Noções de Direito Internacional Privado Aula 01-2º Bimestre - 2015/B



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Transcrição:

# Noções Introdutórias Noções de Direito Internacional Privado Aula 01-2º Bimestre - 2015/B Direito Internacional O direito internacional privado é o ramo do Direito, que visa regular os conflitos de leis no espaço em relações de caráter privado que tenham conexão internacional, determinando qual a norma jurídica que se aplica a esses vínculos, que poderá ser um preceito nacional como estrangeiro. Direito Internacional Privado é uma exceção ao princípio da territorialidade. Pois admite-se a aplicação do Direito Estrangeiro em território nacional. IMPORTANTE: quando permitido, todas as autoridades competentes, inclusive as judiciais, devem aplicar a norma estrangeira, inclusive de ofício. A autoridade só poderá aplicar o Direito estrangeiro quando autorizado pela própria ordem jurídica pátria, ou seja, por aquilo que é normalmente conhecido, como "lei do foro", ou lex fori. Importante destacar, que as normas de Direito Internacional Privado são meramente indicativas e, nesse sentido, servem apenas para apontar qual o preceito, nacional ou estrangeiro, aplicável a uma relação jurídica com conexão internacional. Características do Direito Internacional Privado a) Ramo do Direito (e não do direito internacional) e) Obrigatoriedade de aplicação do Direito estrangeiro quando assim indicado. b) Ramo voltado à regulamentação dos conflitos de leis no espaço f) Norma nacional a ser aplicada deve ser aquela com a qual a relação jurídica com conexão internacional esteja mais estreitamente ligada. c) Norma indicadora do preceito jurídico nacional aplicável a uma relação privada com conexão internacional: norma de sobredireito g) Elementos de conexão: definidos pelo próprio ordenamento estatal. d) Peculiaridade dentro do universo jurídico: exceção ao princípio da territorialidade e possibilidade de aplicação do Direito Estrangeiro h) Fontes: internas e internacionais.

O objeto: disciplinar a solução dos conflitos de leis no espaço, definindo qual o ordenamento jurídico nacional aplicável a uma relação privada com conexão internacional; Temas de nacionalidade e condição jurídica do Estrangeiro; Execução de Cartas Rogatórias e a homologação de sentenças estrangeiras; Reconhecimento de Direitos adquiridos no exterior. Objeto do Direito Internacional Privado a) Disciplinar a solução de conflitos de leis no espaço, indicando a norma, nacional ou estrangeira, aplicável a uma situação concreta. b) Regular questões pessoais de interesse nacional. c) Regulamentar a cooperação jurídica internacional; d) Tutelar o reconhecimento de direitos adquiridos no exterior. As fontes: têm origem no Direito Interno ou no Direito Internacional; As fontes internas emergem dos processos nacionais de produção normativa e são encontradas dentro do ordenamento interno de cada ente estatal. Os Estados podem entrar em acordo entre si, definindo que as normas de Direito Internacional Privado se aplicarão nos respectivos territórios, o que normalmente é feito por meio de tratados ou de instrumentos de soft-law. Com isso, o Direito Internacional Privado passa a ser regulado também por instrumentos de Direito Internacional Público. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO LEI TRATADO COSTUME JURISPRUDÊNCIA DOUTRINA PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO INTERNACIONAL ATOS DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS SOFT LAW

# Conferência da Haia de Direito Internacional Privado Direito Internacional Com o intuito de evitar discrepâncias entre os Estados no tocante ao tratamento dos conflitos de leis no espaço, foi criada em 1951 a Conferência da Haia de Direito Internacional Privado (Decreto 3.832, de 01/06/2001), alterada pelo Estatuto Emendado da Conferência de Haia de Direito Internacional Privado, de 2005 (Decreto 7.156, de 07/04/2010). A conferência de Haia tem como objetivo trabalhar para unificação progressiva das regras de Direito Internacional Privado no mundo. Podem ser membros da Conferência: Estados ou qualquer "Organização Regional de Integração Econômica" que aceite o Estatuto da Conferência, desde que manifeste interesse a respeito, que seja composta unicamente por Estados soberanos e que estes "tenham transferido à organização em apreço a competência sobre uma gama de assuntos dentro do campo de ação da Conferência, inclusive a autoridade para tomar decisões vinculantes para seus Estados-Membros com relação àqueles assuntos" # Competência do Brasil para julgar casos Internacionais Art. 21 do NCPC e 88 do CPC e Art. 22 do NCPC. Competência Concorrente (Permite homologação de sentença estrangeira) NCPC art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliado no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. NCPC art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;

