COMPARAÇÃO ENTRE IMAGENS LANDSAT ETM+ E MODIS/TERRA PARA DETECÇÃO DE INCREMENTOS DE DESMATAMENTO NA REGIÃO DO BAIXO ACRE



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COMPARAÇÃO ENTRE IMAGENS LANDSAT ETM+ E MODIS/TERRA PARA DETECÇÃO DE INCREMENTOS DE DESMATAMENTO NA REGIÃO DO BAIXO ACRE A comparison between Landsat ETM+ and MODIS/TERRA images for detecting deforestation increments in the Eastern Acre region Anderson da Silva Costa Carlos Moreira de Souza Jr. Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia-IMAZON Caixa Postal 5101, Ananindeua, Pará-Brasil. {anderson,souzajr}@ imazon.org.br RESUMO Neste artigo avaliamos a capacidade de detecção e mapeamento de incrementos de desmatamento com imagens MODIS/TERRA, de 250 m de resolução espacial, em relação a capacidade de imagens Landsat ETM+ com resolução espacial de 30 m. Este estudo foi conduzido no estado do Acre cobrindo uma área de 34.225 km². Nossos resultados mostram que as imagens MODIS com resolução de 250 metros possuem elevada acurácia para detectar desmatamento em áreas maiores que 3 ha. Além disso, as imagens MODIS podem ser usadas para estimar a área desmatada de incrementos maiores que 70 ha, com erro menor que 5% relativo às estimativas de área obtidas com imagens Landsat. Por último, estimamos que 86% da área desmatada entre 2002 e 2003 em todo o Estado do Acre podia ser detectada e mapeada com o sensor MODIS. Portanto, as imagens MODIS com pixel de 250 metros podem ser úteis para monitorar com maior freqüência as mudanças da floresta devido ao desmatamento na Amazônia Brasileira, superando a baixa cobertura temporal de imagens Landsat devido a freqüente cobertura de nuvens na região. Palavras chaves: Sensoriamento remoto, desmatamento, Amazônia, MODIS, Landsat. ABSTRACT In this paper we evaluated the capacity of MODIS images with 250 m spatial resolution to detect and map deforestation increments relative to the capacity of Landsat ETM+ images. This study was conducted in the state of Acre covering an area of 34,225 km². Our results show that the 250 m MODIS images are highly accurate to detected deforestation larger than 3 ha. Additionally, MODIS can be used to estimate the area subject to deforestation with increments larger than 70 ha with an error of less than 5% relative to the estimates obtained with Landsat images. Finally, we estimated that 86% of the total area deforested in the state of Acre between 2002 and 2003 can be detected and mapped with MODIS. Therefore, the 250 m-pixel MODIS images can be useful to monitor the forest changes due to deforestation in the Brazilian Amazon in more regular basis, overcoming the low temporal coverage of Landsat due to frequent cloud cover in the region. Keywords: Remote sensing, deforestation, Amazon, MODIS, Landsat. 1. INTRODUÇÃO Entre 2000 e 2003, o desmatamento na Amazônia aumentou significativamente, com taxa média de 21.727 km 2 /ano. Isto representa um aumento em torno 27% em relação à taxa média de desmatamento da década de 90 que foi de 17.003 km 2 /ano (INPE, 2004a). As taxas de desmatamento têm sido estimadas com imagens Landsat TM (Thematic Mapper) e ETM+ (Enhanced Thematic Mapper) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) através do Projeto de Desflorestamento da Amazônia -PRODES (INPE, 2004a). O mapeamento anual e as estimativas das taxas de desmatamento têm ajudado na formulação de políticas governamentais que visam mitigar o desmatamen-to na região (CASA CIVIL, 2003). RBC - Revista Brasileira de Cartografia, N o 57/02, 2005. (ISSN 1808-0936) 93

