Pleasing God 1988 R. C. Sproul. Used by permission. Translated into Portuguese by permission of Tyndale House Publishers. Como viver e agradar a Deus 1988, Editora Cultura Cristã. Traduzido para o português com permissão da Tyndale House Publishers, Ind., 351, Executive Drive, Carol Stream, IL 60188 USA. Todos os direitos reservados. Conselho Editorial Antônio Coine Carlos Henrique Machado Cláudio Marra (Presidente) Filipe Fontes Heber Carlos de Campos Jr. Marcos André Marques Misael Batista do Nascimento Tarcízio José de Freitas Carvalho 1 edição 1988 3.000 exemplares 2 edição 2006 3.000 exemplares 3 edição 2019 3.000 exemplares Produção Editorial Tradução Marilyn Della Costa Revisão Claudete Água de Melo Marcos Leonardo Paixão da Silva Zenaide Rissato Editoração Lidia de Oliveira Dutra Capa Magno Paganelli Dados Internacionais de Catalogação na Pubicação (CIP) Sueli Costa CRB-8/5213 S771c Sproul, R. C. Como viver e agradaar a Deus/ R. C. Sproul; tradução de Marylin Della Costa._ 3 ed. _São Paulo:Cultura Cristã, 2019. 144 p. Título original: Pleasing God ISBN 978 85 7622 838 7 1. Estudo bíblico 2. Exposição bíblica 3. Santificação I. Costa, Marylin Della II. Título CDU 248.12 A posição doutrinária da Igreja Presbiteriana do Brasil é expressa em seus símbolos de fé, que apresentam o modo Reformado e Presbiteriano de compreender a Escritura. São esses símbolos a Confissão de Fé de Westminster e seus catecismos, o Maior e o Breve. Como Editora oficial de uma denominação confessional, cuidamos para que as obras publicadas espelhem sempre essa posição. Existe a possibilidade, porém, de autores, às vezes, mencionarem ou mesmo defenderem aspectos que refletem a sua própria opinião, sem que o fato de sua publicação por esta Editora represente endosso integral, pela denominação e pela Editora, de todos os pontos de vista apresentados. A posição da denominação sobre pontos específicos porventura em debate poderá ser encontrada nos mencionados símbolos de fé. EDITORA CULTURA CRISTÃ Rua Miguel Teles Júnior, 394 CEP: 01540-040 São Paulo SP Fones 0800-0141963 / (11) 3207-7099 Fax (11) 3209-1255 www.editoraculturacrista.com.br - cep@cep.org.br Superintendente: Haveraldo Ferreira Vargas Editor: Cláudio Antônio Batista Marra
A Chuck Greeen e Dale e Joyce Linder, pessoas que gostam de agradar a Deus
SUMÁRIO Prefácio... 9 1. A suave graça... 11 2. O objetivo da vida cristã... 21 3. Acautelai-vos do fermento dos fariseus... 29 4. A batalha contra o mundo... 37 5. A batalha contra a carne... 47 6. O diabo... 53 7. Satanás como acusador... 63 8. Paralisia por temor e culpa... 69 9. Perdão real... 77 10. O cristão carnal... 91 11. O pecado da soberba... 99 12. O pecado da preguiça... 107 13. O pecado da desonestidade... 115 14. Doutrina e vida... 127 15. Nunca desista... 137
PREFÁCIO Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mt 3.17). No Novo Testamento, há três ocasiões em que Deus fala audivelmente de Jesus (Mt 17.5; Mc 9.7; Lc 9.35) e no discurso de Jesus, depois de sua entrada triunfal (Jo 12.28). Nas duas primeiras ocasiões, Deus declara que se compraz em seu Filho. Que aprovação mais elevada uma pessoa pode receber do que saber que Deus se compraz com ela? Todo cristão deveria apaixonar-se pela ideia de agradar a Deus. Honrá-lo deve ser nosso prazer. Satisfazer o nosso Redentor é a maior alegria que podemos sentir. Todos nós iniciamos a vida cristã com a intenção de viver de maneira a agradar a Deus. Porém, ao longo do caminho encontramos obstáculos. Deparamos nos agrada e o que agrada a Deus. Precisamos de ajuda para superar esses obstáculos. De modo bem real, a vida cristã é sempre uma luta. Avançamos e retrocedemos. Escorregamos. Às vezes, parece que o