Efeito da aplicação de ecg ou hcg 7 dias após a IATF no desenvolvimento das estruturas ovarianas e nas taxas de prenhez de vacas de corte



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Transcrição:

Acta Scientiae Veterinariae, 2012. 40(4): 1072. ORIGINAL ARTICLE Pub. 1072 ISSN 1679-9216 (Online) Efeito da aplicação de ecg ou hcg 7 dias após a IATF no desenvolvimento das estruturas ovarianas e nas taxas de prenhez de vacas de corte Effect of Administration of ecg or hcg 7 Days after FTAI on the Development of Ovarian Structures and Pregnancy Rates in Beef Cows Fábio Wecker¹, Diego Xavier Thedy², Andressa Varella Gonsioroski³ & João Batista Souza Borges 4 ABSTRACT Background: The early embryo development is affected by the progesterone concentration, especially on the first weeks after conception. It s well known that the size and weight of corpus luteum (CL) is positive correlated with higher progesterone production. The use of treatments that increase luteal function in different periods after fixed timed insemination (FTAI) has been tested recently, aiming better embryo survival rates and pregnancy establishment. The objective of this experiment was evaluate the effect of treatment with hcg or ecg 7 days after FTAI on the development of the CL, follicle growth and pregnancy rate in beef cows. Materials, Methods & Results: Two hundred and nineteen Brangus cows were synchronized to FTAI using intravaginal implants containing 1g of progesterone for 8 days and injecting 2 mg of estradiol benzoate (EB), on the first day of treatment. All cows received 150 mcg of D-Cloprostenol, i.m., on Day 8 and 24 h after, 1 mg of EB, i.m. The timed AI were done 52-56 h after the implant removal. Seven days after the AI the cows were randomly assigned in 3 different groups according the treatment. hcg (n = 40) receiving 1500 IU of hcg, i.m.; ecg (n = 41) injection of 400 IU of ecg, i.m., and Control (n = 138). The ultrasonographic examinations were done on days 0, 7 and 12 to determine the presence and diameter of follicles, area of CL on the subgroups hcg (n = 26), ecg (n = 26) and Control (n = 14). The pregnancy diagnosis was done 30 days after FTAI and another exam was done 60 days after FTAI only on the cows that were pregnant on day 30 to verify the embryonic loss. The statistical analyses were performed using the SPSS for Windows. Pregnancy rates were compared by chi-square test, other parameters by ANOVA, the means were compared by Tukey test. The pregnancy rates of FTAI were 60.98% (25/41), 45% (18/40) and 40.58% (56/138) to ecg, hcg and Control, respectively, without statistic difference (P = 0.07). Even using 8 different sires in the inseminations, the pregnancy rates were similar (P = 0.76). The size of the ovulatory follicle on the day of the FTAI didn t differ among the groups (P = 0.12). The ovulatory rate was 82%. The mean±sem follicle diameter found on D7 didn t differ (P = 0.21), but the evaluation on D12, the diameters were 8.6 ± 4.73 (ecg), 2 ± 6.85 (hcg); 3.74 ± 4.7 mm (Control) and differed among the groups (P < 0.01). The CL area (cm²) on D7 was similar for the groups (P = 0.21), on D12 the areas were 3.05 ± 1.22; 3.97 ± 1.82; 2.65 ± 1.22 to ecg, hcg and Control group respectively (P = 0.014). It was observed the presence of a CL with area higher than 2 cm² in 80.8% of the cows of the groups ecg and hcg, meanwhile the Control group had only 54.2%. The control group had the lowest CL growth rate, 0.23 ± 0.52 cm²/day, the ecg treated had intermediary growth, 1.01 ± 1.17 cm²/day and the ones that received hcg had the highest daily growth (1.32 ± 1.63 cm²/day). Discussion: Although 20 percentage points above in the cows treated with ecg in comparison to the Control group, the pregnancy rates were statistically similar. Results indicate that treating cows with hcg 7 days after the FTAI promotes improved size of CL, induced ovulation of follicles between days 7 and 12 after FTAI causing the development of accessory CL, and the use of ecg stimulates growth of CL and follicles. Keywords: ecg, FTAI, corpus luteum, beef cows. Descritores: ecg, IATF, corpo lúteo, vacas de corte. Received: April 2012 www.ufrgs.br/actavet Accepted: August 2012 *Trabalho baseado na dissertação de mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Pós-graduação em Zootecnia (PPG Zootecnia), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brazil. 