Contudo, estes dados têm sido pouco efetivos para combater o desmatamento ilegal na Amazônia. Um dos fatores que tem inibido o uso efetivo de imagens de satélite no combate ao desmatamento é a baixa freqüência com que os dados de desmatamento são gerados - em geral, uma vez por ano (INPE, 2003a). Mesmo com resolução temporal de 16 dias, a freqüente cobertura de nuvens na Amazônia inibe a aquisição de imagens Landsat (ASNER, 2001), o que contribui para a baixa freqüência temporal para detectar desmatamento. Além disso, as estimativas são geralmente defasadas, ou seja, são fornecidas de um a dois anos depois que as áreas foram desmatadas. Esta defasagem temporal reduz também a eficácia no combate do desmatamento ilegal na Amazônia. Para superar o problema da baixa freqüência de detecção de desmatamento com imagens Landsat, algumas iniciativas estão sendo desenvolvidas utilizando o sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) que fornece imagens com resolução temporal de aproximadamente dois dias. As iniciativas incluem o sistema de Detecção de em Tempo Real - DETER (INPE, 2004b) e o Sistema Integrado de Alerta de (SIAD) do Sistema de Proteção Ambiental da Amazônia (SIPAM) (CASA CIVIL, 2003). Estes sistemas têm o potencial de detectar o desmatamento ainda em fase inicial, o que pode servir de alerta aos órgãos ambientais para inibir a expansão de desmatamentos ilegais na Amazônia. Uma das desvantagens das imagens MODIS, em relação às imagens Landsat, é a sua menor resolução espacial. Contudo, muitas das mudanças na cobertura florestal ocorrem numa escala compatível com pixel de 250 metros (TOWNSHEND e JUSTICE, 1988), o que torna as imagens MODIS relevantes para o monitoramento da Amazônia. Visando contribuir com o monitoramento das florestas da Amazônia, este estudo tem como objetivos avaliar: i) a capacidade do sensor MODIS de detectar e mapear diferentes classes de tamanho de desmatamento; e ii) comparar as estimativas de área de incrementos de desmatamento mapeados com as imagens Landsat e MODIS. 2. CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES DO SENSOR MODIS O sensor MODIS é um dos cinco sensores a bordo dos satélites TERRA e AQUA do NASA- EOS (Earth Observing System Sistema de Observação da Terra). Este sensor fornece imagens com resolução espacial de 250, 500 e 1000 metros e possui 36 bandas espectrais cobrindo o espectro eletromagnético da região do visível ao infravermelho termal (RUNNING et al., 1994). As bandas de 1 a 4 e as bandas 6 e 7 do sensor MODIS operam nas regiões espectrais do sensores TM e ETM+ do Landsat (Tabela 1). As bandas 1 e 2 do MODIS possuem resolução espacial de 250 m, enquanto que as bandas 3 a 7 possuem resolução espacial de 500 metros (JUSTICE et al., 1998). Essas regiões espectrais foram definidas para minimizar o impacto da absorção de gases atmosféricos. Esta característica espectral do sensor MODIS supera uma das limitações dos sensores remotos precedentes, de resolução espacial moderada e alta resolução temporal, como o AVHRR (Advanded Very High Resolution Radiometer) (VERMOTE et al., 1997). As imagens MODIS podem ser adquiridas gratuitamente já georeferenciadas e corrigidas para efeitos atmosféricos; e são distribuídos na forma de diferentes produtos armazenados no formato HDF (Hierarchy Data Format). As imagens MODIS têm sido utilizadas para a detecção de mudanças antropogênicas e naturais na cobertura vegetal (ZAHN et al., 2002; FERREIRA et al., 2003). Outras aplicações do sensor MODIS incluem a detecção de queimadas Banda TABELA 1 - COMPARAÇÕES DA REGIÃO ESPECTRAL DO MODIS E LANDSAT ETM+. Região Espectral (nm) MODIS Resolução Espacial (m) Banda Região Espectral (nm) LANDSAT ETM+ Resolução Espacial (m) 1 0.459-0.479 250 1 0.450-0.515 30 2 0.545-0.565 250 2 0.525-0.605 30 3 0.620-0.670 500 3 0.630-0.690 30 4 0.841-0.876 500 4 0.775-0.900 30 5 1.230-1.250 500 - - - 6 1.628-1.652 500 5 1.550-1.750 30 7 2.105-2.155 500 7 2.090-2.350 30 RBC - Revista Brasileira de Cartografia, N o 57/02, 2005. (ISSN 1808-0936) 94

