A SAGA DA CONQUISTA DA LUA



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Transcrição:

A SAGA DA CONQUISTA DA LUA 1. Introdução Tina Andreolla Nilson Silva Santos Cleovam da Silva Pôrto Marcelo de Oliveira Souza André Tatto Marcelo Barão A Lua é o mundo extraterrestre mais próximo de nós. Durante milênios, sua presença serviu de conforto para os seres humanos. Foi um grande farol iluminando a noite, uma referência essencial para quem cultiva o campo e uma espécie de bússola para quem se aventurava pelos mares. Já foi cultuada como um tipo de divindade por muitas culturas e ainda conserva o fato de ter sido o primeiro corpo celeste a ser visitado diretamente pela civilização terrestre. Nossa Lua é um dos sete maiores satélites do sistema solar. O diâmetro da Lua é de 3.476 km e sua massa é apenas 1/81 da terrestre. A Lua gira em torno da Terra num período de cerca de 27,3 dias; também gira em torno de seu eixo no mesmo tempo e, assim, sempre mantém a mesma face voltada para a Terra. Só quando os russos lançaram sua espaçonave Lunik III em torno do satélite da Terra é que recebemos primeiramente fotografias do lado escondido. Isso em 1959. Desde então, aprendemos muito sobre o lado oculto e sobre o visível também, especialmente como resultado dos satélites Lunar Orbiter e em grau bem mais intenso, com consequência do programa Apollo, sem esquecer as observações soviéticas. 2. A conquista da Lua Durante muito tempo o homem olhou para o céu e admirou o astro mais brilhante à noite. A Lua. Com o passar dos tempos e os avanços da ciência e da tecnologia, a conquista da Lua se tornou motivo de disputa de poder entre países dominantes. O primeiro passo para a conquista da Lua foi dado pelo brasileiro Santos Dumont, ao inventar e fazer voar o primeiro avião. Na metade do século XX, duas superpotências dividiram o mundo com seus sistemas econômicos e culturas diferentes e, iniciaram a chamada guerra fria. Em 04 de outubro de 1957, os soviéticos colocaram em órbita o Sputinik 1 (Figura 1). Um objeto metálico do tamanho de uma bola de basquete e com 86 kg de massa. Esse foi o primeiro satélite artificial e deu uma volta ao redor do planeta Terra em uma hora e meia. Um mês depois, eles surpreenderam, novamente, lançando o Sputnik 2 (Figura 2) levando a bordo a cadela Laika.

Figura 1: Sputinik 1 Figura 2: Sputinik 2 Os Estados Unidos, então, começaram uma corrida frenética para superar os soviéticos. Em 1958 é criada a NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço) pelo então presidente americano Einsenhower. O primeiro projeto tinha como objetivo colocar um homem no espaço. Esse projeto tinha o nome de Mercury. Mas 50 anos atrás, os soviéticos surpreenderam, novamente, colocando no espaço o primeiro homem, em 12 de abril de 1961. Yuri Gagarin (Figura 3), que deu uma volta ao redor da Terra na cápsula Vostok 1 (Figura 4). Figura 3: Yuri Gagarin Figura 4: Vostok 1 Diante disso, o Premier Nikita Khruschev declara três aspectos: primeiro que agora a ciência e a tecnologia soviéticas eram as mais avançadas do mundo. Segundo, que o comunismo produzia melhores resultados que o capiltalismo e a democracia. E terceiro, em vista disto todos os países do mundo, especialmente os do Terceiro Mundo, eram convidados a seguir o caminho do comunismo sob a liderança políticoeconômico-militar da União Soviética.

