O conflito interno entre palestinos: Hamas e Fatah. Resenha Segurança



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Transcrição:

O conflito interno entre palestinos: Hamas e Fatah Resenha Segurança Lígia Franco Prados Mello 09 de julho de 2007

1 O conflito interno entre palestinos: Hamas e Fatah Resenha Segurança Lígia Franco Prados Mello 09 de julho de 2007 Desde o dia 14 de junho de 2007, o conflito na Faixa de Gaza, entre Hamas e Fatah, tem se acirrado. O Hamas tomou o controle da Faixa, por isso Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, membro do Fatah, dissolveu a coalizão de governo entre os dois partidos. OFatah, Movimento para Libertação da Palestina, originouse de uma organização clandestina formada por estudantes palestinos em 1957. E, em 1959, foi fundado formalmente, no Kuwait, por Yasser Arafat e outros associados. É o grupo que controla a Organização para Libertação da Palestina (OLP), por ser o movimento maior e mais forte. O objetivo principal é transformar a Autoridade Nacional Palestina em um Estado soberano palestino, democrático e multi-religioso. O Hamas, Movimento de Resistência Islâmica, por sua vez, tem suas origens em associações religiosas. Foi fundado em 1987, após a Intifada, um levante palestino contra o controle da Faixa de Gaza e da Cisjordânia por Israel. O grupo constituise no principal oponente ao Fatah, não sendo membro da OLP e tem como objetivo central o estabelecimento de um Estado islâmico palestino e a eliminação total de Israel em uma guerra religiosa. [Ver também: Hamas] No dia 14 de junho de 2007, o Hamas declarou vitória na Faixa de Gaza após tomar o principal complexo de segurança do Fatah na Cidade de Gaza. A partir daí a tensão ao redor da cidade aumentou. Notícias de execuções sumárias de ambos os lados têm crescido. A operação armada do Hamas tomou de assalto a Autoridade Nacional Palestina. O controle veio depois de vários dias de luta violenta entre os movimentos rivais na Faixa de Gaza, que envolveu milhares de pessoas e resultou em centenas de feridos. Integrantes do grupo foram às ruas para celebrar a tomada do complexo do Fatah. O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, do Fatah, eleito em janeiro de 2005, decidiu, depois disso, dissolver a coalizão de governo entre Hamas e Fatah. Vale lembrar que essa coalizão foi formada após o Acordo de Meca 1, assinado em 8 de Fevereiro de 2007, pelas forças de ambos 1 O acordo tem como principais diretrizes: 1 - o fim do derramamento de sangue palestino e a adoção do diálogo como mecanismo para a solução de desavenças políticas internas; 2 - o comprometimento das partes para a conformação de um governo de unidade nacional; 3 - a aceleração do processo de reforma da Organização para a Libertação da Palestina (OLP); 4 - a atuação conjunta, no âmbito da Autoridade Nacional Palestina (ANP), entre as diferentes forças políticas, com base no pluralismo político.

2 os movimentos [Ver também: O Acordo de Meca e a formação de um governo de unidade nacional palestino]. Abbas demitiu Ismail Haniyeh, Primeiro- Ministro palestino, do grupo Hamas, depois que o grupo tomou controle de Gaza e desrespeitou o acordo. Salam Fayyad, do Fatah, e ex-ministro das Finanças foi o indicado pelo presidente da ANP para a posição de novo primeiroministro palestino. O conflito Os conflitos que aconteceram, entre os grupos armados palestinos do Hamas e Fatah, na primeira semana de junho, de 2007 coincidiram com os quarenta anos da Guerra dos Seis Dias [Ver também: Quarenta anos da Guerra de 1967]. No dia 09 de junho de 2007 os choques, entre integrantes das brigadas armadas dos dois partidos, deixaram dois milicianos mortos e cerca de 50 pessoas feridas na Faixa de Gaza. No dia 10 de junho de 2007, no entanto, os grupos entraram em um acordo e decidiram estabelecer um cessarfogo, com a mediação do Egito. Porém, já no dia 11 de junho, novos ataques interromperam esse cessar-fogo. A tensão entre as milícias rivais do Hamas e Fatah aumentava. Homens armados atacaram a casa do então Primeiro- Ministro palestino, Ismail Haniyeh, e atiraram contra escritórios do Ministério da Cultura e dos Esportes, administrados pelo Hamas, em Gaza. No dia 12 de junho, o Hamas deu um ultimato para que homens do Fatah fossem retirados das ruas de Gaza. O recado, transmitido pela rádio do Hamas, definiu um horário (até às 14:00 horas) para que todos os membros da guarda presidencial, da guarda nacional e outros órgãos de segurança ligados ao Fatah deixassem as ruas. Entretanto, o Fatah não respondeu prontamente à exigência. Além de Gaza, o Hamas anunciou, no dia 15 de junho, que pretendia tomar controle da passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito, em cumprimento a um acordo entre os governos palestino e israelense a passagem é monitorada por observadores europeus. Em 16 de junho de 2007, o novo governo de emergência palestino, criado por iniciativa do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e liderado pelo economista Salam Fayyad tomou posse. De acordo com a Folha de São Paulo, Abbas decidiu tornar ilegal o movimento islâmico Hamas, afirmando que tanto o Hamas como seu braço armado, as Brigadas de Ezzedin al Qassam, são ilegais, devido a suas atividades militares contra a legitimidade palestina e suas instituições.. No dia 28 de junho, as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, braço armado do Fatah, rejeitou o decreto do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que obriga todas as milícias a entregar as armas. As Brigadas afirmaram que são um grupo de resistência que defende o país e a dignidade do povo.. Assim como o braço armado do Fatah, o do Hamas advertiu que manterá as armas enquanto durar a ocupação israelense no território palestino. Os dois partidos disputam o controle da segurança, de todo território palestino, desde que o Hamas venceu as eleições parlamentares de janeiro de 2006, passando a integrar o governo de coalizão com o Fatah, conforme foi acordado entre os dois grupos. Desde 2006, no entanto, mais de 630 palestinos morreram nos confrontos internos na Faixa de Gaza. Justificativas do conflito O Fatah e a OLP acusam o Hamas de preparar um golpe contra a Autoridade Nacional Palestina e de tentativa de repudiar o Acordo de Meca. O Comitê Executivo da OLP declarou que: O que está acontecendo em Gaza é uma tentativa