(JUSTICE et al., 2002), monitoramento da dinâmica de rios (PAVELSKY et al., 2004); e a estimativa de propriedades biofísicas da superfície terrestre (ZHANG et al., 2003). Há poucos estudos que comparam imagens MODIS e Lansat para o monitoramento da superfície terrestre. Um exemplo é o estudo que compara imagens Landsat e imagens MODIS para estimar a abundância de vegetação, o qual revelou que estas imagens geram estimativas compatíveis (PRICE, 2003). 3. ÁREA DE ESTUDO O estudo foi conduzido na região leste do Estado do Acre em uma área de 34.225 km² (Fig. 1). A região apresenta relevo ondulado, solos de origem sedimentar do tipo Latossolo Vermelho, abrigando uma vegetação composta por florestas tropical densa e aberta (RADAMBRASIL, 1976). O clima é do tipo equatorial quente e úmido, caracterizado por altas temperaturas, elevados índices de precipitação pluviométrica e alta umidade relativa do ar. A temperatura média anual está em torno de 24,5 C. Possui drenagem densa e bem distribuída (ACRE, 2000). Esta área foi escolhida devido aos impactos do desmatamento ocorridos nas florestas do Acre nos últimos anos e por fazer parte do arco do desmatamento. As regiões do Alto e Baixo Acre foram as que apresentaram os maiores índices de desmatamento e queimadas. A expansão da pecuária nos últimos anos tem sido apontada como a principal causa do desmatamento na região (SILVA et al, 2004). 4. METODOLOGIA A metodologia utilizada para comparar a detecção e mapeamento de incrementos de desmatamento com imagens Landsat e MODIS é sintetizada na Fig. 2. As etapas do processamento dessas imagens são apresentadas nas seções abaixo. 4.1 Aquisição e Pré-processamento das imagens Landsat ETM+ Utilizamos duas imagens Landsat ETM+ (órbita/ponto = 002/67), adquiridas em 10 de agosto 2002 e 4 de julho de 2003 (Tabela 2). As imagens Landsat ETM+ foram fornecidas pelo INPE. TABELA 2 - DATAS DE AQUISIÇÃO DAS IMAGENS LANDSAT E MODIS. Sensor LANDSAT ETM+ MODIS Datas de aquisição 10 de agosto 2002 4 de julho 2003 26 de junho a 11de julho 2003 Órbita- Ponto/Tiles 002-067 h11v10 h11v09 Amazônia Legal Fig. 1 - Localização da área de estudo na região do Baixo Acre, coberta pela cena 02/67 do Landsat. RBC - Revista Brasileira de Cartografia, N o 57/02, 2005. (ISSN 1808-0936) 95

A imagem Landsat de 2002 foi escolhida como referência para classificação do desmatamento bruto, ou seja, do desmatamento ocorrido até o ano de 2002. A imagem de referência foi georeferenciada à base cartográfica do IBGE (1997) e processada para extrair as seguintes classes de cobertura florestal: floresta, água e desmatamento. Utilizamos o algorítimo ISODATA (Iterative Self-Organizing Data Analysis Technique) para este propósito. Os erros da classificação obtidos com o ISODATA foram corrigidos através de interpretação visual utilizando o software ClassEdit (SULSOFT, PORTO ALEGRE-BRASIL). Estes procedimentos permitiram gerar o mapa de desmatamento para o ano de referência. A cena Landsat de 2003 foi registrada com base na imagem Landsat de 2002 utilizando 45 pontos de controle, com o algorítmo de reamostragem por vizinhança mais próxima. O valor do RMSE (root mean square error) para o registro das imagens foi menor que um pixel. Imagem Landsat 2002 ISODATA Classificação Preliminar 2002 O próximo passo foi mapear o incremento do desmatamento entre os anos de 2002 a 2003. Para isso, combinamos o mapa de desmatamento de 2002 com a imagem de 2003 e conduzimos a digitalização dos polígonos que representavam os incrementos de desmatamento (Fig. 3). Este processo agiliza o mapeamento pois não é necessário mapear o desmatamento antigo, ou seja, o desmatamento de 2002. Combinando o desmatamento bruto de 2002 com