Na década de 60, sob o governo John Kennedy, os Estados Unidos lançaram um ambicioso projeto para levar e trazer o homem da Lua. O projeto Apollo. Para saber se a Lua oferecia condições para pouso em sua superfície a NASA, entre 1965 e 1968, em parceria com o Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia, enviou sondas robô que filmaram a queda com câmeras, o que tornou possível ver como era a superfície lunar. Em 1967 os testes de voo e pouso estavam terminados e, começariam os voos de teste para levar o homem à Lua. Mas um acidente com a cápsula Apollo 1, que tinha como missão testar o Módulo de Comando e serviço em órbita ao redor da Terra, pegou fogo no topo do foguete Saturn 1B e morreram Gus Grissom, Ed White e Roger Chaffeee. Para os Soviéticos, a missão de levar o homem à Lua não estava sendo menos complicada. Os primeiros testes com a Soyuz 1 também acabou em desastre quando, ao falharem os paraquedas, Vladimir Komarov se matou. O N1, veículo de lançamento, foi testado 4 vezes e explodiu em todas elas. Em 1968, Walt Cunningam, Wally Schirra e Don Eisele realizaram a missão Apollo 11, testando os sistemas do Módulo de Comando e Serviço durante 11 dias. Depois do natal, deste mesmo ano, Frank Borman, Jim Lovell e Bill Anders, realizaram o teste tripulado do Saturn V, direto para a Lua, tornando-se assim, os primeiros seres humanos a verem ao vivo a face oculta da Lua. Em março de 1969, na missão Apollo 9, James McDivitt e Russell Schweichart testaram pela primeira vez o módulo lunar "Spider" enquanto David Scott permanecia no Módulo de Comando e Serviço "Gumdrop". Dois meses depois o Saturn V, lançou a Apollo 10 para a Lua, onde Tom Stafford e Gene Cernan desceram no Módulo Lunar "Snoopy" até apenas 14 km da superfície lunar, enquanto John Young aguardava no Módulo de Comando e Serviço "Charlie Brown". Tudo estava pronto. A viagem mais fantástica na história da humanidade começou na manha de 16 de julho de 1969 quando o gigantesco Saturn V decolou de Cabo Canaveral levando a bordo o engenheiro aeronáutico e piloto de testes que ajudou a desenvolver o avião X-15 da NASA,Neil Armstrong; o coronel da Força Aérea Buzz Aldrin, piloto de testes e engenheiro com um Ph.D. em Astronáutica pelo M.I.T., onde desenvolveu o método matemático que seria usado nos computadores para garantir o acoplamento orbital e, Michael Collins, engenheiro aeronáutico e piloto de testes da Força Aérea. Três dias depois Armstrong e Aldrin entraram no módulo lunar e começaram a descida e Collins ficou atrás no "Módulo Columbia". Na noite de 20 de julho Neil Armstrong desceu pela escada, pisou na Lua. Recolheu algumas amostras e passou para Aldrin, que em seguida desceu. Juntos exploraram, realizaram experimentos, recolheram amostras, e se maravilharam com a paisagem. Duas horas e meia depois partiram. A Apollo 12 chegou à Lua em novembro de 1969 levando Conrad e Alan Bean no módulo lunar "Intrepid, enquanto Richard Gordon esperava no "Yankee Clipper", enquanto seus companheiros de missão recolhiam algumas peças de uma Surveyor,

