Classificação Linear de Caprinos Leiteiros



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Transcrição:

Classificação Linear de Caprinos Leiteiros Silvio Doria de Almeida Ribeiro 1,2,3 e Anamaria Cândido Ribeiro 1,2,4 1 Dr, Professor do CREUPI - Espírito Santo do Pinhal SP www.creupi.br 2 Consultor da Capritec www.capritec.com.br 3 silvio@capritec.com.br 4 anamaria@capritec.com.br Introdução O objetivo da maioria dos e criadores de caprinos leiteiros é o retorno econômico da atividade. Para isso, devem ter cabras saudáveis, produtivas e bem conformadas, capazes de produzir de forma eficiente por longo tempo. A conformação funcional é indispensável para que esse objetivo seja atingido, daí sua importância econômica nos programas de melhoramento. A vida produtiva das cabras é influenciada pela sua conformação funcional com reflexos no aumento de tempo de permanência no rebanho e diminuição na taxa de descarte involuntário. Portanto, uma avaliação de conformação funcional criteriosa auxilia na produção e aumenta a longevidade, com reflexo direto no desempenho econômico da atividade (RIBEIRO, 1997). A Classificação Linear consiste em atribuir notas a diferentes características, com valores que vão de 1 a 50, no sistema americano, e de 1 a 9, no sistema francês. Esses valores devem ser suficientes para detectar as diferenças entre os animais e caracterizar de forma precisa e acurada cada característica considerada. Há três critérios para a definição das características a serem avaliadas: deve ter valor econômico, aumentando a longevidade (reduzindo a taxa de descarte) ou aumentando a produção, a herdabilidade da característica deve ser de no mínimo 0,15, e a avaliação deve ter uma repetibilidade aceitável entre os avaliadores, o que exige que o critério de avaliação da característica seja descrito de forma suficientemente precisa. Cada característica é avaliada individualmente, e não como uma parte de um grupo de características, com a nota sendo atribuída de um extremo biológico ao outro, daí a denominação Linear. Esse método vem sendo cada vez mais utilizado, pois permite uma avaliação objetiva e um melhor direcionamento do melhoramento para tipo. Um dos objetivos primários do programa de classificação linear é identificar e enfatizar características associadas com a longevidade dos animais. Há estudos que avaliam as relações entre as características lineares de tipo e a produção de leite e vida produtiva de gado Holandês. A correlação genética entre produção de leite e características leiteiras de gado holandês, por exemplo, é de 0,52 (SHORT, 1992). WEIGEL et al. (1998) em seu estudo concluíram que o comprimento da vida produtiva está positivamente correlacionado com muitas características de produção e lineares de tipo. Histórico As avaliações de tipo iniciaram-se com as exposições de animais. Os principais problemas eram a política e a variação entre juízes e regiões. Em 1922 ocorreu a primeira tentativa de padronização. As características de conformação (tipo) têm sido registradas para o gado Holandês desde 1929. Inicialmente, os programas de classificação foram delineados para descrever a conformação física dos animais e eram apenas utilizados para animais registrados. O valor final desta classificação (escore final) e de 4 categorias principais (aparência geral,

características leiteiras, capacidade corporal e sistema mamário) eram registradas para cada vaca. Em 1967 as categorias descreviam 11 características. A Classificação Linear foi desenvolvida no final dos anos 70, e a maioria das associações de criadores de bovinos leiteiros americanos iniciou seu uso no início dos anos 80. A partir de 1976 passaram a coletar também as informações de vacas sem registro. Em 1983 foi introduzida uma escala biológica contínua para pontuação (SHORT, 1992). Foi assim que iniciou-se a ênfase no ganho genético através da classificação dos animais. Esta classificação tornou possível avaliar os pontos fortes e fracos dos reprodutores, de forma objetiva. O Sistema Norte-Americano de Avaliação Linear de Caprinos Leiteiros É o sistema utilizado pela American Dairy Goat Association. São consideradas 13 características primárias e 1 secundária que são usadas pelo classificador para avaliar a conformação funcional. São adicionadas 8 áreas a avaliação: cabeça, espádua, membros anteriores, membros posteriores, pés, linha de dorso e garupa e textura de úbere que são pontuados como excelente, muito bom, bom para mais, bom, aceitável e fraco. São ainda incluídos dois campos para a inserção de informações complementares. A última parte é a avaliação do animal em 4 categorias (aparência geral, característica leiteira, capacidade corporal e sistema mamário) avaliados como descrito acima e um escore final em uma escala de 100 pontos. Vale ressaltar que, para elaborar o sumário de bodes, são utilizadas apenas as informações lineares e o escore final As características primárias são aquelas consideradas de importância econômica e com variação suficiente para permitir a sua seleção. São elas: a. Forma Estatura: é a distância vertical do solo à cernelha. O tamanho da cabra está diretamente relacionado com a quantidade de leite que a cabra é capaz de produzir, independente da eficiência dessa produção. Nesse item, 26 polegadas correspondem a 5 pontos, 30 polegadas a 25 pontos e 34 polegadas, 45 pontos. Portanto, cada polegada corresponde a 5 pontos. b. Forma Força: é avaliada considerando-se a largura e profundidade do tórax, a largura do maxilar e estrutura óssea. Está relacionada à capacidade de sustentar alta produção e a uma boa condição de saúde. c. Forma - Caracterização Leiteira: é avaliada considerando-se a angulosidade, a forma dos ossos, a abertura e o arqueamento das costelas, o comprimento e a estrutura do pescoço, a definição e a angulosidade da cernelha, a profundidade e o arqueamento do flanco, a curvatura do posterior, musculosidade e feminilidade, o refinamento, a delicadeza e textura da pele, a altura e forma da área do escudo. Varia de arredondada e grosseira a angulosa e cortante.