1 M.V. Autônomo. 2 Mestrando, PPG Zootecnia-UFRGS. 3 Bolsista IC, Faculdade de Veterinária (FaVet), UFRGS. 4 Departamento de Medicina Animal, FaVet, UFRGS. CORRESPONDENCE: F. Wecker [fabiowecker@gmail.com - Fax: +55 (51) 3308-6969]. Unidade de Reprodução de Bovinos, Faculdade de Veterinária, UFRGS. Av. Bento Gonçalves n. 9090, Bairro Agronomia. CEP 91540-000 Porto Alegre, RS, Brazil. 1

INTRODUÇÃO Tratamentos hormonais capazes de incrementarem o reconhecimento materno da gestação e a redução das perdas embrionárias e fetais nos estágios iniciais da gestação têm sido estudados como alternativas para melhorar as taxas de prenhez de vacas de corte submetidas a IATF [15,17]. Existe uma relação positiva entre o tamanho e o peso do corpo lúteo (CL) nos primeiros dias de desenvolvimento e a maior produção de progesterona [12]. A elevação precoce na concentração de progesterona após a concepção promove o desenvolvimento embrionário e a síntese de interferon-tau melhorando o reconhecimento materno da gestação em bovinos [10]. O uso de hormônios luteotróficos tem sido testado como alternativa para elevação das taxas de prenhez em programas de inseminação artificial (IA) em vacas de corte e leite [9,11,14,15]. O uso de ecg 14 dias após a IATF em vacas de corte promoveu elevação na taxa de prenhez e foi relacionado com o aumento da atividade luteal e melhor desenvolvimento placentário [15]. A aplicação de ecg em vacas leiteiras promoveu o crescimento folicular, aumento o tamanho do CL elevação na concentrações de progesterona [16]. Estudos com vacas leiteiras de alta produção inseminadas e em receptoras de embrião, demonstraram que a aplicação de hcg no dia 5 [17] ou no dia 7 [21] induz a formação de CL acessório, melhorando a sobrevivência embrionária e as taxas de prenhez. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos dos tratamentos com ecg ou hcg sobre o tamanho CL, formação de CL acessório, crescimento folicular, e sobre a taxa de prenhez e perdas gestacionais entre 30 e 60 dias em vacas de corte. MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi realizado na Estação Experimental Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, localizada no município de Eldorado do Sul, região ecofisiográfica da Depressão Central do Rio Grande do Sul. A propriedade situa-se no paralelo 30 05 08 latitude sul e no meridiano 51 39 08 longitude oeste de Greenwich. O clima na região estudada é o Cfa (subtropical úmido), com verão quente, segundo a classificação de Köppen-Geiger. O relevo da área é levemente ondulado, sendo que no topo é representado, na maior parte, Argissolo Vermelho Distrófico Típico [4]. O período experimental à campo transcorreu durante a estação de reprodução da fazenda, entre 29 de novembro de 2010 e 7 de fevereiro de 2011, coincidindo com o diagnóstico confirmatório de prenhez aos 60 dias após a IA. Os animais foram mantidos em campos constituídos de pastagem natural com carga de 400 kg/ ha, sal mineral a vontade e submetidos ao programa de controle sanitário adotado pela propriedade. Foram utilizadas 219 vacas solteiras da raça Brangus e cruzas, com idade variando entre 4 e 8 anos de idade. Os animais foram divididos em três grupos experimentais de maneira aleatória, a partir do dia 7 após a IA, mantidos na mesma área de campo até o final do experimento. O grupo ecg foi constituído por 41 vacas que receberam tratamento hormonal a base de Progesterona e Benzoato de estradiol para indução e sincronização do estro e da ovulação. As vacas receberam um dispositivo intravaginal contendo 1g de progesterona¹ associado com uma injeção