que chegou à Lua anos antes, que estavam expostas as intempéries lunares e amostras lunares para estudo. Em 13 de abril de 1970, um tanque de oxigênio explodiu no módulo de serviço e a descida na Lua, da missão Apollo 13, foi cancelada. O retorno de Jim Lovell, Fred Haise e James L. Swiggert estava comprometido. Ajudados por engenheiros e cientistas em Terra, depois de passarem 4 dias de frio e sede finalmente retornaram. Um ano depois, a Apollo 14 completou a missão da Apollo 13 e, Alan Shepard e Ed Mitchell utilizaram um carrinho de mão para levar instrumentos científicos e explorar áreas maiores que as exploradas pelas missões anteriores, enquanto Stuart Roosa com a nave de comando "Kitty Hawk" os aguardava. Após a acoplagem do módulo "Antares" retornaram para casa. Na Apollo 15, em julho e agosto de 1971, David Scott e James Irwin, desceram no módulo "Falcon" e exploraram a região de Hadley-Apeninos num carro lunar que permitiu que se afastassem muitos quilômetros. Enquanto isso, a bordo da nave de comando "Endeavour", Alfred Worden utilizava um pacote de sensores a bordo e até soltava um subsatélite. Com a utilização do carro lunar, a quantidade de amostras recolhidas e trazidas à Terra, pela Apollo 16, era cada vez maior. Nesta missão, com as naves "Orion" e "Casper" John Young, Charles Duke e Ken Mattingly estudaram a região da cratera Descartes em abril de 1972. Enquanto Young e Duke passeavam na superfície lunar, Mattingly aguardava-os na nave de comando. Charles Duke foi o astronauta mais novo a pisar na Lua e, foi também, o piloto do módulo lunar. A última viagem de astronautas à Lua ocorreu em dezembro de 1972. A missão Apollo 17 levou o primeiro cientista, o Geólogo Harrison "Jack" Schmitt e o último homem a pisar na Lua, que desceu no módulo "Challenger", juntamente com Gene Cernan. Os dois passaram 3 dias na superfície lunar e recolheram mais de 100 kg de solo e rochas, além de realizarem várias experiências. Enquanto isso, Ronald Evans os aguardava na nave de comando América. Após Cernan ter fechado a escotilha do módulo lunar nenhum outro ser humano pisou na Lua até hoje e, não se tem previsão de quando acontecerá novamente. 3. Os perigos da exploração lunar A conquista definitiva da Lua deverá ocorrer nas próximas décadas, como planejam os países que detém tecnologia para esse feito. Porém, a exploração do nosso satélite natural requer diversos cuidados para um viajante explorador que se aventura em sua superfície inóspita. As adversidades ambientais na Lua, no entanto, podem ser um excelente laboratório de testes para o ser humano, na busca pelo desenvolvimento de técnicas especiais, equipamentos e capacidade de sobrevivência fora da Terra. As missões Apolo realizadas há quatro décadas, possibilitaram um amplo conhecimento do nosso satélite natural. As experiências vividas pelos astronautas enriqueceram significativamente a nossa ciência com informações confirmadas pelos homens que tiveram o privilégio de serem os pioneiros na exploração lunar.