caminho foi besuntado com a graxa mais escorregadia que Satanás podia usar. Contudo, como crianças inseguras no alto de um escorregador com medo de se soltar, temos um Pai celestial que perma- seus braços. Este livro tem o objetivo de ser um guia prático para a vida cristã. Não se trata de um estudo acadêmico rígido. É uma tentativa de ajudar o crente na luta em que ele está envolvido. Este livro foi sugerido por meu editor, o Doutor Wendell Hawley, profundamente preocupado em ajudar os crentes que se esforçam para agradar a Deus. Meus agradecimentos ao Doutor Hawley e à minha secretária, a senhora Maureen Buchman, que me ajudou na preparação do livro. E, de novo, muito obrigado à minha editora mais implacável, Vesta, minha esposa, que maneja uma cruel caneta vermelha. R. C. Sproul Orlando, 1987
CAPÍTULO 1 A SUAVE GRAÇA Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando (Mc 8.24). Que experiência estranha. Não é comum uma pessoa normal ver árvores andando; porém, o homem que viu árvores que andavam era um homem em transição. Ele se encontrava em um estágio intermediário entre a cegueira completa e a visão totalmente clara. Como veremos, era um representante de todos os cristãos em seu progresso no que se referia a agradar a Deus. Quando a Bíblia registra os milagres realizados por Jesus, as curas, em geral, são instantâneas e completas. Jesus não ressuscitou Lázaro parcialmente. O homem com o braço mirrado não se curou em estágios. Na maior parte dos outros milagres, a pessoa foi transformada instantaneamente. Assim, o episódio registrado no Evangelho de Marcos é incomum. Registra a cura de um homem cego em dois estágios: Então, chegaram a Betsaida; e lhe trouxeram um cego, rogando-lhe que o tocasse. Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo- -lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa? Este, recobrando a vista, respondeu: Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando. Então, novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, pas- modo perfeito (Mc 8.22-25). Essa é uma história do poder e da graça de Cristo. É uma história da graça afável de Deus. Quando Jesus foi abordado pelas pessoas com relação à condição do homem cego, sua primeira atitude foi tomar o homem cego pela mão. Levando-o pela mão, Jesus o conduziu para fora da cidade. Imagine a cena. O Filho de Deus certamente tinha poder para curar o homem ali mesmo. Em vez disso, porém, Jesus o conduziu para longe da multidão para ministrar-lhe em particular. O cego não era um espetáculo
12 Como viver e agradar a Deus homem. Nunca em sua vida o cego tivera uma direção tão segura. Não havia perigo de cair, nenhuma ameaça de tropeçar. Ele estava sendo conduzido pela mão de Cristo. Se o gesto de ternura de Jesus terminasse nesse ponto, estou certo de da sua vida. Ele me tocou!, poderia exclamar, e teria saboreado a experiência para sempre. Jesus, porém, ainda não tinha terminado. Ele deu o próximo passo. Quando se afastaram da multidão, Jesus fez algo que poderia ofender nossa sensibilidade. Ele passou saliva nos olhos do homem. Atualmente, passar saliva no rosto de alguém é um insulto vergonhoso e degradante. O objetivo de Jesus, entretanto, não era insultar, mas curar. Ele tocou o homem e perguntou se ele conseguia enxergar alguma coisa. Foi nesse momento que o homem começou a ver homens como árvores que andavam. Viu o que qualquer cego daria tudo para ver. Sua visão estava turva, obscura mas ele podia enxergar. Há poucos momentos, no entanto, ele não podia enxergar nada. Seus olhos eram inúteis. Vivia em total escuridão. Mas agora, de repente, podia diferenciar entre a luz e a sombra. Um novo mundo estava se abrindo diante dele. Não necessitaria mais