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Samba como compartilhador de arquivos & impressora O Samba surgiu da necessidade de integrar redes mistas (Windows com Linux). No Linux, há duas maneiras de se fazer isso, que é pelo uso do NFS e Samba. O Samba é a solução mais completa, pois possui várias opções de configuração. E o melhor é que permite que os compartilhamentos sejam vistos tanto pelo Linux quanto pelo Windows. A função do Samba é compartilhar recursos, como arquivos, diretórios, impressoras, fazer autenticação de usuários etc. O nome Samba não tem nada a ver com o ritmo musical aqui do Brasil. Esse nome surgiu por causa do protocolo SMB Server Message Blocks. A evolução do SMB se chama hoje CIFS. O Samba é dividido em 2 módulos: O servidor propriamente dito e cliente, que permite acessar compartilhamentos em outras máquinas (Linux e Windows). OBS: Os 2 módulos são independentes, ou seja, você pode instalar só o servidor onde você pretenda compartilhar arquivos, e o cliente somente para desktop. Pacotes: Vamos focar no Debian (pacotes). Servidor: samba Cliente: smbclient Documentos: samba-doc Filesystem: smbfs Instalando: # aptitude install samba # aptitude install smbclient # aptitude install samba-doc # aptitude install smbfs 1

No CentOS/Fedora: # yum install samba # yum install samba-client # yum install samba-doc Para descobrir a versão do Samba que você instalou: # smbd -V Version 3.2.5 O arquivo principal do Samba é o /etc/samba/smb.conf. Faça um backup do original e depois escreva um novo arquivo do zero. # cp /etc/samba/smb.conf /etc/samba/smb.conf.original O arquivo que iremos usar é o smb.conf. O ideal na primeira configuração é partir do zero. Isso força você a escrever as diretivas do arquivo e você vai familiarizando com a estrutura do arquivo. É importante lembrar que o comentário usado nas linhas responsáveis pelo funcionamento do Samba é representado por ponto e vírgula ; É importante manter esse padrão. Após esses ajustes iniciais, edite o arquivo smb.conf: # vi /etc/samba/smb.conf 2

/etc/samba/smb.conf é organizado por seções. A principal é: [global] Esta seção é responsável pelas diretivas gerais, como nome da máquina servidora Samba, grupo de trabalho ou domínio, se vai agir como PDC ou não etc. Outras seções que usaremos: [homes] É a mais importante quando falamos em compartilhamento, nela ficarão os homes dos usuários. Aqui definimos permissões de como será esse compartilhamento, o caminho de onde ficarão esses diretórios etc. [printers] Seção responsável por definir o compartilhamento da impressora. [netlogon] Essa seção será usada se o Samba atuar como PDC da rede. Conterá o arquivo de script de login que será executado pelas estações. [profiles] Essa seção será usada se o Samba atuar como PDC da rede. Ela é responsável por indicar onde ficará o caminho do diretório que conterá os perfis dos usuários. Além dessas seções, você pode criar outras a fim de fazer outros compartilhamentos. Nesse exemplo que vou mostrar agora, vou usar as seções [global], [homes], [printers] e vou criar uma seção extra chamada [publico]. Vai funcionar assim, primeiro é mostrada toda a seção e explicada linha por linha de cada uma. 3

[global] workgroup = 4Linux netbios name = spartacus server string = Servidor Samba printcap name = /etc/printcap load printers = yes printing = cups log file = /var/log/samba/log.%m max log size = 1000 encrypt passwords = true unix password sync = yes passwd program = /usr/bin/passwd %u passwd chat = *Enter\snew\s*\spassword:* %n\n *Retype\snew\s*\spassword:* %n\n *password\supdated\ssuccessfully*. smb passwd file = /etc/samba/smbpasswd security = user veto files = /*.mp3/ interfaces = eth0 bind interfaces only = yes preserve case = no default case = lower 4

Explicando linha por linha. [global] Define a seção em que os parâmetros vão ser definidos. workgroup Define o grupo de trabalho dentro da rede Microsoft netbios name Define o nome da máquina em que o servidor Samba está. server string Comentário sobre o computador. Fica a seu critério. printcap name Define o nome do arquivo que contém o nome da impressora. load printers Define se a lista de impressoras em /etc/printcap será compartilhada automagicamente. Obs: A impressora já deverá estar instalada! O Samba não instala, nem configura a impressora, apenas compartilha. printing Define o tipo do servidor de impressora. Pode ser cups, lprng, bsd, hpux etc. log file Define a localização de onde ficarão os logs; %m indica o log da máquina em questão. Se tenho uma máquina chamada leo e outra maria, terei o log para cada máquina Windows nesse diretório. 5

max log size Define o tamanho máximo do log em KB. encrypt passwords = true Faz com que as senhas sejam criptografadas. Deixe como true. unix password sync Para manter as senhas dos usuários sincronizadas em relação às senhas deles no sistema passwd program & passwd chat Diretivas necessárias para que o passwd funcione corretamente. smb passwd file = /etc/samba/smbpasswd smbpasswd é um tipo de backend. Backends permitem armazenar senhas encriptadas e outras informações referentes aos usuários. O smbpasswd é o backend mais simples. Nele, as senhas são salvas no arquivo /etc/samba/smbpasswd e são transmitidas de forma encriptada através da rede. A vantagem do smbpasswd é que ele é um sistema bastante simples, pois as senhas são armazenadas em um arquivo de texto. Se você quer apenas configurar um servidor Samba para compartilhar arquivos e impressoras, sem usá-lo como PDC, então o smbpasswd funciona bem. A outra opção é mostrada na apostila de Samba como PDC. 6