o incremento do desmatamento mapeado em 2003 foi possível gerar o mapa de desmatamento bruto para o ano de 2003. O incremento do desmatamento entre os anos de 2002 e 2003 foi identificado e mapeado com interpretação visual, utilizando a composição colorida das bandas 3 (canal azul), 4 (canal verde) e 5 (canal vermelho) na escala de 1:50.000. De posse desses polígonos, calculamos os centróides e sobrepomos na imagem MODIS. ClassEdit Interpretação visual bruto 2002 Imagem Landsat 2003 Sobreposição Imagem MODIS 2003 Bruto 2002 Reamostragem 250 metros Realce Sobreposição Interpretação visual Realce Interpretação visual Incremento 2002-2003 Estimativa Área incremento MODIS 2002-2003 Centróides incrementos Análise de Acurácia e Regressão 3 ha 3-100 ha 100-1000 ha 1000 ha n= 30/classe Incremento 2002-2003 Classes Incremento Seleção Aleatória Estimativa Área incremento Landsat 2002-2003 Fig. 2 - Metodologia utilizada para detectar, mapear e comparar os incrementos de desmatamento com imagens Landsat e MODIS. RBC - Revista Brasileira de Cartografia, N o 57/02, 2005. (ISSN 1808-0936) 96

Landsat ETM+ 2002 Classificação 2002 a b Landsat ETM+ 2003 c Sobreposição (b e c) d Floresta Incrementos de desmatamento Fig. 3 - Sub-região da área de estudo, ilustrando a metodologia utilizada para detectar o incremento do desmatamento nas imagens Landsat: (a) composição colorida da imagem Landsat de 2002 (R5, G4, B3); (b) imagem Landsat de 2002 classificada; (c) composição colorida da imagem Landsat de 2003 (R4, G5, B3); e (d) sobreposição da classificação de 2002 na imagem Landsat de 2003 ressaltando os incrementos de desmatamento que foram digitalizados. Imagem Landsat 2003 Imagem MODIS 2003 a Centróide b Centróide Cálculo dos Centróides Sobreposição Fig. 4 - Exemplo de incremento de desmatamento entre 2002 e 2003 detectados nas imagens: (a) composição colorida da imagem Landsat (R5,G4,B3) com resolução espacial de 30 metros; (b) composição colorida da imagens MODIS (R7, G2, B1) com resolução espacial de 250 metros. RBC - Revista Brasileira de Cartografia, N o 57/02, 2005. (ISSN 1808-0936) 97

O último passo foi reamostrar o pixel de 30 metros da classificação de 2002 (Landsat) para 250 metros. Isto permitiu sobrepor a classificação de 2002 na imagem do sensor MODIS para mapear os incrementos de desmatamento ocorridos entre 2002 e 2003. 3.2 Aquisição e Pré-processamento das imagens MODIS Utilizamos a imagem do produto MODIS MOD13Q1 com resolução espacial de 250 metros para detecção e mapeamento do incremento de desmatamento. Este produto é gerado a partir de várias imagens adquiridas em um período de 16 dias. Este processo de composição seleciona o melhor pixel da imagem para compor o produto MOD13Q1, minimizando eventuais distorções espaciais e ruídos radiométricos (VAN LEEUWEN et al., 1999). As imagens MODIS foram fornecidas pela NASA-EOS. Esse produto foi convertido para a mesma projeção das imagens Landsat (UTM, zona 19S; Datum SAD-69/Brasil) utilizando o programa MODIS Reprojection Tool-MRT (DAAC, 2005). A data de composição escolhida foi de 26 de junho a 11 de julho 2003 (composição 16 dias), a qual aproxima-se à data de aquisição da imagem Landsat (4 de julho de 2003) utilizada para mapear os incrementos de desmatamento (Tabela 1). 