que alguém o conduzisse pela mão. Podia jogar fora sua bengala. Jesus ainda não tinha terminado. Tocou em seus olhos novamente. E Agora o homem podia distinguir claramente entre árvores e homens. Via as árvores paradas, com seus galhos agitando-se levemente ao vento. Via homens como homens, andando. Podia discernir a diferença entre homens baixos e altos, gordos e magros, jovens e velhos. Estava começando a reconhecer as características faciais precisas que possibilitam o reconhecimento das identidades pessoais. Talvez, antes, já pudesse fazer isso por meio do tato. Possivelmente, reconheceria certas pessoas ao passar os dedos pelo rosto delas. Certamente, não teria notado os sons distintos das vozes de pessoas diferentes. Agora, porém, podia manter as mãos em qualquer lugar e, ainda assim, saber quem estava de pé diante dele. O primeiro rosto que viu claramente foi o de Cristo. Para ele, esse foi o princípio da bênção da visão. Embora a Bíblia não diga, parece evidente que os olhos não foram a única parte do homem a ser curada. Com o toque de Cristo veio também a cura do coração. Seu coração de pedra havia sido trocado por outro de carne, pulsando de uma maneira nova, agora com uma vida espiritual. A história dessa cura não tencionava ser apenas uma parábola da renovação espiritual do cristão. O acontecimento foi um milagre real ocorrido no tempo e no espaço, uma manifestação prodigiosa do poder de Cristo. Porém, ele nos serve como um paralelo da renovação espiritual.
A suave graça 13 A Bíblia usa a metáfora da cegueira para descrever nosso estado caído. Todos nós somos homens nascidos cegos. Entramos neste mundo em um estado espiritual de escuridão. Não vemos as coisas do reino de Deus. Por natureza, temos escamas sobre nossos olhos, cataratas tão densas que nem mesmo podemos perceber os homens como árvores que andam. É preciso um ato especial da graça carinhosa de Deus para que enxerguemos seu reino. O INÍCIO: A REGENERAÇÃO O ato da graça pelo qual nossos olhos são abertos para as coisas de Deus é a regeneração, o novo nascimento espiritual. É uma obra que somente Deus pode fazer. Não somos mais aptos para regenerar a nós mesmos do que um cego é capaz de ver por um simples ato da sua vontade. Um homem cego pode decidir ver, mas não pode ver a menos que seus olhos sejam curados. A regeneração não ocorre em estágios. Ela é instantânea. É realizada pelo toque do Espírito Santo em nossa alma. É uma obra soberana e total- Somente Deus pode tirar algo do nada e tirar a vida da morte. Só Deus pode avivar a alma humana. Quando Deus aviva a alma humana, ele faz isso imediatamente. Quando digo, imediatamente, não quero dizer imediato com respeito ao tempo, embora realmente isso ocorra de modo espontâneo. Com esse termo, quero dizer que ele o faz diretamente, sem o uso de causas secundárias (a palavra latina immediatus Quando estou doente, faço duas coisas: oro e tomo meu remédio. Peço a Deus que me cure por meio do remédio. Peço a Deus que guie as mãos do médico, os meios de cura por intermédio de sua providência especial. No entanto, quando Jesus curou o homem cego, ele não usou um meio indireto. Nenhum remédio foi necessário. Jesus podia curar pelo som de sua voz. Em certo ponto, essa narrativa me deixa confuso. Por que Jesus usou saliva sobre os olhos do homem? Por que fez o leproso banhar-se no poço de Siloé? Evidentemente, o poder não estava na saliva dele ou na água do poço. Em outras ocasiões, Jesus dispensou esses artifícios. Seu poder era direto ou imediato. O mesmo acontece com nossa regeneração. Somos requeridos a banhar-nos nas águas batismais. A água no tanque batismal, porém, não contém nenhum elixir mágico para redimir a alma humana. A água é um