Dentre essas experiências vividas na Lua, descreveremos as dificuldades de permanência em solo lunar, de acordo com relatos dos astronautas. Um primeiro obstáculo na exploração lunar é a falta de atmosfera. A falta de ar, impede a propagação das ondas sonoras, o que dificulta a comunicação direta entre os astronautas. Isto pode ser superado com a utilização de ondas de rádio para transmitir informações. A ausência de ar, também indica que não há oxigênio livre para respirar, sem o auxilio de equipamentos específicos. Sem atmosfera, não há moléculas para difundir a luz do Sol, ou seja, mesmo a superfície estando iluminada, o horizonte lunar é sempre escuro e podemos contemplar as estrelas mesmo durante o dia. A paisagem superficial não é nada agradável, predominando um ambiente monocromático. As áreas iluminadas pelo Sol apresentam tons mais quentes, enquanto que as sombreadas, tons mais frios. Além disso, as temperaturas extremas tornam uma visita muito desagradável. Durante o dia, a temperatura pode se elevar a até 130 C ao meio dia e cair para algo em torno de -150 C à noite. Sem uma proteção térmica adequada, nenhum ser humano poderia resistir a essas variações. A baixa gravidade também é outro problema para um visitante terrestre. Esta corresponde a apenas 1/6 da gravidade na Terra. Para compreendermos melhor, basta saber que uma pessoa andando pela superfície lunar, teria uma sensação de ter seu peso diminuído em seis vezes. Para compensar essa sensação proporcionada pela baixa gravidade, é preciso acrescentar contrapesos na roupa espacial e nas botas. Desequilibrar-se e cair, andando na Lua, pode ser fatal porque pode causar desorientação e danificar o capacete ou o traje espacial, expondo-se ao vácuo lunar. O macacão espacial pode proteger o viajante de relativamente todos os inconvenientes lunares, ligados à falta de oxigênio, do vácuo, da radiação solar, dos extremos de temperatura etc, mas não seria muito eficaz contra um inimigo que vem do espaço os micrometeoritos que, apesar de minúsculos, viajam a altas velocidades e podem perfurar o traje espacial expondo o viajante ao letal ambiente de vácuo. Os micrometeoritos, ao caírem no solo, transformam-se em uma espécie de manto pedregoso chamado regolito, pedregulho resultante do bombardeio de mais de 4,5 bilhões de ano. Junto ao regolito, há um pó extremamente fino produzido pela pulverização da superfície lunar durante o impacto dos fragmentos de rocha espacial ao longo da história do satélite. Os astronautas relatam que este pó grudava na roupa, entrava nos equipamentos e causava muitos problemas nas atividades a serem realizadas. Além disso, é preciso lembrar que rochas de grandes proporções já atingiram a Lua no passado, formando as crateras enormes que hoje podem ser vistas. Sem atmosfera para proteger de um impacto desses, a superfície lunar é um alvo fácil, caso torne a acontecer. Por fim, apesar dos obstáculos aqui mencionados, cabe à engenhosidade humana buscar meios de superar os entraves técnicos para viabilizar o retorno do homem a esse mundo alienígena, fantástico e desafiador. Devemos conquistá-la em

definitivo, construindo bases de permanência em seu solo e aprendendo a conviver com os extremos de um ambiente totalmente diferente do que temos na Terra. Que isto seja um aprendizado rumo à conquista de outros mundos no nosso Sistema Solar e em torno de outros sóis, espalhados pela galáxia. Como bem definiu Neil Armstrong, a conquista da Lua deve ser encarada como um grande passo para a humanidade. 4. Conclusão Apesar do medo e das superstições em torno do tema Lua, houve um grande desenvolvimento da astronomia, que por sua vez fez com que houvesse um grandioso salto científico contribuindo desta forma, para um maior avanço científico e tecnológico. Hoje temos um grande número de valiosos registros de fenômenos celestes, o eclipse foi um dos primeiros fenômenos a ser compreendidos pelos meios científicos, o homem foi à Lua, desenvolveu materiais que suportam altas e baixas temperaturas, colocamos satélites em torno de nosso planeta, para transmissão de imagens e som, descobrimos novos planetas, galáxias e outros sistemas fora do nosso, assim sucessivamente. Referências MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Eclipses, da superstição à previsão matemática. São Leopoldo, Editora Unisinos, 1993. BASSALO, José Maria F. Nascimento da Física (3500 a. C. 1900 a. D.). Belém, EDUFPA, 1996. Tom Alexander, Homem à Lua. O projeto Apollo.Cultrix. São Paulo, 1966. Eugene Morlock Emme, A history of space flight. Holt, Rinehart and Winston. New York, 1965. Aviation Week & Space Technology, Editora McGraw-Hill, Abril, Maio, Junho de 1961. Dezembro de 1968. Janeiro, Junho, Julho, Agosto de 1969 Série Século XX Astronomia e Astronáutica, O Homem na Lua. OBSERVATÓRIO Centro de Divulgação da Astronomia, Centro de Divulgação Científica e Cultural, Setor de Astronomia. Universidade de São Paulo - Campus São Carlos. NASA History Office. http://history.nasa.gov/ap11ann Johnson Space Center. http://spaceflight.nasa.gov/history/apollo Kennedy Space Center. http://wwwpao.ksc.nasa.gov/kscpao/history/apollo/apollo.htm