Art. 23 do NCPC e 89 do CPC Direito Internacional III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. Competência Exclusiva (Não Permite homologação de sentença estrangeira) NCPC Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamente particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. # Regras de Conexão ou Conflitos de Lei no Espaço É o direito aplicável as diversas situações ou relação jurídicas conectadas a mais de um sistema legal. "Veja bem, o que vamos descobrir aqui é: qual a LEI será aplicada no caso concreto, não estamos discutindo e nem buscando agora a competência. Pois a competência pode ser a da Justiça Brasileira e ser aplicada a Lei Estrangeira, ou a competência pode ser da Justiça Estrangeira e ser aplicada a Lei Brasileira." 3 Passos básicos!!! I - Classificar a situação ou relação jurídica dentre um rol de qualificações. Estatutos pessoais Estatutos reais Estatutos formais II - Localizar a sede jurídica desta situação ou relação. III - Determinar a aplicação do direito vigente nesta sede.

Artigo 7º, 8º e 9º da LINDB - Artigos Importantíssimos e fundamentais! LINDB - Art. 7º. A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. LINDB - Art. 8º. Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. LINDB - Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. Classificação LINDB Sede Jurídica Pessoa/Família Art. 7º Domicílio da pessoa Estatuto Pessoal Coisa - Estatuto Real Art. 8º Local da Situação do Objeto Obrigação - Estatuto Formal Art. 9º Local da Constituição da Obrigação # Homologação de Sentença Estrangeira Competência: Superior Tribunal de Justiça (art. 105, I, i, CF) CF Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: (...) i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias. Depois de homologada a sentença será um título executivo judicial (NCPC art. 515, VIII e art. 475-N, VI CPC); NCPC Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste título: (...) Execução: Juiz Federal de primeira instância. VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; São homologáveis: acórdãos, sentenças civis, penais, trabalhistas, comerciais, decisões de órgãos judicantes de outros poderes ou, ainda, outros documentos que constituam sentença no sentido material. Não são homologáveis: as decisões interlocutórias, e despachos de mero expediente.

Requisitos para homologação da Sentença Estrangeira: Direito Internacional a) Sentença proferida por juiz competente; b) Citação das partes ou ocorrência de revelia de acordo com a lei; c) Trânsito em julgado da sentença estrangeira; d) Autenticação da sentença por autoridade consular brasileira; e) Tradução da sentença por tradutor oficial ou juramentado no Brasil. # Arbitragem Internacional As partes decidem submeter a solução do litígio a um terceiro capaz de proferir uma decisão de caráter vinculante. No Brasil: Lei 9.307/1996 (Com alterações da Lei 13.129/2015) No caso de presença da cláusula compromissória (para direitos disponíveis), a ação deve ser extinta sem julgamento do mérito (NCPC art. 317 e art. 267, VII do CPC) # Mercosul - Mercado Comum do Sul 1. Aspectos Gerais: Criado: Tratado de Assunção em 26 de março de 1991; Aquisição da personalidade jurídica: Protocolo de Ouro Preto, dezembro de 1994; Estados fundadores e membros plenos: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai; Novo Estado membro pleno: Venezuela (Julho de 2012); Estados associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru. 2. Estágio de evolução: I - Etapa Zona de Livre comércio; II - Etapa União Aduaneira: zona de livre comércio mais a aplicação de uma tarifa externa comum em relação ao comércio com terceiros países. III - Etapa Mercado comum: alcança a livre circulação de fatores de produção, como capital e trabalho. 3. Protocolo de Ouro Preto de 1994: I - Atribui a personalidade jurídica de Direito Internacional ao MERCOSUL (art. 34). II - Atribui a capacidade de celebrar acordos de sede (art. 36). III - Reconhece o português e o espanhol como os idiomas oficiais do Bloco. A versão oficial dos documentos de trabalho será a do idioma do país sede de cada reunião (art. 46).

