modificações, em primeiro lugar, em decorrência do processo de construção da nova capital da República. Em segundo lugar, pelas consequências espaciais da implantação e do desenvolvimento de Brasília e da infraestrutura de sua comunicação com as outras regiões do Brasil com as outras regiões do Brasil. Nos anos de 1970 e 1980, houve o impacto causado pelas ações do governo federal decorrentes de planos e projetos de desenvolvimento regionais e setoriais com a ampliação da infraestrutura e estímulo à migração. 5- A região Centro-Oeste apresentou-se no período colonial e imperial e nos primeiros 50 anos republicanos como uma região distante, subpovoada e com uma economia bastante frágil. O primeiro surto de exploração econômica e de povoamento da região ocorreu durante a colônia com a exploração do ouro e pedras preciosas. Com a decadência do ouro, a pecuária tornou-se a atividade mais importante, porém com expressão local. Na segunda metade do século XIX, algumas áreas da região foram ocupadas pelo Paraguai durante a Guerra da Tríplice Aliança. Com o término da guerra, a região voltou para o isolamento. No início da década de 40 do século XX, essa imensa região era uma área com grandes espaços vazios. Sua economia baseava-se na pecuária extensiva de bovinos e incipiente rizicultura desenvolvida no sul de Goiás. O Centro-Oeste era completamente desintegrado do mercado nacional. Além disso, o próprio espaço intraregional era pouco articulado e formado por um conjunto de pequenos núcleos urbanos, poucas áreas onde se praticava a agropecuária rudimentar e grandes espaços vazios entre eles sendo que o governo incentivou a criação de colônias agrícolas com pessoas vindas de outras partes do país. Os resultados obtidos foram modestos. Assim, nos anos de 1940, a economia da região Centro-Oeste era frágil, povoamento rarefeito. Dos anos de 1950 ao início dos anos de 1980, a região passou por profundas transformações como consequências das grandes mudanças que ocorreram na economia e sociedade brasileiras tais como: 1. aceleração do processo de urbanização; 2. desenvolvimento industrial com repercussões que incidiram sobre a organização do espaço regional, principalmente, nas áreas limítrofes Centro-Oeste-Sudeste com as invernadas, a construção de Brasília e a infraestrutura que teve que ser montada em decorrência da sua construção. No final dos anos de 1960, havia sinais evidentes de crescimento demográfico e econômico com a incorporação de novos espaços à produção. A região ainda estava conceituada como espaço de transição entre o coração econômico do país e a emergente fronteira recursos representada pela Amazônia. A partir dos anos de 1970, o governo federal atuou de forma mais enérgica sobre a região através

da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) em consonância com os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND) levaram a uma política espacial para a região como segue: 1. uma dedicada ao Norte de Mato Grosso e Norte de Goiás (atual Tocantins) para desenvolver a colonização nessas regiões; 2. outra dedicada ao Estado de Mato Grosso do Sul, objetivando integrar a região ao programa de corredores de exportação de grãos para o exterior; 3. fixar população em áreas próximas ao Distrito Federal; Nos anos de 1980, o Centro-Oeste consolidou sua função como área produtora de produtos primários para exportação e consumo interno. Nos anos de 1990, a região quis o mesmo tratamento dado ao Nordeste com incentivos dados à industrialzação. Fonte: http://www.qmdmt.cnpm.embrapa.br/images/image1...acesso em 27/08/2009

