AULA 5: FUNDAMENTOS ORIGINARAM A TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS



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GEOTECTÔNICA Prof. Eduardo Salamuni AULA 5: FUNDAMENTOS CONCEITUAIS: AS HIPÓTESES QUE ORIGINARAM A TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS

1. Introdução HIPÓTESES A teoria da Placas acha-se fundamentada em um enorme volume de dados, de diversos campos das Ciências, e em todas as escalas de observação. Destacam-se os dados sobre anomalias magnéticas e sismos naturais. Três hipóteses deram origem, efetivamente, à Teoria das Placas: Deriva continental Expansão do fundo oceânico (anomalias magnéticas) Mapeamento dos hipocentros os de sismos naturaisais

CRONOLOGIA DO CONHECIMENTO QUE EMBASA A TEORIA 1596 - Oh holandês Abraham Ortelius postulou que os continentes não estiveram sempre nas suas posições atuais,, sugerindo que as Américas "foram rasgadas e afastadas da Europa e África por terremotos e inundações. 1620 - Obra Novum Organum (Francis Bacon), sugere ajuste entre a América do Sul e a África. 1666 - Obra La Corruption du granet petit Monde (François Placet), separação de terras, unidas antes do Dilúvio, devido ao afundamento da Atlântida. 1801 - Alexander Humboldt concluiu que o oceano Atlântico correspondia a um extenso vale invadido pelas águas oceânicas, sugerindo a separação dos continentes. (Curvier, Lord Kelvin e Beaumont, acreditavam no contracionismo, que admitia possível

1858 - Na obra La création et sés mystères dévoilés Antonio Snider-Pellegrini i i sugere que os continentes se concentraram em um só lado da Terra após seu resfriamento, cuja instabilidade só se equilibrou, após o dilúvio, por extensas fraturas e separação das Américas do Velho Mundo. 1879 - Na obra Physics of the Earth s crust Osmond Fisher sugere que a Lua, surgindo da Terra, gerou grande cicatriz no Pacífico; a crosta resfriada, se fragmentaria e deslocaria lateralmente, por meio da fluidez do interior da Terra, cujas correntes de convecção ascendiam debaixo dos oceanos e desciam sobre os continentes. 1910 - Em sua monografia, Taylor relatou diversas correlações de feições geológicas e geomorfológicas entre os continentes que se deslocariam de altas para baixas latitudes pelo movimento de rotação da Terra.

CRONOLOGIA DA TEORIA COMO NOVO PARADIGMA 1912-1915 - Teoria da Deriva Continental (Wegener) 1915-1930 - Debates e contestações (1930 - Morte de Wegener na Groenlândia) 1930-1950 1950 - Teoria abandonada nos EUA 1950-1960 - Reavivamento da teoria Exploração do assoalho oceânico (Bullard) Magnetismo fóssil nas rochas (Blackett) Deriva polar (Runcorn) 1960-1962 - Espalhamento do assoalho oceânico (Dietz, Hess Geopoetry) 1963 - Anomalias magnéticas oceânicas (Matthews) associadas aos derrames vulcânicos(vine)

1963-1966 - Reversões do campo magnético (Cox) Datação de derrames continentais Datação de sedimentos marinhos 1965-1966 - Falhas transformantes Distribuição de terremotos 1967-1968 - Surge a TECTÔNICA DE PLACAS (Dietz, Hess) incorporando o espalhamento do assoalho oceânico e as idéias de deriva continental Escala temporal de reversões 1968-1970 - Deep Sea Drilling Project Glomar (Geopoetry Geofact Challenger)

2. Primeira hipótese: Deriva Continental Desde a metade do século 19 já se tinha a intuição de que os continentes deviam mover-se entre si. Alfred Wegener (1915), em seu livro Origin of Continentes and Oceans, supôs que os continentes migram uns em relação aos outros. Estava criada a Hipótese da Deriva Continental. Wegener baseou-se em informações precisas tais como: (a) paleoclima: reconstrução de antigas zonas climáticas paleontologia (b) ajuste geométrico das margens dos continentes (c) correspondência estratigráfica ti e litológica ló i e estrutural. t

Modelo do globo terrestre de Antonio Snider (1858): (A) antes da separação (B) após a separação

Wegener propôs a denominação de PANGEA para o super continente que existia antes do início da deriva continental. Pangea foi formado por dois outros ambientes paleotectônicos: Laurásia (hemisfério norte) e Gondwana (hemisfério sul). Fragmentou-se em continentes meridionais, movendo-se para oeste ou para o equador ou em ambas as direções simultaneamente. Houve reação contrária por parte da comunidade geocientífica, principalmente dos geofísicos, em função da falta de evidências conclusivas.