security Define se a segurança será baseada no login do usuário ou com base no compartilhamento. Opções: user Usa login e senha. É o mais recomendável, para que isso realmente funcione você terá que criar usuários no Linux e no Samba (veremos como fazer, logo adiante) share (modo obsoleto) Compartilhamento. É usada mais em pequenas redes que não é necessário preocupar-se tanto com segurança. ATENÇÃO! O Samba exige que você crie um usuário no sistema e depois no próprio Samba. Funciona assim: Usuários Samba: usados para autenticação; Usuários de sistema: usados para trabalharmos com permissões, home etc. Preciso primeiro ter o usuário no sistema, depois o crio no Samba. Para criar um usuário no Samba: # smbpasswd -a leo Onde -a é de add(adicionar) Mais detalhes sobre isso mais na frente. :-) 7

veto files = /*.mp3/ Dessa maneira eu veto a gravação de certos tipos de arquivos no compartilhamento. Vamos para a outra linha: interfaces = eth0 bind interfaces only = yes Caso o servidor tenha mais de uma placa de rede,você pode colocar para escutar apenas na interface eth0 por exemplo. É importante falar que o Samba escuta em todas as interfaces por padrão. Dica de segurança: Se não existir um firewall ativo, os compartilhamentos podem ficar expostos para a internet. O Linux é case sensitive, mas o que significa isso mesmo? Que ele diferencia maiúsculas de minúsculas, isto é: SAMBA é diferente de samba. Já o Windows é case insensitive. Para amenizar esse problema você pode fazer com que todos os nomes de arquivos salvos no compartilhamento sejam forçados a ser minúsculos. preserve case = no default case = lower 8

[homes] valid users = %S comment = Diretorio pessoal browseable = no writable = yes create mask = 0600 directory mask = 0700 Para deixar um Samba realmente funcional, você precisará usar seus conhecimentos sobre administração de usuários e permissões. [homes] Define o nome da seção. valid users = %S Indica que apenas o próprio usuário pode ter acesso ao seu diretório home. comment Define um comentário. Fica a seu critério. browseable no Define se o compartilhamento ficará visível no Windows Explorer (Ambiente de rede). Nesse caso está como no e com isso o usuário vê apenas seu diretório. writable Define se o compartilhamento poderá ser escrito. É muito importante deixar habilitado como yes! Afinal, o usuário vai querer usar gravar sem seu home. create mask Define permissão para criação de arquivos. 9

directory mask Define permissão para criação de diretórios. Agora, será criada uma seção por minha conta. É em diretórios assim, principalmente, que devemos aplicar nossos conhecimentos de administração de usuários e permissões! [publico] path = /mnt/publico available = yes writable = yes write list = @amigos guest ok = yes [publico] Define o nome da seção. path Define o caminho do diretório que será compartilhado. Obs: O diretório deve ser criado antes de iniciar o servidor Samba. Definindo permissões: # mkdir -p /mnt/publico # groupadd amigos # adduser maria # adduser joao # gpasswd -a maria amigos # gpasswd -a joao amigos # chmod -R 3770 /mnt/publico # chown -R root.amigos /mnt/publico 10

available Define se o compartilhamento estará ativo ou não. writable Define se o compartilhamento poderá ser usado para escrita. Agora, quero deixar outras opções que vocês poderão usar no lugar das opções já apresentadas. Vejam: valid users = maria,joao Define que apenas os usuários maria e joao terão poder no diretório (leitura e escrita). Outra opção: write list = maria,joao Aqui você cria uma lista de escrita. Se quiser definir para um grupo, faça assim: write list = @amigos Posso usar a diretiva: guest ok = yes Para permitir quem não faz parte da lista o poder de ao menos ler o compartilhamento. Outra opção: hosts allow = 192.168.0.3, 192.168.0.7 Define que só os usuários com esses ips tenham permissões. 11

[printers] comment = HP692C path = /var/spool/samba browseable = yes writable = no printable = yes Já se sabe a maioria das diretivas, então um comentário a fazer muito importante: A opção writable deve ficar como no mesmo, pois a gravação será permitida por meio do spool de impressão, que é quem controla a impressão, somente. Para compartilhamento de diretórios e impressora é isso. Já pode salvar o arquivo. Adicione os usuários no Samba: # smbpasswd -a joao # smbpasswd -a maria E para remover como faríamos? # smbpasswd -x joao Antes de colocarmos o Samba para funcionar podemos ver se o arquivo está correto. Para isso, usamos: # testparm Ele indica erros no arquivo. 12

Se estiver tudo certo, podemos iniciar o servidor Samba! /etc/init.d/samba start Você já pode ir em um cliente Windows e testar para ver o compartilhamento. Para complementar! As portas usadas pelo Samba são: 137 que é usada pelo daemon nmbd, responsável pela navegação nos compartilhamentos de rede; 138 usada pelo nmbd para a resolução dos nomes das máquinas da rede; 139 usada pelo daemon smbd, o componente principal do Samba, responsável pelo compartilhamento de arquivos e impressoras. 445: usada pelos clientes Windows 2000, XP e Vista para navegação na rede. 13