DECRETO Nº 055/2008 Regulamenta a Lei nº 7.486, de 07 de dezembro de 2007, e dá outras providências. O PREFEITO MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS, no uso das atribuições que lhe confere o art. 74, inciso III, da Lei Orgânica do Município de Florianópolis, e Considerando o disposto na Lei nº 7.486, de 07 de dezembro de 2007, que dispõe sobre a proibição de vivissecção assim como o uso de animais em práticas experimentais que a eles provoquem sofrimento físico ou psicológico, sendo estas com finalidades pedagógicas, industriais, comerciais ou de pesquisa científica e dá outras providências, DECRETA Art. 1º. São consideradas como atividades de pesquisa científica com uso de animais todas aquelas relacionadas com ciência básica, ciência aplicada, desenvolvimento tecnológico, produção e controle da qualidade de drogas, medicamentos, alimentos, imunobiológicos, instrumentos, ou quaisquer outros testados em animais das espécies classificadas como Filo Chordata, sub-filo Vertebrata, observada a legislação ambiental. cientifica as práticas zootécnicas relacionadas à agropecuária. 1º. Não é considerado como atividade de pesquisa 2º. A utilização de animais em pesquisas científicas, restringe-se ao indispensável, mediante aprovação prévia do projeto de ensino e pesquisa por um comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA); Art. 2º. As instituições de ensino que desenvolvem pesquisa deverão implantar Comissões de Ética no Uso de Animais (CEUA), com caráter normativo educativa, consultiva, de assessoria e fiscalização.
Art. 3º. Fica criado o Conselho Municipal de Controle de Experimentação Animal (COMCEA), sujeito às deliberações e diretrizes do Conselho Municipal de Saúde em suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Parágrafo único. O Conselho Municipal de Controle de Experimentação Animal (COMCEA), levando em conta a relação entre o nível de sofrimento para o animal e os resultados práticos que se esperam obter, poderá restringir ou proibir o ensino ou experimentos que impliquem em elevado grau de agressão. Art. 4º. Quaisquer procedimentos que impliquem em sofrimento físico e psicológico exagerado e intensificado por negligência, serão considerados maus tratos, na forma do disposto no Decreto-lei nº 24.645,de julho de 1934, na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei dos Crimes Ambientais), no Decreto Federal nº 19.398, de 11/11/1930, Lei nº 12.654 de 22/12/2003 (Código Estadual de Proteção aos Animais) e Lei Complementar 094/2001, do Município de Florianópolis. 1º. Os animais submetidos ao ensino e às pesquisas científicas contarão com a assistência técnica e sanitária de médico(s) veterinário(s) com anotação de responsabilidade técnica devidamente homologada pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina. 2º. Para a realização de trabalhos de criação e experimentação de animais em sistemas fechados, serão consideradas as condições e normas de segurança recomendadas pela Organização Mundial de Saúde ou pela Organização Pan-Americana de Saúde. Art. 5º. Fica a Secretaria Municipal de Saúde, através da Assessoria de Vigilância em Saúde, em face da Lei nº. 239/2006, encarregada da fiscalização do cumprimento da Lei nº. 7.486, de 07 de dezembro de 2007, bem como da imposição da penalidade prevista no art. 2º, da aludida lei, qual seja, cassação do alvará para funcionamento. Parágrafo único. Os recursos oriundos da aplicação das multas previstas no art. 2º, da Lei nº. 7.486 de 07/12/2007, reverterá à arrecadação ao Fundo Municipal de Saúde, de acordo com o que dispõe a Lei nº 239/2006. Art. 6º. A utilização de animais em pesquisas comerciais e industriais deverá se submeter aos mesmos requisitos que regulamentam esta lei.
Art. 7º. Qualquer pessoa que, por ação ou omissão, interferir nos centros de criação, biotérios e laboratórios de experimentação animal, de forma a colocar em risco a saúde pública, a condução do experimento e o meio ambiente, estará sujeita às correspondentes responsabilidades civil e penal. Parágrafo Único. O pesquisador, o patrocinador e a instituição devem assumir a responsabilidade de dar assistência integral às complicações e danos decorrentes dos riscos previstos. Art. 8º. É condição indispensável, para o credenciamento das instituições com atividades de pesquisa com animais, a constituição prévia de Comissões de Ética no Uso de Animais, sendo o presidente da Comissão eleito pelos respectivos membros efetivos. compostos por: Art. 9º. As Comissões de Ética no Uso de Animais serão legalmente estabelecidas no País; Veterinária; I - médico veterinário; II biólogo; II - pesquisadores na área específica; III - representante de sociedades protetoras de animais IV representante da Secretaria Municipal de Saúde; V representante do Conselho Regional de Medicina VI representante discente;.
Animais: Art. 10. Compete às Comissões de Ética no Uso de I - cumprir e fazer cumprir, no âmbito de suas atribuições, o disposto neste Decreto; II - manter cadastro dos procedimentos e pesquisadores, disponibilizando-os ao Conselho Municipal de Controle de Experimentação Animal (COMCEA), quando solicitado; III - expedir, no âmbito de suas atribuições, certificados que se fizerem necessários junto a órgãos de financiamento de pesquisa, periódicos científicos e ao Controle Social; IV - notificar imediatamente ao Conselho Municipal de Controle de Experimentação Animal (COMCEA), e às autoridades sanitárias, a ocorrência de qualquer acidente com os animais nas instituições credenciadas, fornecendo informações que permitam ações saneadoras. 1º. Constatado qualquer procedimento que descumpra as disposições deste Decreto, na execução de atividade de ensino e pesquisa, a respectiva Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) determinará a paralisação de sua execução, até que a irregularidade seja sanada, sem prejuízo da aplicação de outras sanções previstas em lei. 2º. Os membros da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) responderão pelos prejuízos que, por dolo, causarem às pesquisas em andamento. 3º. Os membros da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) estão obrigados a resguardar o segredo industrial, sob pena de responsabilidade. Art. 11. O Conselho Municipal de Controle de Experimentação Animal (COMCEA) será integrado por um representante de cada órgão e entidade a seguir indicados: I - representante da Coordenadoria do Bem Estar Animal; II - representante da CEUA indicado pela Instituição de ensino e pesquisa; III - membro do Conselho Municipal de Saúde; IV - representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária
V - representante dos Pesquisadores indicado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na sua representação regional; VI - representante da Procuradoria Geral do Município; VII - representante da Federação da Sociedade de Biologia experimental de Santa Catarina (FESBE); VIII - representante da Vigilância em Saúde do Município; IX - representante das Sociedades Protetoras dos Animais legalmente estabelecidas com no mínimo 02 anos de atividades comprovadas no município; X - representante da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA). Art. 12. Os membros do Conselho Municipal de Controle de Experimentação Animal (COMCEA) não serão remunerados, sendo os serviços por eles prestados considerados, para todos os efeitos, de relevante serviço público. Art. 13. As atividades de ensino serão acompanhadas pelo Conselho Municipal de Controle de Experimentação Animal (COMCEA) periodicamente, objetivando o uso de métodos e técnicas de ensino alternativas. sujeitas aos mesmos requisitos que regulamentam as pesquisas. Parágrafo Único. As atividades de ensino superior ficam publicação. Art. 14. Este Decreto entra em vigor na data da sua Florianópolis, 11 de fevereiro de 2008. DÁRIO ELIAS BERGER Prefeito Municipal