Reconstituição da deriva dos continentes t segundo Alfred (1966, The Origin of Continents and Oceans, New York, Dover Publications).

A Hipótese da Deriva Continental só foi considerada novamente na década de 60. Os novos argumentos foram: (a) notáveis semelhanças entre rochas da Bacia do Paraná e a Bacia do Karoo (centro-oeste oeste da África), similaridades entre faixas móveis proterozóicas (Cinturão Ribeira e o Cinturão Damara) e rochas antigas do Craton Sul- Americano e regiões cratônicas sul-africanas. (b) ajuste das bordas continentais não só ao nível da superfície mas principalmente p ao nível das plataformas continentais.

(c) notáveis semelhanças paleontológicas tanto em termos de fauna como de flora, que revelam mesmo paleoclima. (d) magnetismo fóssil: alguns litotipos se magnetizam no momento de sua formação, preservando um registro fóssil da direção do campo magnético da terra, quando se formaram. Há uma aparente trajetória de deriva polar (rochas com diferentes idades num mesmo continente).

Evidências paleontológicas: distribuições contínuas por vários continentes de quatro tipos de fósseis constituíram argumentos paleontológicos que Wegener apresentou em sua teoria (adaptado de Kious e Tilling, USGS)

Continuidade de estruturas geológicas entre América do Sul e África, segundo Alexandre Du Toit (1927), geólogo sul-africano Evidências crono- estratigráficas

As mudanças de posição do campo magnético não são significativas: são as rochas que se movem em relação ao eixo magnético, deduzindo-se que há movimentação continental em relação ao Pólo. O paleomagnetismo pode ser comprovado no planalto do Decão (Índia), constituído por derrames de lava com idades de até 180 ma O registro da magnetização possível nestas lavas fornece taxa de movimento da Índia de uma posição perto da latitude 45º, para sua posição atual no hemisfério norte.

Configuração dos continentes há 280 ma (movimento 1)

3. Segunda hipótese: Expansão do Fundo Oceânico e as Anomalias Magnéticas Expansão do Fundo Oceânico No artigo "A História das Bacias Oceânicas Harry Hess (1962) inicia a idéia da expansão do fundo oceânico. A teoria do autor iniciou a partir de explicações para as seguintes questões levantadas pela batimetria do fundo oceânico realizadas para a 2ª Guerra Mundial: (a) ausência de rochas oceânicas muito antigas (nunca mais velhas que aquelas do Mesozóico). (b) a pouca espessura dos sedimentos no assoalho oceânico.

Hess foi chamado de "geopoeta" e sua proposta p foi sarcasticamente apelidada de geopoesia. Dietz, conhecendo as idéias de Hess, publicou artigo com idéias semelhantes. Cunhou o termo "crescimento do assoalho oceânico" e determinou que a entidade que se desloca lateralmente não é a crosta oceânica mas uma camada denominada de "litosfera". Esta idéia é central para a Teoria da Tectônica de Placas.

J. Tuzo Wilson (1965), defensor da teoria de expansão e contração do planeta, ao estudar o crescimento da crosta oceânica na Islândia comprovou a hipótese da expansão do assoalho oceânico. Wilson propôs um ciclo de surgimento e destruição da crosta oceânica, que foi denominado de Ciclo de Wilson.

Anomalias Magnéticas e o Padrão Zebrado da Crosta Oceânica FJVinee F.J.Vine e D.H. Matthews (1963) publicaram na NATURE artigo que revolucionou a geologia. Estes autores apontaram que as linearidades das anomalias magnéticas eram devidas ao fato das faixas da crosta oceânica terem sido magnetizados alternadamente em direção opostas. As faixas da crosta magnetizados em direções alternadas seriam em decorrência da inversão do campo magnético terrestre.