3 de golpe contra a legitimidade do aparato de segurança.. De acordo com declarações do Comitê Central do Fatah, por trás do conflito entre palestinos estão os líderes locais e integrantes do Hamas trabalhando para derrubar a unidade nacional do governo e o Acordo de Meca. Youssef Al-Qazzaz, um colunista do diário da Autoridade Nacional Palestina Al-Ayyam declarou: Um cheiro forte de Al-Qaeda está crescendo no que está sendo feito em Gaza pelas forças do caos, que está multilando a segurança palestina e matando mulheres e crianças inocentes.. O porta-voz do Hamas, por outro lado, acusa o Fatah de colaborar com os Estados Unidos e Israel, e reclama que a facção revolucionária dentro do Fatah foi quem se rebelou contra o governo palestino e contra os acordos assinados por Abbas e Haniyeh. O Conselheiro político de Haniyeh, Ahmad Yousef acusa também os Estados Unidos de financiar o Fatah na luta contra o Hamas. A imprensa palestina e árabe busca a razão do conflito entre os dois partidos palestinos. Alguns afirmam que o grande motivo é a luta pelo poder, outros reforçam a culpa dos Estados Unidos e de Israel como financiadores e estimuladores do conflito, e ainda tem os que consideram o fator da afiliação tribal ou faccional. Um colunista do Al-Ayyam, Ashraf Al- Ajrami, considera que estão diante de uma nova nakba 2. A sociedade palestina, segundo ele, está corroendo-se, e os valores da afiliação nacional estão desaparecendo, sendo substituídos pela afiliação tribal e faccional e por interesses pessoais. 2 Nakba (Catástrofe), refere-se ao dia em que os palestinos perderam suas terras e foram para o exílio devido a criação do Estado de Israel, em 1948. Na realidade Hamas e Fatah divergem muito quanto às políticas que devem ser adotadas porque o Fatah aceita a existência de Israel e quer negociar uma nova posição do Estado palestino, além de aceitar a autoridade de acordos assinados pelos palestinos, incluindo os acordos antiterroristas. O Hamas não aceita nada disso. O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, afirma que o grupo foi forçado a tomar o controle da segurança porque os serviços de segurança do Fatah são corruptos e geravam caos. Enquanto isso, o presidente da ANP, Abbas, na primeira declaração pública após a tomada de Gaza pelo Hamas, acusou o grupo Hamas de terrorista assassino e de tentar assassiná-lo. Segundo ele, o Hamas tentou assassiná-lo durante sua visita a Gaza, em maio, cavando um túnel em uma estrada por onde ele passaria. O presidente palestino diz ter recebido gravações de vídeo que mostravam a preparação do atentado. Abbas declarou que É uma luta entre o este pequeno reino estabelecido em Gaza e o projeto nacional, entre aqueles que vem usando o assassinato para atingir seus objetivos (em referência ao Hamas), e aqueles que utilizam as leis.. O Hamas, no entanto, nega tais acusações e as considera lamentáveis. Repercussão Internacional Líderes árabes e mundiais, incluindo os Estados Unidos e a União Européia, endossaram a proposta e as acusações de Abbas. Israel anunciou que poderá cortar linhas de força e o suprimento de água para a Faixa de Gaza, acrescentando que poderia cortar todos os laços com a Autoridade Nacional Palestina com respeito à Faixa de Gaza. Israel também anunciou que não se responsabilizaria pela Faixa de Gaza e apenas interviria no local por propósitos humanitários. O Primeiro-Ministro