de 2 mg de Benzoato de estradiol², intramuscular no dia 23/11/2010. Após 8 dias, pela manhã, o dispositivo foi removido e injetouse 150mcg de D-cloprostenol³, intramuscular. Após 24 h, foi aplicado 1 mg de Benzoado de estradiol, intramuscular. A IA foi realizada a tempo fixo entre 52 e 56 horas após a retirada do dispositivo, dia 0 (D0). Sete dias após a realização da IATF (D7), todos animais do grupo ecg receberam 400 UI de ecg 4, intramuscular. O Grupo hcg foi composto por 40 fêmeas que receberam o mesmo tratamento hormonal para realização da IATF como descrito para o grupo ecg, porém, sete dias após a realização da IATF, receberam 1500 UI de hcg 5, intramuscular. Para a composição do grupo Controle, foram utilizados 138 animais que receberam o mesmo tratamento hormonal para realização da IATF, mas não receberam tratamento hormonal posterior a IA, recebendo 5 ml de solução salina e sendo manejados em conjunto com os lotes ecg e hcg. No dia da IATF, todos os animais foram manejados em conjunto, sendo as IAs realizadas por um único inseminador. Para as IAs foi utilizado sêmen congelado de oito reprodutores Brangus, com parâmetros normais de motilidade e patologia espermática avaliados previamente. Os parâmetros reprodutivos expressos em percentual foram avaliados como segue: 2

- Taxa de ovulação: número de animais com corpo lúteo detectado no D7 dividido pelo número de animais controlados por US no D0. - Taxa de crescimento diária do CL entre D7 e D12: Soma dos valores da área do CL no D12, subtraído da área do CL no D7, dividido por 5. - Taxas de prenhez: Número de vacas prenhes, dividido pelo número de vacas submetidas à sincronização de estros e IA. - Taxas de perdas gestacionais: Número de vacas vazias aos 60 dias após serem diagnosticadas prenhes aos 30 dias, dividido pelo número de vacas prenhes no grupo aos 30 dias. As ultrassonografias transretais foram realizadas utilizando um ultrassom portátil 6 equipado com transdutor retal linear de 5 MHz. Foi formada uma amostra aleatória entre cada grupo de animais e estes foram examinados nos Dias 0, 7 e 12 pós IATF, sendo os subgrupos ecg (n = 26), hcg (n = 26) e o Controle (n = 24). Os exames foram realizados no D0 para determinação do diâmetro do folículo ovulatório (FO), no dia da administração dos hormônios (D7) para avaliação da presença e área do CL ou de folículos antes da aplicação dos hormônios. No Dia 12 (5 dias após a aplicação de ecg ou hcg) novo exame foi realizado para evidenciar o efeito dos tratamentos sobre as estruturas. Para avaliação do folículo ovulatório, utilizando o modo-b, foram examinados os dois ovários para procura do folículo com maior diâmetro aparente, a imagem foi congelada (função Freeze) e foram posicionados os cursores (função Measure) de forma que atingissem o maior diâmetro da circunferência. Os valores encontrados para diâmetro dos folículos foram expressos em milímetros (mm). Foi utilizada a mesma metodologia para controle dos folículos em crescimento nos Dias 7 e 12. Foram considerados dominantes os folículos maiores que 8,5 mm. Para a verificação da área dos CL, a imagem era congelada (modo-b) e utilizada a função Area, marcando o perímetro total do CL, esta expressa em cm 2. Para realização do diagnóstico de gestação, exames ultrassonográficos foram realizados aos 30 e 60 dias após a IA. O animal foi dado como prenhe se ao exame de ultrassom fosse visualizado conteúdo líquido anecóico e o embrião ou feto no lúmen uterino. Aos 60 dias foi realizado um novo exame em todas as fêmeas prenhes para confirmação da gestação, através da visualização do feto ou para determinar as perdas embrionárias. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa SPSS versão 18.0 for Windows. Os dados referentes à taxa de prenhez das fêmeas utilizadas no estudo foram analisados por quiquadrado, para os valores de folículo dominante (FD), folículos medidos no D7 e D12, CL no D7 e D12, soma das áreas do CL no D12, diferença entre CL, foi utilizado ANOVA, com significância de P < 0,05. Para comparação das médias foi aplicado o teste de Tukey e foram considerados significativos valores de P < 0,05. Figura 1. Esquema dos tratamentos dos grupos ecg, hcg e Controle. BE - Benzoato de estradiol; PGF2α - Prostaglandina F2α; IATF - Inseminação artificial a tempo fixo; DIB - implante intravaginal contendo 1g de progesterona. 3