3.3 Comparação Landsat-MODIS A detecção de incrementos de desmatamento com MODIS envolveu várias etapas. Primeiramente, o mapa de desmatamento obtido com a imagem Landsat de 2002 foi reamostrado do tamanho original do pixel (30 m) para o tamanho do pixel da imagem MODIS (250 m). O mapa de desmatamento com pixel de 250 m foi combinado com a imagem MODIS original para isolar o desmatamento antigo, ou seja, ocorrido até 2002. Este procedimento permitiu realçar apenas os incrementos de desmatamento ocorridos entre 2002 a 2003 na imagem MODIS (fig. 4). Quatro classes de tamanho de desmatamento foram consideradas para a análise do incremento de desmatamento com o MODIS: 3 ha, 3-100 ha, 100-1000 ha e 1000 ha. Essas classes de tamanho são utilizadas pelos órgãos governamentais de fiscalização e controle para a concessão de autorização de desmatamento, definidas na Instrução Normativa N o 3 do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA (IBAMA, 2004). Para cada classe de tamanho, selecionamos aleatoriamente 30 polígonos que representam o incremento do desmatamento mapeado com as imagens Landsat. Os centróides desses polígonos foram sobrepostos na imagem MODIS (Fig. 4). Isto permitiu avaliar se os incrementos de desmatamento detectado na imagem Landsat de 2003 podiam ser detectados na imagem MODIS. Por último, digitalizamos todos os incrementos de desmatamento que foram detectados na imagem MODIS e comparamos as estimativas de áreas obtidas com os dois tipos de imagens utilizando técnicas de regressão linear. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na classe de desmatamentos 3 ha apenas 5 incrementos, dos 30 detectados com Landsat, foram identificados na imagem MODIS. Nas demais classes de tamanho, todos os incrementos detectados com Landsat foram detectados com MODIS (Tabela 3). Os resultados globais mostram que 72% dos incrementos de desmatamento detectado pelo Landsat foram identificados na imagem MODIS. Porém, quando cada classe de tamanho é analizada separadamente, a classe 3 ha exibiu um baixo nível de detecção de desmatamento com o MODIS (16%). Por outro lado, as classes maiores que 3 ha, tiveram acurácia de 100% na detecção de desmatamento com o MODIS (Tabela 3). TABELA 3 - CLASSES AMOSTRAIS POR TAMANHO. MODIS/LANDSAT ETM+ 3 ha 3-100 ha 100-1000 ha 1000 ha 5/30 30/30 30/30 1/1 A Fig. 5 mostra a comparação da estimativa de área com os dois tipos de imagens. A classe de tamanho 3 ha mostrou um baixo coeficiente de correlação de Pearson (1,3%) entre as estimativas de área obtidas com o Landsat e com o MODIS. Esse resultado já era esperado visto que a menor unidade mapeável (MUM) com pixel de 250 m (MODIS) na escala 1:150.000 é 9 vezes maior que a MUM com pixel de 30 m (Landsat) na escala de 1:50.000 (MUM igual a 0,25 ha e 2,25 ha, respectivamente). Para classe de tamanho entre 3-100 ha, a correlação foi razoável (78%). Para a classe de 100 1000 ha houve um aumento significativo na correlação das estimativas de incrementos de áreas desmatadas obtidas com Landsat e MODIS, gerando um R 2 de 0.92 e correlação de 96% (Fig. 5c). Não foi possível estabelecer correlação para classe de tamanho 1000 ha porque havia apenas um polígono de desmatamento nesta classe. A relação global, ou seja, considerando todas as classes de área, entre Landsat e MODIS foi maior, com correlação de 98% e R 2 igual a 0.97 (Fig. 5). RBC - Revista Brasileira de Cartografia, N o 57/02, 2005. (ISSN 1808-0936) 98

a. Incremento de 3 ha. b. Incremento de 3-100 ha. 3 y = 0.0148x + 0.7387 R 2 = 0.0002 120 100 y = 0.7611x + 18.146 R 2 = 0.6067 Área Landsat (ha) 2 1 Área Landsat (ha) 80 60 40 20 0 0 1 2 3 Área MODIS (ha) 0 0 20 40 60 80 100 120 Área MODIS (ha) c. Incremento de 100-1000 ha. 1200 d. Incremento Total. 