1.2 Geopolítica de Mato Grosso A sua superfície é de 906.807 km². Equivale a 10,50% da área do país. Igual a três vezes e meia a do estado de São Paulo, mesmo após o desmembramento do Mato Grosso do Sul. A separação era uma idéia antiga. Concretizou-se em 1977 por meio de uma lei complementar que desmembrou 357.471,5km² para criar o Mato Grosso do Sul. O governo federal justificou a divisão alegando a dificuldade de um único governo estadual administrar uma área tão grande e, em segundo, as nítidas diferenças entre o norte e o sul. Alei entrou em vigor em 1º de janeiro e 1979. A sua localização geográfica é privilegiada, configurando-se como importante entreposto comercial unindo corredores que ligam o oceano Atlântico ao Pacífico. O estado situa-se na parte oeste da região Centro-Oeste. Segundo critérios econômicos e sociais, pertence à região Geoeconômica Amazônica e, ao centro-sul, à Região Geoeconômica Centro-Sul. O estado de Mato Grosso localiza-se a oeste do meridiano de Greenwich e a sul da linha do Equador com fuso horário, Isto é a menos 4 horas em relação à hora mundial GMT. Seus limites são: Sul: Mato Grosso do Sul; Leste: Tocantins; Norte: Goiás, Pará e Amazonas; Oeste: Rondônia; Oeste: Bolívia. Abriga três ecossistemas: Amazônica, Cerrado e Pantanal. 1.3. Ocupação do território As terras, hoje, ocupadas pelo Estado do Mato Grosso pertenceram à Espanha de acordo com o Tratado de Tordesilhas (1494). Mas foram pouco exploradas pelos espanhóis que se concentraram no ocidente do continente por causa da exploração da prata e pela presença nas terras do Mato Grosso de grande quantidade de índios que fugiam dos colonizadores portugueses. Os bandeirantes paulistas que penetravam na região queriam capturar esses mesmos índios para vendê-los em São Paulo. Em 1719, foi encontrado ouro na Minas de Cuiabá por Pascoal Moreira Cabral tendo início a exploração do ouro na região da então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Em 1722, a bandeira de Miguel Sutil descobriu as ricas Lavras de Sutil. A divulgação dessa descoberta atraiu um grande contingente de pessoas para a região e Cuiabá de 1722 a 1726, tornou-se uma das cidades mais populosas do país. No século XIX, a ocupação ocorreu, preferencialmente, nas áreas do Pantanal Matogrossenses,

Depressões do Alto Paraguai e, em regiões, de domínio do Cerrado. Os municípios mais antigos foram criados nos séculos XVIII e XIX, tais como Cuiabá (1719), Vila Bela da Santíssima Trindade (1737), Diamantina (1728), Cáceres (1778) e Poconé (1778). Contribuiu, também, para o povoamento e a formação de municípios, a exploração da poaia que levou ao desenvolvimento de Cáceres e da Barra dos Bugres nas margens do rio Paraguai. No início do século XX, a ocupação territorial foi para o leste na direção da bacia do Araguaia. A ocupação estava ligada à mineração ao criar núcleos que forneciam bens de consumo. Na primeira metade do século XX, foram encontradas minas de diamantes no Sudeste do Estado (vales dos rios Araguaia, Garças e São Lourenço). Surgiram núcleos que originaram as cidades de Alto Araguaia, Araguaina, Alto das Garças, dentre outras. Pelo desenvolvimento da agropecuária ocorreu a ocupação da região do Alto Paraguai e Diamantina no entorno de Cuiabá com o cultivo da cana. Contribuíram, também, para a ocupação do território matogrossense as expedições exploratórias e científicas como a Roncador-Xingu e a Rondon sendo responsáveis pela criação de núcleos urbanos como Rondonópolis, General Carneiro, dentre outras. De 1950 a 1970, o governo estadual ações de colonização. Nos anos de 1970 e 1980, foram implementadas pelo Governo Federal, levando à ampliação e à incorporação das terras de Mato Grosso às atividades produtivas nacionais. Foram muito importantes a abertura de rodovias e a implantação de núcleos de colonização, principalmente, na região norte do Estado sendo que os municípios que surgiram foram em decorrência de núcleos de colonização. Nos anos de 1970, ocorreram mudanças radicais nas atividades agrícolas adaptadas às condições de Cerrado como a soja e outros grãos bem como a mecanização da agricultura.