RESULTADOS O diâmetro do folículo ovulatório no momento da IA, não apresentou diferença entre os três grupos (P = 0,12), variando de 9,48 a 11,58 mm. Considerando a totalidade dos animais avaliados, o diâmetro médio e o desvio padrão do FO foram de 10,18 ± 3,76 mm. Neste experimento, a taxa de ovulação foi determinada a partir de dois exames ultrassonográficos, sendo considerado resultado positivo para os animais que apresentaram um FO com diâmetro maior que 8,5 mm no dia da IATF (D0) e um CL em no mesmo ovário e localização no D7. A taxa de ovulação foi de 82%, considerando a totalidade da amostra examinada (n = 76), composta por animais dos três grupos experimentais em proporções semelhantes. A avaliação inicial do CL foi realizada no momento em que foram realizados os tratamentos hormonais, no D7 após a IATF, não sendo evidenciada diferença estatística entre as áreas 2,06 ± 0,45 cm 2 (ecg), 1,90 ± 1,76 cm 2 (hcg) e 2,19 ± 0,6 cm 2 (Controle) (P = 0,67). As médias e desvios padrões das áreas de CL no Dia 12 foram 3,05 ± 1,22 cm 2 (ecg), 3,97 ± 1,82 cm² (hcg) e 2,65 ± 1,22 cm 2 (Controle), com diferença significativa entre os três grupos (P = 0,0141). Ao analisar a presença de CLs acessórios após o tratamento no D7, verificou-se que no grupo Controle não foram identificados CLs acessórios, no grupo ecg identificou-se apenas 1 animal apresentando dupla ovulação entre os 26 analisados no grupo, enquanto no grupo hcg foi determinada a presença de 10 animais dentre os 26 analisados contendo CLs acessórios, e entre estes, 3 animais apresentaram 3 CLs, sendo assim, o grupo hcg diferindo significativamente dos demais (P < 0,01). De acordo com as áreas medidas nos D7 e D12, foi possível determinação a taxa de crescimento diário do CL em cm 2 para o período. As vacas do grupo Controle apresentaram menor crescimento, de 0,23 ± 0,52 cm 2 /dia, as que receberam ecg tiveram aumento intermediário, 1,01 ± 1,17 cm 2 /dia e as tratadas com hcg foram as que apresentaram maior crescimento diário (1,32 ± 1,63 cm 2 /dia). Observou-se a presença de CL com área superior a 2 cm 2 em 80,8% dos animais no grupo hcg, e do ecg, enquanto no grupo controle 54,2% (Tabela 1). Tabela 1. Frequência de corpos lúteos de acordo com respectivas áreas observadas por ultrassonografia no D12 nos grupos ecg, hcg e Controle. Tratamentos Área do CL ecg hcg Controle (n = 26) (n = 26) (n = 24) Menor que 1 cm 2 0 4 (15,4%) 6 ( 25%) Entre 1 e 2 cm 2 5 (19,2%) 1 (3,8%) 5 ( 20,8%) Maior que 2 cm 2 21 (80,8%) 21 (80,8%) 13 (54,2%) O número de folículos maiores que 8 mm no D12 foi significativamente maior no grupo ecg, mas não diferiu entre os grupos hcg e Controle. O diâmetro do FD encontrado no D12 também foi significativamente maior no grupo ecg (P < 0,01). Ao avaliarmos a frequência de folículos com mais de 8 mm de diâmetro, verificamos que em 12 animais do grupo ecg foram encontrados folículos maiores de 8mm, enquanto grupo hcg apenas 5 e no grupo Controle apenas 6. As taxas de prenhez da IATF foram 60,98% (25/41), 45% (18/40) e 40,58% (56/138) para os grupos ecg, hcg e Controle, respectivamente, não diferindo significativamente (P = 0,07). Não foi observada diferença nas taxas de prenhez entre as IA utilizando doses de sêmen provenientes de 8 diferentes touros (P = 0,76). Embora sem diferença estatística, observou-se maior perda gestacional entre os diagnósticos aos 30 e 60 dias nos animais do grupo hcg em relação aos grupos ecg e Controle. Ao diagnóstico de 60 dias, o grupo hcg apresentou 16,67% (3/18) de perdas enquanto o grupo ecg 4% (1/25) e o grupo Controle 5,36% (3/56), após a repetição do US aos 60 dias pós-ia (P = 0,27). 4