Os autores reuniram a linearidade das anomalias, a inversão de polaridade e a expansão do fundo oceânico elaborando um modelo. Explicaram que o efeito de inversão de polaridade nas direções de magnetização da nova crosta oceânica, é caracterizada na dorsal por expansão do fundo oceânico. A alternância da polaridade gera faixas magnéticas que ficam impressas na crosta oceânica como em um gravador. As faixas de rochas, diferentemente magnetizadas, produzem anomalias em bandas paralelas ao centro de emissão.

Polaridade magnética das rochas dos fundos oceânicos

Detalhe da inversão de polaridade magnética das rochas dos fundos oceânicos

Os aspectos fundamentais do modelo de VINE e MATTHEWS são: (a) o perfil é simétrico em relação ao centro da linha de emissão; inversões de polaridade estão registradas em "estéreo" na "tela transportadora (b) as anomalias lineares tal como se apresentam em mapas são paralelas ao centro emissor (c) o tamanho e a forma de cada anomalia varia segundo a largura dos blocos magnetizados situados abaixo

As anomalias magnéticas das dorsais e dos fundos oceânicos apresentam as seguintes características fundamentais: (a) são lineares e alternadamente normais e reversas (b) apresentam distribuições em geral simétrica em relação ao rifte da dorsal (c) estão deslocadas nas zonas transformantes (d) refletem épocas de reversão polar (época Brunhes: normal/0-690 mil anos; Matuyama: reversa/690-1610 mil anos; Gauss: normal/1610-3320 mil anos etc.) (e) correspondem a acresções verticais sucessivas (f) permitem determinar a direção da expansão do fundo oceânico e sua velocidade (em função de suas larguras e orientação)

Esquema mostrando a idade da crosta oceânica da Bacia Atlântica: em vermelho idades que variam de 0 a 3,5 ma e em azul idades que variam de 150 a 190 ma.

Idade da crosta continental, para comparação com a idade da crosta oceânica Fig.21.2 Áreas azuis claras marcam a Áreas azuis claras marcam a crosta continental submersa

4. Terceira hipótese: Distribuição dos Hipocentros e Zonas de Sismos Pesquisas sismológicas descobriram a concentração de mergulham gradativamente sob as bordas de grandes placas litosféricas. Isto baseou a hipótese de que parte da crosta oceânica (simática) é que ocasionava os tremores ao colidir e mergulhar sob as placas continentais (siálica). A este mergulho foi dado o nome de subducção. Nas áreas onde se previa a subducção, ocorre a grande maioria dos vulcões ativos e zonas de atividade magmática intermitente.

Distribuição dos (a) vulcões e (b) dos sismos entre 1965 Distribuição dos (a) vulcões e (b) dos sismos entre 1965 e 1995 (adaptado de Ammon, C., 2001).

Os movimentos em bordas mais ativas marcam as áreas com maior atividade tectônica atual ou neotectônica.

Zona sísmica na região do encontro das placas de Nazca e Sulamericana, grandes expressões geomórficas em zonas de subducção.

As características destas zonas, onde ocorrem a grande parte dos hipocentros é a seguinte: (a) hipocentros de média a grande profundidade (100-700 Km) relacionam-se em geral com as zonas de Benioff (b) hipocentros rasos (menos de 100 Km) associamse aos riftes das dorsais, às zonas transformantes, à faixa orogênica Alpes-Himalaia, a algumas zonas intraplaca e às zonas de Benioff (nestas, com grande dispersão quando envolve margem continental ativa)

(c) a distribuição dos epicentros, pela soluções de planos nodais e mecanismos focais, permite definir os limites das placas e seus tipos. As placas possuem velocidade de até 9 cm/ano deslocando-se se sobre o substrato mantélico. As velocidades são determinadas por vários critérios (por exemplo, considerando as idades e larguras das faixas magnéticas) e mais recentemente pelas medições de pontos georeferenciados por métodos geodésicos, principalmente GPS.

Distribuição das placas litosféricas na superfície da Terra.

Deslocamento, para Norte, do "Continente Indiano", entre 70 ma e a posição atual. Há rotação anti-horária, simultânea com o deslocamento. A colisão do "Continente Indiano" com a Eurásia ocorreu há aproximadamente 55 ma.