3.1 Sistema de tomada de decisões I - As decisões dos órgãos do Mercosul serão tomadas por consenso e com a presença de todos os Estados Partes (art. 37). 3.2 Aplicação Interna das Normas Emanadas dos Órgãos do Mercosul I - Os Estados Partes comprometem-se a adotar todas as medidas necessárias para assegurar, em seus respectivos territórios, o cumprimento das normas emanadas dos órgãos do Mercosul (intergovernamentais) (art. 38). 4. Principais órgãos decisórios I - Conselho do Mercado Comum (CMC): Órgão Superior e decisório para assegurar o cumprimento dos objetivos do Bloco. II - Grupo Mercado Comum (GMC): Órgão executivo que se pronuncia mediante resoluções. III - Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM): Órgão encarregado de assistir ao (GMC), com a função de velar pela aplicação dos instrumentos comuns da política comercial; regular o comércio dentro do MERCOSUL e com terceiros países e com organizações internacionais entre outras. 5. Parlamento do MERCOSUL Caráter intergovernamental (as normas emanadas do Parlamento do MERCOSUL deverão ser internalizadas pelos Estados-Parte). Competências: a) emitir pareceres sobre projetos de norma; b) apresentar anteprojetos que busquem a harmonização das legislações nacionais; c) promover audiências públicas; d) receber petições de particulares; e) aprovar seu orçamento; f) elaborar relatórios sobre a situação dos Direitos Humanos no Bloco. 6. Sistema de solução de controvérsia do MERCOSUL - Protocolo de Olivos de 2002. O protocolo de Brasília sobre a solução de controvérsias foi revogado pelas disposições do Protocolo de Olivos de 2002, que entrou em vigor em 2004.

Criação do Tribunal Permanente de Revisão (sede em Assunção, Paraguai). É competente para conhecer de recursos dos laudos arbitrais emitidos pelo Tribunal Arbitral. Decisão CMC nº 23/04, procedimento de medidas excepcionais e de urgência. Tendo, o Tribunal, quatro competências: 1. Solução de controvérsia entre Estados Partes; 2. Adoção de medidas excepcionais e de urgências; 3. Recurso de Revisão; 4. Opiniões Consultivas. As opiniões consultivas podem ser solicitadas pelos Estados Partes, pelos órgãos decisórios do MERCOSUL, pelo Parlamento do MERCOSUL, sobre qualquer questão jurídica vinculada ao direito do MERCOSUL. Os Superiores Tribunais de Justiça dos Estados Partes podem pedir consultas sobre questões de interpretação jurídica. No caso do Brasil é o Supremo Tribunal Federal. Questões: 1) O juiz brasileiro não pode, diante de um caso concreto, aplicar, de oficio, a lei estrangeira. 2) São considerados pelas correntes doutrinárias como objeto do Direito Internacional Privado todos os indicados nas alternativas, com exceção de: a) criação de um direito internacional; b) conflitos de leis nos espaço; c) situação jurídica do estrangeiro; d) reconhecimento de direitos adquiridos no estrangeiro. 3) O Direito Internacional Privado é o ramo do Direito, que os preceitua as alternativas abaixo, com exceção de: a) regular os conflitos de leis no espaço; b) as sentenças do estrangeiro só podem ser homologadas pelo STF; c) determina qual a norma jurídica que se aplica a esses vínculos; d) preceito nacional ou preceito estrangeiro a ser aplicado; e) caráter privado com conexão internacional. 4) Direito Internacional Privado é uma exceção ao princípio da territorialidade.

5) Para que a autoridade judiciária aplique um direito estrangeiro, precisa de: a) autorização pelo Supremo Tribunal Federal; b) autorização pelo Superior Tribunal de Justiça; c) autorização pela própria ordem jurídica pátria (Lex fori); d) não precisa de autorização; e) não precisa de autorização, pois são normas taxativas. 6) São características do Direito Internacional Privado, exceto: a) Ramo do direito internacional público; b) Exceção ao princípio da territorialidade; c) Regulamentação dos conflitos de leis no espaço; d) Obrigatoriedade de aplicação do Direito Estrangeiro quando assim indicado; e) Fontes: internas e internacionais. 7) O objeto do Direito Internacional privado é disciplinar a solução dos conflitos de leis no espaço, definindo qual o ordenamento jurídico nacional aplicável a uma relação privada com conexão internacional; Temas de nacionalidade e condição jurídica do Estrangeiro; Execução de Cartas Rogatórias e a homologação de sentenças estrangeiras; Reconhecimento de Direitos adquiridos no exterior. 8) São fontes do Direito Internacional Privado: Lei, Tratados, Costume, Jurisprudência, Doutrina, Princípios Gerais do Direito, Princípios Gerais do Direito Internacional, Atos de Organizações Internacionais e Soft-law; 9) A conferência de Haia tem como objetivo trabalhar para a paz mundial, e a desarticulação das grandes potenciais, forçando-as a aceitar as regras de Direito Internacional Privado no mundo. 10) As regras de conexão (conflitos de leis no espaço) se confundem com a competência para julgar. 11) As homologações de sentença estrangeira, são feitas pelo Superior Tribunal de Justiça, as ações relativas a imóveis situados no Brasil podem ser homologadas.