Figura 2. Médias e desvios padrões de folículos medidos por ultrassonografia nos Dias 7 e 12. DISCUSSÃO Os diâmetros dos folículos ovulatórios encontrados neste estudo são semelhantes aos relatados por Bó et al. [2] para FO que situam-se entre 10,5 e 11,3 mm em animais Bos indicus e cruzas. Estes diâmetros, segundo os autores, são menores que os usualmente encontrados em animais Bos taurus, que variam de 11,1 a 14,8 mm [2,18], mas não foram observadas reduções nas taxas de ovulação e formação de CLs funcionais. Quando analisados quanto à área do CL no D7, os grupos apresentaram tamanho similar. De acordo com o protocolo hormonal administrado para a sincronização de estros/ovulação e IATF, era esperado que, tantos os diâmetros dos FO, no D0, quanto as áreas dos CLs, no D7, apresentassem valores semelhantes. Os diâmetros dos FOs apresentam alta correlação com o tamanho do CL resultante [1]. Com relação à área do CL no D7, estudos realizados em animais zebuínos e sintéticos, relatam que as áreas de CL observadas no D7 variam de 1,1 a 3,7 cm 2 [2,3]. Essas variaç õ es decorrem da formaç ã o e do desenvolvimento do CL a partir das células remanescentes do folículo ovulatório. A partir do Dia 7, no entanto, com a aplicação de egc e hcg, foi possível observar diferença estatística na área dos CLs entre os grupos. O maior crescimento do CL foi detectado nas vacas que receberam hcg. Também foi possível observar que o tratamento com ecg promoveu crescimento significativamente maior do CL, comparado com o grupo Controle (P = 0,01). Os dados obtidos neste experimento indicam uma provável associação entre a maior área do CL no Dia12 e formação de CL acessório nos animais tratados com hcg e ecg e maiores taxas de prenhez, quando comparados com animais que não receberam tratamento algum (P = 0,07). As taxas de crescimento diário do CL diferiram significativamente apenas entre os grupos hcg e Controle (P < 0,01). Segundo Bó et al. [2], a taxa de crescimento diária do CL em vacas zebuínas varia entre 0,3 e 0,5 cm 2 /dia, valor que encontra-se próximo aos encontrados no grupo Controle. No entanto, vacas tratadas com hormônios luteotróficos apresentam hipertrofia do tecido luteal e provavelmente maior produção de progesterona. A aplicação de hcg durante o diestro apresenta ação luteotrófica sobre o CL [12] e induz a ovulação de FDs a partir de 8,5 mm [1], por se ligar primordialmente aos receptores de LH [21]. No grupo tratado com hcg, houve maior incidência de CL acessórios ao Dia 12 após a IATF em relação aos outros grupos de tratamento e maior desenvolvimento dos CLs já existentes quando comparados aos outros grupos. Há evidências estatísticas (P = 0,06) de que o tratamento com agentes luteotróficos no Dia 7 aumentam a incidência de CLs com área maior que 2cm 2 nos grupos de tratados. O efeito luteotrófico do hcg era esperado e já foi amplamente relatado por diversos autores [5,7,8,14,17,20]. De outra parte, o tratamento com ecg após a IA em bovinos tem sido pouco estudado até o momento [15,16]. Neste experimento, foi possível comprovar que o ecg também promoveu maior desenvolvimento do CL, indicando possuir ação luteotrófica e folículo-estimulante em bovinos. Santos et al. [17], observaram o efeito aditivo sobre o CL gra- 5

vídico tratando vacas prenhes com ecg. Estes autores identificaram maior crescimento do CL em relação a animais que receberam solução salina. Segundo eles, este efeito na função lútea pode influenciar positivamente no funcionamento endócrino e enzimático do útero gravídico. A relação entre o tamanho do CL e a maior produção de progesterona foi estabelecida por Mann [12], especialmente durante a fase inicial de formação do CL, entre os dias 4 e 6 após o estro. Segundo o autor, o desenvolvimento embrionário inicial e a produção de interferon-tau eram maiores em vacas que precocemente iniciaram a produção de progesterona. Em consequência, a funcionalidade do CL na vaca parece ser mais importante no período embrionário inicial, entre