d. Estrutura - Ângulo da Garupa: considera-se o ângulo dos ílios para os ísquios. Está relacionada à facilidade de parto, drenagem do trato reprodutivo, comprimento do úbere, força do ligamento anterior e profundidade do úbere. e. Estrutura - Largura da Garupa: é a distância entre os íleos. Está relacionada à facilidade de parto e é um indicador da largura do corpo e do potencial para largura do úbere f. Estrutura - Pernas, visão lateral: é medida através do ângulo do jarrete. Está relacionada à durabilidade das pernas e pés.

g. Úbere - Ligamento anterior: observa-se a resistência dos ligamentos laterais à parede do corpo e varia de extremamente solto a extremamente forte e aderido. h. Úbere - Altura do úbere posterior: é avaliado medindo-se a distância entre a vulva e o ligamento posterior. É um indicativo da capacidade potencial para produção, afetando a capacidade do úbere; também está relacionado com a capacidade do úbere em manter a sua forma e posição através de lactações sucessivas. i. Úbere - Arco do úbere posterior: considera a largura e o formato do ligamento do úbere posterior. É um indicativo da capacidade de produção e afeta a capacidade do úbere e a capacidade de manter a sua forma e posição ao longo das lactações.

j. Úbere - Ligamento suspensório médio: é avaliado medindo-se a distância do piso do úbere ao ligamento suspensório médio. É o suporte primário para o úbere. Afeta a produção mantendo as tetas protegidas e o úbere elevado, reduzindo o potencial de injúria. k. Úbere Profundidade: é avaliada pela distância entre o piso do úbere e os jarretes. É necessária uma certa profundidade para que o úbere tenha volume, mas profundidade em excesso torna o úbere mais suscetível a injúrias e a mastite. l. m. Úbere - Posição da teta: é analisada dividindo-se cada metade do úbere em 3 partes. Está relacionada a facilidade de ordenha e a susceptibilidade a injúrias

n. Úbere - Diâmetro das tetas: é medida na região de inserção da teta no úbere. É uma característica relacionada a facilidade de ordenha. As características secundárias são aquelas que estão sendo avaliadas para obtenção de dados para verificação da adequação ou não de sua inclusão dentre as características primárias. Encontra-se nessa categoria o úbere posterior, vista lateral, que é a forma do úbere da teta ao ligamento posterior, vista de lado e indica a capacidade do úbere posterior São adicionadas 8 avaliações: cabeça, espádua, membros anteriores, membros posteriores, pés, linha de dorso e garupa e textura de úbere, pontuados como excelente, muito bom, bom para mais, bom, aceitável e fraco. Também são incluídos dois campos para a inserção de informações complementares. As categorias principais (aparência geral, características leiteiras, capacidade corporal e sistema mamário) são pontuadas como descrito para as categorias estruturais. A etapa final é a determinação do escore final do animal. O Sistema Francês de Avaliação Linear de Caprinos Leiteiros O sistema francês naturalmente segue os mesmos princípios básicos. As razões para o uso de uma nova tabela de pontuação foram apresentadas em 1994, sendo colhidos dados durante três anos. Em 1997, 29 técnicos classificadores visitaram 955 criações e examinaram mais de 21.000 cabras, com 18.000 pontuações servindo em prioridade à qualificação das cabras (mães de bodes ou não) e mais de 3000 pontuações das filhas dos bodes doadores de sêmen, úteis para conhecer os parâmetros genéticos dos caracteres morfológicos de modo a efetuar uma indexação assim como para permitir a evolução da tabela de pontuação. Foram consideradas as seguintes características:

a. Desenvolvimento: perímetro torácico, linha de dorso e ângulo da garupa; b. Aprumos: visão posterior dos aprumos traseiros, ângulo de jarrete; c. Úbere: volume do úbere anterior, altura de implantação das tetas, profundidade do úbere; d. Tetas: forma, tamanho, inclinação, implantação e orientação; e. Úbere posterior: força do ligamento médio e largura da implantação. Considerações Finais A classificação linear é uma avaliação objetiva, consistente e com um bom embasamento técnico e científico, permitindo um progresso genético compatível com os anseios dos produtores de caprinos leiteiros. Esse tipo de avaliação já é utilizada em países com uma caprinocultura leiteira reconhecidamente desenvolvida, como França e Estados Unidos, devendo ser considerada sua implantação no Brasil. Literatura Consultada AMERICAN DAIRY GOAT ASSOCIATION. Linear appraisal system for dairy goats. Spindale, NC. 1993. NORMAN, H.D., POWELL, R. L. WRIGHT, J. R. E PEARSON R. E. Phenotypic Relationship of Yield and Type Scores from First Lactation with Herd Life and Profitability. J Dairy Sci 79:689-701. 1996. RIBEIRO, S.D.A. Caprinocultura: criação racional de caprinos. São Paulo: Nobel, 1997. 218p. SHORT, T. H. e LAWLOR, T. J. Genetic Parameters of Conformation Traits, Milk Yield, and Herd Life in Holsteins. J Dairy Sci 75:1987-1998. 1992. WEIGEL, K. A., LAWLOR JR., T. J., VANRADEN e P. M. E WIGGANS, G. R.Use of Linear Type and Production Data to Supplement Early Predicted Transmitting Abilities for Productive Life. J Dairy Sci 81:2040 2044. 1998.