Linha de demarcação entre as terras atribuídas a Portugal e Espanha (Fonte: IGEO/UFRJ, 2003). Fonte: http://www.qmdmt.cnpm.embrapa.br/711.htm- acesso em 26/08/2009 1.4 Aspectos físicos e domínios naturais do espaço matogrossense O seu relevo tem altitudes modestas com grandes superfícies aplainadas talhadas em rochas sedimentares. Pode ser dividida em três regiões: a- porção centro-norte: chapadões sedimentares e planaltos cristalinos com altitudes entre 400 e 800 metros, integrando o Planalto Central Brasileiro; b- Planalto arenito-basáltico está localizada no sul e é uma parcela do Planalto Meridional; c- parte do Pantanal Matogrossense está localizado ao sul. Ao sul do Planalto Brasileiro situa-se a Chapada dos Parecis que é em parte o divisor de águas entre as bacias do rio Paraguai e Amazonas. A maior parte da área é drenada pelos rios da bacia

amazônica. Entre Mato Grosso e Goiás situa-se a planície aluvial do médio Araguaia. Assemelha-se a do Pantanal. Quanto ao clima, apresenta uma variedade de climas. Prevalece o tropical superúmido de monção com elevada temperatura média anual superior a 26ºC e alta pluviosidade (2000mm/ano). Prevalece, também, o tropical com chuvas de verão e inverno seco. A média da temperatura é 23ºC no planalto e a pluviosidade é mais de 1500mm/ano. Na vegetação, predominam as florestas como prosseguimento da mata amazônica. Na área do Pantanal que ficou nos limites do estado, aparece um revestimento vegetal composto de cerrados e campos. Em síntese, há 47% de florestas, 39% de cerrados e 14% de campos. Fonte:http://images.google.com.br- acesso em 27/08/2009 Quanto à hidrografia, a drenagem dos rios é feita por dois sistemas os do rio Amazonas e Paraguai. No sistema do rio Amazonas estão os rios Juruena e Teles Pires que formam o rio Tapajós, o Xingu e Araguaia. No sistema do rio Paraguai, o principal afluente é o rio Cuiabá.

Por do Sol no rio Cuiabá Fonte: www.mt.gov.br- acesso em 27/08/2009 1.5.Aspectos político-administrativos Municípios mais populosos Município Habitantes (estimativa/2008) Cuiabá 544.736 Várzea Grande 237.925 Rondonópolis 179.094 Sinop 110.513 Cáceres 86.805 Tangará da Serra 79.870 Sorriso 57.799 Barra das Garças 54.882 Primavera do Leste 46.311 Fonte:IBGE O governador é Blairo Maggi. Possui 3 senadores, 8 deputados federais, 24 estaduais. A sede do governo fica no Palácio Paiaguás e o centro-político administrativo é Cuiabá. O prefeito de Cuiabá é Wilson Pereira dos Santos. O seu número de vereadores é 19 com uma população estimada em 544.537hab. O Estado de Mato de Grosso tem 141 municípios e uma população estimada em 2.854.642hab. segundo dados do IBGE.

Cuiabá é o segundo em IDH Fonte:www.mt.gov.br- acesso em 27/08/2009 1.6 Aspectos socioeconômicos de Mato Grosso A grande força propulsora da sua economia é a agricultura. Ela representa 25,3% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Destacam-se o algodão na qual ocupa a liderança nacional com 1,6 milhão de toneladas anuais. É o maior produtor de soja do país sendo que, no de 2006, produziu 30% do total da produção nacional desse grão. O setor de serviços representa 56,6% do seu PIB. È a agropecuária que movimenta em grande parte este setor. Historicamente, a situação atual da sua atividade agropecuária está relacionada com a aceleração da colonização a partir de 1960 quando a população passou de 348.657 para 910.262 habitantes. Em 1960, o governo por meio de incentivos fiscais e de créditos financeiros de empresários do centro-sul facilitam e permitem a instalação de grandes latifúndios onde é hoje o Mato Grosso do Sul. Foi criada a Superintendência do Centro-Oeste (Sudeco) e a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM). Os fazendeiros passam a desmatar o cerrado e as matas com o uso de tratores e alta tecnologia no preparo, plantio e colheita par ao cultivo do arroz e criação pecuária de raça, principalmente, a nelore e, em seguida, Mato Grosso entra na era da modernização da agricultura e passa a exercer periférico na indústria nacional. Foram abertas grandes rodovias como a BR164 e a Cuiabá-Santarém. O sistema bancário cresceu e ocorreu o desenvolvimento da vida financeira da região. A região centro-oeste passou a ser exemplo de modernização da agricultura, principalmente, com os pacotes agrícolas voltados para a área do Cerrado, na qual foi incentivada a cultura da soja, estimulada por capitais japoneses mediante o Projeto JICA.CAMPO. A colonização fez-se presente de modo acentuado no Estado de Mato Grosso, envolvendo empresas e cooperativas de colonização, as quais continuaram atraindo uma clientela do sul e sudeste. Dados sócio-econômicos de Mato Grosso:

Carência habitacional:108.185 (2005); Acesso à água: 65,4%; Acesso á rede de esgoto: 26,1%; IDH: 0,773( dados de 2000); PIB per capita:r$12.350 (2006) Mortalidade Infantil: 20,4% (2007) 1.7 Formação étnica A sua população apresenta elevada proporção de caboclos. Possui a maior concentração indígena do Brasil com representantes de xavantes, nambiquaras, caiabis e parecis. No norte do estado há a fundação do Parque Nacional do Xingu com o objetivo de preservar a cultura dos índios e solucionar disputas de terras entre as tribos e grandes pecuaristas da região. 1.8 Dinâmica da população em Mato Grosso É um estado rural com uma das mais baixas densidades demográficas do país (3,3 hab/km. ) O norte é recoberto pela Floresta Amazônica com povoamento escasso. Já, em torno de Cuiabá, há concentração populacional. Dados da população segundo o IBGE População 2.854.642 hab.(estimativa 2007/dados IBGE) acesso em 27/08/2009 Homens 1,154.216 Mulheres 1.081.616 Densidade populacional 2 hab/km² 1.9 Programas governamentais e fronteira agrícola matogrossense Nas décadas de 30 a 70, consolidou-se como uma região de fronteira agrícola e pólo de absorção de excedentes populacionais. Possui uma extensa fronteira internacional o que foi importante na sua colonização na década de 1930 e, agora, é de posição estratégica com relação ao Mercosul.

A sua expansão econômica foi acompanhada por grandes fluxos migratórios com taxa de crescimento superiores aos da média nacional. O governador do estado aprovou o Programa Matogrossense de Legalização Ambiental Rural (MT Legal), objetivando regularizar as propriedades rurais do Estado. Espera-se que 140mil produtores rurais participem do programa. 1.10 A economia do Estado no contexto nacional Na agricultura, os cultivos mais importantes são do algodão e da soja. O arroz tem ainda uma posição de destaque, embora tenha se reduzido muito. Outros produtos importantes são o cana-deaçúcar, milho, mandioca, cacau, café e grãos. É um importante centro pecuarista, destacando-se o rebanho bovino. O extrativismo vegetal tem como produtos a borracha, madeira, babaçu, poaia, dentre outros. A indústria é pouco expressiva. O principal ramo é dos produtos alimentícios. Em segundo lugar estão a transformação de minerais não-metálicos e a indústria madereira. Os principais produtos industriais são madeira serrada ou desdobrada, carne frigorificada de bovino. Há extração de diamantes no sudeste em torno de Poxoréu e Barra do Garça. O transporte rodoviário é o principal. O fluvial só é feito pelo rio Paraguai. As principais estradas são; Cuiabá-Santarém (Pará), Cuiabá-PortoVelho (Rondônia) e Cuiabá- Campo Grande (Mato Grosso do Sul). O estado exporta: madeira, carvão vegetal, couro, gado bovino, carne verde, charque, hévea coagulada. 1.11 A urbanização do Estado A partir da década de 1970, foram implantadas políticas econômicas de apoio preferencial à exportação e à ocupação e desenvolvimento da Amazônia e do Centro-Oeste que deram a Mato Grosso, um novo surto de progresso para o estado. A construção de Brasília contribuiu para acabar com a antiga estagnação. Mesmo inaugurada a capital, o Mato Grosso continuou a atrair mão-de-obra agrícola de outros estados, oferecia as melhores áreas de colonização do país. Os graves problemas persistiram na década de 1980, o transporte não bastava para escoar a produção estadual, energia elétrica insuficiente, o saneamento era precário, serviços de saúde e de educação. 1.12 Produção e as questões ambientais