a segunda e terceira semana, quando ocorre o reconhecimento materna da gestação. No entanto, Gordon [5] relatou haver a discordância entre os pesquisadores que relacionavam a concentração de progesterona e a taxa de prenhez em bovinos. Neste contexto, o uso de hormônios luteotróficos após a IA ou transferência de embriões ainda permanece em discussão, não sendo prática rotineira nos programas reprodutivos de bovinos. O desenvolvimento de um FD que cresce até 8 a 9 mm e a produção de estradiol durante a fase de diestro em bovinos são eventos característicos da fisiologia da ovariana. Diversos autores [6,9,13,19,21] afirmam que vacas que apresentam FDs que produzem estradiol durante o período crítico para o reconhecimento da gestação, entre 10 e 15 dias após a concepção, apresentam maiores índices de perdas embrionárias. Neste experimento, o ecg foi utilizado com o objetivo de avaliar sua ação luteotrófica em bovinos e também foi observado o crescimento folicular no período entre o Dia 7 e 12, devido a sua importante ação folículo-estimulante. No estudo de Rizzo et al. [16], a aplicação de ecg induz o recrutamento e crescimento folicular, como era esperado, mas não houve aumento importante na concentração de estradiol sérico. Embora ter sido observado maior crescimento folicular entre os Dias 7 e 12 em vacas tratadas com ecg, não parece que este achado tenha interferido na sobrevivência embrionária, porque, ainda que a diferença não tenha sido significativa, este grupo teve índice de prenhez superior aos demais (P = 0,27). No estudo de Nuñez et al. [15], a aplicação de ecg no Dia 14 após a IA tinha o mesmo objetivo de melhorar a função lútea, mas em um período mais adiantado da gestação. Segundo os autores, o ecg apresentaria efeitos benéficos no ambiente uterino, permitindo melhor desenvolvimento placentário e fetal. Ainda no mesmo trabalho, de forma diferente deste estudo, houve aumento significativo na taxa de prenhez de vacas tratadas com ecg no dia 14, no entanto, o efeito positivo não foi detectado em novilhas. Ao observar os resultados referentes a perdas gestacionais, verificamos uma taxa geral de 7,07% (7/99) de perdas, enquanto o ecg apresentou o menor índice, porém há que se considerar o baixo número de animais avaliados, o que recomenda cautela nas interpretações. O uso de diferentes terapias hormonais para incrementar as taxas de prenhez após a IATF tem sido estudado como alternativa para melhorar os índices reprodutivos. Recentemente, as perdas embrionárias precoces têm recebido maior atenção dos pesquisadores, tendo em vista às limitações biológicas encontradas quando se sincroniza estros e ovulações. De outra parte, sabe-se que as taxas de concepção em bovinos normalmente situam-se acima de 80%. Portanto, ainda que seja difícil identificar o momento exato em as perdas embrionárias ocorrem, existe a necessidade de estudar e desenvolver protocolos para melhorar o desempenho reprodutivo de vacas de corte nos programas de IA. Neste sentido, outros estudos envolvendo terapias hormonais capazes de melhorar a sobrevivência embrionária devem ser executados para elucidar este período crítico no estabelecimento da gestação. CONCLUSÃO O tratamento com 1500UI de hcg promoveu maior número de CLs acessórios e maior crescimento do tecido lúteo entre os Dias 7 e 12 após a IA. Vacas solteiras tratadas com 400UI de ecg obtiveram crescimento do corpo lúteo e maior crescimento folicular entre os Dia 7 e 12 após a IA, evidenciando a ação luteotrófica, pouco discutida em trabalhos anteriores. O tratamento com agentes luteotróficos não apresentou diferença nas taxas de prenhez. 6

