Jurídico do SEDIN informa Como ficou a Reforma da Previdência REFORMA DA PREVIDÊNCIA REGRAS APÓS A APROVAÇÃO DE 12/07 NA CÂMARA A Câmara dos Deputados aprovou, em 12/07/2019, o texto-base e os destaques da Reforma da Previdência. Desta forma, a proposta apresentada pelo Governo no início do ano sofreu algumas alterações. Ainda falta aprovar o texto final em segundo turno na Câmara, e em seguida, encaminhar para aprovação no Senado Federal (onde também será votado em 2 turnos no Senado). E tudo isto ocorrerá a partir de 06/agosto/2019. É importante destacar que no texto aprovado os servidores dos Estados e dos Municípios ficaram fora da reforma. Portanto, as regras aprovadas atingirão somente os trabalhadores da iniciativa privada e os servidores públicos da União; Servidores de municípios como São Paulo e outros, que integram um regime próprio de previdência (RPPS) IPREM, continuam com as regras próprias que são aplicadas hoje, até que sejam aprovadas leis próprias para cada Município e Estado, para se adequarem às regras da reforma federal; No entanto, é possível que a partir de agosto, o Governo tente incluir os servidores municipais e estaduais na votação que for ocorrer no Senado. O QUE MUDA PARA O PROFESSOR: Idade mínima para Aposentadoria do Professor: 52 anos para professora; 57 anos para professor; Tempo de Contribuição para Aposentadoria do Professor: 25 anos de tempo de exercício para professora; 30 anos de tempo de exercício para professor; ** A aposentadoria especial do Magistério ficou restrita aos Docentes no novo texto da PEC 6/2019 (alteração ao parágrafo 5º do art. 40 da Constituição Federal) ** Os ocupantes de cargos de Gestão seguirão as mesmas regras dos outros servidores.
SERVIDOR PÚBLICO QUE JÁ TEM DIREITO ADQUIRIDO: Os servidores que já possuem todos os requisitos para Aposentadoria (idade, tempo de contribuição, de carreira e cargo), tem garantido o Direito Adquirido. Ou seja, quem já tem condições para se aposentar hoje, não precisa se apressar para pedir aposentadoria, pois está garantido para se aposentar a qualquer tempo que quiser nas regras atuais não sendo afetado pelas mudanças. Estes servidores que possuem direito adquirido também poderão manter o direito a receber o Abono de Permanência até que peçam a aposentadoria. O limite para requerer aposentadoria voluntária é antes de completar 75 anos de idade. Quando o servidor atinge a idade de 75 anos é aposentado compulsoriamente (obrigado a se aposentar). REGRAS DE TRANSIÇÃO PARA QUEM JÁ ESTÁ NO SERVIÇO PÚBLICO Para servidores que estão hoje na ativa, se aposentarem com integralidade e paridade após a reforma: HOMENS: Idade mínima de 61 anos em 2019 e 2020 (atualmente é de 60 anos); em 2022 a idade mínima sobe para 62 anos Tempo mínimo de contribuição de 35 anos; A reforma estabelece um sistema de pontos que corresponde à soma da idade com o tempo de contribuição. Em 2019, o servidor (homem) deverá ter 96 pontos. A pontuação aumenta a cada ano até chegar a 105 pontos em 2028 (ver tabela). MULHERES: Idade mínima de 56 anos em 2019 e 2010 (atualmente é de 55 anos); em 2022 a idade mínima sobe para 57 anos; Tempo mínimo de contribuição de 30 anos; Pelo sistema de pontos (soma da idade + tempo de contribuição), a servidora deverá completar 86 pontos em 2019 para se aposentar. Essa pontuação aumentará gradualmente até chegar a 100 pontos em 2033 (ver tabela).
PEDÁGIO DA TRANSIÇÃO Para quem está no serviço público e ainda completará os requisitos para se aposentar após a reforma, também foi criado um sistema de pedágio de 100% sobre o tempo que falta (a partir da data de vigência da reforma) O pedágio de 100% se aplica sobre o tempo que falta para aposentadoria pelas regras atuais ou seja, o dobro de tempo. Por exemplo: - Se hoje faltam 1 ano para se aposentar, terá que trabalhar por 2 anos; - Se hoje faltam 2 anos para se aposentar, terá que trabalhar por 4 anos; Se optar pelo de pedágio, o tempo é aplicado mesmo que ultrapasse a idade mínima exigida (terá que ser cumprido na íntegra). COMO CALCULAR A REGRA MAIS VANTAJOSA HOMENS: Como exemplo, se um servidor tiver 58 anos e 33 anos de contribuição (na data de vigência da reforma), pela regra de transição, ele poderá se aposentar aos 63 anos em 2024 e com 101 pontos. Mas, para ter integralidade, ele teria que trabalhar por mais dois anos até completar a idade de 65; Se optar pelo pedágio: poderia se aposentar daqui a quatro anos, com 62 anos de idade e 37 anos de contribuição. Isso porque o pedágio é de 100% sobre o tempo de contribuição que falta para completar os 35 anos exigidos. Como esse servidor tem 33 anos de contribuição na data da vigência, faltariam dois anos até os 35. Com o pedágio, esse tempo faltante dobra. MULHERES: Como outro exemplo, de uma servidora de 55 anos que tem 30 de contribuição, pela regra da transição: pelos pontos, ela poderia se aposentar em 2020, aos 56 anos, 31 de contribuição e 87 pontos. Porém, para ter direito à integralidade, teria que trabalhar mais seis anos, até completar a idade de 62. Pela regra do pedágio: de 100% do tempo, como ela já possui os 30 anos de contribuição, já poderia se aposentar com integralidade.