1600 1000 y = 0.942x + 5.9028 R 2 = 0.9281 1400 1200 y = 0.9328x + 8.2458 R 2 = 0.9702 Área Landsat (ha) 800 600 400 Área Landsat (ha) 1000 800 600 400 200 200 0 0 200 400 600 800 1000 1200 Área MODIS (ha) 0 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 Área MODIS (ha) Fig. 5 - Resultados obtidos com análise de regressão entre as estimativas de áreas dos incrementos de desmatamentos mapeados com as imagens LANDSAT ETM+ e MODIS; (a) 3 ha; (b) 3 100 ha; (c) 100-1000 ha; e (d) 1000 ha. Considerando o desmatamento em todo o Estado do Acre entre 2002 e 2003, obtido com imagens Landsat, estimamos que 86% da área desmatada neste período é resultante de incrementos maiores que 3 ha (Tabela 4). Logo, as imagens MODIS poderiam detectar mais de 86% do desmatamento no Acre naquele período. Isto revela ainda o potencial das imagens MODIS para o monitoramento das florestas da Amazônia. TABELA 4. DISTRIBUIÇÃO DAS CLASSES DE DESMATAMENTO PARA ESTADO ACRE. Classes de Tamanho Área Total (%) 0-3 14% 3-100 67% 100-1000 16% 1000 3% A análise da distribuição dos resíduos da regressão permitiu avaliar os tipos de erros associados com estimativas de desmatamento feitas com MODIS em relação às estimativas obtidas com Landsat (Figura 6). Os resíduos foram negativos para desmatamentos menores que 120 ha, e positivos para desmatamentos maiores que esse valor. Isso significa que para áreas menores que 120 ha, a estimativa de desmatamento feita com MODIS tende a ser maior em relação às estimativas feitas com Landsat. O inverso ocorre para áreas maiores que 120 ha, ou seja, os resíduos são positivos, o que implica que as imagens MODIS subestimam o desmatamento relativo à imagem Landsat (Figura 6). A análise da distribuição dos resíduos também mostrou que o erro absoluto é 5% para RBC - Revista Brasileira de Cartografia, N o 57/02, 2005. (ISSN 1808-0936) 99

Diferenças das estimativas (ha) 80 60 40 20 0-20 -40-60 -80 Distribuição das diferenças das estimativas de áreas 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 Área (ha) Fig. 6 - Distribuição da diferença das estimativas de área obtidas com Landsat e MODIS em função do tamanho da área do incremento de desmatamento. incrementos maiores que 70 ha (Tabela 5). Para incrementos de 50 a 70 ha o erro absoluto fica entre 5 e 10%. Para incrementos de 50 a 10 ha o erro absoluto cresce ainda mais variando de 10 a 50%. Finalmente, incrementos menores que 10 ha geram erros absolutos maiores que 50%. TABELA 5 - ERRO RELATIVO DA ESTIMATIVA DA ÁREA DE INCREMENTO DE DESMATAMENTO COM IMAGENS MODIS EM RELAÇÃO À ESTIMATIVA FEITA COM LANDSAT. Erro Relativo (%) 6. CONCLUSÃO Área (ha) Números de Incrementos de 5% 70 34 5 10% 70 50 17 10 50% 50 10 9 50% 10 6 A análise comparativa entre as imagens Landsat ETM+ e MODIS, para a região do Baixo Acre, revelou que as imagens MODIS, com resolução de 250 m, são úteis para detectar e monitorar o avanço do desmatamento na Amazônia. s entre 3 a 70 ha podem ser detectados, mas a estimativa de área gera erros absolutos significativos em relação às estimativas feitas com Landsat. As estimativas de área com imagens MODIS de 250 m são mais próximas daquelas obtidas com Landsat para áreas maiores que 70 ha. A detecção rápida do desmatamento feita com as imagens MODIS pode ser combinada com as autorizações de desmatamentos para identificar e coibir os desmatamentos ilegais. A metodologia proposta neste estudo está sendo replicada em outras áreas da Amazônia para uma avaliação mais robusta do potencial das imagens MODIS no monitoramento do desmatamento na região. AGRADECIMENTOS Agradecemos à Fundação GBMF (Gordon & Betty Moore Foundation) pelo apoio a esta pesquisa e a NASA (National Aeronautics and Space Administration), através do EOS-DIS (Earth Observation System and Data and Information System), pela disponibilidade das imagens MODIS. Agradecemos também aos revisores anônimos pelas valiosas sugestões que permitiram melhorar este artigo. REFERÊNCIAS ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre. Zoneamento ecológico-econômico: Recursos naturais e meio ambiente - documento final. Rio Branco: SECTMA, Volume 1, 2000. RBC - Revista Brasileira de Cartografia, N o 57/02, 2005. (ISSN 1808-0936) 100

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