NOTAS INFORMATIVAS ¹DIB, Schering-Plough Saúde Animal, Cotia, SP, Brasil. ²Gonadiol, Schering-Plough Saúde Animal, Cotia, SP, Brasil. ³Veteglan, Hertape Calier Saúde Animal, Juatuba, MG, Brasil. 4 Novormon, Schering-Plough Saúde Animal, Cotia, SP, Brasil. 5 Vetecor, Hertape Calier Saúde Animal, Juatuba, MG, Brasil. 6 Chison 8300 Digital, Chison, Jiang Su Province, China. Declaration of interest. The authors report no conflicts of interest. The authors alon are responsible for the content and writing of the paper REFERÊNCIAS 1 Binelli M. 2000. Estratégias anti-luteoliticas para a melhora da sobrevivência embrionária em bovinos. In: Madureira E.H. & Baruselli P.S. (Eds). Controle farmacológico do ciclo estral em ruminantes, São Paulo: Fundação da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/USP, pp.99-114. 2 Bó G.A., Baruselli P.S. & Martínez M.F. 2003. Pattern and manipulation of follicular development in Bos indicus cattle. Animal Reproduction Science. 78(3): 307-326. 3 Borges A.M., Torres C.A.A., Rocha Junior V.R., Ruas J.R.M., Carvalho G.R., Neto A.M. & Carvalho B.C. 2004. Desenvolvimento folicular no pós-parto de vacas da raça Gir tratadas com acetato de buserelina (GnRH) ou gonadotrofina coriônica humana (hcg). Revista Brasileira de Zootecnia. 33(6): 1396-1404. 4 Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA. 1999. Centro Nacional de Pesquisa de Solo - CNPS. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro, 412p. 5 Gordon I. 1996. Controlled Reproduction in cattle & buffaloes. Wallingford: CABI Publisment, 492 p. 6 Lamming G.E., Whates D.C., Flint A.P.F., Payne J.H., Stevenson K.R. & Vallet J.L. 1995. Local actions of trophoblast interferons in suppression of the development of oxytocin and oestradiol receptors in ovine endometrium. Journal of Reproduction and Fertility. 105(1): 165-175. 7 Lapthorn A.J., Harris D.C., Littlejohn A., Lustbader J.W., Canfield R.E., Machin K.J., Mogan F.J. & Isaacs N.W. 1994. Crystal structure of human chorionic gonadotropin. Nature. 369: 455-461. 8 Lonergan P. 2010. Effect of progesterone on embryo development and pregnancy maintenance in cattle. In: 4 Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada (Londrina, Brasil). pp.49-55. 9 Macmillan K.L., Taufa V.K., Day V.K. & Peterson A.J. 1991. Effects of supplemental progesterone on pregnancy rates in cattle. Journal Reproduction and Fertility. 43(Suppl. 1): 304. 10 Mann G.E. & Lamming G.E. 1999. The influence of progesterone during early pregnancy in cattle. Reproduction in Domestic Animals. 34(3): 269-274. 11 Mann G.E., Merson P., Fray M.D. & Lamming G.E. 2001. Conception rate following progesterone supplementation after second insemination in dairy cows. Veterinary Journal. 162(2): 161-162. 12 Mann G.E. 2009. Corpus luteum size snd plasma progesterone concentration in cows. Animal Reproduction Science. 115(1): 296-299. 13 Marques V.B., Bertan C.M., Almeida A.B., Meirelles F.V., Papa P.C. & Binelli M. 2007. Interferon-tau e o reconhecimento da gestação em bovinos. Revista Brasileira de Reprodução Animal. 31(4): 479-488. 14 Nishigai M., Kamomae H., Tanaka T. & Kaneda Y. 2001. The effect of administration of human chorionic gonadotropin in enhancing bovine corpus lutea luteinization and luteal function. Journal of Reproduction and Development. 47(5): 283-294. 15 Nuñez R., De Castro T., Cutaia L., Bó G. & Menchaca A. 2011. Pregnancy rates after administration of equine chorionic gonadotropin (ecg) at progesterone intravaginal device removal and 14 days after fixed-time ai in beef cattle. Reproduction, Fertility and Development. 23(1): 163. 16 Rizzo A., Spedicato M., Minoia G., Mutinati M., Cinone M., Jirillo F. & Sciorsci L. 2009. Follicular development in pregnant cows after the administration o equine chorionic gonadotropin (ecg): a new insight. Immunopharmacology Immunotoxicology. 31(4): 536-542. 17 Santos J.E.P., Thatcher W.W., Pool L. & Overton M.W. 2001. Effect of human chorionic gonadotropin on luteal function and reproductive performance of high-producing lactating Holstein dairy cows. Journal of Animal Science. 79(11): 2881-2893. 18 Sartori R., Fricke P.M., Ferreira J.C.P., Ginther O.J. & Wiltbank M.C. 2001. Follicular Deviation and Acquisition of Ovulatory Capacity in Bovine Follicle. Biology of Reproduction. 65(5): 1403-1409. 7

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