4 israelense, Ehud Olmert, disse que se reunirá com Abbas para discutir uma forma de melhorar o processo de paz e a qualidade de vida na Cisjordânia. Mas, declarou também que considera o combate ao terrorismo um "pré-requisito" para a paz nos territórios. A Casa Branca demonstrou preocupação com a situação na Faixa de Gaza, e acusou o Hamas de cometer atos terroristas contra o povo palestino. O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, afirmou que as ações do Hamas, com o intuito de controlar a Faixa de Gaza, são preocupantes. Ademais, a Secretária de Estado estadunidense, Condoleezza Rice, declarou que apóia a decisão do presidente palestino Mahmoud Abbas de destituir a coalizão de governo e de proclamar estado de urgência nos territórios palestinos. Rice declarou que Nós o apoiamos plenamente nas decisões tomadas que tentam dar um fim a esta crise em nome do povo palestino, que querem dar à população a chance de encontrar a paz e um futuro melhor.. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, também defenderam a postura do presidente Mahmoud Abbas na crise palestina. A França também manifestou apoio ao presidente palestino, assim como preocupação com a situação de violência na Faixa de Gaza. O Ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, declarou que A França reafirma seu pleno apoio ao presidente Abbas, pilar das instituições democráticas da Autoridade Palestina, e também respalda os esforços visando a uma solução pacífica para esta crise.. A União Européia (UE), assim como os Estados Unidos, decidiu pôr fim ao embargo político e econômico à ANP, após a dissolução da coalizão do governo. A UE suspendeu sua ajuda financeira direta à ANP em abril de 2006, após a chegada do Hamas ao governo, e condicionou a retomada do auxílio, entre outras condições, ao reconhecimento do Estado de Israel. Diante da escalada do conflito, no entanto, a EU, apesar de colocar fim ao embargo, suspendeu os projetos humanitários que desenvolve na Faixa de Gaza devido à falta de segurança na região. Preocupada com o acirramento do conflito, a Organização das Nações Unidas (ONU) avalia o envio de tropas internacionais de paz, para a Faixa de Gaza. A UE diz estar disposta a enviar soldados e os Estados Unidos também se declararam dispostos a apoiar o envio de uma força de paz à Faixa de Gaza, conforme o sugerido por Ban Ki-moon, Secretário-Geral da ONU. No Brasil, o Itamaraty divulgou uma nota na qual comenta a crise da segurança na faixa de Gaza e na Cisjordânia, afirmando que o governo brasileiro tem acompanhado com preocupação o acirramento dos confrontos entre grupos palestinos na região. Esse conflito pode trazer muitos malefícios à comunidade palestina. O governo de unidade nacional, incluindo Fatah, Hamas e outros grupos, poderia ajudar essa comunidade. Caso isso não ocorra, ninguém mais poderá fazê-lo pelo povo palestino. Com o acirramento do conflito, vários países e organizações suspenderam projetos na região. A França já havia suspendido projetos sociais na Faixa de Gaza. E a ONU também declarou que fez o mesmo devido ao fechamento de fronteiras, depois que o Hamas tomou a Faixa de Gaza. Vários projetos, no valor de US$ 93 milhões, estão suspensos após o fechamento das fronteiras, já que são por elas que entram regularmente os materiais enviados a Gaza., afirmou o relatório da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA sigla

5 em inglês) divulgado no dia 09 de julho de 2007. Palavras Chaves: Hamas, Fatah, Faixa de Gaza, Abbas, Lígia, Mello. Referência PASSIA Publicações. Dictionary of palestinian political terms. Abril 2004. 152 pags. Sites: Autoridade Palestina http://memri.org/palestinian.html Centro de política e pesquisa palestino http://www.pcpsr.org/index.html Folha Online http://www.folhaonline.com.br Haaretz http://www.haaretz.com MIFTAH http://www.miftah.org Ver também: 16/02/2005 Hamas 09/02/2006 Hamas vence as eleições parlamentares na Palestina 23/02/2006 Com nova liderança, Parlamento Palestino pode sofrer sanções políticas e financeiras 28/02/2007 O Acordo de Meca e a formação de um governo de unidade nacional palestino 20/06/2007 Quarenta anos da Guerra de 1967