12) Os conflitos de Lei no Espaço dizem respeito há: Direito Internacional a) direito aplicável as diversas situações ou relação jurídicas conectadas a mais de um sistema legal; b) direito aplicável ao âmbito externo; c) direito internacional público; d) direito aplicável em uma única divergência, dentro de um mesmo sistema legal. 13) Segundo a doutrina, existe um rol de qualificações encontrados na LINDB, para identificar a relação jurídica no Direito Internacional Privado: a) estatuto material, estatuto formal e estatuto real; b) estatuto pessoal, estatuto real e estatuto formal; c) estatuto pessoal, estatuto real e estatuto material; d) estatuto genérico, estatuto singular e estatuto plural. 14) São títulos executivos extrajudiciais a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. 15) As execuções das sentenças homologadas se dará pelo Juiz Estadual de primeira instância. 16) Os despachos de mero expediente estrangeiros e as decisões interlocutórias estrangeiras não podem ser homologados pelo Superior Tribunal de Justiça. 17) São requisitos para homologação da Sentença Estrangeira, exceto: a) Tradução da sentença por tradutor oficial ou juramentado no Brasil; b) Citação das partes ou ocorrência de revelia de acordo com a lei; c) Trânsito em julgado da sentença estrangeira; d) Autenticação da sentença por autoridade consular brasileira; e) Sentença proferida por juiz leigo. 18) Na arbitragem internacional as partes decidem submeter a solução do litígio a um terceiro capaz de proferir uma decisão de caráter vinculante. 19) De acordo as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta: I - O Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi criado pelo Tratado de Assunção em 26 de março de 1991; II - A aquisição da personalidade jurídica do Mercosul se deu através do Protocolo de Minas Gerais em dezembro de 1994;

III - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai são Estados fundadores e membros plenos do Mercosul, tendo a Venezuela entrando como membro pleno em julho de 2012, porém a Venezuela não é fundado e sim membro pleno; IV - A Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru são Estados associados ao Mercosul; V - Os principais órgãos decisórios do Mercosul são: CMC - Conselho do Mercado Comum, GMC - Grupo Mercado Comum, CCM - Comissão de Comercio do Mercosul. a) todas as assertivas estão corretas; b) nenhumas das assertivas estão corretas; c) as assertivas I, II, IV e V estão corretas; d) as assertivas II, III, IV e V estão corretas; e) as assertivas I, III, IV e V estão corretas; 20) O protocolo de Ouro Preto de 1994, atribuiu a personalidade jurídica de Direito Internacional ao Mercosul, a capacidade de celebrar acordos de sede e reconheceu o português e o espanhol como os idiomas oficiais do Bloco. 21) As decisões do Mercosul são tomadas apenas pelos membros fundadores plenos. 22) Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) é órgão encarregado de assistir ao (GMC - Grupo Mercado Comum), com a função de velar pela aplicação dos instrumentos comuns da política comercial; regular o comércio dentro do MERCOSUL e com terceiros países e com organizações internacionais entre outras. 23) Sobre o Parlamento do Mercosul, podemos afirmar, que possui caráter intergovernamental e que suas normas emanadas devem ser internalizadas pelos Estados-Partes, entre suas competências não está: a) emitir pareceres sobre projetos de norma; b) apresentar anteprojetos que busquem a harmonização das legislações nacionais; c) emitir sentenças estrangeiras com juiz competente. d) promover audiências públicas; e) aprovar seu orçamento;