A Regra de Transição e a Sistemática de Pontos para estabelecer o direito à Aposentadoria O sistema de pontos vai reger a regra de transição para os servidores que estão na ativa antes da reforma; A partir da aprovação da reforma (com previsão para 2019), somente se aposentará quem atingir os pontos mínimos; O sistema de pontos considera a soma entre idade mínima para aposentar + tempo mínimo de contribuição. SERVIDORES QUE JÁ ESTÃO NO SERVIÇO PÚBLICO ATÉ DATA DE PUBLICAÇÃO DA REFORMA: REGRAS E PONTUAÇÃO DE 2019 ATÉ 2021 APOSENTADORIA PROFESSOR(A) APOSENTADORIA SERVIDORES EM GERAL Idade mínima Tempo Contribuição Idade mínima Tempo Contribuição Mulher: 51 anos 25 anos 81 pontos Mulher: 56 anos 30 anos 86 pontos Homem: 56 anos 30 anos 91 pontos Homem: 61 anos 35 anos 96 pontos Pontos mínimos Professores: Pontos mínimos Servidores em Geral: 2019 2020 2021 2019 2020 2021 Mulheres: 81 82 83 Mulheres: 86 87 88 Homens: 91 92 93 Homens: 96 97 98 REGRAS DE PONTUAÇÃO A PARTIR DE 2022 APOSENTADORIA DO PROFESSOR(A) APOSENTADORIA SERVIDORES EM GERAL Idade mínima Tempo Contribuição Idade mínima Tempo Contribuição Mulher: 52 anos 25 anos Mulher: 57 anos 30 anos 87 pontos Homem: 57 anos 30 anos Homem: 62 anos 35 anos 97 pontos Pontos mínimos Professores: Pontos mínimos Servidores em Geral: 2022 2023 2024 2022 2023 2024 Mulheres: 84 85 86 Mulheres: 89 90 91 Homens: 94 95 96 Homens: 99 100 101
Observações: Para Professores a contagem de pontuação é diferente, por se tratar de regime especial, se aposenta com redução de 5 anos sobre a idade mínima do servidor geral (de acordo com artigos 5º e 6º da PEC); A pontuação aumentará gradativamente até atingir 100 pontos (mulheres) em 2028 e 105 (homens) até 2033; O aumento de 1 ponto a cada ano até 2033; A pontuação para os Professores deverá aumentar até atingir 95 pontos (mulheres) e 100 pontos (homens) em 2033 A partir de 2033, todos os servidores irão se aposentar pelas novas regras, com exceção daqueles que já possuem direito adquirido antes da reforma; VALOR DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA Para quem ingressou no serviço público antes de 31/12/2003, o valor do salário da aposentadoria segue as mesmas regras atuais. Se cumprirem os requisitos do pedágio, esses servidores também terão direito à integralidade e paridade; Para quem entrou depois de 2003 (a partir de 01/01/2004), somente será possível se aposentar com o salário integral (calculado pela média das 80% maiores remunerações) aos 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres). Se cumprir a pontuação da regra de transição antes disso, este servidor também poderá se aposentar, mas sem integralidade do salário. PROGRESSÃO DO VALOR DO BENEFÍCIO: Conforme o tempo de contribuição aumenta o percentual da média do salário de aposentadoria: A Tabela inicia com 60% da média aritmética de todas as remunerações desde julho/1994 ou desde o início das contribuições para quem tem 20 anos de contribuição; E tem acréscimo de 2 % para cada ano de contribuição que ultrapassar o mínimo de 20 anos, conforme a Tabela abaixo:
60%: 20 anos de contribuição; 80%: 30 anos de contribuição; 62%: 21 anos de contribuição; 82%: 31 anos de contribuição; 64%: 22 anos de contribuição; 84%: 32 anos de contribuição; 66%: 23 anos de contribuição; 86%: 33 anos de contribuição; 68%: 24 anos de contribuição; 88%: 34 anos de contribuição; 70%: 25 anos de contribuição; 90%: 35 anos de contribuição; 72%: 26 anos de contribuição; 92%: 36 anos de contribuição; 74%: 27 anos de contribuição; 94%: 37 anos de contribuição; 76%: 28 anos de contribuição; 96%: 38 anos de contribuição; 78%: 29 anos de contribuição; 98%: 39 anos de contribuição; 100%: 40 anos de contribuição. O servidor que quiser se aposentar com 100% da média das contribuições, deverá contribuir por 40 anos. ACÚMULO DE APOSENTADORIA E PENSÃO Os servidores públicos poderão acumular benefícios, caso já tenham aposentadoria e a possibilidade de pensão. Entretanto, o servidor deverá escolher ficar com o benefício de maior valor e mais uma parcela do benefício de menor valor. O segundo benefício (menor valor) será pago proporcionalmente conforme uma escala de graduação: Será de 80% se for igual a 01 salário mínimo; Será de 60% se exceder 1 s. m. na faixa de 1 a 2 salários mínimos; Será de 40% se exceder 2 s. m. na faixa de 2 a 3 salários mínimos; Será de 20% se exceder 3 s. m. na faixa de 3 a 4 salários mínimos; E será de 10% caso seja superior a 4 salários mínimos. Os servidores que já possuem autorização na lei para acúmulo de aposentadorias (artigo 37 da Constituição Federal), poderão acumular duas aposentadorias (caso dos professores, por exemplo).
ABONO DE PERMANÊNCIA O direito ao Abono de Permanência foi mantido na nova PEC da reforma da previdência para os servidores que tenham completado as exigências para aposentadoria e optem por permanecer em atividade. O direito ao Abono de Permanência persiste até completar a idade para a aposentadoria compulsória (atualmente é de 75 anos).