É gravíssimo o problema ecológico. Há inúmeras espécies extintas e outras em extinção como os jacarés cuja caça é ilegal. Foi lançada a Operação Pantanal e foi criado o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense. O Pantanal ocupa 10% de área do Estado do Mato Grosso, enquanto o Cerrado, 40% e a Floresta situada ao norte, cobre metade do mesmo. Com o desenvolvimento da agropecuária, desde 1990, o cultivo da soja e a criação do gado estão empurrando a fronteira agropecuária do interior do centro-oeste para o interior da floresta, sendo o responsável pelo desmatamento de 38 mil km² de florestas ou seja por 40% de todo o desmatamento sendo que 5,4 mil km² foram destinados à plantação da soja. O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) tornou público que a taxa de desmatamento do estado sofreu um decréscimo de 12%. No entanto, o aumento foi de 200% nos últimos três meses objetos da análise. Este trabalho é desenvolvido pelas ONGs Imazon e ICV. BIBLIOGRAFIA ARBEX JR., José e OLIC, Nelson Basic.Rumo ao Centro-Oeste. O Brasil em regiões. São Paulo: Editora Moderna: 1996 www.mt.gov.br www.ibge.gov.br www.wikipedia.org http://images.google.com.br Questões de Estudo 1- Assinale a alternativa incorreta: a) na vegetação do Mato Grosso, predominam as florestas como prosseguimento da mata atlântica; b) ao sul do Planalto /brasileiro situa-se a Chapada dos Parecis; c) as expedições exploratórias e científicas não contribuíram para a ocupação do território matogrossense; d) na primeira metade do século XX, foram encontradas minas de diamante no Sudeste do Estado do Mato Grosso. Alternativa c 2- Com relação à ocupação do território matogrossense, foram muito importantes as bandeiras vindas de

São Paulo. Assinale a alternativa correta: a) os bandeirantes paulistas não se interessavam pela captura de índios, somente de escravos negros; b) As terras, hoje, ocupadas pelo Estado de Mato Grosso, pertenceram à Espanha de acordo com o Tratado de Tordesilhas (1494); c) Em 1719, foi encontrado ouro nas Lavras do Sutil por Pascoal Moreira Cabral; d) O Estado de Mato Grosso só se limita com estados brasileiros. Alternativa b 3- Assinale a alternativa incorreta: a) A região Centro-Oeste é formada por quatro unidades político-administrativas; b) A decadência da mineração trouxe para a região um grande período de estagnação que se modificou a partir dos anos de 1940; c) Com a decadência da exploração do ouro a pecuária tornou-se a atividade mais importante ; d) O Paraguai não invadiu o Mato Grosso durante a Guerra da Tríplice Aliança. Alternativa d 4- A Questão do Meio ambiente é de vital importância para a sobrevivência da vida no Planeta Terra. Sobre a Questão Ambiental em Mato Grosso é correto afirmar que: a) Com o desenvolvimento da agropecuária desde 1990, o cultivo da soja e a criação do gado estão empurrando a fronteira agropecuária do interior do centro-oeste para o interior da floresta; b) O SAD tornou público que a taxa de desmatamento do estado sofreu um decréscimo de 2%; c) O problema ecológico não está presente em Mato Grosso; d) O Pantanal ocupa 60% do território do Estado do Mato Grosso.

Alternativa a 5- Assinale a alternativa correta: a) A população do Mato Grosso não apresenta elevada proporção de caboclos; b) O setor de serviços representa 56,6% do seu PIB; c) O município mais habitado do Estado do Mato Grosso é Rondonópolis; d) A sede do governo do Mato Grosso fica no Palácio das Esmeraldas. Alternativa b